Usado no combate ao câncer, o tratamento por meio da radioterapia

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Agência de Energia Atômica patrocina programa
do Inca
Recursos de US$ 280 mil permitirão a introdução de tecnologia que torna mais
eficaz tratamento por radioterapia e que diminui efeitos colaterais.
Usado no combate ao câncer, o tratamento pela radioterapia receberá mais
investimentos no Brasil. Referência na América Latina, o Instituto Nacional de
Câncer (Inca), do Rio de Janeiro, recebeu da Agência Internacional de Energia
Atômica (IAEA) financiamento para desenvolver um programa de controle de
qualidade em tratamentos de radioterapia com intensidade modulada (IMRT).
Esse programa inclui a tecnologia das medidas de dosimetria in vivo, que
oferecem mais segurança nas doses de radiação ministradas aos pacientes.
O Inca recebeu US$ 280 mil da Agência Internacional de Energia Atômica
para realizar o programa. O Instituto – órgão do Ministério da Saúde – concorreu
nacionalmente com 23 propostas para conseguir os recursos. O projeto foi
considerado prioritário para o país e contará também com a participação de físicos
da Comissão Nacional de Energia Nuclear, que representa o Brasil na IAEA.
Um dos objetivos da Agência Internacional de Energia Atômica é fomentar
iniciativas e projetos em todo o mundo. Vários países compõem e financiam essa
organização, referência mundial na regulação da manipulação da energia nuclear.
Com o financiamento da IAEA, o Inca receberá equipamentos para
implantar e desenvolver um programa de controle de qualidade no aparelho
recentemente adquirido para radioterapia com intensidade modulada (IMRT).
Abreviatura para o inglês “Intensity Modulated Radiotherapy”, IMRT é uma
tecnologia avançada de radioterapia. O objetivo desse equipamento é causar o
máximo de danos às células cancerosas e minimizar os efeitos colaterais nas
células normais. As máquinas IMRT têm a capacidade de controlar melhor o feixe
de radiação do que as máquinas convencionais, provocando assim o mínimo de
danos às células normais. Os recursos da IAEA servirão ainda para a compra de
dosímetros, pequenos medidores colocados sobre a pele do paciente, que
permitem medir as doses de radiação recebidas.
Além da aquisição de todos esses equipamentos importados, o
financiamento possibilitará a ida de físicos, médicos e radioterapeutas brasileiros
para o exterior para visitas científicas e treinamento específico. Ainda pelo projeto,
peritos internacionais virão ao Brasil para atividades especiais dentro das
diferentes áreas do programa.
Difusão – O Inca foi convidado para participar, juntamente com mais cinco países,
de uma de pesquisa coordenada pela própria IAEA. Esse outro projeto avaliará
durante os próximos três anos novas tecnologias passíveis de serem utilizadas
para dosimetria in vivo, ou seja, para a medida da dose de radiação diretamente
no paciente. O estudo, que começa ainda este semestre, representa para o Brasil
a oportunidade de acesso privilegiado às tecnologias ainda não utilizadas em
nosso território. Significa também o reconhecimento internacional do trabalho
realizado pelo Programa de Qualidade em Radioterapia do Inca.
Após a etapa de aprendizagem e conhecimento sobre essas novas
tecnologias, o Inca pretende socializar o conhecimento com os outros centros de
tratamento de câncer espalhados pelo país. “Essa é a nossa função”, afirma a
doutora Anna Maria Campos, coordenadora do Programa de Qualidade em
Radioterapia do INCA. Ela explica que, como o Instituto recebe residentes de
todos os locais do país, é importante que eles tenham a oportunidade de
conhecer, sempre que possível, as novas tecnologias disponíveis em suas áreas
de atuação.
“No INCA, eles aprendem a utilizar as novas ferramentas para
tratamento com radioterapia e levam esse conhecimento para ser multiplicado em
seus estados”, esclarece.
O tratamento - A radioterapia é a área da medicina que utiliza a radiação
ionizante para o tratamento de certos tipos de cânceres e de algumas doenças
benignas. A radiação pode ter a função de matar as células tumorais em um
câncer, desinflamar um tecido em uma doença benigna e impedir o crescimento
anormal de um tecido.
No tratamento, as células doentes são "mortas" com maior rapidez e
eficiência que as células sadias, que acabam um pouco prejudicadas. Assim,
obtêm-se resultados positivos na eliminação total ou parcial dos tumores tratados
com radiação.
A radioterapia pode ser externa, chamada de teleterapia, e interna, a
braquiterapia. Na teleterapia, um feixe de radiação ionizante é apontado para a
região alvo do corpo, penetrando-lhe através da pele. A radioterapia externa,
atualmente, utiliza, além das fontes radioativas de origem nuclear (como a dos
aparelhos de Cobalto-60), aceleradores lineares que produzem diferentes tipos de
feixes (fótons e elétrons) com diferentes energias.
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