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GENÉTICA
DE
POPULAÇÕES
De acordo com uma definição
amplamente aceite, uma espécie
é o grupo mais lato de indivíduos
que, potencialmente, se pode
inter-reproduzir
e
gerar
descendência viável.
A livre inter-reprodução dos
indivíduos
de
uma
mesma
espécie é, na prática, limitada
por barreiras geográficas e,
entre seres humanos, por
barreiras culturais, incluindo de
ordem psicológica, religiosa e
social.
Em resultado destas restrições,
formaram-se numerosos grupos
locais
parcialmente
diferenciados
de
indivíduos
inter-reprodutores,
que
constituem populações (ou, mais
precisamente,
populações
locais).
Assim, considerados globalmente,
os
diferentes
indivíduos
que
constituem uma mesma espécie
diferem entre si quanto a uma
grande variedade de características
herdadas.
Por essa razão, o estudo científico
de amostras de indivíduos de uma
dada espécie exige a descrição
pormenorizada da população ou
populações de onde foram obtidas e
uma
rigorosa
metodologia
de
amostragem.
São habitualmente designadas como
populações
mendelianas
as
populações formadas por indivíduos
inter-reprodutores que partilhem
um conjunto específico de genes e
alelos, transmitidos de geração em
geração de acordo com as Leis de
Mendel.
Operacionalmente,
uma
população
mendeliana pode ser definida como um
grupo
de
indivíduos
que
se
inter-reproduzem sem qualquer restrição
interna
importante,
que
está
suficientemente
bem
definido
geograficamente e de acordo com outros
parâmetros, para que dele se possam
fazer amostragens significativas, nas
quais se estudem traços genéticos que
obedeçam às Leis de Mendel.
A Genética Populacional é o ramo
da Genética que estuda a aplicação
dos conceitos e das leis da Genética
em grupos inter-reprodutores ou
populações.
Um dos principais objetivos científicos
da genética populacional é o de
compreender a natureza e a origem das
diferenças genéticas observadas entre
diferentes populações da mesma espécie,
prever as variações intergeracionais das
freqüências relativas dos diferentes
tipos genéticos encontrados numa
população, e determinar as condições em
que o equilíbrio entre as diversas forças
que afetam essas frequências é obtido.
Ao
descrever
as
variações
da
constituição genética das populações e
os princípios que determinam as
variações genéticas de uma população ao
longo do tempo (Evolução) a Genética
Populacional constitui, de fato, a teoria
quantitiva da Evolução.
As alterações cumulativas na composição
genética de uma população observadas
ao longo do tempo são frequentemente
designadas
micro-evolução;
as
alterações genéticas que acompanham a
formação de novas espécies ou de
categorias
biológicas
superiores
constituem a macro-evolução.
Independentemente da forma gradual
ou pontuada das modificações sofridas
por uma espécie, o processo subjacente
de adaptação de uma espécie ao seu
ambiente é a Seleção Natural.
A seleção natural, teoria geral da
evolução proposta em 1859 por Charles
Darwin, assenta em três observações
principais:
(a)todas as populações produzem mais
jovens do que aqueles que podem
sobreviver e reproduzir-se;
(b) os diferentes indivíduos de uma
população variam quanto à sua capacidade
de sobrevivência e de reprodução;
(c) sendo parte desta variação herdada,
cada geração sucessiva terá uma
representação
desproporcionada
dos
alelos que promovam maior sobrevida e
capacidade de reprodução no ambiente em
A ocorrência de seleção natural
requer a existência de variação
genética,
que
se
encontra
abundantemente e em diversos níveis
na maioria das populações naturais.
Um dos níveis de variação genética são as
aberrações cromossómicas, mas a grande
maioria da variação genética consiste em
variações da sequência do DNA que não
são visíveis ao microscópio. Algumas
destas mutações são responsáveis por
doenças específicas, mas a maioria não
está significativamente associada com
qualquer anomalia fenotípica
A maior parte da variação genética depende de
alelos com pequenos efeitos individuais sobre
traços genéticos multifatoriais, como a altura
ou o peso, mas estes alelos, atualmente, são
apenas passíveis de análise estatística. As
formas mais extensamente estudadas de
variação genética são as que dependem de
alelos associados com fenótipos facilmente
identificáveis, tais como os que determinam os
vários grupos sanguíneos, os que influenciam a
mobilidade eletroforética de proteínas, ou,
mais recentemente, os de seqüência primária
de DNA.
Conceitos
Básicos
Um locus é definido como um
local
específico
em
um
cromossomo onde se localiza
um gene, e as diferentes formas
que um gene se apresenta num
mesmo loco são chamadas de
alelos.
Quando um locus é ocupado
por mais de um alelo do
mesmo gene, cada um desses
alelos é representado por
proporções
relativas,
chamadas de:
freqüências alélicas.
Um geneticista de populações
considera que a evolução não
passa
de
mudanças
nas
freqüências alélicas de genes
numa população, ao longo do
tempo.
Para eles, um novo alelo surgido por
mutação só se torna importante do
ponto de vista evolutivo quando é
capaz de aumentar sua freqüência
consideravelmente de forma a
tornar-se significante na história
evolutiva de uma população .
FREQUÊNCIAS GÊNICAS
E
GENOTÍPICAS
Genótipo
N. de individuos
AA
3600
Aa
6000
aa
2400
Total
12000
FREQÜÊNCIA DO ALELO
( NÚMERO TOTAL DESSE
ALELO) / (NÚMERO TOTAL
DE GENES NO LOCUS)
Número
de Ind.
3600
6000
Número de
Genótipo
alelos A
AA
2
Aa
1
Total de alelos A
Total
7200
6000
13200
Total de alelos na população = 24000
f(A) = 55%
ou
f(A) = 0,55
f(A) + f(a) = 1
f(a) = 1 - 0,55
f(a) = 0,45
f(a) = 45%
FREQUÊNCIA GENOTIPICA:
(NÚMERO DE INDIVÍDUOS COM O
/
GENÓTIPO)
(TOTAL DE
INDIVÍDUOS)
As freqüências dos genótipo
AA, Aa e aa nessa população
são, respectivamente:
AA = 3600/1200 = 0,30
Aa = 6000 /1200 = 0,50
aa = 2400/1200 = 0,20
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