O papel dos serviços de saúde na gestão do risco pandémico

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O papel dos serviços de
saúde na gestão do risco
pandémico
Lúcio Meneses de Almeida
Centro Regional de Saúde Pública do Centro
Grupo de Acompanhamento da Infecção pelo Vírus A/H5N1
[email protected]
Gripe
Doença respiratória aguda, causada pelo
vírus influenza

Surtos anuais de intensidade e gravidade variáveis

Morbilidade significativa na população geral
(absentismo escolar e laboral)

Mortalidade nos grupos de risco (complicações pulmonares)
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Gripe – vias de transmissão

Transmissão directa (pessoa-a-pessoa)

Inalação de gotículas infecciosas

Transmissão indirecta
Autoinoculação

(tosse, espirros…)
Department of Health and Human Services. Centres for Disease Control and Prevention. Influenza (flu): fact sheet. September, 28, 2005
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Gripe sazonal no hemisfério Norte

Ocorre todos os anos (Novembro-Março)

Afecta 100 milhões de pessoas

1/10 adultos

1/3 crianças

10 000 – 20 000 mortes nos EUA

1 700 mortes em Portugal
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Pandemias de gripe

Epidemias globais

Afectam 25-30% da população mundial
Periodicidade 10-50 anos

(3-4 por século)

Pneumónica (1918-19)

500 milhões de doentes
20 milhões de mortos

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Pandemias – cronologia
ANO
SUBTIPO
GRAVIDADE
1889-90
H2N8
Pandemia grave
1900-03
H3N8
Epidemia moderada ?
1918-19
H1N1
Pandemia grave
1933-35
H1N1
Epidemia moderada
1946-47
H1N1
Epidemia moderada
1957-58
H2N2
Pandemia grave
1968-69
H3N2
Pandemia moderada
1977-78
H1N1
Pandemia suave
Segundo Dolin R. Influenza. In: Fauci AS et al. (editors). Harrison’s principles of internal medicine, 14 th edition. New York: McGraw Hill, 1998
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Gripe sazonal versus gripe pandémica
Gripe sazonal



Ocorre todos os anos
Provocada por vírus A e B
Afecta entre 5-10% da população
Gripe pandémica



Ocorre 3 a 4 vezes por século
Provocada por vírus completamente novos (vírus A)
Afecta mais de 25% da população
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DOENÇA HUMANA PELO VÍRUS H5N1
SITUAÇÃO ACTUAL
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Infecção humana pelo vírus H5N1:
situação presente (Fevereiro de 2006)

Quase totalidade dos casos associados a
exposição a aves domésticas infectadas

Ausência de casos humanos relacionados com aves selvagens

Não há evidência de transmissão inter-humana
sustentada

Baixo potencial de transmissão aves-homem

Cerca de 200 casos desde 1997

Elevada virulência
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Infecção humana pelo vírus H5N1 e
potencial pandémico

Toda a população mundial é susceptível
(vírus completamente novo)

Já passaram mais de 35 anos após a última
pandemia

Disseminação global da infecção animal

Maior probabilidade de exposição a animais infectados

Cada novo caso de infecção humana aumenta a probabilidade
de adaptação do vírus à espécie humana
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FASES PANDÉMICAS
Plano pandémico da OMS

Cabe a cada País a gestão do risco
pandémico

Avaliação do risco
Elaboração e revisão do plano pandémico


A declaração e actualização das fases
pandémicas é da responsabilidade do
Director-Geral da OMS
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Fases pandémicas (2005)
Fase 1
Ausência de casos de infecção pelo vírus animal em
humanos; risco de infecção em humanos baixo
Fase 2
Ausência de casos de infecção pelo vírus animal em
humanos; risco de infecção em humanos substancial
Fase 3
Casos de infecção pela estirpe animal em humanos mas
ausência de transmissão interpessoal ou transmissão
limitada a contactos próximos
Fase 4
Pequenos clusters independentes e com limitada
capacidade de transmissão interpessoal (altamente
localizada)
Período interpandémico
Período de alerta
pandémico
Período pandémico
Fase 5
Clusters de maiores dimensões com capacidade de
transmissão interpessoal limitada mas potencial
pandémico substancial
Fase 6
Transmissão (aumentada e sustentada) na população em
geral
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Fase 3:
estratégia de intervenção
Reduzir as oportunidades de infecção
humana/exposição a aves infectadas
 Prevenção nos grupos de risco (trabalhadores de aviários,
criadores domésticos de aves, etc.)
 Informação aos viajantes para zonas com surtos
animais declarados
 Controlo dos surtos animais
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GESTÃO DO RISCO
PANDÉMICO
Gestão do risco

Fase 3: abordagem de casos/doentes

Cenário “sanitário”

Fase 6: planeamento de recursos

Cenário comunitário
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Gestão do risco
Comunicação do risco como instrumento
de gestão do risco em todas as fases da
pandemia (fases 3 a 6)
 Informação aos profissionais de saúde
 Informação ao público em geral
 Informação a grupos específicos (sectorial)
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Porquê comunicar o risco ?
Fase 3: “pandemia de pânico”

Segurança alimentar

Fase 6: pandemia declarada
Disrupção social
Rotura dos serviços de saúde
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FASE 6:
PLANEAMENTO DE RECURSOS
Gestão do risco: fase 6
 Planeamento


de recursos
Aumento da procura
Diminuição da oferta

Avaliação integrada do risco por
unidade de saúde

Planos de contingência
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Fase 6: cenário nacional
(Taxa de ataque 25%)
Total
Proporção de
casos
Máximo
semanal
Casos
2 589 029
-
413 149
Consultas
1 374 777
53%
219 383
Hospitalizações
33 261
1,3%
5 308
Óbitos
7 975
0,3%
1 273
Adaptado de Nunes B, Falcão I, Marinho-Falcão, J. Gripe: cenários preliminares para uma eventual pandemia. Lisboa: Instituto Nacional da Saúde Dr. Ricardo Jorge, Junho de 2005
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Fase 6: cenário regional
(Taxa de ataque 25%)
População
residente
Casos
Aveiro
713 575
178 394
94 884
2 207
513
Castelo Branco
208 063
52 016
27 495
764
205
Coimbra
441 204
110 301
58 389
1 504
376
Guarda
179 961
44 990
23 815
655
176
Leiria
459 426
114 857
60 965
1 500
365
Viseu
394 925
98 731
52 486
1 314
331
2 397 154
599 289
318 034
7 944
1 966
TOTAL REGIÃO
Consultas Hospitalizações Óbitos
Fonte: Nunes B, Falcão I, Marinho-Falcão, J. Gripe: cenários preliminares para uma eventual pandemia..Lisboa: Instituto Nacional da Saúde Dr. Ricardo Jorge, Junho de 2005
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Fase 6: planeamento de recursos
(gripe pandémica versus gripe sazonal)
 Número
de doentes: 2 - 7 x superior
 Número
de consultas: 10 – 13 x
superior
 Número
de óbitos: 4 – 6 x superior
Fonte: Nunes B, Falcão I, Marinho-Falcão, J. Gripe: cenários preliminares para uma eventual pandemia..Lisboa: Instituto Nacional da Saúde Dr. Ricardo Jorge, Junho de 2005
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“Todos sabem que os efeitos de uma epidemia
serão tanto menores quanto maior for a
preparação das respostas. (…) É a primeira
vez que se antecipa um fenómeno desta escala.
Sabe-se que a próxima pandemia de gripe
tanto pode surgir dentro de seis meses como
em seis anos. Se assim é, há que continuar em
alerta, dando condições às sentinelas, mas
sem alarme. Alerta sem alarme. Atentos.
Informados. Confiantes.”
Dr. Francisco George
Director-Geral da Saúde
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