I. Kant e a Filosofia Crítica Prof. Galileu Galilei Medeiros de Souza Contexto Filosófico No tempo de Kant, a filosofia era dominada por duas correntes: Racionalistas Empiristas A única fonte de conhecimento verdadeiro é a razão Platão, Agostinho de Hipona, Descartes... A única fonte de conhecimento verdadeiro é a experiência Locke, Hume... Contexto Filosófico Tipos de Juízos: Racionalistas Empiristas Juízos Sintéticos: Juízos Analíticos: são puramente explicativos, sendo que o objeto não acrescenta nada ao conteúdo já conhecido. o predicado acrescenta alguma coisa não expressa pelo sujeito. Contexto Filosófico Tipos de Juízos: Racionalistas Juízos Sintéticos “A água sufoca” “A pedra é pesada” Empiristas Juízos Analíticos “O corpo é extenso” “O animal é vivente” Contexto Filosófico É por isto que a filosofia não progrediu de modo seguro desde os gregos até Kant: 1. Os racionalistas não podem afirmar nada de novo. 2. Os Empiristas não podem afirmar qualquer coisa de modo universal. Porém, as ciências matemáticas e a física têm evoluído e de modo seguro.... Mas por quê? Contexto Filosófico Porém, as ciências matemáticas e a física têm evoluído e de modo seguro.... Mas por quê? Por que se utilizam de Juízos... Sintéticos a priori (O conhecimento não é fruto nem só do sujeito, nem só do objeto, mas de uma síntese entre sujeito e objeto) Contexto Filosófico Sintéticos: (do objeto) O predicado destes juízos acrescenta um conhecimento novo ao sujeito a priori: (do sujeito) Existem estruturas, ou condições de possibilidade no sujeito que conhece, que o condicionam a este dado tipo de conhecimento, mas garantem a sua universalidade . Contexto Filosófico O conhecimento humano não é uma reprodução passiva de um objeto por parte do sujeito, mas construção ativa do objeto por parte do sujeito. Contexto Filosófico Mas, a metafísica pode fazer uso de juízos Sintéticos a priori? Contexto Filosófico É necessário analisar a legitimidade da pretensão metafísica (filosófica): “É necessário chamar a razão ao mais grave dos seus deveres, que é o conhecimento de si mesma; é necessário formar um tribunal que sustente as suas pretensões legítimas e condene as que não tem fundamento; este tribunal não pode ser outro senão a crítica da razão pura” (Crítica da Razão Pura, A 11-12) Contexto Filosófico Como? Analisando criticamente a atividade da mente humana com o objetivo de descobrir o seu funcionamento e estabelecer o valor de suas pretensões. Contexto Filosófico Como? Três são as operações da mente humana: 1. 2. 3. Apreensão (intuição: formação de idéias primárias) Juízo (unir afirmando e separar negando dois conceitos) Raciocínio (encadeamento lógico de juízos) Contexto Filosófico Como? Três são as operações da mente humana: 1. Apreensão – Estética Transcendental 2. Juízo – Analítica Transcendental. 3. Raciocínio – Dialética Transcendental. Crítica da Razão Pura Contexto Filosófico a) O que é Transcendental em Kant? Transcendental são as condições de possibilidade do conhecimento humano, ou seja, as formas (do sujeito) que modelam a matéria (proveniente do objeto). b) O que é Transcendente em Kant? É o que está além do nosso conhecimento, não podendo entrar na formação de juízos sintéticos a priori: sujeito + objeto. Estética Transcendental 34 Estética < Aesthesis (sensível, sensibilidade) A apreensão humana será construída como conhecimento sensível, a partir da intuição. A única intuição possível é a sensível. Nós não podemos conhecer diretamente as coisas, mas só através dos sentidos. Estética Transcendental Objetivo: estudar como são possíveis a matemática e a geometria, baseadas na intuição. A Matemática e a Geometria são constituídas por conhecimentos de caráter intuitivo e universal. Estética Transcendental Juízos Sintéticos a priori: 1. Forma (condições de possibilidade do conhecimento sensível): espaço (externa) e tempo (interna). Matéria: o que do objeto interage conosco. 2. Resultado: Fenômenos (síntese dos dados sensoriais sob a forma de espaço e tempo) Estética Transcendental Espaço (transcendental da sensibilidade externo): toda sensação externa nos atinge sob a forma extensa. Tempo (transcendental da sensibilidade interno): as intuições externas se transformam em idéias internas sob a forma de sucessão. Estética Transcendental Obs: espaço e tempo não existem senão no interior do sujeito. São condições de possibilidade do conhecimento sensível e não realidades ou substâncias. Estética Transcendental Pela consideração do espaço e do tempo, o conhecimento da sensível torna-se científico, ou seja, universal (válido sempre e para todos) e extensivo (acrescenta algo novo ao que já se sabe) Estética Transcendental Universalidade do conhecimento sensível: o espaço e o tempo são os transcendentais do conhecimento sensível, válidos para todo homem. Extensividade (novidade): não é possível descobrir as proposições matemáticas e geométricas pela simples análise dos conceitos, elas requerem o uso dos sentidos. Ex: sem o uso dos dedos ou de outro artifício qualquer, não há como aprender a proposição segundo a qual sete mais cinco são doze.