SER FARMACÊUTICO HISTÓRIA • Há mais de 2.600 anos os chineses, egípcios, indianos, gregos e escravos • vegetais, sais de chumbos, cobre e ungüentos de banha de leão, hipopótamo, crocodilo e cobra • Hipócrates - sistematizou os grupos de medicamentos e dividiu-os em narcóticos, febrífugos e purgantes. • No século XVI impulso notável, – pesquisa sistemática dos princípios ativos das plantas e dos minerais capazes de curar doenças. – constatada a existência de microorganismos úteis e nocivos. • Indústria farmacêutica NO BRASIL • Thomé de Souza – trouxe o primeiro boticário – Diogo de Castro • Os jesuítas • Séc. XVI: leis determinava que o comércio de drogas e medicamentos era privativo de boticários aprovados pelo físicomor de Coimbra ou seu delegado no Brasil. • Em 1824: iniciou-se o ensino de farmácia • Rio de Janeiro • Salvador • 1839 - Ouro Preto • Primeira escola autônoma de Farmácia BOTICAS 6 Indústria Farmacêutica Análises Clínicas 7 • 11 de novembro de 1960 são criados os CFF e CRFs – Lei n. 3820; Os Conselhos são destinados a zelar pelos princípios da ética e da disciplina da classe dos que exercem qualquer atividade farmacêutica no Brasil. • São atribuições básicas do CFF e CRFs: * Inscrever e habilitar os profissionais farmacêuticos; * Expedir resoluções que se tornarem necessárias para fiel interpretação e execução da lei, definindo ou modificando atribuições e competências dos profissionais farmacêuticos; * Colaborar com autoridades sanitárias para uma melhor qualidade de vida do cidadão; • Organizar o Código de Deontologia Farmacêutica; * Zelar pela saúde pública, promovendo a difusão da assistência farmacêutica no País. SÍMBOLOS • Galeno (Pai da Farmácia) – Combatia as doenças por meio de substâncias ou compostos que se opunham diretamente aos sinais e sintomas das enfermidades. – É precursor da alopatia. Taça e a cobra A taça com a serpente nela enrolada é internacionalmente conhecida como símbolo da profissão farmacêutica. Sua origem remonta a antigüidade, sendo parte das histórias da mitologia grega. Segundo as literaturas antigas o símbolo da Farmácia ilustra o poder (cobra) da cura (taça). A Lenda do Centauro Chiron, o centauro, ao contrário da maioria dos de sua raça, caracterizados pela selvageria e violência, se dedicou aos conhecimentos de cura. Teve como um dos seus discípulos o deus Asclépio (também denominado Esculápio), ao qual ensinou os segredos das ervas medicinais. Asclépio se tornou o deus da saúde e tinha como símbolo um cetro com duas serpentes nele enroladas. Contudo, ele não utilizava seu conhecimento somente para salvar vidas, mas usava seu poder para inclusive ressuscitar pessoas. Descontente com a quebra do ciclo natural da vida, Zeus resolveu intervir. Os deuses entraram então em batalha e Zeus acabou matando Asclépio com um raio. Com a morte de Asclépio, a saúde passou a ser responsabilidade de sua filha Hígia, que se tornou dessa maneira a deusa da saúde. Hígia tinha como símbolo uma taça que com sua promoção foi adicionada por uma serpente nela enrolada. Essa serpente é, obviamente, uma representação do legado de seu pai. Assim o símbolo de Hígia da taça com a serpente se tornou, posteriormente, o símbolo da Farmácia. Cor da Pedra do Anel de Grau O topázio imperial amarelo é uma pedra preciosa que significa sabedoria. Ativa o intelecto, a comunicação, a concentração, a disciplina, a atenção aos detalhes e a harmonia do todo. Juramento • “Prometo que, ao exercer a profissão de Farmacêutico, mostrar-me-ei sempre fiel aos preceitos da honestidade, da caridade e da ciência. • Nunca me servirei da profissão para corromper os costumes ou favorecer o crime. • Se eu cumprir este juramento com fidelidade, gozem, para sempre, a minha vida e a minha arte, de boa reputação entre os homens. • Se dele me afastar ou infringi-lo, suceda-me o Cor da Faixa da Beca A cor amarela simboliza saúde, perseverança, naturalidade, limpeza, juventude e natureza. Estimula equilíbrio e cura. COMEMORAÇÃO • em 20 de janeiro de 1916 foi fundada a associação brasileira de farmacêuticos no Rio de Janeiro. • Dr. Otto Cezar Granado Link globo Padroeira dos Farmacêuticos Santa Gemma Galgani • Beatificada em 1933 e canonizada em 1940 • É padroeira dos farmacêuticos e alquimistas • Sua festa é celebrada no dia 11 de abril Farmacêuticos Famosos Ernest Fourneau moderna quimioterapia Claude Nativelle tratamento de doenças do coração Farmacêuticos Famosos John Styth Pemberton Coca-cola Farmacêuticos Famosos Fritz Hoffmann borracha sintética Célio Silva vacina de DNA contra tuberculose Farmacêuticos Famosos Henri Nestlé farinha láctea Alexander Flemming penicilina Farmacêuticos Famosos Maria da Penha Carlos Drummond de Andrade Perfil do egresso Art. 3º O Curso de Graduação em Farmácia tem como perfil do formando egresso/profissional o Farmacêutico, com formação generalista, humanista, crítica e reflexiva, para atuar em todos os níveis de atenção à saúde, com base no rigor científico e intelectual. Capacitado ao exercício de atividades referentes aos fármacos e aos medicamentos, às análises clínicas e toxicológicas e ao controle, produção e análise de alimentos, pautado em princípios éticos e na compreensão da realidade social, cultural e econômica do seu meio, dirigindo sua atuação para a transformação da realidade em benefício da sociedade. LEI 5991/73 • Lei sanitária com forte pressão de associações de donos de farmácias além da indústria farmacêutica; • Criam-se Posto e dispensários de medicamentos em estabelecimentos hospitalares; • Permitem a venda de anódinos em hotéis e similares; • Drogaria é estabelecimento de venda e varejo de produtos farmacêuticos; • Admitem a abertura por leigos; • A farmácia é caracterizada por comércio Mudanças • • • • • • • A partir da década de 80 Novas diretrizes curriculares Projetos de Lei Reorientação profissional Responsabilidades Ética Mudanças filosóficas Uso Seguro e Racional dos Medicamentos • 2200 aC – Código de Hammurabi da Babilonia – médico que causasse a morte de um paciente perderia as mãos • 460-570 aC – Hipócrates – “Não causem dano” • 1961 – Talidomida – 7.000 brasileiros vítimas • 1962 – Assembléia Mundial de Saúde – estabelece o Sistema Internacional de Monitorização de Reações Adversas a Medicamentos – Brasil - regulamentação em 2001. Lei de Patente 9279/96 Lei de Genéricos 9787/99 28 Lei 9677/98 – falsificação de medicamentos torna-se hediondo. Lei 9782/99 – criação da ANVISA 29 1998 - Obrigatória a presença do farmacêutico nas farmácias e drogarias por 4 horas diárias. 2000 - Obrigatória a presença do farmacêutico nas farmácias e drogarias por 50% do período de funcionamento do estabelecimento. 2002 - Obrigatória a presença do farmacêutico nas farmácias e drogarias por período integral de funcionamento do estabelecimento. 30 Imagem do Farmacêutico: Análises clínicas, alimentos e medicamentos Credibilidade e responsabilidade social Segurança, confiabilidade e ética Conhecimento e informação Com o retorno do farmacêutico – é preciso agregar valores para convencer a todos que ele é necessário. 31 E quem é o paciente: Fragilizado, sensibilizado, inseguro, preocupado. Este paciente deve ser respeitado em seu todo! 32 Problema: AUTOMEDICAÇÃO 33 Fatores relacionados a longevidade: Controle de peso Redução da P.A. Exercícios físicos Parar de fumar Pensar positivo 6-7 anos 5 anos 1-4 anos 10 anos 10 anos 34 Farmácia Estabelecimento de Saúde Farmácia Estabelecimento de Saúde Estabelecimento onde se efetiva a dispensação responsável e a promoção do uso racional de medicamentos, atrelado a prestação de serviços, em diversos níveis, visando promover a qualidade de vida e a proteção, recuperação e promoção da saúde individual e coletiva, onde o farmacêutico atue como responsável pelo processo de utilização dos medicamentos e obtenção de resultados, com maior ênfase no usuário e não no produto Âmbito Profissional Onde podemos atuar: • Drogarias, Farmácia de Manipulação e Farmácia Homeopática • Ervanarias - fitoterápicos • Indústria de medicamentos, Industria de correlatos, Indústria Alimentícia, Indústria Cosmética, Indútrias de produtos químicos em geral • Farmácia Hospitalar, Empresa de produtos hospitalares, Radiofarmácia, Oncologia • Análises Clínicas, Pesquisa e Educação... etc. 39 Papel das Entidades CRF-SP • Autarquia Federal • Atuar em defesa da saúde da população • Fiscalizar o exercício profissional ética • Registrar os farmacêuticos conferir o direito ao exercício da profissão • Garantir o âmbito de atuação profissional Papel das Entidades SINFAR • Sindicato dos Farmacêuticos no Estado de São Paulo • Atuar em defesa das condições de trabalho da classe farmacêutica • Piso salarial • Benefícios • Re-colocação profissional • Processos trabalhistas Papel das Entidades Associações de Farmacêuticos • Atuar em defesa dos interesses e aspirações dos farmacêuticos (associados) • Promover estudos e pesquisas sobre as atividades farmacêuticas • Estimular a integração profissional através de ações culturais e científicas • Atuar em parceria com o CRF-SP, SINFAR e outros Papel das Entidades Vigilância Sanitária • As ações de vigilância sanitária abrangem o conjunto de medidas capazes de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, inclusive o do trabalho, da produção e circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da saúde. O farmacêutico deve ser sete estrelas... 1. Prestador de serviços em equipe de saúde 2. Capaz de tomar decisões 3. Comunicador 4. Líder 5. Gerente 6. Atualizar-se permanentemente 7. Educador Saúde no Brasil e no Mundo • Altos dispêndios com assistência à saúde com tendência de alta • Demandas sociais crescentes em quantidade e qualidade • Crises econômicas mundiais • Complexidade crescente do exercício da medicina • Insuficiência técnica das tecnologias atuais Economia da saúde x Farmacoeconomia Economia da saúde • Macrovisão • Focos - Demanda - Disponibilidade - Distribuição - Produção Farmacoeconomia (Avaliação econômica) • Microvisão • Análise decisória aplicada a seleção de alternativas em saúde Economia da saúde objetivos • Conhecer e aperfeiçoar o fluxo e o volume dos recursos utilizados no segmento saúde, a fim de atender as necessidades populacionais de forma mais racional, eficaz e eficiente. Itens desses objetivos: • Quais são a origem e volume de recursos • Como esses recursos são organizados e mobilizados • Como se distribuem (regiões, áreas, serviços) • Quem se beneficia com os recursos distribuídos • Quem provê os serviços O segmento farmacêutico da economia mundial e brasileira apresenta várias características típicas: • O Brasil produz milhares de especialidades farmacêuticas, mas é pouco importante na produção de princípios ativos, preferindo importá-los. • Poucas dezenas de empresas ao redor do mundo concentram a maior parte do mercado mundial, o que lhes gera muito poder econômico. • Os países desenvolvidos consomem a maior parte dos medicamentos industrializados, o que explica as pesquisas de novos medicamentos visarem atender as necessidades da população. • A produção de medicamentos atende anseios econômicos, pois afinal, são produzidos por empresas privadas cuja existência está em obter lucro. • Existem países, como na Inglaterra, em que o financiamento dos medicamentos é na maioria das vezes feito pelo estado. • O mercado de medicamentos tende a ser inelástico, ou seja, as leis de oferta e procura têm pouco efeito, ao contrário do que acontece com hortaliças e frutas. • O fenômeno das fusões deposita cada vez em menos empresas maiores fatias do mercado mundial de medicamentos. • A globalização econômica facilita o lançamento e comercialização de novos medicamentos em muitos países, o que acelera o ressarcimento dos investimentos realizados em seu desenvolvimento. • Os países desenvolvidos consomem a maior parte dos medicamentos industrializados e são justamente, os que tem a tecnologia mais avançada no setor. • No Brasil o setor de medicamentos gira em torno de US$ 9 Bi, variando ao longo dos últimos anos mais em função da cotação do dólar do que pelo aumento de vendas, tendo inclusive, produzido quantidades menores de unidades de medicamentos. Com relação a esta situação podemos dizer que: • O mercado brasileiro não consome mais medicamentos por falta de capacidade de compra da população. • Apesar da crescente falta de acesso aos medicamentos, o que resulta na queda de consumo, os preços dos medicamentos, via de regra, não ficam mais baratos. • O tamanho do mercado aparenta grandeza, mas assumindo que a maior parte da população não é tratada adequadamente, a quantidade de unidades produzidas poderia até triplicar. • A Política de Medicamentos necessita da produção pelo feita pelo Estado, de medicamentos que considerar básicos como forma de garantir o tratamento medicamentoso pelo menos da rede pública de hospitais. • Apesar do tamanho do faturamento, o país depende muito de importação de medicamentos “Os resultados em saúde nem sempre são proporcionais aos investimentos realizados”. • A frase é verdadeira porque o custo da medicina em etapas mais avançadas cresce mais rápido que os reais avanços médicos. Ano após ano são consumidos maiores verbas em saúde ao redor do mundo. Assim podemos concluir: • A população está aumentando e portanto são mais pessoas a serem tratadas. • A idade média da população, assim como a expectativa de vida ao nascer, de modo geral está subindo e isto implica em mais eventos de perda da saúde a se tratar. • Novas abordagens das doenças são desenvolvidas, em geral usando mais recursos e tecnologia, e isto também eleva o custo final da terapia. • Novas doenças e ressurgimento de outras resultam em mais tratamentos a serem realizados. • Países gastam parcela expressiva de sua riqueza em saúde, porém existem grandes variações mesmo quando analisados nações com grau de desenvolvimento em saúde bom e semelhante. Isto explica que: • Alguns países têm a medicina socializada, o que tende a controlar os preços. • Onde existe esforço na real avaliação de novas drogas os preços dos medicamentos sobem menos. • Populações têm perfis diferentes e, portanto, necessidades em saúde diferentes que exigem tratamentos diferentes a custos também diferentes. • Populações mais idosas consomem mais dinheiro em saúde devido a grande incidência de doenças crônicodegenerativas. A promoção e comercialização de medicamentos são fortemente influenciadas por sua condição de “bem credencial”. Isto quer dizer que: • A escolha do medicamento, na maioria dos casos, necessita de profissional capaz de julgar sua necessidade, e não pelo personagem que vai consumi-lo. O perfil de consumo de medicamentos é intimamente ligado aos perfis demográfico, epidemiológico e econômico da população. Considerando as condições brasileiras nestes quesitos, assinale a alternativa não condizente com as expectativas. • A demanda de medicamentos para doenças crônicas deve aumentar nos próximos anos. • A necessidade de vacinas infantis deve diminuir gradualmente ao longo das próximas décadas. • Larga parcela da população continuará sem acesso à medicamentos por absoluta falta de capacidade de compra. • Medicamentos obtidos através de novas tecnologias continuarão a ser lançados pelos grandes laboratórios, mas seus preços devem ser caros para a maioria da população. RACIONALIZAÇÃO X LIBERALIZAÇÃO RACIONAR DESPESAS: VANTAGENS: • Elasticidade orçamentária • possibilidade de investimento em outras prioridades • Lucros DESVANTAGENS: • Dificuldades operacionais • Riscos à ética • Prejuízo da imagem • “tiro pela culatra” LIBERAR ESCOLHAS, INDEPENDENTE DO CUSTO VANTAGENS • Melhores resultados • Menores riscos DESVANTAGENS: • Esgotamento de recursos • Tratamentos incompletos • Pacientes marginais Conseqüências de escolhas erradas: – Tratamentos inadequados ou inacabados – Esgotamento precoce dos recursos financeiros e materiais – Prejuízo de todo o trabalho já consumido no primeiro atendimento – Manutenção ou agravamento da morbidade – Novas consultas e eventuais internações hospitalares – Maiores custos de tratamento – Perda com dias de trabalho e qualidade de vida O papel da economia na saúde: Medicamentos: • Importância técnica • Importância econômica - 8 – 30% do orçamento • Maiores possibilidades de exercer opções • Altos índices de uso irracional FARMACOECONOMIA Campo de estudo que avalia o comportamento de indivíduos, empresas e mercados com relação ao uso de produtos, serviços e programas farmacêuticos, e que frequentemente enfoca os custos e conseqüências desta utilização. (International Society for Pharmacoeconomics and Outcomes Research, 1998). CUSTOS DA ECONOMIA: • Quantificação monetária de todos os recursos consumidos durante o curso da doença Custos diretos • Medicamentos, materiais • Salários e honorários • Exames • Diárias de internação Custos indiretos • Perda de ganhos motivada pelos eventos relacionados à patologia e/ou seu tratamento Conseqüências dos custos: • Resultados QUANTIFICADOS das opções de conduta escolhidas • Número de curas • Anos de vida ganhos • Melhorias em parâmetros clínicos, resultados de exames, etc. • Qualidade de vida Métodos de aplicação de Farmacoeconomia: 1. Análises de custo/beneficio: – Comparação entre resultados financeiros proporcionados por cada alternativa de ação. – Despesas com saúde = investimentos com rentabilidade financeira • Viável na existência de opções ÉTICAS de conduta • Exemplo: Uma empresa com 1.000 funcionários é convidada a fazer uma ampla campanha de vacinação contra gripe. O custo de cada vacina é de R$ 10,00, com cobertura de 1 ano e eficácia de 50%. Os diretores devem concordar com a campanha? Dados: • • • • Faltas ao trabalho por gripe : 1 dia / homem / ano, em média custo diário de R$ 30,00 / trabalhador dispêndio anual: R$ 30.000,00 • Eficácia da vacinação 50% na prevenção da gripe • Redução do absenteísmo para 0,5 dia / homem / ano • Novo dispêndio anual com dias parados: R$15.000,00 • Custo da vacinação: R$ 10.000,00 • Custo total: R$ 25.000,00 • Custo da opção “não vacinar” R$ 30.000 • Custo da opção “vacinar” R$ 25.000 • Razão custo/benefício R$ 5.000 2. Análise de minimização de custos • Definição: comparação de custos entre alternativas com perfis equiparáveis de efetividade (real ou presumida) • Requer compreensão de custos de tratamento • Não considera opções clínicas e preferências individuais. Exemplo: tratamento da UTI com duas quinolonas • Qui/A – caixa com 16 comprimidos = R$ 16,00 - R$ 1,00 • Qui/B – caixa com 30 comprimidos = R$ 34,50 - R$ 1,15 Se eu usar: • Qui/A – DDU (posologia) de 3 cpr/dia x R$ 1,00 = R$ 3,00 / dia • Qui/B – DDU (posologia) de 2 cpr/dia x R$ 1,15 = R$ 2,30 / dia Eficácia • Qui/A – Tempo até a cura 7 dias x R$ 3,00 = R$ 21,00 • Qui/B – Tempo até cura 10 dias x R$ 2,30 = R$ 23,00 • Para 1 indivíduo a diferença = R$ 2,00 • Para 100.000 indivíduos = R$ 200.000,00 3. Análises de Custo/Efetividade: • É a avaliação comparativa entre os custos de tratamento e os resultados clínicos, humanísticos e quantitativos das conseqüências de utilização de diferentes opções de tratamento. • Despesas com saúde “Investimento” em resultados Exemplo: para a terapêutica vitalícia da hipertensão arterial, há dois medicamentos HAS/X e HAS/Y, com os seguintes custos diários de tratamento: HAS/X: R$ 1.50 / dia HAS/Y: R$ 1.85 / dia A qual deve ser dada a preferência de prescrição? Comparação entre dois antihipertensivos, HAS/X e HAS/Y • HAS/X: R$ 1.50 / dia • Efetividade: redução de 10 mmHg • HAS/Y: R$ 1.85 / dia • Efetividade: redução de 20 mmHg Para um paciente que precisa de uma redução de 20 mmHg • HAS/X : R$ 3,00 / dia • efetividade: redução da HAS ao normal + sobrevida de 5 anos • HAS/Y : R$ 1.85 / dia • efetividade: redução da HAS ao normal + sobrevida de 4 anos • HAS/X : R$ 3,00 / dia custo após 5 anos = R$ 5.475,00 • HAS/Y : R$ 1.85 / dia custo após 4 anos = R$ 2.701,00 CONCLUSÃO • Para o ganho de 1 ano de vida adicional, a droga HAS/X exige um dispêndio adicional de R$ 2.774,00. 4. Análises de custo-utilidade • Utilidade percepção individual e subjetiva que um indivíduo faz de sua qualidade de vida • Transformação de noções subjetivas em valores quantitativos índice QOL (Quality of Life) • Qualidade de vida associada à saúde • Avaliação comparativa entre custos de tratamento e anos de vida ajustados pela qualidade (AVAQ, QUALY) • Exemplo: • No câncer de cólon, uma nova droga obteve uma sobrevida de 2,4 anos, em média, a um custo de US$ 17.500. Os pacientes, no entanto, se queixam de náusea, vômitos, alopecia, astenia e outras reações colaterais graves. Sugerese o uso de uma droga anti-emética em complementação a terapia, mas o custo se eleva em mais US$ 2.500. Há dúvidas quanto ao benefício obtido em função do custo. • Comparação entre o uso ou não de tratamento adjuvante à quimioterapia no tratamento de câncer de cólon • grupo A: com quimioterapia • grupo B: com quimioterapia e anti-emético • • • • • - grupo A : com quimioterapia anos de vida ganhos = 2,4 índice QOL = 0,3 AVAQ = 0,72 - grupo B : com quimioterapia e antiemético • anos de vida ganhos = 2,4 • índice QOL = 0,8 • AVAQ = 1,92 • grupo A : com quimioterapia: • AVAQ = 0,72 • custo = US$ 17.500 US$ 30.100 / AVAQ =0,72x17.500 + 17.500 • grupo B : com quimioterapia e antiemético: • AVAQ = 1,92 • custo = US$ 20.000 US$ 58.400 / AVAQ =1,92 x 20.000 + 20.000 Quadro de possibilidades: • Pneumonias por Bacterium sp são tratadas atualmente com “Velhociclina”, com um preço de R$15 por ampola. • É apresentado o novo antibiótico “Novociclina” , sugerido para a mesma indicação da “Velhociclina”. • O propagandista alega que “Velhociclina” é hepatotóxica, enquanto “Novociclina” além de muito mais eficaz, não gera reações adversas. • O preço de uma ampola de “Novociclina” é R$ 50. Fase 1 – pesquisa “Velhociclina” • eficaz em 80% dos casos • gera hepatotoxicidade em 5% dos pacientes tratados, com um custo adicional de diagnóstico e tratamento de R$ 2.750 por ocorrência • custo total para 10 dias de tratamento (medicamento, materiais, horas de trabalho e outros): R$ 200,00. “Novociclina” • eficaz em 95% dos casos • desprovida de reações adversas • custo total para 10 dias de tratamento (medicamento, materiais, horas de trabalho e outros): R$ 600,00. “Superciclina” • • • • eficaz em 99,9% dos casos desprovida de reações adversas custo total de tratamento: R$ 2.500 falha com óbito: 0,1% dos casos, com um custo adicional de R$ 500,00. Fase 2 - Árvores de decisão 95% cura R$600,00 Novociclina Falha superciclina cura R$3.100,00 99,99% Óbito R$3.600,00 0,1% “Velhociclina” Sem hepatotoxicidade 95% - R$ 200,00 Cura 80% Com hepatotoxicidade 5% - R$ 2.950,00 Falha 20% usar superciclina Sem hepatotoxicidade cura 99,9% - R$ 2.700,00 óbito 0,1% - R$ 3.200,00 Com hepatotoxicidade cura 99,9% - R$ 5.450,00 óbito 0,1% - R$ 5.950,00 Fase 3 Relações entre probabilidades e custos “Velhociclina” 0,80 x 0,95 x $ 200 = $ 152,00 0,80 x 0,05 x $ 2.950 = $ 118,00 0,20 x 0,95 x 0,999 x $ 2.700 = $ 512,49 0,20 x 0,95 x 0,01 x $ 3.200 = $ 0,61 0,20 x 0,05 x 0,999 x $ 5.450 = $ 54,45 0,20 x 0,05 x 0,001 x $ 5.950 = $ 0,06 Total: $ 837,61 “Novociclina” (95%) 0,95 x $ 600 = $ 570,00 0,05 x 0,999 x $ 3.100 = $ 154,85 0,05 x 0,001 x $ 3.600 = $ 0,18 Total: $ 725,03 Conclusões: Preço não é o mesmo que custo; Probabilidades afetam resultados; Nem tudo o que é mais barato, tem necessariamente o menor custo; Nem tudo o que é mais caro, é necessariamente a melhor opção; Farmacoeconomia não é determinante. Farmacoeconomia não é: Estudo de utilização de medicamentos Ferramenta de gerenciamento de estoques Ferramenta de incremento de lucro às custas da saúde Exclusivamente uma ferramenta de marketing Viável apenas em situações de igual efetividade Farmacoeconomia é: Ferramenta de apoio à decisão em saúde, que busca um balanço ético e justo entre custos e conseqüências. É o menor custo com a melhor qualidade. Farmacoeconomia Certificações: • ISO 9000 qualidade do serviço prestado, sem erros, sem falhas • ISO 14.000 efeito que a empresa tem sobre o meio ambiente