Reações Transfusionais

Propaganda
Reações
Transfusionais
Fábio Fernandes Borges R2CM
Reações Transfusionais

Definição

Toda e qualquer intercorrência que ocorra como
consequência da hemotransfusão, durante ou após a
sua administração
Reações Transfusionais

Objetivos

Classificação

Diagnóstico

Tratamento

Profilaxia

Indicação para uso de hemocomponentes
Reações Transfusionais

Classificação

Agudas



Tardias




Imunes
Não-imunes
Imunes
Não-imunes
Hemolíticas
Não-hemolíticas
Infecciosas
 Não Infecciosas (NISHOT’s)

Reações Transfusionais
Reações Transfusionais

NISHOT’s

Mistransfusion


Transfusão de componente inapropriado para paciente errado
Principal complicação transfusional não infecciosa



Frequentemente sub-notificada
10x mais frequente que todas as causas infecciosas combinadas
UK SHOT (2006)

75,3% de todas as reações transfusionais (400 de 533)
Reações Transfusionais
Classificação
AGUDAS
IMUNE
NÃO-IMUNE
Reação febril nãohemolítica
Contaminação
bacteriana
Reação hemolítica imune
Sobrecarga de volume
Reação alérgica
Distúrbios metabólicos
TRALI (lesão pulmonar
aguda relacionada à
transfusão)
Hipotermia
Hemólise não-imune
TARDIAS
Reação enxerto versus
hospedeiro (GVHD)
Hemossiderose
Púrpura póstransfusional
Doenças infecciosas
Imunomodulação
Aloimunização HLA
Epidemiologia
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
IMEDIATAS
Reação Febril Não-Hemolítica

Aumento >1o C da temperatura corporal durante ou
após a hemotransfusão sem outra explicação



Febre, calafrios e tremores, entre outros


Diagnóstico de exclusão
Diferencial: sepse, hemólise aguda, TRALI, etc
Geralmente auto-limitados
Mecanismos

Ac (IgG) contra antígenos leucocitários (HLA ou não)


Aloimunização prévia (partos, transfusões, etc)
Acúmulo de citocinas durante armazenamento

IL-1,6,8 e TNF-alfa
Processamento
Reação Febril Não-Hemolítica

Frequência < 1% à >35%

Evento adverso mais comum

Tipo de hemocomponente


30% dos pacientes na primeira transfusão de plaquetas
Processamento
Hemocomponente

Standard
CGV
0,33% - 6%
CPlaq
1,7% - 38%
Tempo de estocagem

2x mais reações com plaquetas de 3-5 dias
Reação Febril Não-Hemolítica

Tratamento



Interrupção da transfusão
Manter acesso venoso com solução fisiológica
Sintomático a critério médico



Anti-térmico (acetaminofen 500mg)
Calafrios refratários: meperidina 10-50mg
Medicação profilática



Após primeira reação febril
Acetaminofen, difenidramina e corticosteróides
30-60min antes do novo procedimento
Reação Febril Não-Hemolítica
Reação Febril Não-Hemolítica

Profilaxia

Após duas ou mais reações febris

Filtração do hemocomponente (desleucotização)




<5x106 leucócitos
Priorizar uso de hemocomponentes “mais jovens”
Considerar lavagem (CGV) nos casos refratários
Avaliação laboratorial


Pesquisa de Ac anti-leucocitários (linfocitotoxicidade)
Imunofenotipagem eritrocítica
Reação Alérgica

Surgimento de reação alérgica em decorrência da
hemotransfusão (hipersensibilidade tipo I)

Reação leve


Reação anafilactóide


Lesões urticariformes/ pruriginosas locais ou disseminadas, tipicamente
sem febre
Lesões cutâneas combinasdas à hipotensão, dispnéia, estridor, sibilos,
náuseas, vômitos, diarréia, etc
Reação anafilática

Quadro sistêmico associado à hipotensão refratária e rebaixamento do
nível de consciência
Reação Alérgica

Mecanismos

Ac contra produtos solúveis do plasma aos quais o receptor foi
previamente sensibilizado


proteínas séricas polimórficas (IgG, albumina, transferrina, C3, C4, etc)
Penicilina, aspirina, óxido de etileno

Transfusão de citocinas, bradicinina, histamina e anafilotoxinas (C3a
e C5a) acumuladas durante a estocagem (reação de sangue
autólogo)

Ac anti-IgA do receptor classe ou subclasse específico, reagindo
contra IgA do doador (1 : 1000-8000)
Reação Alérgica

Incidência 1% a 3%

Segundo evento adverso mais comum

Tipo de hemocomponente



Processamento


plasmáticos > eritrocitários
10-15ml para instalação do quadro
Lavagem
Diferencial


TRALI, hemólise aguda, sepse, sobrecarga volêmica
Asma brônquica, embolia pulmonar, etc
Reação Alérgica

Tratamento



Interrupção da transfusão
Manter acesso venoso com solução fisiológica
Sintomático a critério médico



Difenidramina 3-5mg/kg/dia (50-100mg)
Se hipertermia associada: acetaminofen 500mg
Quadros benígnos e auto-limitados

Reiniciar infusão com a melhora dos sintomas
Reação Alérgica

Profilaxia

Após duas ou mais reações alérgicas leves

Lavagem do hemocomponente





CGV: infusão em até 24h
Cplaq: infusão em até 6h
Uso de produtos pobres em proteínas plasmáticas
Priorizar uso de hemocomponentes “mais jovens”
Medicação profilática
Anafilaxia

Aspectos Gerais



1 : 20.000-47.000
Tosse, sibilos, cianose, agitação, taquicardia, hipotensão e
rebaixamento do nível de consciência
Triptase sérica degranulada por mastócitos (marcador)


Pico entre 1-2h do início do quadro (dif. TRALI)
Tratamento

Interromper a transfusão



Trendelemburg
Iniciar infusão de solução fisiológica
epinefrina 0,3-0,5mg IM (0,3-0,5ml sol.1:1000)
Reações Hemolíticas

Aguda ou Intravascular






Incidência 1 : 38.000 – 70.000 (1 : 10.000 - 50.000)
Incompatibilidade ABO e presença de anti-Jka
Mediada por Ac “completos” (ativação complemento)
Febre, dispnéia, mialgia, hipotensão
IRA, CIVD, IRpA
Tardia ou Extravascular





Incidência 1 : 5.000 – 11.000 (1 : 1.500)
Presença de anti-D, -C, -E, -Kell, -Fya
Início em 7-10 dias da hemotransfusão
Mediada por Ac “incompletos”
Febre, icterícia, hepato-esplenomegalia
Reações Hemolíticas

Diagnóstico

Quadro Clínico


Febre e/ou calafrios associados à hemotransfusão
Dor






Sítio de infusão, torácica, abdominal
Hipo/ hiperPA
Prurido, urticária, edema, eritema, cianose
Dispnéia, sibilos, hipóxia
Oligúria, hematúria
Quadro Clínico Tardio

Icterícia, hepato-esplenomegalia
Reações Hemolíticas

Diagnóstico

Exames complementares







Anemia normo/ normo
Reticulócitos
Bilirrubina indireta
DHL
Haptoglobina
Coombs direto positivo
Policromatofilia no sangue periférico

Intravascular: hemoglobinemia, hemoglobinúria, hemossiderinúria,
hemopexina, metemalbumina
Reação Hemolítica Aguda

Tratamento





Interromper imediatamente a hemotransfusão
Manter acesso venoso com solução salina
Verificar registros de identificação do paciente x bolsa
Encaminhar equipo e bolsa intactos à hemoterapia
Classificar a reação e iniciar medidas nas urgências





Reação hemolítica aguda
Reação anafilática
TRALI
Sepse por contaminação bacteriana
Enviar amostra de sangue pós-transfusonal

Novo sítio

Hemocultura e bioquímica
Reação Hemolítica Aguda

Cuidados intensivos




Hipotensão
Insuficiência renal aguda
Insuficiência respiratória aguda
Coagulação intravascular disseminada

Parâmetros para reposição


Fibrinogênio < 100mg/ dl
Plaquetas < 20.000
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela
Transfusão (TRALI)

Definição

LPA que se inicia durante, ou em até 6h após o término da
transfusão em pacientes sem outros fatores para LPA
(pneumonia, sepse, queimaduras, CIVD, etc)


Hipoxemia aguda, com edema pulmonar bilateral, e ausência de
hipertensão atrial esquerda
Mecanismo

Presença de Ac anti-neutrófilos (anti-HNA) ou anti-HLA (I e II)
no doador, e formação de imunocomplexos que se depositam
na microcirculação pulmonar
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela
Transfusão (TRALI)

Evolução



Auto-limitada em até 80% casos adequadamente tratados,
com melhora clínica e radiológica em 48-96h
FDA: 1o causa de morte relacionada à transfusão em 2006
(35 óbitos; 50,7% dos casos)
Incidência


Subestimada, 1:1300-5000 hemotransfusões
PFC e produtos ricos em plasma provenientes de doadores
aloimunizados (multíparas, etc)

American Red Cross Surveillance Data (2003-05)

38 casos (PFC: 63%)
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela
Transfusão (TRALI)

Diagnóstico

Quadro Clínico


Dispnéia súbita e hipóxia
Febre


Excluir outras causas de IRpA
Exames Complementares





Rx de tórax
Ecocardiograma
Dosagem de BNP
Pesquisa de Ac anti-HNA e anti-HLA (doador e receptor)
Reação linfocitária cruzada positiva
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela
Transfusão (TRALI)

Tratamento

Cuidados Intensivos

Suporte ventilatório

Série 36 casos (Popovski e Moore, 1985)



100% suporte ventilatório
72% ventilação mecânica por curto prazo
20% persistência do infiltrado pulmonar por até 7 dias

Suporte hemodinâmico

Corticosteróides e diuréticos

Não há evidência de benefício
Lesão Pulmonar Aguda Induzida pela
Transfusão (TRALI)

Prevenção

Busca ativa por Ac relacionados

Doador +




Exclusão do doador?
Exclusão dos produtos ricos em plasma?
Receptor +: somente produtos celulares desleucotizados
Evitar uso de plasma de doadoras do sexo feminino

Multíparas


Não utilizar produtos ricos em plasma
Pesquisar Ac relacionados
Sepse por Contaminação Bacteriana

Definição

Consiste na presença de agente(s) infectante(s) na bolsa do
hemocomponente transfundido




Inadequada anti-sepsia durante flebotomia
Bacteremia do doador não identificada pela triagem
Estocagem e manipulação inadequada
Incidência

Taxa de contaminação


CPlaq 1 : 3.000 – 38.000
CGV 1 : 25.000 – 172.000

Taxa de letalidade


CPlaq 1 : 7500 – 500.000
CGV até 1 : 8 milhões
Sepse por Contaminação Bacteriana

Mortalidade global aproximada de 60%



CGV: quadros mais agudos e graves
CPlaq: quadros mais tardios e leves
Agentes Etiológicos

CGV


Yersinia spp, Acinetobacter spp, Escherichia spp, Staphylococus spp,
Pseudomonas spp
CPlaq

Staphylococus spp, Strptococus spp, Acinetobacter spp, Klebsiella spp,
Salmonella spp, Escherichia spp, Serratia spp, Propionibacterium spp
Sepse por Contaminação Bacteriana

American Red Cross Surveillance (2004-2006)



1.004.206 registros de aféreses plaquetárias
186 culturas bacterianas positivas (1 : 5399)
20 reações sépticas pós-transfusionais notificadas


Todas culturas negativas
13/ 20 relacionadas a transfusões de plaquetas armazenadas
por 5 dias
Sepse por Contaminação Bacteriana
Quadro Clínico
Início dos
Sintomas
Sintoma Inicial
Complicações
Hemácias %
Plaquetas %
Durante a transfusão
82
31
Nas 3h seguintes
18
58
1 – 15 dias após
0
11
Hipotensão
86
58
Febre
75
84
Calafrios
75
74
Náuseas e vômitos
46
26
Dispnéia
25
10
Diarréia
14
5
Choque
57
53
Oligúria
57
16
CIVD
39
0
Óbito
71
26
Guia de Condutas Hemoterápicas do HSL, abril 2005
Sepse por Contaminação Bacteriana

Diagnóstico

Quadro Clínico

Febre, calafrios e hipotensão



Dor, ruborização, náuseas, vômitos, dispnéia, diarréia
Inspeção da Bolsa


Coloração, coágulos e bolhas
Gram e Culturas

Amostra da bolsa de hemocomponente x paciente


Intensidade da febre x positividade das culturas
 Aumentos 1oC: 27% de positividade
 Aumentos 2oC: 42% de positividade
Bolsa negativa não exclui contaminação
 Quantidade de microorganismo
 Manipulação
Outras Técnicas

PCR
Sepse por Contaminação Bacteriana

Medidas Gerais





Interromper imediatamente a hemotransfusão
Manter acesso venoso com solução salina
Verificar registros de identificação do paciente x bolsa
Encaminhar equipo e bolsa intactos à hemoterapia
Classificar a reação e iniciar medidas nas urgências





Sepse por contaminação bacteriana
Reação hemolítica aguda
Reação anafilática
TRALI
Enviar amostra de sangue pós-transfusonal

Novo sítio

Hemocultura e bioquímica
Sepse por Contaminação Bacteriana

Medida Específica


Antibioticoterapia empírica de amplo espectro
Cuidados intensivos




Hipotensão
Insuficiência renal aguda
Insuficiência respiratória aguda
Coagulação intravascular disseminada
Sobrecarga Volêmica

Definição


Transfusão de hemocomponente determinando sobrecarga
circulatória e incapacidade do paciente em manipular o
volume infundido
Etiologia


Rápida infusão de hemocomponentes
Transfusão maçica





CGV
Crianças e idosos > 60 anos
Portadores de ICC
Pacientes com Hb < 5g/ dl
Incidência

Variável (perfil de paciente estudado x sub-notificação)

< 1%
Sobrecarga Volêmica

Diagnóstico

Quadro Clínico


Dispnéia, ortopnéia, taquicardia, cianose, tosse seca,
hemoptóicos, agitação, hipertensão, estase jugular, estertoração
pulmonar, edema periférico
Exames Complementares



Gasometria arterial
RX Tórax
BNP (pós/ pré-transfusional > 1,5)
Sobrecarga Volêmica

Tratamento



Interromper a hemotransfusão
Elevação do decúbito
Suporte ventilatório


Terapia diurética


Ventilação-não invasiva
Furosemida 40 a 80mg IV em bolus
Adjuvantes

Morfina 2mg IV ACM



Controle da ansiedade
Diminuição da pré-carga
Prevenção



Identificar os pacientes sob maior risco
Infundir lentamente o hemocomponente (máximo = 4h)
Transfundir o hemocomponente em alíquotas

1ml/ kg/ h
Distúrbios Metabólicos

Fatores de Risco



Velocidade de Infusão do Hemocomponente
 Alto risco: >100ml/ min
Função Hepática do Receptor
Transfusão Maçica
 Reposição de sangue correspondente a uma volemia (75ml/ kg)
ou superior, em 24h.

Reposição de cerca de 50% da volemia corporal em 3h
Procedimentos Prolongados de Aférese
Exsanguineotransfusão



10-12U CGV (adulto de aproximadamente 70Kg)
Distúrbios Metabólicos
HEMOCOMPONENTE
CITRATO
K+
LACTATO
ALCALOSE METABÓLICA
HIPOCa++
HIPOMg++
HIPERK+
HIPOTERMIA
RECEPTOR
Ca++
Mg++
HEPATÓCITOS
CITRATO
HCO3-
Hiperexcitabilidade neuromuscular (parestesias, tetania, etc)
Toxicidade miocárdica (arritmias ventriculares)
Bloqueio da hemostasia e aumento do risco infeccioso (hipotermia)
Coagulopatia diluicional
Distúrbios Metabólicos

Transfusão Maçica


A coagulopatia é evento comum
Quando presente é de difícil correção

Metas terapêuticas



>40% da atividade normal dos fatores de coagulação
Plaquetometria >50-100.000/ mm3
Terapia intensiva precoce com CPlaq e PFC esta relacionada
a melhores desfechos
REAÇÕES TRANSFUSIONAIS
TARDIAS
Reação Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD)

Definição

Complicação secundária a proliferação clonal de linfócitos T
do doador determinando ataque imunológico aos tecidos do
receptor



Mortalidade de 90-100%
Aproximadamente 200 casos na literatura médica
Fatores de Risco

Grau de imunodeficiência



Primária (neonatos e idosos) ou secundária
Grau de similaridade HLA entre doador e receptor
Número de linfócitos T transfundidos com capacidade de
proliferação
Reação Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD)

Diagnóstico

Quadro Clínico


Início 8 a 10 dias após hemotransfusão
Febre, eritrodermia, náuseas, vômitos, dor abdominal


Dermatite, hepatite e pancitopenia
Exames Complementares

Biópsia de estruturas envolvidas



Identificação de linfócitos T originários do doador
Sorologias
PCR
Reação Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD)

Tratamento

Imunossupressores (ciclosporina, ciclofosfamida), corticóides,
globulina antilinfocitária, imunoglobulina endovenosa



Eficazes na prevenção e terapia da GVHD pós-TMO
Transplante de medula alogênico
Prevenção

Irradiação dos hemocomponentes a serem transfundidos em
pacientes de risco

2500cGy
Reação Enxerto Versus Hospedeiro (GVHD)

Indicações para Irradiação de Hemocomponentes




Transfusão de hemocomponentes originados de parentes
biológicos
Componentes HLA compatíveis
Receptores de transplante autólogo ou alogênico
Pacientes com doenças onco-hematológicas




Leucemias, linfomas, mieloma múltiplo
Síndromes de imunodeficiência congênita
Neonatos em regime de exsanguineotransfusão
Neonatos prematuros ou de baixo peso
Púrpura Pós-Transfusional (PPT)

Definição

Episódio agudo de trombocitopenia que ocorre entre 5 e 10
dias após hemotransfusão


CGV, CPlaq e PFC
Pacientes previamente sensibilizados (anti-HPA 1a +)





Gestação ou hemotransfusão (tipicamente multíparas)
Reação cruzada contra plaquetas autólogas?
Plaquetometria <10.000/mm3 em 12 a 24h
Púrpura e sangramento cutâneo-mucoso
Auto-limitada em 7 a 28 dias

Geralmente bom prognóstico

10-15% óbito por hemorragia intracraniana
Púrpura Pós-Transfusional (PPT)

Incidência

<300 casos relatados na literatura


1 : 450.000 hemotransfusões
Diagnóstico



Epidemiologia
Quadro Clínico
Exames Complementares

Dosagem anti-HPA 1a




Coagulograma normal
Diferencial
Tratamento



80-90% de positividade
Imunoglobulina endovenosa
Plasmaférese, corticosteróides e transfusão Cplaq (HPA 1a negativas)
Prevenção


Transfusão de sangue negativo para o Ag envolvido
Lavagem e desleucotização do hemocomponente
Sobrecarga de Ferro

Hemocromatose Secundária

Regime de hemotransfusão crônica


Talassemia, anemia falciforme, mielodisplasia, mielofibrose, anemia
aplástica grave, etc
150-250mg de ferro por bolsa de CGV




Início das lesões após 10-20U CGV
Lesão com significado clínico após 50-100U CGV
Pele, fígado, coração e glândulas endócrinas
Detecção




Dosagem da concentração de ferro hepático
Ferritina sérica
Marcadores de lesão hepática
Função endócrina
 TSH/ T4L
 Glicemia
Sobrecarga de Ferro

Tratamento

Indicações



Acúmulo de >120ml de hemácias / Kg peso seco corpóreo
Ferro hepático >7mg / Kg peso seco corpóreo
Crianças



Após 10-20U CGV
Após ferritina >1000mcg/ L
Opções

Quelação de ferro


Retirada de sangue total


Desferroxamina (SC), deferiprona (vo) e deferasirox (vo)
sangria terapêutica manual (flebotomia)
Eritrocitaférese
Aloimunização

Visão Geral

Cerca de 2-8% dos pacientes cronicamente transfundidos
desenvolverão aloAc contra Ag eritrocitários

Determinantes da resposta imune




Diferenças antigênicas (fenotípicas)
Quantidade do antígeno
Frequência da exposição
Status imunológico do receptor
 Imunogenicidade do Ag x fenótipo HLA do receptor


HLA DRB1*04 (Fya)
HLA DRB1*01 e DQB1*05 (Jka)
Aloimunização HLA

Definição

Consiste na produção de Ac contra Ag HLA

Plaquetas e leucócitos


Principal causa imunológica de refratariedade à transfusão de
plaquetas



Ac anti-HLA I (A,B,C)
Pré-leucorredução: 45%
Pós-leucorredução: 17%
Opção

Transfusão HLA compatível

Potencial risco de GVHD transfusional
 Selecionar produtos irradiados
The trial to reduce alloimmunization to platelets study group
New Engl J Med 1997; 337: 1861-9
Imunomodulação

Visão Geral

Década 70




Questionamentos




melhores resultados pós-transplante renal, hepático e cardíaco em pacientes que
receberam hemotransfusão
Aparente relação com atividade leucocitária?
Indução de tolerância?
Efeito na recorrência de tumores sólidos?
Aumento da incidência de infecções no pós-operatório?
Aumento da mortalidade?
Perspectiva atual

Resultados controversos



Aumento do risco infeccioso peri-operatório?
 Atenuado pela leucorredução?
tempo de internação em hospitalar/ UTI
Aumento da mortalidade
The CRIT study: anemia and blood transfusion in the
criticaljy ill – current clinical pratice in the United States
Crit Care Med 2004; 32: 39-52
Anemia and blood transfusion in critical ill patients study
JAMA 2002; 288: 1499-507
Complicações Infecciosas

Screening microbiológico (PCR)

Implementação de critérios rígidos para triagem de doadores

Redução de cerca de 10.000 vezes no risco de infecções
relacionadas ao procedimento de hemotransfusão

Risco de NISHOT’s é 1000 vezes maior que de complicações
infecciosas de qualquer natureza

FDA (2009): taxa de mortes por reações transfusionais hemolíticas
isoladamente corresponde ao dobro das mortes provocadas por
todas as complicações infecciosas associadas
Complicações Infecciosas

Risco Infeccioso

Malária 1 : 4.000.000

Sífilis

HIV 1 : 2.300.000

Doença de Chagas

HTLV I/ II 1 : 2.000.000

Citomegalovírus

HCV 1 : 1.800.000

Parvovírus

HBV 1 : 350.000

Brucelose

Babesiose
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Hemácias
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Hemácias

Anemia sem hemorragia aguda

Intensidade dos sintomas


Co-morbidades






Síndrome anêmica
Idade > 70 anos
Coronariopatia
Doença cerebrovascular
I.C.C.
D.P.O.C.
Indicações


Hb < 7,0g/ dl e/ ou Ht < 21% (sintomáticos)
Hb < 9,0g/ dl e/ ou Ht < 27% (co-morbidades associadas)
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Hemácias

Anemia por hemorragia aguda





Reposição volêmica básica/ principal: cristalóides
Dimensão do sangramento
Estado hemodinâmico
Co-morbidades
Indicações


Perda > 30% da volemia (1500ml adulto 70kg)
Perda > 15% da volemia (750ml adulto 70kg), associada a um dos
seguintes critérios:



Anemia pré-existente
Co-morbidades cardiorespiratórias e/ ou cerebrovasculares
Instabilidade hemodinâmica (Fc > 100bpm, queda PAS > 30mmHg,
alteração do sensório, oligúria, etc)
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Hemácias

Hemotransfusão no paciente crítico

T.R.I.C.C., 1999


838 pacientes críticos (euvolêmicos) com Hb < 9,0g/ dl
Estratégias

Restritiva (418 pacientes)



Gatilho transfusional: Hb < 7g/ dl
Objetivo: Hb entre 7- 9g/ dl
Liberal (420 pacientes)


Gatilho transfusional: Hb < 10g/ dl
Objetivo: Hb entre 10-12g/ dl
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Hemácias

T.R.I.C.C.
Estratégia
Liberal
Estratégia
Restritiva
P
Hb média
10,7 +/- 0,7
8,5 +/- 0,7
< 0,01
Unidades
transfundidas por
paciente
5,6 +/- 5,3
2,6 +/- 4,1
< 0,01
% pacientes nãotransfundidos
0%
33%
< 0,01
Mortalidade
APACHE II </= 20
16,1%
8,7%
0,03
Mortalidade em 30
dias
23,3%
18,7%
0,11
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Hemácias

T.R.I.C.C.

Conclusão

Estratégia restritiva é, ao menos, tão efetiva quanto, e
possivelmente superior à transfusão liberal em doentes críticos,
com a possível excessão de pacientes portadores de angina
instável e I.A.M.
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Hemácias
Indicação de Hemocomponentes
Concentrado de Plaquetas

Indicações

Terapêutica

Presença de sangramentos ativo + um dos critérios:




Plaquetometria < 50.000/mm3
Disfunção plaquetária provável (TS > 12seg, uso AAS)
Pós op. cir. cardíaca com CEC + plaquetometria < 150.000/mm3
Profilática

Ausência de sangramentos ativo + um dos critérios:




Procedimento invasivo com plaquetometria < 50.000/mm3
Neurocirurgia ou cir. oftalmológica com plaq. < 100.000/mm3
Plaquetometria < 10.000 em pacientes pós-QT, ou com leucemia,
ou anemia aplástica sem febre ou sinais hemorrágicos
Plaquetometria < 20.000 em pacientes pós-QT, ou com leucemia,
ou anemia aplástica com febre ou sinais hemorrágicos
Indicação de Hemocomponentes
Plasma Fresco Congelado

Indicações

Restritas à reposição de fatores da coagulação


Presença de sangramento associado à coagulopatia
Procedimento invasivo




INR > 1,5
TAP < 50%
TTPA > 55seg
Principais condições associadas





Intoxicação por cumarínicos
Insuficiência hepática
Coagulopatias hereditárias (exceto hemofilia A)
CIVD – coagulação intravascular disseminada
PTT – púrpura trombocitopênica trombótica
Obrigado
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