Modelo Ricardiano

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MODELO RICARDIANO
A introdução do conceito de
Vantagem Comparativa, o mais
importante na teoria do comércio
internacional
Vantagem Absoluta
• Adam Smith na Riqueza das Nações: “If a
foreign country can supply us with a
commodity cheaper than we ourselves can
make it, better buy it of them with some
part of the produce of our own industry,
employed in a way in which we have some
advantage” (Book IV, Section ii, 12)
Teoria do Comércio em Smith
• Por que há Comércio:
– One fundamental thing that economists agree on is that
voluntary trade makes people better off. To an
economist, the difference between domestic trade and
international trade is entirely arbitrary. Therefore, it
seems obvious to most economists that international
trade should also make people better off.
– Persons trade because they secure mutual gains.
– These gains are possible because specialization is
productive: “The division of labor is limited by the
extent of the market”. It implies that any and all
extensions in the size of the economic nexus promise
gains to all participants.
Teoria do Comércio em Smith
• In Smith’s world of natural equals, persons
can choose among specializations as
dictated by the relative returns promised by
the market, and, by inference, they can shift
among alternative specializations as
demands change.
• The costs of such shifts are, at their worst,
transitory, and are eliminated as
adjustments take place toward natural
equilibria in which all participants in the
nexus secure the benefits.
Teoria do Comércio em Smith
• There need be little or no concern with longlasting or permanent costs arising from market
displacements. In Smith’s world of natural equals,
the distribution of specializations observed
emerges from the responses to the demands of the
market rather than from any natural distribution of
personal capacities.
• Smith’s “simple system of natural liberty”
embodies the presumption that persons remain
mobile as among different possible employments
and locations in the integrated economy.
Vantagem Comparativa
• Idéia original: pertence a Robert Torrens,
que a desenvolveu circa 1815.
• David Ricardo a formalizou em 1817,
dando um exemplo numérico famoso,
mostrado a seguir.
Princípio da Vantagem
Comparativa
• O Comércio Internacional é o resultado de
diferenças nos custos (preços) relativos ou
comparativos na produção de bens entre os
parceiros comerciais.
• Cada país tenderá a exportar produtos nos
quais possui Vantagens Comparativas e a
importar produtos nos quais possui
Desvantagens Comparativas.
Exemplo de Vantagem
Comparativa
Custos Absolutos e Relativos
País 1
País 2
Têxteis
100
90
Vinho
120
80
Custo Comparativo Vinho/Têxteis=1,20 Vinho/Têxteis=0,89
Exemplo de Vantagem
Comparativa
• Ricardo demonstrou que haverá comércio
entre o País 1 e o País 2, ainda que o País 2
tenha custos absolutos menores em ambos
os bens.
• No País 1, o custo comparativo de produzir
vinhos é maior do que no País 2.
• Com comércio, o País 1 especializa-se em
Têxteis e o País 2 em Vinhos.
Exemplo de Vantagem
Comparativa
• No exemplo anterior, na ausência de comércio,
uma unidade de vinho no País 1 vale 1,2 unidades
de tecido; no País 2, vale 0,89 unidades de tecido.
• Os produtores de tecidos no País 1 querem livre
comércio com o País 2, onde poderiam vender
seus tecidos e obter mais vinho por unidade de
tecido do que no mercado doméstico.
• Os produtores de vinho no País 2 querem livre
comércio com o País 1, onde podem obter mais
tecido por unidade de vinho do que no mercado
doméstico.
Vantagem Comparativa
• Com livre comércio, dadas as relações de trocas
pré-existentes dentro de cada país, a tendência
seria o País 1 se especializar em tecidos e o País 2
em vinhos – apesar do País 2 ter vantagem
absoluta na produção de ambos.
• Com livre comércio, ambos os países terminariam
consumindo uma maior quantidade de bens do que
em autarquia (há ganhos com o comércio).
Exemplo de Vantagem
Comparativa
• O País 1 tem uma vantagem comparativa na
produção de tecidos: pode produzir tecidos com
um custo de oportunidade menor do que o outro.
• O custo de oportunidade é a quantidade de vinho
que deve ser sacrificada para produzir uma
unidade adicional de tecido (há pleno emprego).
• País 1: o custo da unidade adicional de tecido é
100/120 unidades de vinho. No País 2, é de 90/80.
Teoria do Comércio em Ricardo
• Ricardo‘s world: persons are naturally
specialized (biologically or locationally),
and trade makes it possible for persons to
find their own niches.
• Trade permits them to occupy the niches for
which they are naturally best suited.
• But the gains need not be uniform and
losers as well as gainers may be produced
by the opening of markets.
Teoria do Comércio em Ricardo
• In the Ricardian logic in which trade stems
from differences in natural capacities, there
are less effective within-market limits to
losses suffered by particular groups as terms
of trade shift. These damages may be
permanent to the extent that persons are
unable to shift as among differing
employments.
Hipóteses do Modelo na Versão
Moderna
• Existem 2 países (Home e Foreign) com os
mesmos gostos e preferências, não há moeda,
produzem 2 bens homogêneos (Queijo e Vinho) e
há um único fator de produção (Trabalho).
• Retornos constantes de escala.
• Imobilidade internacional do fator Trabalho, mas
plena mobilidade interna.
• Pleno emprego e concorrência perfeita.
• Preço de cada bem é o preço da quantidade de
trabalho necessária para sua produção.
• Diferentes tecnologias (produtividades do
trabalho) entre os países na produção de cada bem.
Autarquia
• Quais são os efeitos do comércio? O estado inicial
é autarquia: os dois países irão produzir um pouco
de cada bem.
• aLW e aLC são as unidades de trabalho necessárias
para produzir uma unidade de vinho (W) ou queijo
(C) no País Home.
• Os recursos totais da economia são L: quantidade
de horas de trabalho que são ofertadas.
• QC = LC/ aLC e QW = LW/ aLW
Autarquia
• Quanto pode ser produzido de queijo e vinho em
Home? Algebricamente, pode produzir: L = LC +
LW = QWaLW + QCaLC
• Esta é a equação da Fronteira de Possibilidade
de Produção em Home: uma reta que expressa
uma restrição: a quantidade máxima de queijo que
pode ser produzida, uma vez decidida a
quantidade de vinho a ser produzida.
Figure 2-1 Home’s Production Possibility Frontier
Custo de Oportunidade
• Quando a FPP é uma linha reta, o custo de
oportunidade de produção do queijo em termos de
vinho é CONSTANTE.
• O custo de oportunidade do queijo é definido
como o número de unidades de vinho que deve
deixar de ser produzida para produzir mais uma
unidade de queijo: aLC . 1/aLW = aLC/aLW
• No gráfico, aLC/aLW corresponde à inclinação
absoluta da reta FPP.
Equilíbrio em Autarquia
• Na ausência de comércio, Home produz ambos os
bens apenas se a renda dos trabalhadores que
fazem queijo é igual à dos que fazem vinho (os
salários nos dois setores são iguais).
• Logo, PC/aLC = PW/aLW 
PC /PW = aLC/aLW
Vale dizer, o preço relativo do queijo é igual ao
custo de oportunidade do queijo.
Equilíbrio em Autarquia do País
Estrangeiro
• Quanto pode ser produzido de queijo e
vinho em Foreign? Algebricamente, pode
produzir: L* = LC* + LW* = QW* aLW* + QC*
aLC*
Figure 2-2 Foreign’s Production Possibility Frontier
Equilíbrio em Autarquia do País
Estrangeiro
• Estamos assumindo que o custo de oportunidade
de produzir uma unidade de queijo é menor em
Home: aLC/aLW < aLC*/aLW*.
• Vale dizer, Home tem Vantagem Comparativa
na produção de queijo.
• FPP em Foreign é mais inclinada: precisa abrir
mão de mais vinho (ordenada) para produzir uma
unidade adicional de queijo (abcissa).
Determinação dos Preços
Relativos
• Nestas condições, havendo comércio, quais seriam
os novos preços relativos do queijo e do vinho?
• Deve-se efetuar uma análise de equilíbrio geral
que leve em conta as ligações entre os mercados
de queijo e vinho (Home exporta queijo apenas em
contrapartida às exportações de vinho de Foreign).
• A Figura 2.3 apresenta as curvas de Oferta
Relativa (RS) e Demanda Relativa (RD), que
expressam unidades de queijo ofertadas ou
demandadas dividido por unidades de vinho
ofertadas ou demandadas.
Figure 2-3 World Relative Supply and Demand
Determinação dos Preços
Relativos
• Note-se novamente que há uma suposição
arbitrária neste gráfico: Home tem vantagem
comparativa na produção de queijo.
• A curva RS tem dois degraus horizontais, ligados
por uma seção vertical, porque se o preço relativo
do queijo for maior do que seu custo de
oportunidade, não há produção de vinho.
• Por exemplo, quando PC /PW  aLC/aLW, Home vai
se especializar em queijo. Se for menor, não há
produção de queijo nem em Home nem em
Foreign. Não haveria comércio.
Determinação dos Preços
Relativos
• Quando RD estiver situada entre as duas
curvas RS (ponto 1): Home produz apenas
queijo e Foreign produz vinho: há
especialização completa.
• Quando RD cortar o degrau inferior de RS
(ponto 2): Home produz queijo e vinho, mas
Foreign produz apenas vinho.
Ganhos do Comércio
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Por hipótese, RD cruza RS no Ponto 1.
Para Home: (PC /PW)EQ  aLC/aLW.
Logo, há especialização de Home em queijo.
Para Foreign, há especialização em vinho.
O comércio é um método indireto de Home
produzir vinho por meio da produção de queijo: é
mais eficiente do que a produção direta. Pode-se
produzir 1/aLC de queijo em cada hora de trabalho
em Home e trocá-lo – com vantagem - por uma
quantidade maior de vinho aos preços de
equilíbrio, pois: (PC /PW)EQ(1/aLC)  1/aLW
Figure 2-4 Trade Expands Consumption Possibilities
Conclusão
• Quando dois países se especializam na produção
de bens nos quais têm vantagens comparativas,
ambos os países ganham com o comércio.
• O Princípio da Vantagem Comparativa tem uma
dimensão temporal que não deve ser esquecida
(por exemplo, depende do estado da tecnologia
em um determinado momento).
• Teoria do desenvolvimento: vantagens
comparativas podem ser construídas.
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