Projecto PHEPA PROGRAMA DE FORMAÇÃO SLIDES Conteúdos do Programa de Formação Sessão 1: Introdução e conceitos básicos Sessão 2: Identificação precoce Sessão 3: Intervenção I Sessão 4: Intervenção II Sessão 5: Dependência Alcoólica Sessão 6: Implementação de programa de álcool EIBI(Early Intervention and Brief Intervention) 2 Primeira Sessão: Introdução e conceitos básicos Introdução Custos de Saúde e Sociais Álcool e Cuidados de Saúde Primários Unidade de bebida Standard Padrão de consumo Níveis de Risco Critério de Intervenção 3 Projecto Colaborativo da OMS na Identificação e Intervenção dos problemas relacionados com o álcool em CSP FASE I (1983-1989) Desenvolvimento do instrumento de detecção AUDIT FASE II (1985-1992) Estudo sobre eficácia das intervenções breves FASE III (1992-1998) Marketing , formação e estratégias para implementar intervenções breves em CSP FASE IV (1998-2004) Disseminação e implementação ampla das intervenções breves a nível do álcool em CSP 4 O Projecto PHEPA Objectivo: integrar intervenções de promoção de saúde no contexto do consumo de risco e nocivo de álcool a nível do trabalho clínico diário do profissionais dos CSP. Actividades : Recomendações europeias e guidelines clínicas Programa de formação europeia para profissionais do CSP Base de dados completa de Sites da Internet sobre boas práticas 5 Os 5 factores de risco para saúde e morte prematura,na Europa 8000 Tabaco DALYs (000's) 7000 6000 5000 4000 Hipertensão Álcool Hipercolesterolemia 3000 Excesso Peso 2000 Fonte: World Health Organization (2002) The World Health Report 2002. Reducing risks, promoting healthy life. Geneva; World Health Organization. *A disability adjusted life year (DALY) is a measure of one year’s premature death or ill-health adjusted for the severity of ill-health 6 Álcool é mais importante como causa de problemas de saúde e morte prematura que a diabetes ou a asma 6000 DALYs (000's) 5000 4000 3000 2000 Álcool Diabetes Asma 1000 0 Source: World Health Organization (2002) The World Health Report 2002. Reducing risks, promoting healthy life. Geneva; World Health Organization. *A disability adjusted life year (DALY) is a measure of one year’s premature death or ill-health adjusted for the severity of ill-health 7 Fracções atribuídas ao homem Europeu (%) • • • • • • • • • Cirrose hepática 63 AVC hemorrágico 26 Cancro Boca e Orofaringe 41 Cancro esófago 46 Outros cancros 11 Homicídio 41 Outros ferimentos Intencionais 32 Acidentes veículos a motor 45 Outros ferimentos não intencionais 32 Source: World Health Organization (2002) The World Health Report 2002. Reducing risks, promoting healthy life. Geneva; World Health Organization. 8 Risco de cancro na mama feminino Breast cancer by age 80 150 133 124 130 116 108 110 90 101 88 94 70 0 1 2 3 4 Drinks per day 5 6 IncidencIa cumulativa de cancro na mama em 1000 mulheres com 80 anos em relação com o nº de bebidas alcoólicas por dia Source: Collaborative Group on Hormonal Factors in Breast Cancer (2002) British Journal of Cancer 87 1234-1245. 9 Risco de doença coronária 1.6 Relative risk 1.4 1.2 1.0 .8 .6 0 20 40 60 80 100 120 140 160 Grammes alcohol per day Corrao G, Rubbiati L, Bagnardi V, Zambon A & Poikolainen K. (2000) Alcohol and coronary heart disease: a meta-analysis Addiction 94, 649663. 10 Cost € Custo por ano na prevenção de doença ou morte prematura 11 Unidade bebidaStandard* Uma unidade bebida standard habitualmente contém cerca de 10 g de álcool. Por exemplo: 330 ml de cerveja com 5% de graduação 140 ml de vinho com 12% de graduação 90 ml de vinho generoso (ex: sherry) com 18% de graduação 70 ml de um licor ou aperitivo com 25% de graduação 40 ml de bebidas destiladas com 40% de graduação *Cada país deve adaptar este slide 12 Padrões de consumo CONSUMO DE RISCO: um nível de consumo ou padrão de consumo que pode resultar em dano se o presente tipo de consumo persiste. CONSUMO NOCIVO: um padrão de consumo que provoca dano para a saúde,quer física ou mental . Em contraste com consumo de risco, o diagnóstico de consumo nocivo requer que haja dano para o próprio. DEPENDÊNCIA ALCOÓLICA: um conjunto de fenómenos fisiológicos, comportamentais e cognitivos no qual o uso de álcool tem grande importância para o individuo comparado com outros comportamentos . A característica essencial é o desejo de beber álcool. Voltar a beber após um periodo de abstinência é frequentemente associado a rápido reaparecimento das características do sindroma. 13 Níveis de Risco & critérios de intervenção Nível de Risco Critério Intervenção Papel do PCS Baixo <280g/w homem <168g/w mulher* AUDIT-C<5 homen AUDIT-C<4 mulher AUDIT<8 Prevenção primária Educação para a saúde, papel de modelo De risco 280-349 g/w homem 140-209 g/w mulher* AUDIT-C=5 homen AUDIT-C=4 mulher AUDIT 8-15 Intervenção Identificação, avaliação, aconselhamento breve Nocivo =350g/w homen =210 g/w mulher* Presença de danos AUDIT 16-19 Aconselhamento simples mais acouselhamento breve e monitorização continua Identificação, avaliação aconselhamento breve, monitorização Alto (dependência de álcool) Criterio ICD-10 AUDIT=20 Tratamento Identificação, avaliação, referrenciação, monitorização *Qualquer consumo em mulheres grávidas, and jovens com menos de 16 anos ou doentes ou a fazer tratamentos que contrindicam o uso de consumo de álcool Fonte: Anderson P. Alcohol and Primary Health Care. Copenhague: WHO Regional Publications 1996; 64 14 Segunda sessão: Identificação precoce Identificação de consumo de risco e nocivo: AUDIT AUDIT-C Níveis de Implementação Eficácia de intervenções breves 15 O “Alcohol Use Disorders Identification Test” (AUDIT)-1 1. Com que frequência consome bebidas que contêm álcool? 2. Quando bebe, quantas bebidas contendo álcool consome num dia normal? 3. Com que frequência consome seis bebidas ou mais numa única ocasião? 4. Nos últimos 12 meses, com que frequência se apercebeu de que não conseguia parar de beber depois de começar? 5. Nos últimos 12 meses, com que frequência não conseguiu cumprir as tarefas que habitualmente lhe exigem por ter bebido? 16 O “Alcohol Use Disorders Identification Test” (AUDIT)- 2 6. Nos últimos 12 meses, com que frequência precisou de beber logo de manhã para "curar" uma ressaca? 7. Nos últimos 12 meses, com que frequência teve sentimentos de culpa ou de remorsos por ter bebido? 8. Nos últimos 12 meses, com que frequência não se lembrou do que aconteceu na noite anterior por causa de ter bebido? 9. Já alguma vez ficou ferido ou ficou alguém ferido por você ter bebido? 10. Já alguma vez um familiar, amigo, médico ou profissional de saúde manifestou preocupação pelo seu consumo de álcool ou sugeriu que deixasse de beber? 17 The AUDIT-C 1.Com que frequência consome bebidas que contêm álcool? 2.Quando bebe, quantas bebidas contendo álcool consome num dia normal? 3. Com que frequência consome seis bebidas ou mais numa única ocasião? 18 ISCA (Interrogatório consumo de álcool) 1. Quando consome bebidas alcoólicas (vinho, cerveja etc) quantos copos bebe num dia? (Expresso em unidades de bebida padrão) 2. Com que frequência o faz? (numero de dias da semana) 3. Ficha de registo Quantidade Dias Total Consumos diários Consumo fins de semana e dias festivos Nos fins de semana (ou nos dias de trabalho ) muda os seus hábitos de consumo? 19 Níveis de Implementação Baixo: Identificação de consumo de risco em populações especiais (ie: muheres grávidas, filhos dos dependentes alcoólicos, etc.) Standard: Identificação de consumo de risco em grupos com conhecidos níveis elevados consumo (ie:homen entre 20-50 anos de idade, etc.) Máximo: Identificação sistemática e aconselhamento breve de toda a população 20 Numero necessário tratar (NNT) para uma pessoa beneficiar 20 Ac T e r a p i a su b st i t u i ç ã o d a 10 ni c ot i na 8 P r obl e ma s l i ga dos a o á l c ool 8 Ál c o o l 6 T r i c i c l i c o s p a r a a d e p r e ssã o 0 5 10 15 20 25 NNT 21 Numero necessário tratar para evitar uma morte num ano 300 250 282 NNT 200 150 100 50 0 Ál c o o l Cuijpers P, Riper H & Lemmens L. The effects on mortality of brief interventions for problem drinking: a meta-analysis. Addiction 2004 99 839-845. 22 Terceira sessão:Intervenção breve I Estadios do Modelo de Mudança Processos de Mudança Intervenções mínimas Estilo de Comunicação para relação de interajuda 23 Estadios de mudança Mudança estabilizada Acção Preparação Manutenção Contemplação Recaída Precontemplação * Adaptado de: Prochaska & DiClemente, 1986 24 Estadios de mudança e objectivos terapêuticos . Estadio Elementos básicos Objectivos terapêuticos Precontemplação Não consciente Aumentar consciência Contemplação Ambivalência Explore preucupações. Desenvolva discrepâncias internas Preparação Ambivalência Ofereça informação neutra & aaconselhamento. Providencia opções Acção Compromisso Aumente o compromisso & auto-eficácia Mainutenção Estabilidade Suporte Recaída Desespero Evite criticas, aumento autoestima, aumente o compromisso 25 Processo de mudança Através dos processos de mudança as pessoas usam 10 processos principais para se ajudarem a si próprias: Precontemplação Contemplação Preparação Aumento da consciência Libertação Social Alivio dramático Reavaliação ambiental Acção Manutenção Auto - reavaliação Autolibertação-Compromisso Reforço da Manutenção Anti-condicionamento Estimulo/controle social Relações de autoajuda Fonte: WHO. Skills for Change. Copenhagen: WHO Regional Office for Europe;1998 26 Intervenção Minima e Intervenções Breves BREVE MINÍMA Oportunística Baseada no aconselhamento Com ou sem follow up formal Até 10 minutes Com materiais de auto-ajuda Usualmente programado Baseado em motivação Com follow up formal Até 30 minutos Com materiais de auto - ajuda 27 Intervenção miníma (O método dos 5 A’s *) Perguntar/Avaliar: Se a pessoa bebe e os factores que podem afectar a escolha da mudança do comportamento, objectivos e métodos. Aconselhar: Dar aconselhamento claro, específico, e personalizado para mudança de comportamento, incluindo informação dos danos para a saúde pessoal e benefícios. Acordar: seleccionar objectivos de tratamento e métodos baseados nas pessoas preparados para mudança de comportamento Assistir: auxilia o consumidor a concordar com os objectivos ajudando-o a adquirir os conhecimentos, atitudes, aptidões, confidencia, e suporte social e ambiental para mudança de comportamento Arranjar: Programação de contactos de follow-up para garantir suporte * Adaptado de: Whitlock et al., 2004 28 Modelo de Comunicação de Thomas Gordon O que o cliente diz O que o cliente quer dizer O que o clínico ouve O que o clinico pensou que o cliente quis dizer * Adapted from http://www.gordontraining.com/aboutdtg.asp 29 Quarta sessão:Intervention Breves II Estratégias Abertas. Componentes Básicos de Breves Intervenções: Estilo Conteúdo Prevenção de Recaídas: Ajudando pessoas a recuperar 30 Estratégias abertas Questões abertas Afirmações Escuta reflexiva Sumários Resistências Estratégias de mudança Mudança no discurso Continuar 31 Componentos Básicos das Intervenções breves Comunique com Empatia Estimule a auto-eficácia Componentes das Intervenções Breves 1. Dê feedback 2. Dê aconselhamento com permissão 3. Avalie o nível de mudança 4. Negocie metas e estratégias 5. Monitorize a evolução Enfatize a responsabilidade do utente * Adaptado de http://www.alcoholcme.com 32 O que precipita recaída? Distress emocional Desejo de aumentar estados positivos emocionais Tentações ou urgência para beber Pressão Social 33 Ajudando as pessoas a recuperar Conhecimento dos sintomas. Verificação: lapso ou recaída? Identifique situações alto de risco. Identifique melhores estratégias de enfrentar. Verifique necessidade de ajuda especializada. Verifique capacidade de mudança . 34 Quinta sessão: Dependência alcoólica Critério de diagnóstico Tratamento no contexto dos CSP Critério de tratamento Protocolos de Desintoxicação e reabilitação Referenciação a centros especializados Tratamento partilhado 35 Critério diagnóstico para dependência alcoólica CID -10 Um diagnóstico de dependência deve usualmente ser feito só se três ou mais dos seguintes critérios estiverem presentes em simultâneo nos ultimos 12 meses: Um desejo ou sensação de compulsão para beber álcool. Dificuldade em controlar a bebida em termos do seu início, término ou nível de uso. Um estado fisiológico de privação quando se parou ou se reduziu o consumo (ie: tremor, suor, taquicardia, ansiedade, insónia, ou menos habitualmente, ataques, disorientação ou alucinações) ou beber para não ter sintomas de privação. Evidência de tolerância, tal que doses de álcool maiores são requiridas de forma a ter o mesmo efeito originalmente produzido por doses menores. Persistindo com o uso de álcool alerta de consequências claramente nocivas, assim como dano ao figado , estado de humor depressivo consequente a períodos de consumo pesado, deterioração cognitiva relacionado com o consumo de álcool. 36 Tratamento em contexto de CSP Consumo de Risco Consumo nocivo Dependentes alcoólicos se: O paciente aceita ficar abstinente mesmo se pensa que não é dependente do álcool Paciente recusa ser referenciado para um centro especializado Paciente não tem complicações psiquiátricas, sociais ou médicas Fonte: (1)Servei Català de la Salut. Criteris per a la derivació i interconsulta entre l’atenció primària i els serveis de salut mental i d’atenció a les drogodependències. SCS;1996 (2) Departament de Sanitat i Seguretat Social. L’atenció primària de salut i les drogodependències. Generalitat de Catalunya; 1992 37 Quando referenciar para tratamento especializado Prévio insucesso na tentativa de tratamento Complicações: Risco de sintomas de moderado a severo. Doenças médicas sérias. Familia incapaz de garantir suporte. Comorbilidade psiquiátrica. Uso regular de outras substâncias aditivas. Tratamento não pode ser realizado pela equipa de CSP . 38 Critérios de desintoxicação Previo Deliriun Tremens ou convulsões Sinais de privação matinal Beber logo de manhã Pacientes que querem fazer medicação Sinais de privação actuais Condição física severa 39 Condições necessárias para a desintoxicação em ambulatório Sem complicações médicas ou psiquiátricas severas Compromisso do paciente para: Abstinência do álcool durante a desintoxicação. Ficar em casa Evicção de actividades de risco. Um familiar sem problemas de adicção deve ser responsável no controle da medicação e supervisão do tratamento. Não ser possível dispor de bebidas alcoólicas durante a desintoxicação. Contacto diário com médico de familia ou enfermeira (pessoalmente ou por telefone) 40 Contraindicações para desintoxicação em ambulatório Confusão ou alucinações. Historia de privação prévia complicada. Epilepsia ou historia de convulsões. Estado nutricional deficiente. Vómitos severos ou diarreia. Risco de suícidio. Dependência severa associado a rejeição de ser visto com frequência Insucesso de acompanhamento domicilar. Sintomas de privação incontrolável . Doença aguda física ou psiquiátrica . Uso de outras substâncias aditivas. Ambiente em casa não favorável á abstinência . Fonte: Scottish Intercollegiate Guidelines Network. The management of harmful drinking and alcohol dependence in primary care. A national clinical guideline. Draft 2.11, 2003. 41 Desintoxificação em ambulatório doses usadas Diazepam, 5 mg cps. Dosage Low High 1 1-1-1 4-4-4 2 1-0-1 4-3-4 3 0-0-1 3-3-4 4 STOP 3-3-3 5 3-2-3 6 2-2-3 7 2-1-3 8 1-1-3 9 1-1-2 10 1-1-1 11 1-0-1 12 0-0-1 13 STOP 42 Tratamento de Reabilitação Abordagem Psicossocial Aconselhamento breve e follow up Terapia de grupo Suporte familiar Fármacos anticraving Acamprosate 2 g/day Naltrexone 50 mg/day Fármacos Antidipsótropicos Disulfiram 250 mg/day Calcium carbimida 36-75mg/day 43 Critério de tratamento articulado Pacientes abstinentes estabilizados em tratamento psicossocial num Centro especializado Paciente que quer começar o tratamento mas recusa a ir para um Centro especializado Casos não complicados que podem ter desintoxicação em casa Pacientes com outras doenças crónicas que necessitam de ser monitorizadas num Centro de Cuidados Saúde Primários 44