Os efeitos do uso de fortificantes no crescimento bacteriano no leite

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Os efeitos do uso de fortificantes no
crescimento bacteriano no leite
humano
Effect of Human Milk Fortifiers on Bacterial Growth in
Human Milk
In: Journal of Perinatology 2005; 25:647-649.
Autores: Myla S. Santiago , MD
Champa N. Codipilly, PhD
Debra C. Potak, RN
Richard J. Schanler, MD
Apresentadores: Ana Cláudia de Aquino Dantas
Lia Nogueira Lima
Orientador: Dr. Paulo R. Margotto
Brasília, 14 de outubro de 2005.
Introdução
Do ponto de vista do crescimento, as necessidades
nutricionais do RNPT excedem o conteúdo do LM
com relação a proteínas, cálcio, fósforo, magnésio,
ferro, sódio, cobre, zinco e algumas vitaminas,
justificando-se assim, o uso de fortificantes.
O LM com fortificantes está relacionado a menor
incidência de infecções como sepse tardia e
enterocolite necrozante.
O acréscimo de fortificantes promove crescimento
quantitativo e qualitativo, uma vez que o RNPT
nasce no período em que o crescimento intrauterino é acelerado e o depósito de vários
nutrientes é acentuado e necessário.
Preconiza-se a oferta do aditivo quando o RN
demonstra tolerância para a alimentação com o
LM num volume de 100mL/Kg/dia. É
recomendado para RN com peso ao nascimento <
1500g e é mantido até a criança atingir peso de
1800 a 2000g.
Uma das questões relacionadas à nutrição neonatal é
como fornecer uma quantidade ideal de ferro ao RNPT
que alimenta-se exclusivamente de LM.
O LM contém várias proteínas com ação
antimicrobiana, dentre elas a lactoferrina. Esta age no
TGI ligando-se ao ferro, que é importantíssimo para a
vida e desenvolvimento da bactéria. Quando a
lactoferrina é liberada no meio por exocitose, ela se liga
a todo o ferro que encontra no caminho, privando a
bactéria de um nutriente necessário para o seu
metabolismo.
Metodologia
1. Foram obtidas amostras de LM de 24 mães de
RNPT coletadas por meio de uma bomba de
sucção elétrica;
2. As amostras foram congeladas imediatamente
após a coleta;
3. No dia da análise, as amostras foram
descongeladas em banho-maria e divididas em
duas alíquotas;
4. Uma alíquota foi misturada ao fortificante
EHMF (Enfamil) e a outra ao SHMF (Similac)
5. As amostras foram refrigeradas a 4 ºC e frações foram
retiradas após 0, 24 e 72h e submetidas à diluição (1:50
para 1:200);
6. Cada amostra foi semeada em 3 tipos de ágar (cultura de
todos os tipos de colônias bacterianas, cultura para
Gram – e cultura para Gram +);
7. As colônias foram incubadas por 24h em 37 ºC;
8. Após as 24h de incubação, as colônias foram contadas
manualmente, sendo consideradas as amostras que
continham de 30-400 colônias;
9. Os protocolos foram aprovados, bem como obtidos
termos de consentimento livre e esclarecido;
10. As mães em uso de antibioticoterapia foram
excluídas;
11. Utilizou-se o teste estatístico ANOVA,
analisando-se três variáveis:
- Tipos de fortificante (EHMF e SHMF);
- Tempo de refrigeração (0, 24 e 72h);
- Tipo de bactéria.
Resultados
Das 24 amostras iniciais, 6 foram excluídas (> 650
e < 20 colônias);
Dentre as 18 amostras analisadas, 100%
continham bactérias Gram + e 30% bactérias
Gram – ;
Quanto à análise agrupada do tipo de fortificante,
tipo de bactérias e tempo de refrigeração,
encontraram-se os seguintes resultados:
Contagem de colônias de todas as bactérias no LM fortificado com EHMF e SHMF
após refrigeração a 4 °C por 72h. Presença de significância estatística em relação ao
tempo de armazenamento no refrigerador (0 a 72h) ; p<0,001.
Contagem de colônias das bactérias Gram + no LM fortificado com EHMF e SHMF após
refrigeração a 4 °C por 72h. Presença de significância estatística em relação ao tempo de
armazenamento no refrigerador (0 a 72h) ; p<0,001.
Contagem de colônias das bactérias Gram – no LM fortificado com EHMF e SHMF
após refrigeração a 4 °C por 72h. Não houve significância estatística em relação ao tempo
de armazenamento no refrigerador ou tipo de fortificante.
Discussão
Não foram encontradas diferenças no crescimento
bacteriano em LM com EHMF e com SHMF;
Observou-se um declínio no número de colônias
bacterianas após 72 h de refrigeração nos 2 grupos;
Concluiu-se que a adição de fortificantes que
contêm ferro ao LM não altera suas propriedades
intrínsecas de defesa;
Especula-se que o acréscimo de ferro atuaria de
maneira negativa se utilizado em grande
quantidade, limitando a atividade da lactoferrina,
facilitando assim a proliferação bacteriana;
Em relação aos demais nutrientes presentes nos
fortificantes, estes podem interagir com o ferro,
desconhecendo-se as conseqüências positivas e/ou
negativas dessa interação.
Atualmente, recomenda-se que o LM fortificado
permaneça por um período máximo de 24h no
refrigerador. O presente estudo acredita que este
prazo pode ser prolongado por até 72h.
Conclui-se que o LM fortificado com ferro é uma
opção segura para o crescimento de crianças
prematuras.
OBRIGADA!!!
Oi, tio Paulo
Margotto!
PALMAS!!!
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