Curso de Especialização em Gestão Ambiental Módulo: Fundamentos de Ecologia Prof. Servio Tulio Cassini Dep. Engenharia Ambiental CT-UFES [email protected] Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Tópicos • Conceitos Basicos – Ecossistemas, cadeias alimentares e energia • Ecologia de ambientes: água e solo • Sustentabilidade • Ciclo do Carbono • Ciclo do Nitrogênio • Ciclos do Fósforo e Enxofre • Avaliação Universidade Federal do Esp Santo - UFES ECOLOGIA • OYKOS = CASA • LOGOS = ESTUDO • ESTUDO DO AMBIENTE COMO UM TODO ( FISICO, QUIMICO E BIOLÓGICO) E SUAS INTERAÇÕES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecologia: O estudo das inter-relações entre os organismos e seus ambientes. Energia Luminosa Energia Química Água Energia Rochas Itemperismo Minerais Nutrientes Matéria Organica “Resíduos” Biomassa Meio Abiótico Seres vivos Populações Comunidades Biocenoses Habitat Nicho Universidade Federal do Esp Santo - UFES ECOSSISTEMA • Unidade de Estudo Ecológico • INTERAÇÃO de aspectos fisico, químico e biológico de uma área; • EXTENSÃO: variável • Por exemplo: um aquário, uma ilha, uma floresta, ou seja, depende da amplitude de suas análises. Universidade Federal do Esp Santo - UFES ECOSSISTEMA • Exemplo: Ecossistema Costeiro: • A Região Costeira, pode ser considerada como um grande ecossistema, bem como suas subdivisões: estuários, ilhas, manguezais, restingas, dunas, praias, falésias, costões rochosos e recifes de corais Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecologia – Conceitos básicos • • • • • • Ecossistema Habitat e Nicho Biomassa, Energia, Poluição Bioacumulação Bioatenuação Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecologia: O estudo das inter-relações entre os organismos e seus ambientes. Energia Luminosa Energia Química Energia Água Rochas Biomassa Itemperismo Minerais Meio Abiótico Seres vivos Populações Comunidades Nutrientes Biocenoses Matéria Organica Habitat “Resíduos” Nicho Universidade Federal do Esp Santo - UFES Características de um Ecossistema. Unidade básica do estudo da Ecologia •Dimensões variadas •ambientes aquáticos e terrestres •Interação: (Seres Vivos * Meio Abiótico) + Energia •Biodiversidade e Biocenoses •Produção Primária e cadeias tróficas •Estabilidade e Sustentabilidade •Homeostase e auto-regulação (Reciclagem e Reuso) Universidade Federal do Esp Santo - UFES Características de um Ecossistema (Resumo): 1. Energia 2. Biomassa (biocenoses) – espécies – biodiversidade comunidades - populações 3. Cadeia Alimentar – Bioconcentraçao 4. Poluição: qualquer fator ou combinação físico químico e biológico que rompe o equilibrio do ecossistema ou parte dele. (“Efeito Dose” --> humano) 5. Bioatenuaçao ou Biorremediaçao Universidade Federal do Esp Santo - UFES Energia: definições básicas • Energia: É a capacidade de realizar trabalho. Esta capacidade pode-se manifestar sob várias formas: radiação eletromagnética, energia potencial ou incorporada, energia cinética, energia química (dos alimentos) e calor. • 1ª Lei da Termodinâmica: (Conservação da energia) A energia pode ser transformada de um tipo em outro, mas não pode ser criada nem destruída. Exemplos destas transformações: luz em calor, energia potencial em cinética. • 2ª Lei da Termodinâmica: (Lei da Entropia) Nenhum processo que implique numa transformação energética ocorrerá espontaneamente, a menos que haja uma degradação de energia de uma forma concentrada numa forma mais dispersa (ou desorganizada). Assim sendo, nenhuma transformação de energia é 100% eficiente. A entropia é uma medida de energia não disponível, que resulta das transformações energéticas. Sua variação é sempre positiva em qualquer transformação Universidade Federal do Esp Santo - UFES Energia nos organismos vivos • Os organismos vivos possuem uma característica termodinâmica essencial: eles conseguem criar e manter um alto grau de ordem interna, ou uma condição de baixa entropia, que é obtido através de processos biológicos contínuos e eficientes de dissipação Universidade Federal do Esp Santo - UFES energética. O ambiente energético da biosfera • A luz solar que atinge o topo da biosfera iluminada terrestre chega a uma taxa constante, a chamada constante solar (1.94 cal/cm2.min). Um máximo de 67% da constante solar (~ 1.34 cal/cm².min) pode atingir a superfície terrestre. • A radiação solar sofre consideráveis modificações qualitativas e quantitativas ao atravessar a atmosfera terrestre. Tais modificações são influenciadas por vários fatores dentre eles a topografia, a latitude, o clima bem como composição gasosa da atmosfera. A água e o gás carbônico absorvem ativamente a radiação na faixa do infra-vermelho. Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecossistema: histórico Charles Elton (década de 1920): “as relações de alimentação ligam os organismos numa entidade funcional única, a comunidade biológica.” A. G. Tansley (década de 1930): “visualizou as partes físicas e biológicas da natureza juntas, unificadas pela dependência dos animais e das plantas da sua vizinhança física e da sua contribuição à manutenção do mundo físico. A isto denominou de ecossistema. Raymond Lindeman (1942): definiu níveis tróficos e visualizou uma pirâmide de energia. Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecossistema: definições Eugene P. Odum (1953): retratou os ecossistemas como diagramas de fluxo de energia. Hoje em dia, uma definição de ecossistema muito usada em Ecologia seria a seguinte: qualquer unidade que inclua a totalidade dos organismos (comunidades) de uma área determinada, que atuam em reciprocidade com o meio físico de modo que uma corrente de energia conduza a uma estrutura trófica, a uma diversidade biótica e a ciclos biogeoquímicos (Odum, 1977). Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecossistema: aspectos estruturais • • • • • • • • • • substâncias inorgânicas (particuladas, dissolvidas) substâncias orgânicas (particuladas e dissolvidas) clima substrato físico (sólido, líquido e gasoso) componentes bióticos produtores consumidores predadores desintegradores regeneradores Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecossistema: aspectos funcionais • • • • • • fluxo de energia cadeias de alimentos diversidade (tempo e espaço) ciclos de nutrientes sucessão e evolução controle (cibernética) Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecologia trófica • O estudo das interações tróficas é essencial para o entendimento do que se passa dentro de um ecossistema. Este tipo de estudo demonstra de modo inequívoco o grau de inter-relações existente entre os organismos e aponta os principais elementos na manutenção da estrutura do ecossistema. • Uma das formas mais tradicionais de se estudar a ecologia trófica está na identificação das rotas alimentares dentro dos ecossistemas. • a) cadeias alimentares; • b) teias tróficas; • c) pirâmides energéticas e • d) matrizes tróficas. Universidade Federal do Esp Santo - UFES O ECOSSISTEMA DE MANGUEZAL • Diferença entre Manguezal e Mangue • O termo manguezal é utilizado para descrever uma variedade de comunidades costeiras tropicais dominadas por espécies vegetais, arbóreas ou arbustivas que conseguem crescer em solos com alto teor de sal. • O termo "mangue" origina-se do vocábulo Malaio, "manggimanggi" e do inglês mangrove, servindo para descrever as espécies vegetais que vivem no manguezal. • Universidade Federal do Esp Santo - UFES Importância dos Manguezais • equilíbrio ecológico, sendo um berçário favorável para o desenvolvimento de muitas espécies de animais e plantas. É muito valioso o estudo do manguezal, principalmente para a preservação deste meio.. • Produtos vegetais, piscicultura, carcinocolheita, • Turismo Como se pode notar o manguezal tem muito a oferecer porém, o seu potencial deve ser utilizado de maneira racional, de forma sustentada, atendendo às suas necessidades de recomposição como período de desovas (defeso), perfloração das espécies vegetais, entre outras... Universidade Federal do Esp Santo - UFES Spartina brasiliensis (gramínea) 2- Usnea barbata (barba-de-velho) 3- líquen incrustante 4- Rhizophora mangle (mangue-vervelho ou bravo) 5- Avicenia schaueriana (mangue-seriba ou seriúba) 6- Laguncularia racemosa (mangue-branco) 7- Hibiscus tiliaceus (hibisco ou algodãonzinho-da-praia) 8- Acrosticum aureum (samambaia do mangue) 9- Ardea cocoi (garça-cinzenta) 10- Ardea alba (garça-branca-grande)11- Eudocimus ruber (guará) 12- Aramides mangle (saracura-do-mangue) 13- Cardisoma guanhumi (guaiamu) 14- Ucides cordatus (caranguejo-uçá) 15- Goniopsis cruentata (maria-mulata ou aratu) 16- Callinectes sp. (siri-azul) 17- Uca uruguayensis (chama-maré) 18- ninho de termita (cupinzeiro) 19- Crassostrea rhizophora (ostra-do-mangue) Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES As variadas dimensões de (os) Ecossistemas Universidade Federal do Esp Santo - UFES Conceito de Ecossistema. Unidade básica do estudo da Ecologia Dimensões variadas ambientes aquáticos e terrestres Interação: (Seres Vivos * Meio Abiótico) + Energia Biodiversidade e Biocenoses Produção Primária e cadeias tróficas Estabilidade e Sustentabilidade Homeostase e auto-regulação Universidade Federal do Esp Santo - UFES Componentes de um Ecossistema (Resumo): 1. Energia – 2. Biomassa (biocenoses) – Produtores – Consumidores espécies – biodiversidade comunidades – populações - 3. Meio Ambiente • Interações (Cadeia alimentar) • Homeostase e auto-regulação x Poluição Universidade Federal do Esp Santo - UFES POLUIÇAO • Poluição: qualquer fator ou combinação físico - químico e biológico que rompe o equilibrio do ecossistema ou parte dele. • (“Efeito Dose” --> Fator Antropogênico ou humano) • Exemplos: Esgotos, CO2 , pesticidas, Universidade Federal do Esp Santo - UFES Habitat e Nicho Habitat – local (físico) onde se encontra uma determinada espécie. Nicho é o conjunto de características que definem uma espécie em um determinado habitat. (Profissão da espécie. Ex. cobra encontrada em reiões montanhosas; nicho: predadora de ratos que ocupam o mesmo habitat. Universidade Federal do Esp Santo - UFES Energia: Fonte principal : Energia solar Fonte alternativa: Oxidação química de compostos inorgânicos Autótrofos x Heterótrofos: • Autotrofos: utilização de energia luminosa ou química para fixação do CO2 formadores de matéria orgânica • Heterótrofos: Consumidores de materia orgânica (carbono fixado) - consumidores ----> decompositores Universidade Federal do Esp Santo - UFES Energia e fluxo de Matéria Orgânica 1. Fotossíntese e Quimiossintese 2. Cadeia Alimentar Energia 3. Decomposição C02 Biomassa 2 1 4. Respiração/Mineralização Aeróbia 5. Respiraçao anaeróbia (Metanogênse) Níveis tróficos Níveis tróficos 3 Níveis tróficos Matéria Orgânica (C-org) 4 CH4 5 Minerais 4 Universidade Federal do Esp Santo - UFES Biodiversidade. Deve incluir Toda a variedade de organismos, desde as variedades que ocorrem dentro de uma mesma espécie até as variedades existentes entre táxons superiores. Considera-se, também, a variedade e sub-gradações de ecossistemas, a qual abrange tanto as comunidades de organismos em um ou mais habitats quanto as condições físicas sob as quais eles vivem. Universidade Federal do Esp Santo - UFES Biomas. Grandes ecossistemas determinados, principalmente, pelo Clima (função latitude), e que se caracterizam por apresentar uma vegetação clímax típica. Ex . Biomas terrestres: Tundra -Taiga - Floresta Caducifólia Floresta Tropical - Campos - Desertos Biomas Brasileiros: cerrado, caatinga, floresta amazonica, floresta (mata atlantica), pantanal, As regiões onde dois biomas se encontram ou apresentam gradação mútua são denominadas ecótonos Biota. Todos os organismos de determinada região. Biotecnologia. Alta tecnologia aplicada aos processos biológicos Biomassa. Refere-se ao peso total (geralmente o peso seco) de determinado grupo de organismos de uma área específica, como as aves de determinado trecho de mata ou as algas de uma lagoa ou mesmo todos os organismos do ecossistema. Universidade Federal do Esp Santo - UFES Grandes Biomas Universidade Federal do Esp Santo - UFES Os grandes Biomas Brasileiros: Situação Pré colonização e Pós Industrial: Impactos ambientais previstos de 1500 --> 2001 e as propostas de Reservas Legais. Universidade Federal do Esp Santo - UFES Cadeia alimentar Produção Primária Ambientes Aquaticos: Bactérias, Cianobactérias e Algas Ambientes Terrestes: Plantas Consumidores Ordens (cadeias e interações) Decompositores e Detritívoros Matéria orgânica – ciclo. Bioacumulação, Bioamplificação ou Biomagnificação Compostos inorgânicos: Ex. metais pesados Compostos Orgânicos: Ex. pesticidas (Agrotóxicos) inseticidas, larvicidas (Acúmulo em tecidos adiposos) Universidade Federal do Esp Santo - UFES Produção Primária Ecossistema Deserto Oceano Lago Lago poluído Florestas decíduas Coníferas Tropical Pluvial Anual Perene Anual Perene Pantano Pantano Clima Temperado Temperado Temperado Temperado Tropical Agrícolas Temperado Temperado Tropical Tropical Pantanos Temperado Tropical Produtividade Kcal/m2/ano 400 800 (Lam 10 m) 800 2400 4800 11200 20000 8800 12000 12000 30000 17100 30000 Universidade Federal do Esp Santo - UFES Fig. 2. Seasonal average and interannual differences in biospheric NPP(g C m2 month21) estimated with SeaWiFS data and the integratedCASA-VGPM model (9). Average NPP for (A) the La Nin˜a Austral summer of December 1998 to February 1999 and (B) the La Nin˜aBoreal summer of June to August 1999. (A and B) White, ice cover during (A) January and (B) July; tan, near-zero NPP for terrestrial regions not permanently covered by ice. (C) Transition from El Nin˜o to La Nin˜a conditions resulted in substantial regional changes in NPP, as illustrated by interannual differences in Austral summer NPP (i.e., average NPP for December 1998 to February 1999 minus average NPP for December 1997 to February 1998). (D) Changes in NPP between two La Nin˜a Boreal summers (1999 minus 1998). (C and D) Red, increase in NPP; blue, decrease in NPP; white, no substantial interannual change in NPP. Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecossistemas Marinhos: Regiões Litorâneas (Costeiras), Nerítica, Pelágica, Abissal, Plancton, Necton, Benton (Bentos) Nutrientes - Correntes Eutrofização Florescências de algas e cianobactérias Regiões Costeiras: estuários, ilhas, manguezais, restingas, dunas, praias, falésias, costões rochosos e recifes de corais NERÍTICO "Zona de água do mar que cobre a plataforma continental" (Odum, 1972). "Região nerítica é aquela que se estende desde a zona intertidal até a isóbata de 200 metros (...) Sedimentação nerítica é o material relativamente grosseiro, terrígeno, que se acumula junto à costa" (Guerra, 1978). PELÁGICO pelagic, pélagique, pelágico"Termo que se utiliza, de modo geral, para incluir o plâncton, o nécton e o nêuston; ou o conjunto da vida em alto-mar" (Odum, 1972). "Depósito marinho, formado em grandes profundidades oceânicas e, conseqüentemente, a grande distância das bordas continentais; esses depósitos são constituídos de argilas finas e carapaças de organismos que foram transportadas pelas correntes marinhas (Guerra, 1978). "Diz-se dos organismos próprios do alto-mar, que não se encontram fixados ao fundo e que possuem meios próprios de locomoção que lhes permitam realizar deslocações voluntárias" (Carvalho, 1981). Universidade Federal do Esp Santo - UFES Ecossistemas de Água Doce (Limnícos) • Lóticos (Correntes) x lenticos ( Circulação mínima) • Bacias hidrográficas (Solo – vegetação – rios – lagos – estuários ) • Perfís – • Produtividade Primária – •Oligotróficos •Mesotróficos •Eutróficos Universidade Federal do Esp Santo - UFES Impactos Ambientais de ações Antrópicas - Exemplos 1. Acumulo de DDT e metais pesados na cadeia alimentar 2. Eutrofização de corpos receptores 3. Contaminação de lençóis freaticos 4. Agrotóxicos 5. Ecossistemas costeiros : Metais pesados em sedimentos 6. Amazônia: Desmatamento e garimpos 7. Pantanal: Projetos Agropecuários sem sustentabilidade Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Alguns dados sobre os Impactos Ambientais na Amazonia Legal Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES A seca é fogo Pesquisa na Amazônia demonstra que três estiagens seguidas podem causar danos irrecuperáveis à floresta Stuliocasini ©2002 Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES Reflexão “As atividades humanas (principalmente engenharia) são lineares e a natureza opera em ciclos. Será esta uma das razoes do conflito progresso x meio ambiente? A chave de todo o processo pode estar em uma mudança conceitual de modo a permitir uma verdadeira produção centrada no conceito de sustentabilidade” Universidade Federal do Esp Santo - UFES Universidade Federal do Esp Santo - UFES