GEOGRAFIA DO BRASIL Sistemas biogeográficos (Cerrado, Caatinga, Floresta Amazônica, Mata Atlântica, Araucária e Pampas). Professor Carlos D´Boa FLORESTA AMAZÔNICA Ocupando uma área de aproximadamente 6 milhões de km2, a Floresta Amazônica ocupa os Estados do Acre, Amapá, Amazonas, Pará, Rondônia, Roraima, Tocantins e parte norte de Goiás e Mato Grosso. Devido à sua grande biodiversidade, representa uma enorme reserva de recursos naturais, entre eles, muita riqueza mineral, além dos vegetais (cerca de 80 mil espécies) que podem ser a solução para a cura de muitas doenças e, cerca de 30 milhões de espécies animais (a maioria insetos). Também é conhecida como Hiléia brasiliensis (nome científico) e como Inferno Verde, pela sua insalubridade. Florestas de terra firme Florestas fluviais alagadas Vitoria Regia Igarapé da bacia Amazônica, no Brasil. FLORESTA AMAZÔNICA Características físicas: fechada muito densa sempre verde com árvores de portes variados muito úmida escura insalubre folhas largas (latifoliada) Heterogênea Umbrófila O solo amazônico é bastante pobre, contendo apenas uma fina camada de nutrientes. Apesar disso, a flora e fauna mantêm-se, em virtude do estado de equilíbrio (clímax) atingido pelo ecossistema. O aproveitamento de recursos é ótimo, havendo mínimo de perdas. Autotrófica. Também forma-se no solo uma camada de decomposição de folhas, galhos e animais mortos, que rapidamente são convertidos em nutrientes e aproveitados antes da lixiviação. SERRAPILHEIRA Abaixo de uma camada inferior, a um metro, o solo passa a ser arenoso e com poucos nutrientes. Por isso e por conta da disponibilidade quase ilimitada de água, as raízes das árvores são curtas, e o processo de sustentação é feito também com base na escora das árvores umas nas outras. Os arbustos do cerrado adaptam-se às características do solo: troncos e galhos retorcidos, cascas grossas e raízes profundas (chegando até mais 25 metros) para extrair do solo na época de seca, o líquido necessário para sua sobrevivência. Ao contrário dos domínios florestados, o cerrado, quando desmatado através de queimadas, abriga espécies que conseguem sobreviver. A superfície dos solos do cerrado funciona como um isolante térmico. Dessa forma, após uma queimada, muitas espécies, pouco dias depois conseguem rebrotar. As cinzas funcionam como uma importante fonte de nutrientes minerais. DOMÍNIO DO CERRADO Formado de plantas rasteiras e arbustos de troncos retorcidos, com raízes longas que procuram água em camadas mais profundas do subsolo. Jacarandá do Cerrado ocupa grande parte do estado, principalmente nos chapadões e chapadas. O pequizeiro, a lobeira, a mangabeira e o pau-terra são exemplos de plantas do cerrado. Aparecem aí também plantas medicinais, como a caroba e a quineira. FLORESTA TROPICAL formação vegetal com árvores de mais de 15 metros de altura, como o mogno, a imbuia, o cedro, o jequitibá e a peroba Estas florestas surgem como manchas isoladas em algumas partes do nosso estado. Jequitibá A vertente atlântica aparece revestida por intensa floresta tropical, a Mata Atlântica. A floresta apresenta árvores com alturas entre 30 e 35 metros, dando um aspecto de "fechada" quando vista do alto. A MATA ATLÂNTICA E SUA IMPORTÂNCIA Quando os primeiros europeus chegaram ao Brasil, em 1500, a Mata Atlântica cobria 15% do território nacional, área equivalente a 1.306.421 km². A Mata Atlântica é composta por um conjunto de ecossistemas que incluem as faixas litorâneas ao longo da costa Atlântica, com seus manguezais e restingas, florestas de baixada e de encosta da Serra do Mar, florestas interioranas, as matas de araucárias e os campos de altitude, alcançando a Argentina e Paraguai nas regiões Sul e Sudeste. Sua região de ocorrência original abrangia integral ou parcialmente atuais 17 Estados brasileiros: Alagoas, Bahia, Ceará, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Mato Grosso do Sul, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Sergipe e São Paulo. Atualmente, a Mata Atlântica está reduzida a aproximadamente 7,84% de sua área original, restando cerca de 102.000 km². É o segundo Bioma mais ameaçado de extinção do mundo, perdendo apenas para as quase extintas florestas da ilha de Madagascar, na costa da África. Cerca de 120 milhões de pessoas vivem na área do Bioma da Mata Atlântica. Mesmo reduzida e muito fragmentada, a Mata Atlântica ainda abriga mais de 20 mil espécies de plantas, das quais 8 mil são endêmicas, ou seja, espécies que não existem em nenhum outro lugar. ARAUCÁRIA A Mata das Araucárias, ou dos Pinhais, ao contrário da Floresta Amazônica, constitui uma formação aberta, homogênea, que permite facilmente a extração de madeiras (chamadas duras). Aparece no Sul do país, nos Estados do Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do Sul. Também era encontrada em São Paulo. No Brasil, a Mata dos Pinhais, ou das Araucárias, constitui a nossa única floresta subtropical, ou temperada quente. Essa formação é a floresta mais desmatada em nosso país quando da instalação dos migrantes europeus para construção de suas casas. Entretanto, foi a zona pioneira em reflorestamento. Além do pinheiro-do-paraná (Araucaria angustifolia) que é predominante, existem outras espécies de pinheiros, além de gramíneas e samambaias. Atualmente encontram-se praticamente extinta. Assim como a vegetação dos Cerrados, são consideradas "arbustivas". Se estendem do Maranhão até o Norte de Minas Gerais. A vegetação de caatinga apresenta árvores baixas e arbustos que perdem as folhas nas estações secas. Nos casos mais graves, encontramos as formações xerofíticas que substituem as folhas por espinhos para reduzir ao máximo a perda de líquido pela transpiração. As formações xerofíticas são encontradas em climas áridos e semi-áridos, onde as secas são muito prolongadas e acentuadamente rigorosas. São os cactos dos desertos, dotados de reservatórios de água e que permitem a sobrevivência vegetal mesmo nas secas mais impiedosas. Xique-Xique Mandacaru Nossas formações herbáceas são representadas pelos campos limpos, ou campos gerais, de muitos trechos do Sudeste, Centro-Oeste e Norte; todavia, predominam no Sul do país, no Rio Grande do Sul (chamados de Pampas), onde se pratica a criação de gado. COXILHAS OU PRADARIAS OU PAMPAS MATA DOS COCAIS No Maranhão, Piauí, parte de Tocantins e Ceará, encontram-se as palmeiras babaçu, carnaúba, buriti e outras espécies, que apresentam importante valor econômico para as indústrias de óleo e de gorduras vegetais. Do babaçu extrai-se o óleo que é destinado à indústria de produtos de limpeza (sabões) e de cosméticos. Da carnaúba extrai-se a cera. E do buriti fabrica-se doce. Apresenta-se na transição entre a Amazônia e a região Nordeste, entre os climas equatorial, semi-árido e tropical, passando a vegetação de florestal amazônica - mata dos cocais - mata atlântica. PANTANAL (FORMAÇÕES COMPLEXAS) O complexo vegetal do pantanal aparece a sudoeste de Mato Grosso e a Oeste de Mato Grosso do Sul, na divisa do Brasil com a Bolívia, Paraguai e Argentina, em áreas drenadas pelo rio Paraguai. Nela encontramos variados tipos de vegetação encontrados nas demais regiões do país, tais como: campos, cerrados, caatinga e matas. É uma vasta planície de inundação, ou seja, suas características devem-se às cheias anuais que ocorrem durante os períodos de chuvas entre novembro a abril. Essas inundações são as responsáveis por levar sedimentos contendo nutrientes as planícies alagadas, o que explica a grande diversidade de vida selvagem presente naquela região. Entre os animais encontrados, temos aves como: garças, jaburus, socós, saracuras, colheireiros, cabeças-secas entre outras. Também encontramos répteis de grande porte, tais como: sucuri (que pode chegar até 10 metros de comprimento) e jacaré-dopantanal. Encontramos ainda: capivaras, macacos, porcos-do-mato, veados, ariranhas e onças.