Concordância Verbal Prof. Karen Neves Olivan Regra geral – verbo concorda com o sujeito em número e pessoa. Júnior foi ao cinema Sujeito verbo Lucas e Carlos foram ao cinema Sujeito Verbo CONCORDÂNCIA Lógica: Grande parte das mulheres é fiel. Atrativa: Grande parte das mulheres são fiéis. Ideológica: Minas Gerais possui grandes riquezas. Concordância do verbo com o sujeito composto I. Quando o sujeito composto estiver posicionado antes do verbo , este ficará no plural. Ex.: O ônibus e o caminhão deslizaram na pista. sujeito composto antes do verbo verbo no plural Sujeito composto é aquele que apresenta dois ou mais núcleos. Observação: O verbo pode ficar no singular principalmente em dois casos: quando os núcleos são sinônimos e quando formam uma enumeração gradativa. Ex .1: A paz e a tranqüilidade reinava (reinavam) naquele lugar. Ex.2: A angústia, a inquietação, o desespero o dominou (dominaram). II. Quando o sujeito composto estiver depois do verbo, este poderá concordar com o mais próximo, ou ficará no plural. Ex.: Foi ao parque de diversão o filho, a mãe e o pai. Verbo na 3ª pessoa do singular, concordando com o filho sujeito composto depois do verbo Foram ao parque de diversão o filho, a mãe e o pai. verbo na 3ª pessoa do plural sujeito composto depois do verbo III. Quando o verbo for constituído por pessoas gramaticais diferentes, ele ficará no plural. Se a 1ª pessoa (eu, nós) faz parte do sujeito, o verbo ficará na 1ª pessoa do plural (nós). Ex.: Você, sua prima e eu iremos ao cinema. sujeito formado por pessoas gramaticais diferentes, com a presença da 1ª pessoa (eu) verbo na 1ª pessoa do plural (nós) Se a 1ª pessoa (eu, nós) não faz parte do sujeito, o verbo ficará na 2ª pessoa do plural (vós) ou na 3ª pessoa do plural (vocês). Ex.: Tu e teu amigo ficareis aqui em casa. Tu e teu amigo ficarão aqui em casa. A concordância pode ser feita entre o verbo e o adjunto adnominal do sujeito (Concordância atrativa) Coletivos especificados Uma nuvem de gafanhotos destruiu (ou destruíram) a plantação. Porcentagens especificadas 63% da população apóia (ou apóiam) essas medidas. Com as expressões: a maior parte dos..., A maioria dos..., Grande número de.... A maioria dos participantes preferiu (ou preferiram) interromper o curso. Com as expressões: quantos de nós... quais de vós... etc. Quantos de nós não souberam (ou soubemos) viver. Obs. Porcentagens: a) Se há determinantes no plural, é obrigatória a pluralização do verbo. Ex: Os 63% da população apóiam essas medidas. b) Quando o verbo vem anteposto à expressão de porcentagem, a concordância se dá com o número. Ex: Serão importados 60% da produção alemã. c) Com o uso de 1%, é recomendável que o verbo fique no singular. d) Ex: 1% dos brasileiros ganha bem. O verbo ficará no singular quando tiver como sujeito as expressões: Um de..., Qual de...., Nenhum de..., Cada um.. Um de nós será escolhido para representar a turma. Qual de nós será o escolhido? Nenhum de vocês será responsabilizado. O verbo ficará no singular quando tiver sujeito composto resumido pelos pronomes tudo, nada, ninguém. Homens, mulheres,crianças, ninguém sobreviveu. Sujeito ligado por OU Exclusão. verbo no singular Joaquim ou promovido José será Sinonímia verbo no singular Atribuir ou imputar significa considerar como autor, como origem ou causa. Inclusão verbo no plural O calor ou o frio excessivos fazem adoecer os idosos. Antonímia verbo no plural A alegria ou a dor constituíam o viver daquela gente. Retificação verbo concorda com o núcleo mais próximo O suspeito ou os suspeitos prestarão depoimento. Um e outro – verbo no singular ou no plural ex.: Um e outro saiu no horário. / Um e outro saíram no horário. Obs.: se houver reciprocidade = plural – Ex.: Um e outro se distraíram durante o expediente Um ou outro – verbo no singular – ex.: um ou outro será inocentado. Sujeitos formados por infinitivos – verbo no singular – ex: Estudar e trabalhar é importante. Obs: Se os infinitivos vierem precedidos de artigo ou exprimirem idéias opostas, o verbo ficará no plural. Exs: O comer e o beber são necessários à sobrevivência. Rir e chorar na devem fazer parte da personalidade. Concordância com pronomes de tratamento = o verbo fica na 3ª pessoa Alguns autores classificam os pronomes de tratamento como sendo pronomes de 3ª pessoa; outros, como de 2ª. É mais apropriado, portanto, definir como: são formas de tratamento indireto de 2ª pessoa que levam o verbo para a 3ª pessoa. Exs.: Vossa Senhoria deverá encaminhar o projeto. Vossas Excelências serão homenageadas. Sujeito representado por nomes próprios na forma do plural: a) precedidos de artigo: verbo concorda com o número do artigo. Ex.: Os Estados Unidos estão aceitando acordo. b) sem artigo: verbo no singular: Ex: Minas Gerais possuiu muitos minerais. c) Com nomes de obras no plural seguidos do verbo ser, este fica no singular desde que o predicativo esteja no singular. Ex: “Os Sertões” é um livro esplêndido. Parecer + Infinitivo: Ou se flexiona o verbo parecer ou o infinitivo que o segue. Exs: As pessoas pareciam entender o problema. As pessoas parecia entenderem o problema. (= Parecia que as pessoas entendiam o problema) Concordância ideológica – Ocorre quando a concordância se faz com a idéia implícita na frase. Recebe o nome de silepse. a) silepse de pessoa: a concordância se faz com a pessoa gramatical implícita. Ex: Todos os homens somos filhos de Deus. b) silepse de número: a concordância se faz com o número gramatical implícito. Ex: Povo desta cidade, votem em mim! c) silepse de gênero: a concordância se faz com o gênero gramatical implícito. Ex: Vossa Excelência será homenageado. Concordância dos verbos Impessoais a) Verbo Haver É impessoal quando empregado com o sentido de “existir” ou “acontecer”. Ex.1: Havia muitos alunos na sala de aula. 3ª pessoa do singular Não é sujeito, é objeto direto Ex.2: Aqui nunca houve brigas antes. 3ª pessoa do singular Não é sujeito, é objeto direto Em locuções verbais, o verbo haver transmite a impessoalidade para o outro verbo (verbo auxiliar), que também fica no singular. Ex.: Deve haver vinte pessoas na sala. Observações: O verbo haver com sentido de existir é impessoal, entretanto o verbo existir, não é impessoal, ele concorda normalmente com o sujeito ao qual se refere. Ex.: Antigamente havia poucas escolas particulares. 3ª pessoa do singular Não é sujeito, é objeto direto Antigamente existiam poucas escolas particulares. 3ª pessoa do sujeito plural plural Antigamente deviam existir poucas escolas particulares. 3ª pessoa do plural sujeito plural b) Verbo Fazer O verbo fazer é impessoal quando empregado na indicação de tempo transcorrido (ou a transcorrer). Nesses casos, como ele não tem sujeito fica na 3ª pessoa do singular. Ex.: Já faz muitos anos que não a vejo. 3ª pessoa do singular Não é sujeito, é objeto direto Observação: Nas locuções verbais, o verbo fazer, como todo verbo impessoal, transmite o singular para o auxiliar. Ex.: Já deve fazer muitos anos que não a vejo. 3ª pessoa do singular Não é sujeito, é objeto direto. Concordância do verbo Ser O verbo Ser pode, às vezes concordar com o sujeito da oração e, às vezes, com o predicativo. a) Quando o sujeito e o predicativo são nomes de coisas O verbo ser pode concordar com o sujeito ou com o predicativo, indiferentemente. Essa dupla possibilidade permite ao falante estabelecer a concordância com o elemento ao qual pretenda dar maior destaque. Ex.: Nossas vidas eram uma verdadeira festa. sujeito plural Verbo no plural concordando com o sujeito predicativo singular Nossas vidas era uma verdadeira festa. predicativo singular sujeito plural Verbo no singular concordando com o predicativo b) Quando o sujeito e o predicativo designam pessoas Nesse caso, a concordância é feita obrigatoriamente com a palavra que designa pessoa. Ex.: Os amigos eram sua grande alegria. predicativo no singular sujeito plural verbo na 3ª pessoa do plural,concordando com o sujeito O problema da empresa são os funcionários desmotivados. sujeito no singular verbo na 3ª pessoa do plural, concordando com o predicativo predicativo no plural c) Verbo Ser indicando horas e distância Quando indicar horas, distância e datas, o verbo ser concordará com o predicativo. Nesse caso ele é impessoal, ou seja, não apresenta sujeito. Ex.: É uma hora. São três horas. Daqui até a fazenda é um quilômetro. Daqui até o sítio são dez quilômetros. Observação: Nas indicações referentes a dia do mês, o verbo admite duas construções. Ex.: Hoje é (dia) dez de julho. Hoje são dez (dias) de julho. d) Verbos Chover, ventar, trovejar... Quando o verbo indicar fenômeno da natureza será impessoal, ou seja, não apresenta sujeito. Ex.: Choveu três dias consecutivos. . Observação: Se o verbo estiver se referindo a outro elemento que não o fenômeno da natureza, se conjugará normalmente.. Ex.: Trovejaram aplausos ao encerrar o espetáculo. Verbo + pronome se 1. Os verbos transitivos diretos ou os transitivos diretos e indiretos, quando apassivados pelo pronome se, concordam com o sujeito. pronome apassivador Ex.: Vendem-se carros e terrenos a prazo. verbo transitivo direto sujeito no plural Observe que, se passarmos essa frase para a voz passiva analítica, a concordância do verbo com o sujeito ficará bem clara, veja: Carros e terrenos são vendidos a prazo. Sujeito no plural Verbo na 3ª pessoa do plural 2. Os demais verbos – de ligação, intransitivo e transitivo indireto - , quando seguidos do pronome se (índice de indeterminação do sujeito), ficam na 3ª pessoa do singular. índice de indeterminação do sujeito Ex.: Precisa-se de serventes de pedreiro. Verbo transitivo indireto objeto indireto Complete com um dos verbos que estão entre parênteses; se ambos forem corretos, grife-os: a) 90% do STF..............................bem a Justiça. ( aplica- -aplicam) b) 90% dos Juízes............................bem a Justiça. ( aplica -aplicam) c) A maior parte dos jurados ..............................pela absolvição. ( votou-votaram) d) Mais de um tribunal já .............................semelhante questão.(decidiudecidiram) e) Mais de um juiz se...............................nas audiências.(revezava -revezavam) f) Foram eles quem.........................(socorreu- -socorreram) a vítima. g) Foram eles que............................. .(socorreu- -socorreram) a vítima. h) Grande número de servidores ............................... (fez- -fizeram) greve. i) Quem de nós ............................... (participará- participaremos) da reunião. j) Muitos de nós...........................convocados. (serão- -seremos) para a reunião. l) J. Mendes foi um dos juristas que mais se .................................(destacou– -destacaram). m) Nem a lei nem a jurisprudência ............................essa pretensão. (ampara- -amparam) n) A bolsa ou a vida ............................ pelo assaltante. (foi reclamada- foram reclamadas) o) A bebida ou o cigarro ...................mal à saúde. (faz fazem) p) A Defesa e a Acusação......................bom trabalho.(realizou -realizaram) q) ......................... bom trabalho a Defesa e a Acusação (realizou- -realizaram) r) As ameaças, a prepotência, o ódio, a inveja, as pressões, nada o .............................. (intimidavaintimidavam) 02) Coloque certo (C ) ou errado (E ) corrija, se necessário: a) ( ) A coragem e o destemor garantiu-lhe a vida. b) ( ) A coragem e o destemor garantiram-lhe a vida. a) ( ) Uma e outra questão nos parecia difícil. b) ( ) Uma e outra questão nos pareciam difíceis. a) ( ) Houveram cinco audiências b) ( ) Haverão os herdeiros de retomar o que lhes pertencia de direito? a) ( ) Vai haver dois julgamentos. b) ( ) Deve existir provas que possam incriminá-lo a) ( ) Faz cinco meses que o acusado está foragido. b) ( ) Realizou-se vários julgamentos este mês c) ( ) Não se tratam de crimes afiançáveis a) ( ) Há de ocorrer várias diligências a fim de averiguar a veracidade das acusações b) ( ) Há de haver várias diligências a fim de averiguar a veracidade das acusações. c) ( ) “Devem fazer vários dias que o corpo da vítima....” a) ( ) Não se levou em conta as alegações do réu b) ( ) Tratam-se de alegações inconsistentes a) ( ) Mil reais é pouco. b) ( ) “Era 20 de novembro quando.....” a) ( ) “Era meio-dia e meia quando... “ b) ( ) “Era duas horas da tarde quando....” a) ( ) Esperou esgotarem-se os prazos. b) ( ) A testemunha viu esbofetearem-se os réus. a) ( ) As causas parece justificarem os meios. b) ( ) As causas parecem justificar os meios. 01) Para que se respeite a concordância verbal, será preciso corrigir a frase: (A) A quantas dúvidas tem dado margem o sistema de saúde de Cuba? (B) Têm havido dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano.. (C) Têm sido levantadas dúvidas sobre a capacidade do sistema de saúde cubano. (D) Será que o sistema de saúde cubano tem suscitado dúvidas sobre sua eficácia? (E) Que dúvidas têm propalado os adversários de Cuba sobre seu sistema de saúde? 02) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se numa forma do singular para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Aos países ricos não ...... (competir) tomar decisões que afetem a soberania dos países em desenvolvimento (B) Há muito não se ...... (tolerar) atitudes arrogantes como a do editorial da revista britânica. (C) É natural que ...... (ferir) o orgulho do povo cubano as exortações publicadas na revista britânica. (D) Os pesquisadores não ...... (haver) de se ofender, caso os termos do editorial da revista fossem menos prepotentes. (E) Foi precisa a argumentação de que se ...... (valer) os pesquisadores latinoamericanos em sua réplica ao editorial. 03) As normas de concordância verbal estão plenamente respeitadas na frase: (A) O olhar dos velhinhos que ficam horas nas janelas sempre expressaram seu interesse pelo mundo. (B) Pouca coisa, em meio a tantas novidades da vida moderna, são capazes de deixar perplexas as crianças de hoje. (C) Ninguém fica tanto tempo nas janelas das casas sem matutarem sobre o sentido do que vêem. (D) Não importa o que sejam, se um cachorro ou o planeta Marte, qualquer imagem são capazes de atrair as atenções do nosso olhar. (E) Suspeitamos sempre que as riquezas que nos oferece o mundo parecem exceder o limite da nossa compreensão.. 04) A frase em que se respeitam plenamente as regras de concordância verbal é: (A)) “Raposas dos tribunais” é a expressão com a qual muitos identificam os advogados matreiros, que se valem da tortuosidade dos ritos processuais (B) Costuma valer-se de algum desprezível detalhe técnico os causídicos que sabem tirar proveito da burocracia judicial. (C) A tortuosidade dos caminhos judiciais acabam por ensejar um semnúmero de distorções no andamento de um processo. (D) Falhas nos julgamentos sempre haverão, mas a excessiva burocratização dos ritos jurídicos acaba por multiplicá-las. (E) Não cabem aos defensores públicos, em geral mal remunerados e desmotivados, a responsabilidade integral por sua insegurança diante dos entraves burocráticos. 05) O verbo indicado entre parênteses deverá flexionar-se no plural para preencher corretamente a lacuna da frase: (A) Nunca ...... (deixar) de nos afetar o que virmos pelas janelas abertas para o mundo. (B) Sempre me ...... (afetar) as imagens do mundo que estiver observando, não importa de qual janela.. (C) Não ...... (costumar) atemorizar as crianças aquilo que elas vêem nas janelas da Internet. (D) A mudança das janelas de uma casa para as da Internet ...... (implicar) profundas transformações nos hábitos das pessoas. (E) Não ...... (convir) às crianças ficar um tempo demasiadamente longo diante de um monitor. 06) Está de acordo com as normas de concordância verbal a seguinte frase: a) Um daqueles famosos petardos, freqüentes na página de opinião, acabaram sendo disparados no dia seguinte. b) O respeito aos direitos adquiridos constituem uma das cláusulas pétreas da Constituição. c) Quando se recorrem a manchetes com duas idéias, permitem-se manifestar-se as contradições. d) Fatos ou afirmações divergentes, numa mesma manchete, hão de traduzir mais fielmente a complexidade de uma questão e) Aos editores preocupados com o perigo do simplismo cabem recorrer aos expedientes que o evitam. 07) Para atender às normas de concordância, o verbo indicado entre parênteses adotará obrigatoriamente uma forma do plural ao se flexionar na frase: a) Tudo aquilo que com palavras se (instituir), outras palavras poderão demolir. b) Não (dever) arrefecer os ânimos de um bem-intencionado jornalista a convicção de que suas palavras podem traí-lo. c)) Uma característica que (costumar) apresentar os textos jornalísticos é a ênfase em determinado detalhe do fato noticiado.. d) Quase sempre (tocar) mais os leitores a violência de um fato do que a violência com que o texto o retrata. e) Não se (atribuir) aos jornalistas a total responsabilidade pelo viés interpretativo das notícias; este já é um atributo da própria linguagem. Regência É a relação sintática que se estabelece entre um termo regente ou subordinante (que exige outro) e o termo regido ou subordinado (termo regido pelo primeiro) A regência pode ser: verbal ou nominal. Quando o termo regente é um verbo a regência é verbal, quando é um nome, a regência é nominal. O conhecimento da regência correta de cada verbo e de cada nome é função do uso. Dessa forma cada falante conhece a regência dos verbos e dos nomes que fazem parte de seu repertório usual. Pode ocorrer que o falante desconheça certas regências da norma padrão pelo fato delas não ocorrerem no uso popular. Regência nominal A regência nominal estuda os casos em que nomes (substantivos, adjetivos e advérbios) exigem uma outra palavra para completar-lhes o sentido. Em geral a relação entre um nome e o seu complemento é estabelecida por uma preposição. Alguns nomes e as preposições que mais comumente eles exigem adepto a alheio a ansioso para, por, de apto a, para aversão a, por feliz de, por, em, com favorável a imune a, de contente com, por, de indiferente a inofensivo a, para junto a, de, com próximo a, de referente a simpatia a, por tendência a, para paralelo a relativo a Mais nomes e as preposições que comumente eles exigem acessível, adequado, desfavorável, equivalente, insensível, obediente - a capaz, incapaz, digno, indigno, passível, contemporâneo - de amoroso, compatível, cruel, cuidadoso, descontente - com entendido, indeciso, lento, morador, hábil - em inútil, incapaz, bom - para responsável - por Regência verbal A regência verbal estuda a relação que se estabelece entre o verbo (termo regente) e seu complemento (termo regido). Ex.: Isto pertence a todos. termo regido termo regente Agradar a) No sentido de fazer carinho, é transitivo direto. Ex.: A mulher agradava o filhinho. V.T.D objeto direto b) No sentido de contentar, satisfazer, é transitivo indireto (exige objeto indireto com a preposição a). Ex.: O desempenho do time agradou ao técnico. V.T.I objeto indireto Aspirar a) No sentido de respirar, sorver (perfume, ar), é transitivo direto. Ex.: Ele aspirou um gás venenoso. V.T.D objeto direto b) No sentido de pretender/ desejar, é transitivo indireto (exige objeto indireto com a preposição a). Ex.: Os jovens aspiram ao sucesso profissional. V.T.I objeto indireto Observação: O verbo aspirar não aceita os pronomes lhe, lhes como objeto indireto, por isso você deve substituí-los por a ele, a ela, a eles, a elas. Assistir a) No sentido de ver, é transitivo indireto (exige objeto indireto com a preposição a). Ex.: Todos assistiram ao jogo da seleção. V.T.I objeto indireto Observação: Usado nesse sentido, assistir não aceita lhe, lhes, como objeto indireto; por isso, quando necessário, você deverá trocá-lo por a ele, a ela, a eles, a elas. Ex.: Você assistiu ao jogo? Sim, eu assisti a ele. b) No sentido de prestar assistência/ajudar, é transitivo direto. Ex.: A enfermeira assistia os acidentados. V.T.D objeto direto c) No sentido de pertencer/caber, é transitivo indireto (exige objeto indireto com a preposição a). Ex.: O direito de criticar assiste aos cidadãos. V.T.I objeto indireto Observação: Nesse sentido, assistir admite lhe, lhes como objeto indireto. Ex.: Esse direito lhes assiste sempre. O.I V.T.I Esquecer e lembrar Esses dois verbos não mudam de sentido, mas podem ser transitivos diretos ou indiretos. a) São transitivos diretos quando não são pronominais, isto é, quando não estão acompanhados de pronome oblíquo (me, te, se, nos, etc.). Ex.: Eu lembrei seu aniversário. V.T.D objeto direto Jamais esqueceremos esse dia. V.T.D objeto direto Esses são fatos que ela já esqueceu. OD V.T.D b) São transitivos indiretos (exigem preposição de) quando usados como verbos pronominais, isto é, acompanhados de pronome oblíquo (me, te, se, nos, vos). Ex.: Eu me lembrei de seu aniversário. V.T.I objeto indireto Jamais nos esqueceremos desse dia. V.T.I objeto indireto Esses são fatos de que ela já se esqueceu. objeto indireto V.T.I Obedecer e desobedecer São sempre transitivos indiretos (exigem objeto indireto com a preposição a. Ex.: Você obedeceu ao regulamento. V.T.I objeto indireto Os operários desobedecerão às suas ordens. V.T.I objeto indireto Pagar e perdoar Não mudam de sentido, mas podem ser transitivos diretos ou indiretos, dependendo do tipo de objeto que apresentam. a) São verbos transitivos indiretos (exigem a preposição a) quando o objeto refere-se a gente, pessoa. Ex.: Nós pagamos ao vendedor. Deus perdoa aos pecadores. b) São verbos transitivos diretos quando o objeto é coisa. Ex.: Nós pagamos o material. Eu jamais perdoaria seu erro. Observação: Esses dois verbos (pagar e perdoar) podem apresentar, ao mesmo tempo, objeto direto e indireto. Ex.: Nós pagamos o material ao vendedor. Preferir Exige dois objetos: um direto e um indireto (iniciado pela preposição a). Esse verbo é, portanto, transitivo direto e indireto. Preferir alguma coisa a outra coisa. Ex.: Ele sempre preferiu o trabalho ao estudo. VTDI OD OI Chegar - Ir Há certos verbos que, no uso popular, ocorrem com uma regência e, no uso culto, com outra. a Gramática propõee exigem como a O verboNesse chegar caso, e o verbo ir são intransitivos preposição a quando indicam lugar. correto apenas o uso culto. Uso popular: Eu cheguei em casa cedo. Uso culto: Eu cheguei a casa cedo. Uso popular: O menino foi no jogo com o pai. Uso culto: O menino foi ao jogo com o pai. Namorar O verbo namorar é transitivo direto. Quem namora, namora alguém. Ex.: Paulo namora a Jennifer. VTD objeto direto Visar a) No sentido de “mirar” e “pôr visto” é Ex.: O atirador visou o alvo. transitivo direto. O gerente visou o cheque do cliente. b) Quando significa “ter como objetivo, pretender” é transitivo indireto. Ex.: Ele visa a uma promoção no emprego. VTI objeto indireto Simpatizar/antipatizar Os verbos simpatizar e antipatizar são transitivos indiretos e exigem a preposição com. Atenção! Esses verbos não são pronominais. Ex.: Não simpatizo com a idéia. VTI objeto indireto Antipatizamos com o diretor no primeiro dia. VTI objeto indireto 01) A expressão de que preenche corretamente a lacuna da frase: (A) Muita gente ignora ...... ficam refletindo os velhinhos às janelas. (B) As imagens virtuais ...... nos entregamos costumam ter força de realidade. (C) Muitos jovens ficam imaginando ...... têm o mundo sob seu controle, na Internet. (D) Queria adivinhar os pensamentos ...... se povoam as cabeças desses velhinhos.. (E) É visível a ansiedade ...... as crianças manifestam, quando diante de um monitor. 02) A expressão com que preenche corretamente a lacuna da frase: (A) A revista britânica esqueceu-se de que os cubanos notabilizaramse pelo sentimento de solidariedade ...... já demonstraram nas últimas décadas. (B) Foi dura, mas justa, a réplica ...... Sergio Pastrana se valeu, em desagravo à dignidade do país. (C) Foi grande a repercussão ...... obteve o editorial da revista entre pesquisadores latino-americanos. (D) A muitos cubanos ofenderam os termos ...... o editorial se referiu ao futuro do pais.. (E) As grandes potências costumam ser presunçosas quando analisam o tipo de sociedade ...... os pequenos países escolheram construir. 03) A expressão sublinhada está empregada adequadamente na frase: (A) A inesgotabilidade da água é uma ilusão na qual não podemos mais alimentar. (B)) A cadeia econômica à qual o texto faz referência tem na água seu centro vital. (C) Os maus tempos dos quais estamos atravessando devem-se a uma falta de previsão. (D) A água é um elemento cujo o valor ninguém mais põe em dúvida. (E) A certeza em que ninguém mais pode fugir é a do valor inestimável da água. 04) Está correto o emprego do elemento sublinhado em: (A) De todo e qualquer réu assiste o direito da ampla defesa. (B) O único apoio de que um acusado sem recursos pode contar é o de um defensor público. (C) Encerrou-se um processo cujo o mérito sequer foi avaliado. (D) Foi uma sentença estranha, cuja acabou por provocar grande descontentamento. (E)) É um rito tortuoso, de cuja burocracia os espertos tiram proveito. 05) Está correto o emprego da expressão sublinhada na frase: (A) Vovó é do tempo de onde as pessoas ficavam demoradamente nas janelas das casas. (B) Os meninos de hoje talvez não entendam o por que de os velhinhos ficarem à janela. (C) Eram simpáticas aquelas casinhas aonde as janelas davam diretamente para a calçada. (D) Praticamente não mais se constroem casas cujas as janelas se abram sobre a calçada. (E) São raras as casas em cujas janelas as pessoas fiquem observando a vida das ruas.. 06) A força de um desfile carnavalesco está tanto na euforia dos que participam do desfile carnavalesco quanto na dos espectadores que assistem ao desfile carnavalesco, lembrando ainda que a observância dos limites que dão forma ao desfile carnavalesco é uma de suas atrações. Para evitar as abusivas repetições do texto acima, é preciso substituir os elementos sublinhados por, respectivamente: a) lhe participam - o assistem - lhe dão forma. b) nele participam - lhe assistem - dão-no forma. c) dele participam - a ele assistem - lhe dão forma d) dele participam - lhe assistem - o dão forma. e) nele participam - assistem-no - o dão forma. 07) O advogado de defesa encaminhou uma apelação. Para fundamentar a apelação, organizou a apelação numa progressão de itens bem articulados. Ainda assim, recusaram a apelação os juízes do Supremo, que consideraram a apelação inconsistente de todo. Evitam-se as abusivas repetições do período acima substituindo- se os elementos sublinhados, respectivamente, por: (A) fundamentá-la - organizou-lhe - recusaram a ela – consideraram-na (B) fundamentá-la - organizou-a - recusaram-na – a consideraram. (C) fundamentar a ela - a organizou - recusaram-lhe – lhe consideraram (D) fundamentar-lhe - organizou-lhe - recusaram-na – a consideraram (E) a fundamentar - organizou-a - recusaram-lhe - consideraram- na 08) Assinale a opção que preenche corretamente as lacunas o texto. Com o mesmo atraso das idéias neoliberais, desembarcou entre nós, no final dos anos 80, o tema da governabilidade. Associada imediatamente __1__ impotência dos governos diante _2__ inflação, adquiriu, logo depois da promulgação da Constituição de 1988, o conteúdo estratégico combinado das teses de Huntington e Buchanan. Em duas palavras: a ingovernabilidade brasileira seria resultado de um excesso dedemandas sociais reconhecidas pela nova Constituição e da resistência __3__implementação das reformas neoliberais capazes de devolver estabilidade e crescimento __4__ economia brasileira. Ao mesmo tempo, e com uma rapidez própria das situações de atraso, foi sendo construído o consenso publicitário de que qualquer coisa, que não fosse isso, geraria uma progressiva ingovernabilidade na sociedade brasileira até __5__ limite da entropia final. 1 a) à b) à c) a 2 Da À Da 3 à à à 4 a à à 5 ao o no Crase Crase É a fusão (junção) da preposição a exigida pela regência do verbo ou do nome mais o artigo definido a, os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo e o pronome demonstrativo a. A crase é indicada pelo acento grave (`). Condições para ocorrência de crase 1. O termo regente deve exigir a preposição a. 2. O termo regido tem que ser uma palavra feminina que admita artigo a(s). Ex.: Ele foi a a fazenda ontem depois do almoço. à Regra prática Para você saber se há crase antes de uma palavra feminina, troque essa palavra por uma masculina correspondente e observe: 1. Se antes da palavra masculina aparecer ao(s), use crase antes da feminina. Ex.: Ela foi à feira ontem. Ela foi ao mercado ontem. 2. Se antes da palavra masculina aparecer apenas a(s) ou o(s) não use crase. Ex.: Os jogadores visitaram a cidade. Os jogadores visitaram o museu. Casos em que ocorre crase Nas locuções adverbiais femininas. Ex.: O rapaz saiu à tarde e chegou à noite. (locução adverbial de tempo) Ex.: Ele foi à feira e depois à lavanderia. (locução adverbial de lugar) Ex.: O governador viajou às pressas. (locução adverbial de modo) Observação: Com as locuções adverbiais femininas de instrumento a crase é facultativa. Ex.: O pai saiu sem fechar a porta à chave. O pai saiu sem fechar a porta a chave. Ex.: O soldado foi ferido à baioneta. O soldado foi ferido a baioneta. Nas locuções prepositivas (formadas por a + palavra feminina + de) Ex.: Meu amigo conseguiu ser aprovado à custa de muito esforço. Ele saiu à procura de ajuda. Nas locuções conjuntivas (formada por a + palavra feminina + que). Ex.: A cidade se acalma, à medida que escurece. À proporção que chovia, aumentavam os buracos na rua. Observação: Nas expressões à moda de, à maneira de, a palavra principal pode ficar oculta. Então o à poderá ficar diante de palavra masculina, como no exemplo: Ex: Usava cabelos à Luís XV. (à moda de Luís XV) Casos em que a crase é facultativa Antes de pronomes possessivos femininos (porque antes desse tipo de pronome o artigo é facultativo). Ex.: Ele se refere à minha mãe. Ele se refere a minha mãe. Antes de nomes de mulheres Ex.: Eu me referi à Maria. Eu me referi a Maria. Depois da palavra até. Ex.: Todos os alunos foram até à escola. Todos os alunos foram até a escola. Casos em que não ocorre crase Antes de nomes masculinos (porque essas palavras não admitem o artigo a. Ex.: Ele adora andar a cavalo, ela prefere andar a pé. Antes de verbos (porque antes de verbos não aparece artigo) Ex.: Assim que saíram, começaram a correr. Antes de pronomes que não admitem artigo. a) Pronomes pessoais (porque antes deles não se usa artigo) Ex.: Todos se dirigiram a ela. b) Pronomes de tratamento (porque antes deles não se usa artigo) Ex.: Dirigi-me a Vossa Excelência para despedir-me. Observação: Os pronomes de tratamento dona, senhora e senhorita, pelo fato de admitirem o artigo, admitem também a crase. Ex.: Nada disse à senhora. c) Pronomes demonstrativos, indefinidos e relativos Ex.: É hora de dar um basta a essa barbárie. Não demonstrava sua tristeza a ninguém. Aquela é a senhora a quem dirigi meus votos de felicidade. Observação: Pode ocorrer a crase entre a preposição a e os pronomes relativos a qual e as quais. Ex.: Estas são as finalidades às quais se destina o projeto. Seria aquela a jovem à qual você se referia? Quando o a (sem s) aparece antes de uma palavra no plural. Ex.: Ele se dirigia a pessoas estranhas. Em expressões com palavras repetidas Ex.: O tanque se encheu gota a gota. Antes de nomes de cidades (que não admitem o artigo feminino a), sem especificativos Ex.: Eles pretendem ir a Paris. Observação: Quando o nome da cidade apresenta um especificativo, ele passa a admitir artigo e, nesse caso, pode ocorrer a crase, desde que o termo regente exija a preposição a. Ex.: Eles pretendem ir à fascinante Paris. Antes da palavra casa, no sentido de lar, residência própria da pessoa, se não vier determinada. Se vier determinada aceita a crase. Ex.: Voltei a casa cedo. Voltei à casa de meus pais cedo. Antes da palavra terra, no sentido de chão firme, tomada em oposição a mar ou ar, se não vier determinada, não aceita o artigo e não ocorre a crase. Se vier determinada, aceita o artigo e ocorre a crase. Ex.: Os marinheiros já voltaram a terra. Os marinheiros voltaram à terra de seus sonhos. Observação: Quando a palavra terra for usada no sentido de terra natal ou planeta, a palavra terra admite artigo, por isso, ocorrerá crase, se o termo regente exigir preposição. Ex.: A espaçonave voltara à Terra, no ano 3000.