2.2. AQUECIMENTO GLOBAL 2.2.1 TEMPERATURAS CRESCENTES Nunca, no último milénio, as temperaturas mostraram uma taxa tão elevada e a aumentar. Não é só o aumento das temperaturas e precipitações médias mas também a sua maior variabilidade sobre o planeta nos últimos cem anos. Diferenças importantes entre a terra e o mar, entre as diferentes regiões, entre as estações, ou mesmo entre o dia e a noite são fenómenos dos nossos dias. - Os Sul da invernos aquecem mais rápido Europa) - dias frios notavelmente do que os verões (leste e reduzidos enquanto os dias com temperaturas sufocantes são mais frequentes: Outras fontes para além da medição de temperatura: 2.2.2. PRECIPITAÇÕES A Evaporação anda de mãos dadas com o aumento das temperaturas o que contribui para o aumento de 2% das precipitações registadas nos últimos 100 anos. O que poderia ser um benefício, não o é, pois está mitigado pelas grandes diferenças regionais. Estes aspetos da precipitação geralmente apresentam grande variabilidade natural: Mais precipitação cai agora sob a forma de chuva, em vez de neve em regiões do norte, por ex. 2.2.3. OS OCEANOS TAMBÉM ESTÃO A AQUECER Tanto os níveis dos oceanos como as temperaturas têm vindo a aumentar desde o final do séc. XIX e o fenómeno tem vindo a acelerar desde os anos 90’s. Em alguns locais esta observação pode dever-se a causas naturais. No entanto, as alterações observadas à escala planetária não podem deixar de estar ligada ao aquecimento global. A dinâmica dos oceanos e das condições locais induzem diferenças de aquecimento entre os diferentes mares - o aquecimento é desigualmente distribuído. Devido à sua inércia térmica, a água do mar tem aquecido muito menos do que a atmosfera. Isso significa que, mesmo que as temperaturas um dia se estabilizem, os oceanos continuarão a mostrar efeitos visíveis e irão continuar a sua expansão. 2.2.4. DEGELO DOS GLACIARES Particularmente marcado desde o início do séc. XX. Nos últimos 100 anos os montes Quênia e Kilimanjaro, por exemplo, perderam 92% e 82% dos seus glaciares, respetivamente. Se o degelo dos glaciares africanos pode estar ligado a variações locais no ciclo da água, não existe consenso sobre as razões, em observações semelhantes noutras partes do planeta. O degelo é muito rápido para invocar o aquecimento global como a causa final. Em qualquer caso, neva muito menos; uma parte substancial do gelo do Ártico está a derreter, apesar de variabilidade de ano para ano, sendo a superfície perdida de cerca de 30.000 km2/ano. 2.2.5. O FLUXO DA ENERGIA Existe um consenso da comunidade científica que liga o aumento das temperaturas às atividades humanas, especialmente, à utilização de combustíveis fósseis. A pergunta não será tanto “por que é que as temperaturas estão a aumentar?” mas antes “por que é que as atividades humanas estão por trás disto?” A resposta está nas modificações trazidas pelo fluxo de energia em todo o sistema climático por gases emitidos através da queima de combustíveis: o assim chamado gases de efeito estufa. Devemos primeiro entender como o planeta transmite e transforma a energia que recebe do Sol. De acordo com as estimativas mais recentes, a Terra recebe, na parte superior da atmosfera, sob a forma de radiação de ondas curtas, a radiação solar média de 341,3 W/m2. Parte dela (totalizando 101,9 W/m2) retorna diretamente da atmosfera e da superfície do planeta. Consequentemente, 341,3 W/m2- 101,9 W/m2 = 239,4 W/m2 constitui a energia solar absorvida pelo planeta, que induz movimento na atmosfera e nos oceanos, definindo o clima. Esta energia absorvida segue um curso de transformações e de trocas complexas entre os agentes climáticos. Esta energia não pode permanecer na Terra: o planeta seria aquecido até níveis insustentáveis. Na verdade, é devolvida para o espaço em forma de radiação de ondas longas. Estima-se o seu valor em 238.5 W/m2. Deste modo, a diferença entre a energia absorvida (239,4) e a devolvida (238,5) é de 0.9 W/m2. Significa que 0,9 W/m2 não são devolvidas para o espaço exterior: foram capturados pela atmosfera da Terra. O resultado é claro: A Terra está a aquecer e, assim, as temperaturas vão subindo. 2.2.6 A ENERGIA RADIANTE E TEMPERATURAS Falámos sobre radiação de onda curta (entrada) e radiação de onda longa (saída). O que queremos dizer com isso? O termo energia é conhecido num certo número de formas diferentes (térmica, mecânica, química, elétrica, elástica, nuclear, etc.). A Terra realiza as trocas de energia com o espaço quase que exclusivamente através de um única forma: a energia radiante ou a luz, isto é, sob a forma de ondas eletromagnéticas. Este tipo de energia é intrínseco a todos os organismos cuja temperatura está acima do zero absoluto, na chamada a escala de Kelvin, em que 0 º K= -273 º C. Pelo simples facto de ter uma temperatura acima do zero absoluto, um corpo emite luz: a radiação de corpo negro. A radiação de corpo negro fornece-nos um conjunto de equações muito precisas que permitem relacionar a temperatura de um objeto com a luz que ele emite. A intensidade com que um dado comprimento de onda é emitido depende da temperatura do corpo. radiância espectral Observamos que o pico diminui em magnitude e desloca-se para a posição da região de comprimentos de onda mais longo quando a temperatura diminui. Isto significa que a luz emitida por corpos muito quentes (> 7000 K) é essencialmente luz ultravioleta (radiação de onda curta). À medida que o corpo se torna mais frio (4000 K - 7000 K), a maior parte da energia radiante é em forma de luz visível; para temperaturas abaixo de 4.000 K de luz infravermelha (radiação de onda longa). Ou seja, corpos mais quentes tendem a emitir luz branca enquanto que corpos a temperaturas baixas emitem ondas de infravermelho. A temperatura do exterior, parte visível do Sol (a fotosfera) é de aproximadamente 5700 K. O pico é, portanto, na faixa visível. É por isso que vemos o brilho solar. Por outro lado, a temperatura média da Terra é de 288 K (15 ° C), na gama infravermelha. É por isso que o nosso planeta não "brilha", o que não significa que ele não irradia luz: apenas que a luz simplesmente não é visível. A radiação de saída (238,5 W/m2) é essencialmente radiação infravermelha. E é nesta fase que os gases do efeito estufa entram em ação. Veremos nas próximas secções. 2.2.7. EFEITOS ATMOSFÉRICOS Nem toda a radiação solar recebida nos limites exteriores da atmosfera atinge a superfície da terra. A atmosfera seleciona vários componentes da radiação solar. Como já mencionado, parte da radiação solar é refletida de volta. A que não é refletida é, ou absorvida ou espalhada por gases atmosféricos, vapores e partículas de pó. Os gases da atmosfera absorvem a energia solar, em determinados intervalos de comprimento de onda, chamadas bandas de absorção. Os intervalos de comprimentos de onda que não são absorvidos são conhecidos como bandas de transmissão ou janelas atmosféricas. Os mais letais, gama de comprimentos de onda (raios gama, raios-X e raios UV) são absorvidos pelo oxigénio, nitrogénio e ozono. O dióxido de carbono e vapor de água, por outro lado, absorve a faixa do infravermelho. Devido à reflexão, difusão e absorção de radiação, a quantidade de energia solar que chega é muito reduzida em intensidade. Esta redução varia com o comprimento de onda da radiação e depende do comprimento através do qual a radiação solar atravessa na atmosfera. Também varia com fatores como latitude, estação, cobertura de nuvens e os poluentes atmosféricos. Por outro lado, a superfície terrestre absorve e emite luz. Esta reflexão a partir do solo é principalmente luz visível. Se o vapor de água é responsável pela maior parte do aquecimento atmosférico, por que se fala tanto sobre as emissões antropogénicas do dióxido de carbono? O aquecimento é um efeito natural. Naturalmente aquece mas também esfria, irradiando para o espaço sideral. Quando ambos os mecanismos de regulação estão em equilíbrio, a atmosfera atinge uma temperatura mais ou menos constante. Isso permite a existência de vida na Terra, porque, sem a atmosfera, as condições seriam muito parecidas com as da Lua. O problema surge quando há um desequilíbrio entre o aquecimento e o arrefecimento na atmosfera. É o que esta a ocorrer atualmente. O dióxido de carbono, embora menor agente de aquecimento do que o vapor de água, está a aumentar a sua concentração para uma taxa muito elevada. Elevada o suficiente para perturbar o equilíbrio aquecimento-arrefecimento (permanecendo constante a concentração de vapor de água) e, assim, ser responsável pelo aumento da temperatura. 2.2.8. EFEITO ESTUFA Todos os gases que absorvem a radiação infravermelha são gases de efeito estufa: vapor de água, dióxido de carbono (CO2), metano (CH4), óxido nitroso (N2O), ozono (O3) e moléculas antrópicas, tais como gases fluorados ou compostos halogenados. A eficácia com a qual um gás contribui para o efeito de estufa depende da sua concentração na atmosfera e da sua capacidade de absorver a luz infravermelha. Nestas figuras podemos ver a contribuição de cada um desses agentes. A primeira refere-se à contribuição natural. Aqui, o vapor de água é responsável por mais da metade do total, enquanto outros gases (incluindo o dióxido de carbono) representam apenas 30%. A segunda apresenta outro tipo de contribuição resultante da atividade humana. O dióxido de representa a maior parte. Atualmente, o metano equivale a 16,5% do efeito, que é uma ação em manifesta desproporção com a sua concentração real. O seu impacto, molécula por molécula, é várias vezes mais poderoso do que o dióxido de carbono e representa uma fonte potencialmente perigosa, dadas as enormes quantidades de metano que podem ser libertadas se as temperaturas continuarem a subir. Analisando cada um desses agentes: Dióxido de Carbono (CO2) 1 2 O CO2 pertence ao ciclo natural do carbono e sempre foi um componente da atmosfera (a maioria das plantas absorvem dióxido de carbono e os animais libertam-no). A sua concentração atmosférica tem vindo a aumentar há mais de um século, devido à alteração do ciclo natural do carbono (antrópica), alcançando um nível nunca verificado nos últimos 650 mil anos. Nota-se o aumento dramático desde o séc. XIX. Em níveis pré-industriais o CO2 tem uma média de 280 partes por milhão (ppm). Em 2010, o nível é de 390 ppm, subindo de forma constante, o que representa um incremento de 39% em a menos de 200 anos. Na imagem seguinte podemos ver a média das concentrações de CO2 nos últimos 400.000 anos, reconstruído a partir de amostras colhidas a partir de bolhas de ar aprisionadas nos núcleos de gelo de Vostok eAntártica. O valor máximo para a concentração de CO2 no período analisado varia entre 180 ppm nos episódios mais frios e 280-300 ppm nos mais quentes, o que é bem abaixo das figuras anteriores. Pela comparação desta última com as anteriores, notamos a correlação entre as concentrações de CO2 e as temperaturas. 3. Note-se que estas oscilações de concentração de CO2 relacionam-se com as flutuações sazonais do hemisfério norte devido à maior concentração de massas continentais nesse hemisfério. Verificamos que as variações sazonais observadas no ciclo anual no gráfico 2 se devem ao crescimento da vegetação durante a estação quente, que recupera CO2 através da fotossíntese, e a decomposição dessa mesma vegetação liberta CO2 durante a estação fria. Para a maioria, a acumulação de dióxido de carbono, a um nível crescente, é o resultado de 200 anos da combustão massiva de fósseis, essencialmente, carvão, petróleo e gás, provenientes dos sedimentos de plantas e animais em condições anaeróbias. Na década de 1998-2008 as emissões de carbono aumentaram cerca de 2,5% - quase quatro vezes mais rápido que na década de 1990 [Le Quéré et al, 2009.]. Estima-se que cerca de 50% do CO2 antropogénico já emitido foi permanentemente removido da atmosfera. Apesar disso, a sua concentração atmosférica continua a subir. A curto prazo, a eficiência dos oceanos, como libertadores de CO2 pode ser comprometida pelo aquecimento global, tal como a solubilidade de gases na água se reduz pelo aumento da temperatura. 4. Ciclo global do carbono no no seu 4º Relatório de Avaliação, 2007 início de 1990, estimado pelo IPCC Setas vermelhas - interferência humana sobre os valores naturais para os fluxos (setas pretas) e quantidades no reservatório. Como resultado da combustão de combustíveis fósseis, foram libertados na atmosfera cerca de 6,4 Gigatonne19/ano (GtC) de carbono equivalente durante esses anos. Alterações no uso da terra (principalmente o desmatamento) contribuíram para uma entrada adicional de1,6 GtC/ano (6,4+1,6=8). Este fluxo total de carbono para a atmosfera foi parcialmente compensada pela absorção de CO2 atmosférico pela terra e oceanos. Estima-se que 2,2 GtC/ano foi absorvida pela vegetação (crescimento) e solo (detritos). Os oceanos terão absorvido 1.6 GtC/ano (2,2+1,6=3,8). Feitas as contas, houve uma entrada adicional de 4,2 GtC /ano (8-3,8) na atmosfera. Isto dá uma ideia do impacto das atividades humanas desde 1750. No período de 1750-1994, e de acordo com as estimativas do IPCC, 244 GtC de carbono fóssil e 140 GtC de alterações do uso da terra, foram transferidos para a atmosfera, totalizando 384 GtC. Parte dessa enorme quantidade de carbono foi reabsorvido pela terra e solo (101 GtC) ou dissolvido na superfície e oceanos profundos (18 e 100 GtC, respetivamente). Por conseguinte, a atmosfera reteve no fim desse período 165 GtC (384-101 -18-100), o produto das atividades humanas. Este resultado, comparado com o valor de carbono na atmosfera em 1750 (597 GtC) traduz um aumento de 28% em 250 anos! Compreender as trocas de CO2 entre a terra e a atmosfera é fundamental para aperfeiçoar a descrição do ciclo do carbono e fazer melhores previsões sobre os futuros níveis deste gás sobre o efeito de estufa. No contexto da atenuação de CO2, muito se tem debatido sobre a questão da fertilização de CO2, uma intensificação do crescimento da vegetação para compensar níveis mais elevados de dióxido de carbono atmosférico. Isto pode significar um ganho na absorção dos valores de carbono terrestres (o CO2 é um recurso primário para o crescimento da vegetação), mas não é assim tão fácil. Apesar de ter havido uma intensificação da vegetação nos anos 80 e 90 não se tem a certeza de estar relacionado com o aumento de concentração de CO2 na atmosfera. Na primeira década do séc. XXI, onde forma registadas as temperaturas mais altas, a situação inverteu-se. Grandes áreas da América do Sul, África do Sul e Austrália foram as mais afetadas, podendo estar relacionado com as condições de chuva desfavoráveis que dominaram essa década no Hemisfério Sul e, possivelmente, incêndios e a substituição de grandes áreas de floresta tropical (no Brasil e Sudeste Asiático) por culturas de rendimento. Embora o fenómeno deva ser confirmado por estudos adicionais, esta inversão pode ser um aviso claro para aqueles que contam com a intensificação da vegetação para absorção de carbono como forma de contrabalançar a queima de combustíveis fósseis. Em resumo, dos cerca de 244 GtC emitidos para a atmosfera desde o início da era industrial, cerca de 165 GtC permaneceram lá (27% mais em relação aos níveis pré-industriais). Enquanto isso, as reservas atuais de combustíveis fósseis estimam-se na ordem de 10 vezes o valor já emitido em fumos. Embora a maioria deles sejam ou inacessíveis ou caros demais para explorar no presente, não podemos considerar uma boa perspetiva para o futuro se o mundo persiste em sua dependência inabalável dos combustíveis fósseis. Metano e óxido nitroso O metano (CH4) é o segundo e o óxido nitroso (N2O) o terceiro, relativamente ao CO2, para o presente aquecimento global. Medições precisas mostram o aumento das concentrações atmosféricas para estes dois gases, com pouca variação geográfica. O aumento em relação aos níveis pré-industriais é espetacular. Mais preocupante no caso do metano porque nenhuma explicação satisfatória foi encontrada. O metano tem uma concentração 200 vezes menor do que a de CO2 mas é responsável por quase 17% do efeito do aquecimento adicional (antropogénico). Os seus efeitos, molécula a molécula, é mais intenso do que a de CO2. Este paradoxo pode ser explicado pela capacidade deste gás para absorver radiação infravermelha, devido à sua composição química. Em troca, seu tempo de vida na atmosfera é muito menor do que o do dióxido de carbono - de poucos anos em comparação com as da ordem de séculos a milênios (Archer et al., 2009). A concentração de metano aumentou 150% em relação à era pré-industrial (metade deve-se a atividades humanas). As principais fontes de metano estão na fermentação anaeróbia (ou seja, na ausência de ar, muito presente em zonas ricas em água como pântanos, turfeiras, plantações de arroz), no gado, nas térmitas, nos combustíveis fósseis, nas fugas naturais de gás e queima de combustíveis fósseis. O óxido nitroso (N2O) é um componente natural da atmosfera da Terra. Em tempos préindustriais, as concentrações eram cerca de 270 ppbv (partes de bilhão por volume). A maior fonte deste gás são as bactérias existentes nos solos e em sedimentos que o produzem como subproduto de nitrificação e desnitrificação, processos importantes do ciclo natural do nitrogénio. O N2O escapa dos solos e sedimentos para a atmosfera, e é eventualmente perdido na estratosfera, mais de 10 km acima da superfície da Terra, por radiação ultravioleta. O tempo de vida do N2O na atmosfera é relativamente longo (mais de um século), tornando-se um poderoso gás de efeito estufa. Ele tem um potencial de aquecimento muito maior que o CO2 e o CH4. Um quilo de N2O emitido absorve 296 vezes mais radiação infravermelha do que um quilo de CO2 emitido (Global Warming Potential over 100 years [IPCC, 2007]). As concentrações de N2O têm vindo a aumentar, desde há um século, para 319 ppbv em 2005. Este aumento está relacionado com o aumento das emissões dos solos pela produção de alimentos para uma população mundial crescente; o aumento do uso de fertilizantes na agricultura leva ao aumento dos níveis de nitrogénio, estimulando as bactérias para produzir mais N2O do que em condições naturais. Não são apenas os terrenos agrícolas a fonte antropogénica de N2O, mas também os solos naturais e sistemas aquáticos, onde os níveis têm aumentado como resultado de perdas de fertilizantes e deposição de N atmosférico. Também se somam as fontes industriais de N2O, mas são de menor importância. Vapor de água O vapor de água é, de longe, o gás de efeito estufa mais importante, pois produz mais aquecimento atmosférico do que qualquer outro gás, até mesmo porque uma molécula de água é menos eficiente na absorção de radiação infravermelha do que uma molécula de CO2. O equilíbrio da pressão de vapor de água no estado líquido, e a correspondente quantidade máxima de água na atmosfera, aumenta exponencialmente com a temperatura. A radiação térmica de infravermelhos redirecionada pelo vapor de água vai ser impulsionado pelo aquecimento global produzido por outros gases (e por si), e as temperaturas vão subir ainda mais. Por outro lado, a formação de nuvens será estimulada e as nuvens são conhecidas por terem um efeito misto na radiação térmica infravermelha. A água sob a forma de gotículas de líquido também absorve radiação de infravermelhos. Consoante o seu tipo, no que diz respeito à radiação solar, elas comportam-se de maneiras diferentes. Pode-se dizer que a baixa altitude as nuvens costumam refletir a radiação solar, e arrefecer a atmosfera, enquanto em alta altitude mostram o comportamento oposto e aquecem-na. No entanto, a nossa compreensão das nuvens e seus efeitos sobre o aquecimento global e clima ainda é muito incompleto. Não é evidente que um teor de vapor atmosférico elevado irá ter uma influência positiva ou negativa sobre o aquecimento global.