Dinâmica interna da Terra

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Dinâmica interna da Terra
Porque razão existem fósseis do mesmo tipo e com a mesma idade em
locais tão distantes geograficamente?
Glossopteris
Mesosaurus
Cynognathus
Lystrosaurus
Figura 1. Distribuição geográfica de fósseis de Mesosaurus, Lystrosaurus, Cynognathus e Glossopteris com a
mesma idade, dentro de cada um dos grupos.
Que hipóteses te sugerem as figura 2 e 3?
Hipótese 2. Há muitos anos atrás
existiram pontes continentais que, ao
ligarem alguns continentes, permitiram
a passagem de animais e plantas de uns
locais para outros.
Figura 2. Possível configuração dos continentes há
cerca de 200 M.a.
Hipótese 1. Há muitos anos atrás
todos
os
continentes
estiveram
unidos
formando
um
único
supercontinente – Pangea – o que
permitiu a existência dos mesmos
fósseis em locais hoje distantes.
Figura 3. Possível configuração dos continentes há
cerca de 200 M.a.
Também há cerca de um século atrás dois cientistas, Wegener e Suess, propuseram
hipóteses semelhantes actualmente conhecidas por:
TEORIA DA DERIVA DOS CONTINENTES
(proposta por Wegener em 1912)
Figura 4. Mapa ilustrativo da Teoria da
Deriva dos Continentes.
Figura 6. Mapa do mundo actual.
Figura 5. Mapa ilustrativo da Teoria das
Pontes Continentais.
TEORIA DAS PONTES CONTINENTAIS
(proposta por Suess em 1904)
Com base nestes novos dados discute as duas hipóteses formuladas?
Figura 8. Ajuste dos continentes actuais com base na
presença de áreas ocupadas por glaciares.
Figura 9. Esquema ilustrativo
dos tipos de rochas existentes
na América do Sul e em África.
Os contornos dos continentes ajustam-se como peças de um puzzle,
sobretudo quando se analisam as linhas de costa ao longo do Oceano
Atlântico – Argumentos morfológicos.
Nas regiões costeiras de continentes geograficamente separados existem
rochas iguais e com a mesma idade – Argumentos geológicos.
Existência de vestígios de glaciares (frequentes em regiões de climas frios)
em regiões com climas onde não é usual a sua existência – Argumentos
paleoclimáticos.
Presença do mesmo tipo de fósseis em continentes actualmente muito
afastados – Argumentos paleontológicos.
ARGUMENTOS A FAVOR DA TEORIA DA DERIVA DOS CONTINENTES.
No início do século XX, todas as explicações e teorias
encontradas pelos cientistas para compreender os
fenómenos geológicos eram feitas sem ter em conta a
movimentação dos continentes…
Wegener, em 1915, cinco anos após ter formulado a sua
teoria da Deriva dos Continentes apresentou-a à
comunidade científica, através do seu livro “Origem dos
Continentes e dos Oceanos”. Com a sua teoria este cientista,
meteorologista de profissão, invadiu vários campos
científicos (citado por Hellman, 1998).
Figura 10. Alfred Wegener.
Em 1928, Chamberlin (citado em Hellman, 1998), um geólogo americano, fez o
seguinte comentário: “Se acreditarmos na hipótese de Wegener teríamos que
esquecer tudo o que foi aprendido nos últimos 70 anos e recomeçar tudo de novo.”
Retirado de Paixão et al (2001)
Qual terá sido a reacção da comunidade científica para com Wegener
e a sua teoria?
Apesar dos argumentos de Wegener parecerem válidos, a sua hipótese da Deriva dos
Continentes não foi bem aceite pela comunidade científica da época pois, entre outras
razões, Wegener não conseguiu responder de uma forma satisfatória à questão
levantada pelos críticos: qual o mecanismo capaz de gerar força suficiente para
deslocar as gigantescas massas continentais milhares de quilómetros?
Em 1939, nove anos após a morte de Wegener, teve início a 2.ª Guerra Mundial. (…)
Nessa altura houve uma forte necessidade de desenvolver técnicas de defesa e ataque
militares. Consequentemente, verificou-se um grande investimento financeiro no
desenvolvimento de instrumentos tecnológicos já inventados, (…) com o intuito de
tornar alguns países mais poderosos que outros e melhor preparados para a guerra.
Apesar disso, este desenvolvimento tecnológico permitiu que, após o final da guerra,
os cientistas da época investigassem os fundos oceânicos, até então quase
desconhecidos.
Adaptado de Paixão et al (2001)
Em que medida a 2.ª Guerra Mundial influenciou o conhecimento
científico?
Já desde os finais do século XIX que se
suspeitava da existência de uma crista no
fundo do oceano Atlântico (...) No entanto,
só no final dos anos 50 se percebeu que esta
crista era de origem vulcânica e que tinha,
no seu centro, um vale profundo (rifte), do
qual saia um calor intenso, desconhecido
até então. Com a continuação das
investigações ao nível do rifte, os cientistas
começaram a suspeitar que este calor tinha
origem no manto e que, além disso,
existiam cristas em todos os oceanos.
Verificou-se ainda que na crosta oceânica
não existiam rochas com idade superior a
200 milhões de anos (Press & Siever, 1998).
Retirado de Paixão et al (2001)
Figura 10. Idade da crista médio-oceânica
Atlântica.
Por que razão a crosta oceânica não tem mais de 200 milhões de anos?
Como se dá o alargamento dos fundos oceânicos? Que mecanismo permite
esse movimento?
Figura 12. Esquema ilustrativo do mecanismo que permite o alastramento do
fundo dos oceanos.
O mecanismo denomina-se de CORRENTE DE CONVECÇÃO.
Estas novas descobertas, aliadas à hipótese da Deriva dos Continentes, contribuíram
para o aparecimento, no final dos anos 60, de uma teoria mais esclarecedora para a
explicação do movimento dos continentes: a TECTÓNICA DE PLACAS. Por esta
altura, tornou-se claro que o próprio nome atribuído por Wegener à sua teoria (Deriva
dos Continentes) não estava correcto, já que não eram os continentes que deslizavam
por si só, mas sim devido à sua inclusão em placas litosféricas ou tectónicas.
Actualmente sabe-se que a litosfera está dividida em doze placas principais e que
estas têm a possibilidade de movimento devido à astenosfera que tem as
características de um sólido parcialmente fluído (Uyeda, 1978).
Adaptado de Paixão et al (2001)
Figura 13. Principais placas tectónicas.
Com base na figura e nos conhecimentos que já possuis, que previsões
farias acerca da transformação do mapa actual?
Figura 14. Mapa que evidência a existência das placas litosféricas e os seus movimentos.
LIMITES ENTRE PLACAS TECTÓNICAS
1. Limite Divergente
Ocorre o afastamento entre placas.
Ao afastarem-se as placas criam um
espaço entre elas que é preenchido por
magma
proveniente
do
interior
da
Terra. À superfície o magma arrefece
formando nova litosfera.
Limite
divergente
Ocorre actividade vulcânica e sísmica.
Figura 15. Afastamento das placas litosféricas.
Exemplo: Cristas médio-oceânicas.
2. Limite Convergente
Ocorre o choque entre placas.
Ao chocarem, uma das placas pode
mergulhar sobre a outra acabando por
ser destruída nas zonas de subducção.
Ocorre actividade vulcânica e sísmica.
Podem-se formar ilhas vulcânicas ou
cadeias montanhosas.
Exemplo:
Himalaias.
Ilhas
Japonesas,
Andes,
Limite
convergente
Figura 16. Choque das placas litosféricas.
3. Limite Conservativo
Limite
conservativo
Uma
placa
tectónica
desliza,
horizontalmente, em relação à outra.
Não há formação nem destruição de
litosfera.
Ocorre actividade sísmica.
Exemplo: Falha de Santo André.
Figura 17. Deslizamento de uma placa em relação
à outra.
Fim.
Figura 11. Estrutura da parte mais externa da Terra.
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