PSIQUIATRIA e PSICANÁLISE

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Doenças psiquiátricas e perícia médica
A Psiquiatria é o ramo da medicina que lida
com o diagnóstico, tratamento e
prognóstico dos transtornos mentais.
É considerada área complexa e subjetiva
para a avaliação de incapacidade do ponto
de vista Médico Pericial.
É a especialidade que mais propicia
simulações devido à sua subjetividade
Doença psiquiátrica estrutural
Quando o transtorno mental tem substrato
orgânico; base anátomo clínica; afetando a
estrutura do psiquismo em sua essência.
Pode ter origem degenerativa, abusiva,
genética,
metabólica,
traumática,
neuroquímica, infecciosa e afins
Neste grupo estão as Demências, Retardos,
Psicoses, TBH.
Doença psiquiátrica não estrutural
São os transtornos mentais que não tem substrato
anátomo clínico e afins.
Transtornos neuróticos
São não estruturais porque fazem parte do material
assimilado na vida, do resultado de nossas
experiências, vivências, traumas e conflitos externos
e internos,das crenças, laços familiares e outros
fatores fenotípicos associados ao temperamento e
caráter de cada um.
Provém da relação do sujeito com o meio e consigo mesmo.
Doenças psiquiátricas e perícia médica
As doenças estruturais são muitas vezes invalidantes.
Levam a benefícios longos
Levam à limite indefinido.
Costumam ter prognóstico bastante reservado para a
vida laborativa, quando esta é possível.
Podem, em poucos casos, ter indicação de RP
Podem vir para BPC e para solicitação de Pensão por
morte para dependente maior inválido.
Podem fazer jus à majoração de 25% nas
aposentadorias por invalidez.
Aposentados podem fazer jus à Isenção de imposto de
renda.
Doenças psiquiátricas e perícia médica
As doenças não estruturais
em geral tem boa capacidade de remissão e
tratamento.
Quando há concessão de benefício estes devem ser
limitados e dificilmente chegam à invalidez.
Não se enquadram em BPC, em pensão para dependente maior
inválido, em quadros de alienação mental, em majoração de
25% em aposentadorias, ou em isenção de imposto de renda
para aposentados.
Estudo médico pericial do Cid 10 - F
Demência de Alzheimer - F00
Transtornos
mental
psicótico.
orgânico,
estrutural
degenerativo de causa ainda desconhecida.
Surge de forma insidiosa, em geral acima de 60 anos.
Alterações de memória e orientação progressivas.
Inquietude emocional em que a pessoa faz movimentos como
que lava roupas, rasga papéis. Ecolalia, desconexão de
palavras. Incapacidade das funções vitais por descognição.
Perda da cognição; desintegração da memória; pensamento;de
todas as funções psíquicas e da vida civil e de relação.
Há alterações na Ressonância Magnética e Tomografia.
Irreversível. Tende à total e absoluta dependência de terceiros.
LI. BPC. Isenção de IR. Jus a 25%
Demência Senil F01.
Início em torno de setenta anos.
Modificações de conduta, de caráter, irritabilidade, falta de
sensibilidade ética e desinibição instintiva, redução das
funções psíquicas, desorientação e debilidade do juízo.
Apesar do quadro demencial não há a total perda de cognição
que o Mal de Alzheimer causa.
Demência na SIDA- F02.4/B22.0
Demência não especificada- F03
Demências em outras doenças causadas por patologias
sistêmicas, tóxicas, metabólicas, auto imunes como Lupus,
Sífilis, Diabetes, Esclerose Múltipla, Parkinson.
**Demência por uso de álcool, crack, cocaína, e oxi
As
demências senis tem pouco impacto
pericial pelo
surgimento em idade mais avançada e diagnóstico simples.
Demências por SIDA, álcool e drogas no entanto, tem crescido
muito na população em faixa produtiva, o que se torna um
problema grave na área médico pericial.
**Observamos em muitos atestados de médicos assistentes, CIDs
do grupo F 06 a F09, que se reportam a “outros transtornos
mentais devidos à lesão e disfunção cerebral e à doença física”
Estes CIDs seguem com pequenas variedades até F 09.
Há que se analisar estes caso assim codificados com olhos
periciais apurados, pela inespecificidade destes CIDs
Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de
substâncias psicoativas F10 a F19
Diferem entre si pela gravidade variável, de acordo com o grau
de dependência e compulsividade e desvinculação
psicossocial e afetiva progressiva e incapacitante no
dependente. Vão da intoxicação aguda transitória à psicose
e demência.
Para a perícia médica
Vão repercutir os casos de usuário habitual /funcional e do
dependente ou disfuncional.
Casos graves: dependência; síndrome de abstinência com ou sem
delirium; psicoses; síndrome amnésica.
De F19 a F19.6 Transtornos Mentais por uso de drogas múltiplas.
Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de
substâncias psicoativas F10 a F19
Dependência Química leva à conduta irresponsável,
marginalizada. Ruptura dos vínculos sociais, afetivos, morais,
laborativos.
Mentira e dissimulação.
Distúrbios cognitivos e comportamentais que chegam à invalidez
total e muitas vezes permanente.
Principalmente nos casos da dependência em álcool, cocaína,
crack, oxi.
Ainda ressaltar as doenças físicas comórbidas ao uso de álcool e
drogas como
hepatopatias, úlceras, desnutrição, Avcs,
Polineuropatias, distúrbios neurológicos, diabetes e outros.
Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de
substâncias psicoativas F10 a F19
**Observar a dissimulação do uso de drogas, ocultando o
verdadeiro diagnóstico com sintomas que se fazem
passar por outras doenças, mascarando e omitindo a
causa base:
Reações ao estresse, pânico, ansiedade com agressividade.
Depressões ansiosas com grande desconcentração e
irritabilidade.
Desadaptação laborativa, afetiva, social, dentre outros
sintomas subjetivos.
Em geral segurado empregado que não deseja expor seu
vício para não perder emprego, vínculos afetivos e sociais.
Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso
de substâncias psicoativas F10 a F19
O perito deve analisar o grau de dependência , as
comorbidades, as associação das drogas. Também as
tentativas de tratamento, a HPP e PP, recaídas.
Se este segurado tiver doença psicótica ou epiléptica
associada à drogadicção o prognóstico é péssimo.
Tratamento das DQ
Internações para desintoxicação em clínicas médicas
especializadas.
Grupos de ajuda como A.A, N.A, Grupos comunitários
de auto-ajuda. AL-ANON NAR-ANON
Transtornos mentais e comportamentais devido ao uso de
substâncias psicoativas F10 a F19 - PROGNÓSTICO
O perito deve analisar o grau de dependência , as
comorbidades,
as associação das drogas.
Também as
tentativas de tratamento, a HPP e PP, recaídas, apoio, insight...
**Se este segurado tiver doença psicótica ou epiléptica associada
à drogadicção o prognóstico é péssimo.
Tratamento adequado e convencional das DQ e alcoolismo
Internações para desintoxicação em clínicas médicas especializadas.
Grupos de ajuda como AA, NA, Grupos comunitários de autoajuda.
Tratamento ambulatorial em CAPSAD e afins. Tratamento das
comorbidades clínicas e neurológicas. Querer se tratar e
curar-se
Devemos procurar, para avaliar gravidade do caso
Hepatopatias, polineuropatias, diabetes. Cardiopatias
Desnutrição com avitaminoses. Epilepsia secundária,
Depressão severa alternando com agitação e agressividade.
Presença de sintomas psicóticos como delírios e alucinações.
Desagregação do pensamento e do senso de realidade. Perda
da cognição e capacidade de atenção e concentração.
Incidência de câncer de pulmão, esôfago, garganta, estômago,
pâncreas, laringe, linfomas, leucemias é grande.
Nos casos de uso de crack, oxi, solventes e cola, temos lesões
nos exames de imagem (RM e TC de crânio) com perda
irreversível de tecido neuronal. Sobrevida de 01 a 05 anos.
Alcoolismo- análise pericial de prognóstico – avaliar
Tempo de uso e abuso em relação á idade do adicto.
Inspeção externa do segurado. Vide exame psiquiátrico.
A função/cargo exercido quanto a risco individual e/ou
coletivo. Quanto a trabalhar com valores e sigilo. Ambiente
propício ao vício?
Se procurou e frequenta grupo de AA Ficou? Saiu? Porquê?
Se tem muitos períodos alternados de abstinência com
recaídas. Se tem ou teve internações frenocômicas ou por
coma alcoólica. Tem apoio familiar? Apoio empresarial?
Se tem dependência cruzada com drogas psicoativas, cocaína,
maconha, heroína, crack, oxi, anfetaminas, ansiolíticos.
*Comorbidades clínicas e mentais. Prognóstico péssimo.
Esquizofrenia e Psicoses não especificadas F20 a F29
Psicose endógena com alteração profunda da personalidade, do
senso de realidade, da afetividade da estrutura egóica e
vivencial. Alterações no pragmatismo, volição, cognição.
Quadro da “loucura” pelo prisma social e cultural de nossa
sociedade.
Causas ainda são indeterminadas. Suspeita-se de fatores mistos,
genéticos, neuroquímicos, metabólicos, neuro-hormonais,
ambientais, infecciosos...
Início- variável. Pode ser súbito (dias ou semanas), ou lento e
insidioso ao longo dos anos
Surge na puberdade ou até os 35 anos - Pansexual. Pandêmica.
Num acompanhamento de 05 anos, só 40% dos pacientes
apresentam melhora.
Sintomas diminuem com idade. Esquizofrenia residual.
Esquizofrenia e Psicoses não especificadas F20 a F29
Cursa com dois tipos de quadros bem distintos:
Sintomas positivos. Síndrome tipo I
Delírios, alucinações, agitação psicomotora desordens do
pensamento. Melhor prognóstico.
Sintomas negativos. Síndrome tipo II
Embotamento afetivo,retraimento social, pensamento tosco,
pobre, abulia, inibição psicomotora podendo ser chegando
catatônico- Pior prognóstico.
Tipos de Esquizofrenia- Simples Indiferenciada Paranóide
Hebefrênica
Catatônica Depressão pós esquizofrênica
Residual
Esquizofrenia- F 20 a F29- quadro Clínico
Delírios- crenças falsas, irrreais, irracionais.
De grandeza, perseguição, místicos, mórbidos, hápficos
Alucinações- auditivas, visuais, cinestésicas, hápficas. Ver,
ouvir, perceber, sentir coisas ou pessoas que não existem na
realidade.
Discussões, comandos, controle (alucinações auditivas)
Discurso e Pensamento- incoerentes desorganizados; ilógicos.
Pensamento concreto. Fazer testes de sensopercepção,
realidade, raciocínio lógico. Minimental.
Afeto e Humor- inadequado. Embotado. Histriônico. confuso.
Imprevisível em suas emoções e atitudes afetivas/emocionais.
Esquizofrenia- F 20- F29 Quadro clínico
Comportamento: lábil e inadequado. Podem ser impulsivos,
retraídos, agitados, suicidas, agressivos (Auto e Latero).
Sem regras morais e auto censura (despem-se em público,
masturbam-se, gritam sozinhos, por vezes bordões
repetitivos, risos e gargalhadas imotivadas).
Solilóquios. Vivem em uma realidade paralela. Num mundo
egóicamente diferente do normal.
Surtos primários acima de 35 anos, suspeitar das outros
transtornos,ou simulação (pesquisar HPP HF DQ)
Mesmo que inicialmente o paciente “pareça normal”, com o
tempo percebe que trata-se de um psicótico.
Esquizofrenia Exames complementares F20 - F29
Até o momento não há nenhum exame determinante e
conclusivo para o diagnóstico de F20.
Fechamos o referido diagnóstico através de uma minuciosa
anamnese , exame do estado mental, exame físico, história
familiar, HPP, personalidade prévia. Muitas vezes o
diagnóstico “não é feito”, é ignorado, por rejeição,
preconceito, desleixo, ignorância, falta de serviços de saúde
mental na região.
Observar as doenças com as quais devemos fazer o diagnóstico
diferencial.
Tratamento da Esquizofrenia - sempre farmacológico.
Neurolépticos / antipsicóticos.
O uso de medicação por tempo indeterminado é indispensável
com os seguintes benefícios
Melhoram a qualidade de vida e interrrelação com o mundo.
Atuam nas crises minimizando o sofrimento e equilibrando.
Espaçam os períodos inter-crises Podem evitá-las até.
Após cessar a crise
aguda, o uso contínuo reduz a
possibilidade de episódios futuros, embora não os impeça.
Diminui o risco de internações, suicídio, latero ou Heteroagressividade.
Quanto mais precoce o tratamento, mais chance de um
resultado melhor no decorrer da vida.
Este efeito varia em cada indivíduo
Esquizofrenia F20 - F29
Farmacologia
Antipsicóticos antagonistas dos receptores de dopamina
Os antipsicóticos são medicamentos usados para abrandar,
inibir, modificar,espaçar, sintomas produtivos das Psicoses.
O uso destes é por tempo indeterminado e no mais das vezes
por toda vida.
Existem os antipsicóticos tradicionais e os mais modernos e
também menos conhecidos quanto aos efeitos colaterais e
efeitos a longo prazo.
os efeitos são muito variáveis para cada doente
Antipsicóticos Nome Genérico Nome Comercial dose Mg/Dia
Fenotiazínico Clorpromazina Amplictil 300 – 800 mg
Trifluoperazina Stelazine 01 –05 mg
Tioridazinas Melleril 200 – 700 mg
Butiferona Haloperidol Haldol 1 – 15 mg
Orap primozida 1 – 4 mg
Benzisoxazólicos Risperidona Risperdal 1 – 5 mg
Olanzapina Zyprexa 5 –20 mg
Quetiapina Seroquel 25 a 200 mg
Flufenazina Flufenan Anatensol 2,5 - 10 mg
Prometazina (Fenergan) não tem ação neuroléptica. É antihistamínico. Minimiza efeitos colaterais dos antipsicóticos.
Também com este efeito o Biperideno (Cinetol, Akineton)
Clozapina (Leponex) é um antipsicótico indicado
esquizofrenia refratária aos outros antipsicóticos.
para
Pode causar agranulocitose. Resistentes ou intolerantes ao
tratamento farmacológico com neurolépticos com valores
normais de leucócitos e nos quais se possam realizar contagem
dos glóbulos brancos regularmente e, se possível, contagem
total de neutrófilos
Deve-se prestar atenção a queixas de sintomas de gripe, febre,
faringite, e a qualquer outro sinal de infecção que possa ser
indicativo de neutropenia.
Em caso de: febre, dor de garganta, feridas em região oral, anal
e/ou pele ou qualquer tipo de infecção, procure seu médico
imediatamente.
Olanzapina Zyprexa comprimidos 10 mg
indicada para o tratamento agudo e de manutenção da
esquizofrenia e outras psicoses onde os sintomas positivos
(delírios, alucinações, alterações de pensamento, hostilidade
e desconfiança), e/ou sintomas negativos (afeto diminuído,
isolamento emocional e social, pobreza de linguagem) são
proeminentes.
A olanzapina alivia também os sintomas afetivos secundários
comumente associados com esquizofrenia e distúrbios
relacionados.
A olanzapina é eficaz no tratamento de manutenção, uma vez
alcançada a melhora clínica nos pacientes que responderam
ao tratamento inicial.
Quetiapina - Seroquel 25 mg
A Quetiapina é indicada para o tratamento da esquizofrenia
bem como para as fases maníacas e depressivas associadas ao
TBH, em monoterapia ou como coadjuvante pertence a uma
classe de neurolépticos conhecidos como antipsicóticos
atípicos, que têm se tornado mais populares nas duas últimas
décadas.
Em estudos clínicos, a Quetiapina tem demonstrado ser efetiva
como monoterapia ou em terapia adjuvante na redução dos
sintomas de mania em pacientes com mania bipolar
Usados como alternativa aos antipsicóticos típicos, como o
Haldol e amplictil.
Efeitos colaterais
Todos apresentam.
Variando de pessoa a pessoa, o tipo e intensidade:
sedação, rigidez muscular, tremores, ganho de peso,
discinesia tardia, movimentos involuntários de lábios
e língua, contorções de membros ( SS e II).
Hipersalivação, voz arrastada e lentificação do
pensamento.
Usar, como para os outros, a Prometazina ou Akineton.
Este efeito é chamado de “impregnação” e não é,
muitas vezes, “dose dependente”.
ESQUIZOFRENIA-TRATAMENTO E PROGNÓSTICO
75% dos pacientes respondem “bem” ao tratamento correto.
25% tem a chamada Esquizofrenia Refratária, de péssimo
prognóstico.
TEMPO DE TRATAMENTO ININTERRUPTO
Após o 1º surto é de 02 anos ininterruptos
Após o 2º surto é de 05 anos ininterruptos.
Vai se prolongando com o número de surtos.
Daí podemos já imaginar um prognóstico.
Para um melhor prognóstico não dependemos só de medicação
Vamos aos outros fatores
Problemas que cronificam a patologia e geram incapacidade
Demora no diagnóstico
Internação hospitalar frenocômica Preconceito/Ignorância
Deficiências do SUS
Abandono de tratamento, tratamento errado inadequado, ou
descontínuo
Abandono e descaso familiar. Solidão.
bom prognóstico
Inclusão social e laboral. Apoio familiar e afetivo
Não hospitalizações. Surto curto, com boa resposta à medicação
sem seqüelas na personalidade
Diagnóstico e tratamento precoce
Ausência de comorbidades (drogas, epilepsia, álcool).
Esquizofrenia-conduta médico pericial
Doença comum no auxílio doença previdenciário.
Loas/BPC.
Dependente maior inválido. Pensão por morte.
Observar se o segurado tem vínculos empregatícios múltiplos e
fugazes ou esteve longo tempo desempregado.
Ainda, se nunca trabalhou oficialmente.
Múltiplas funções. Ideação confusa, pensamento desorganizado
Observar os fatores relacionados que pioram ou melhoram o
prognóstico. Avaliar declaração médica e medicamentos.
Exame médico focado nos sintomas descritos. História familiar.
HPP. Personalidade prévia. Testes de realidade. Minimental.
Testes de percepção e associação de idéias. Abstração do
pensamento.
Esquizofrenia-conduta médico pericial
O retorno ao trabalho nos casos de curso não refratário está
diretamente ligado ao tratamento correto e contínuo.
Caso não haja adesão farmacológica, ou os fatores de mau
prognóstico predominarem como comorbidades (drogas,
álcool epilepsia), 80% dos casos terão surtos repetidos em
cerca de 12 meses. Mau prognóstico.
Prognóstico a longo prazo 1/3- “bom” - 2/3 médio a ruim
**Pelas dificuldades na adesão ao tratamento, por vários dos
fatores já citados, o segurado virá para a perícia com mais
de um surto, com diagnóstico tardio, tratamento irregular ou
inadequado, abandono ou indiferença familiar, exclusão
social e laboral.
Benefícios longos/R2/LI- é a rotina.
Transtornos do Humor F30- F39
Episódio maníaco- F30
Transtorno afetivo bipolar - F31
Episódios depressivos - F32 (leve moderado grave)
Transtorno depressivo recorrente - F33 (idem)
Nos F32 e F33 ainda temos nos casos graves a classificação >
sem e com transtornos psicóticos.
Cursam com variações no humor/afeto.
Com modificações globais na conduta, na
personalidade, no curso do pensamento, na vontade.
Costumam ciclar com com euforia e/ou depressão
Episódio maníaco F30
Até o século XIX mania = loucura.
Em 1850 passou-se a intitular as manifestações como PMD,
pois observava-se euforia, freqüentemente, seguida de
depressão.
Este termo ficou até algum tempo atrás e ainda é usado nos
dias de hoje.
MANIA atualmente é uma manifestação do TAB/TBH
Os Episódios maníacos isolados são de pouca importância para
a Perícia Médica, com baixa prevalência nos benefícios por
incapacidade.
São pessoas com humor instável, complicadas no trato, muitas
vezes com relações conflituosas e instáveis devido às
oscilações de humor, mas trabalham, e convivem
“normalmente”
Transtorno afetivo bipolar - F31
É caracterizado por um ou mais episódios nos quais o humor e
o nível de atividade do sujeito estão profundamente
perturbados.
Alterações na auto estima, sono, pensamento, atenção, conduta
social e afetiva. Sintomas produtivos na linguagem libido,
compulsões.
Costumam passar por excêntricos, liberais, diferentes,
gastadores, avançados. Agitados, Engraçados. Liberais...
Ao exame, o segurado apresentar-se-á com vestuário excêntrico,
sensual, pintura exagerada, por vezes formando uma imagem
grotesca, ou mesmo vulgar. Hiperativo, insone, errático,
pródigo, libidinoso, compulsivo, prolixo, hiper estima,
irritável, intolerante., logorreico, acelerado.
Transtorno afetivo bipolar- F 31
O pensamento é acelerado e pode ter delírios de grandeza,
poder, fama, fortuna, onipotência.
Desconcentrado, juízo crítico comprometido ausência de juízo
de valor- prodigalidade.
O afeto é muito variável, lábil e migra para a depressão com os
sintomas inversos aos descritos.
Na fase depressiva é muito comum a ideação ou o ato suicida.
A ideação suicida é nestes casos, obsessiva e grave demandando
vigilância permanente.
O primeiro surto do TBH é sempre maníaco. Pode ter a fase
depressiva ou não. O tempo em que fica numa fase é
imprevisível em muitos casos.
Transtorno afetivo bipolar- F 31
Pode remir sem medicação, mas é imperioso medicar para
tentar evitar conseqüências graves como a prodigalidade
e/ou o suicídio dentre outras.
Hereditariedade - se um dos pais apresentar a doença, 25% de
chance para o filho também apresentar Se os dois genitores
apresentarem 50 a 75% de chance para o filho. Prevalência em
mulheres no início da vida adulta, podendo acontecer em
adolescentes.
Investigar causas precipitantes nos indivíduos sem história
prévia de mania- distúrbios hormonais, metabólicos, uso de
drogas, traumas.Nestes casos a doença tende a remir
cessando a causa cessará o efeito, Não será o TBH “per se”.
Exceto na eclosão da doença catalisada pelo uso de drogas.
F 31- Conduta médico pericial - avaliar os itens
Existência de mais de duas crises no período de um
ano
Ocorrência de mais de quatro sintomas dos
descritos
Dependência Química a álcool e/ou drogas
Ciclagem rápida
Gesto e ato suicida
Presença de sintomas psicóticos e delírios
Epilepsia
F31- conduta médico pericial
Do ponto de vista médico pericial, a atividade
laborativa dependerá de
Presença dos fatores agravantes citados
Resposta efetiva ao tratamento (Lítio, ADS
Outros )
Persistência dos sintomas psicóticos Maníacos ou
depressivos
Nos intervalos entre as crises, o indivíduo costuma ser
produtivo e capaz para a vida laborativa, nos casos
leves e moderados.
Medicação TBH Estabilizadores do humor
Independem da fase maníaca ou depressiva tendo como função
estabilizar o quadro psicótico e evitar as ciclagens.
Uso é por tempo indeterminado e o medicamento de eleição é o
Lítio, com ação bem conhecida e colaterais gastro entéricos
que costumam ceder com o uso. Muito bem tolerado e de
excelente efeito terapêutico.
Têm ótimo efeito o Ácido Valpróico
e a
Carbamazepina, inclusive com tolerância melhor que
a do Lítio
Necessário dosagens séricas periódicas de todos eles.
Nome Genérico - Nome Comercial - Dose./Mg./Dia
Carbonato de Lítio- Carbolim, Carbolitium -75 – 900 mg.
Carbamazepina - Tegretol 200 – 1200 mg
Ácido Valpróico - Depakene depakote 250 –1g
Clonazepam - Rivotril- 0,5 – 2,5 mg ** Alprazolan 0,25 a 2 mg.
ADS variados na fase depressiva.
Na fase maníaca ou em sintomas de insônia; agitação; medo e
afins podemos usar um ansiolítico como o Clonazepan ou
Alprazolan para arrefecer estes sintomas ansiosos.
Medicar um portador de TBH é algo muito delicado e
meticuloso. Observar as ciclagens para os ajustes necessários.
Medicamento fixo só o estabilizador de humor, assim mesmo,
as doses variam.
Episódio depressivo – F32
Depressão primária um episódio
a depressão sempre se caracteriza por uma tríade
TRISTEZA IMOTIVADA
LENTIFICAÇÃO DO PENSAMENTO
BAIXA ESTIMA
Estes sintomas estarão presentes em qualquer quadro
depressivo - psicótico ou neurótico- primário ou
secundário- recorrente- psicotizado ou não
Episódio depressivo- F 32
Culpa por estar doente, sensação de inutilidade.
Ideação mórbida, de ruína, de abandono e fracasso;
Anedonia, embotamento afetivo e sexual.
Ideação suicida
Abulia
Indiferença e desconcentração
Desleixo pessoal, profissional, afetivo, social
Somatizações
F32- episódio depressivo secundário
Decorrem de fatores infortunísticos, como luto,
perdas de qualquer origem, mudança do
padrão de vida e outros. Todos passamos por
episódios depressivos desta natureza, em geral
auto limitados, e comuns à vida de qualquer
pessoa
A gravidade dependerá da intensidade da causa
e personalidade prévia do indivíduo
F32- depressão secundárias ao uso de medicamentos e
drogas
Reserpina hipoglicemiantes Metil-dopa Corticóides
Ansiolíticos
Quimioterápicos
Cocaína Álcool
Anfetaminas, Crack
As droga ilícitas cursam com rebote depressivo severo
e progressivo principalmente
na abstinência
demandando à dependência e à incapacidade para a
vida laboral e sócio afetiva
F32- Depressão secundária a outras doenças
demências parkinson colagenoses neoplasias malignas
esclerose múltipla doenças crônicas dolorosas diabetes
cardiopatias
Episódio depressivo-F32
Para o interesse da Perícia Médica estudaremos os
seguintes tipos de Episódios Depressivos
Episódio depressivo leve-F32.0
Episódio depressivo moderado-F32.1
Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos- F32.2
Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos- F32.3
Para todos, os sintomas e sinais são os mesmos variando a
intensidade e duração.
Exceção para o F32.3 com sintomas psicóticos
Episódio depressivo leve- F 32.0
Episódio depressivo moderado- F 32.1
Cursam
com tristeza imotivada
ou
reativa.
Lentificação
do pensamento. Redução
das
atividades pragmáticas. Alterações do sono apetite,
libido.
Prognóstico Bom- Em geral o tratamento é com ADS
(monoterapia) e Psicoterapia, que não impedem, ou
impedem por período curto, as atividades laborativas.
Remissão Dos Sintomas: de duas a seis semanas.
À princípio T1. Só conceder se trabalho for muito ligado à
interatividade ou periculosidade. Não prorrogar.
Episódio depressivo leve- F 32.0
Episódio depressivo moderado- F 32.1
Caso exerça atividade de risco individual e/ou coletivo
e alegue não estar em condições até seis semanas
avaliar>
Ajustamento da dose do antidepressivo ? Terapia?
Em geral o problema é no trabalho ou pessoal, e o
sujeito “não o resolve.” - T1 - Problema social
laboral ou afetivo.
**O uso continuado de ADS não impede a atividade
laborativa, uma vez ajustado em sua dose e/ou se a função,
também, não implicar em perigo para si ou terceiros.
Conclusão: nos casos de F32.1 e F32.2, transtornos depressivos
leve e moderado , a conclusão médico pericial deverá variar
entre T1 e T2 no máximo até 60 dias.
Episódio depressivo grave sem sintomas psicóticos
F 32.2
Episódio depressivo grave com sintomas psicóticos-F32.3
Cursam com os sintomas já citados, porém com grande
intensidade e maior duração
Nas depressões graves primárias é comum história de
hereditariedade, personalidade prévia tímida, evitativa desde a
infância ou adolescência. O risco de tentativa de suicídio é
razoável , com taxa de 10 a 25% de consumação da intenção
F32.2 F32.3
Além da tríade clássica já citada, temos como sintomas
nas Depressões Primárias Graves com ou sem
psicose
Ideação persecutória- sente-se exposto, alvo de
depreciação dos outros, inferiorizado
Crises de choro contínuas, freqüentes
Isolamento Social e afetivo
Imotivação e desânimo afetando as atividades
laborativas e todas as outras.
Abandono das atividades de lazer
Continuação dos sintomas nas depressões primárias
graves
F32.2 F32.3
Fadiga imotivada insônia ou hipersonia
Ideação suicida e/ou mórbida
Alterações do peso e apetite
Sentimento de culpa e de inutilidade
Desleixo pessoal e profissional
Dores crônicas sem repercussão clínica ou em exames
Depressão primaria grave com sintomas psicóticos F32.3
Temos além dos sintomas descritos os seguintes
agravantes:
Presença de delírios ou alucinações.
Em geral estes delírios e alucinações são de desvalia,
de perseguição, de culpa, de
inferioridade, de
zombaria...
Existe um risco alto de tentativa de suicídio
.
Prognóstico F32.2 F32.3
Bom a médio prazo, observando-se o tratamento
de seis meses até 01 ano com ADS
Deve ser Associado à Psicoterapia, apoio
familiar, afetivo, social
Se o tratamento for realizado corretamente, há
boa recuperação, porém com risco de recaída
de 50%, sendo que 1/3 dos indivíduos recaem
em menos de 12 meses
Fatores agravantes e complicadores dos episódios depressivos
primários graves F32.2 e F32.3
Rejeição ou abandono ao tratamento por preconceito,
ignorância , fatores financeiros, negligência, outros
Abandono familiar e afetivo
Falta de adesão ao tratamento contínuo e ininterrupto, que é
prolongado. (melhora e para)
**Medicação incorreta (antipsicóticos e ansiolíticos).
Muito comum. Falha Grave da área médico-assistencial.
Essas pessoas precisam de apoio psicoterapêutico e o
médico/entorno devem conscientizá-las disso, além de insistir
na adesão e continuidade do tratamento correto.
F32.2 e F32.3 Episódios depressivos primários
Em geral, concessão de Benefício de 60 a 180 dias com DCB.
Observar os casos que cursam com sintomas psicóticos.
Os casos que se prolongam por estarem sendo
inadequadamente tratados, complicam a vida do
segurado e do perito devido ao agravamento e
cronificação dos sintomas, e colaterais da medicação
errônea.
Levar em conta as atividades de risco individual/coletivo,
e os caso que se prolongam por medicação inadequada
Que fazer como perito?
F33 Transtorno Depressivo Recorrente
F33.0 TDR leve F33.1 TDRM F33.2 F33.3 TDRG
Caracterizam-se pela recorrência das crises. Pior evolução e
prognóstico.
O perfil clínico e sintomatológico é idêntico ao estudado no
Episódio Depressivo Único - F32
Além dos fatores agravantes e complicadores já citados
para o F32, devemos nos casos da Depressão
recorrentes, para traçar o prognóstico e conduta
médico pericial avaliar os seguintes tópicos que
relacionaremos
F33 Transtorno Depressivo Recorrente
Frequência dos episódios? Muito freqüentes? Mais de
um por ano?
Cursaram com ato ou gesto suicida ?
Cursam com sintomas psicóticos persistentes?
Tratamento correto, contínuo por Psiquiatra?
Produtivo nos intervalos inter-críticos?
Idade laborativa? Instrução? Atividade perigosa?
Atividade é agravante ou negativa para a doença?
Tempo de contribuição ? Profissão/cargo/atividade?
F33 Transtorno Depressivo Recorrente
Dependendo da intensidade, frequência duração e
multiplicidade dos fatores agravantes, a decisão médicopericial poderá ser
Benefício de Médio Prazo até 180 dias
Benefício Longo de 01 anos a R2 LI ?
Em geral não são casos de RP. A depressão quando grave e
recorrente incapacita ao trabalho e não a um tipo de
trabalho.
Logicamente, os depressivos recorrentes não devem por uma
questão de segurança ocupar atividades perigosas a si e a
terceiros, pela ideação suicida.
Por vezes, quando compensados, adaptam-se a trabalhos
internos, sem público, em ambiente tranqüilo, sem pressões.
F33 - Atenção perito médico
Observar no Sistema os Benefícios anteriores.
Se há uma evolução com transtornos depressivos realmente
recorrentes.
Caso seja uma primeira solicitação de Benefício devemos
prudentemente dar um período de 45 a 90 dias, ressaltando
no laudo, em caso de PP, a dúvida quanto ao diagnóstico e
prognóstico.
Não devemos no AX1, mesmo em casos bem documentados
sermos muito pródigos no benefício exceto nos “casos que
falam por si”
Problemas da resistência envolvidos na adesão ao tratamento
Doença preferível à saúde;
Punição sentida como merecida;
Negar a doença devido à estigmatização;
Identificação inconsciente com familiar doente
Fatores psicológicos sobrepujam os farmacológicos.
Ganhos secundários
Fatores culturais, financeiros, educacionais, sociais,
“religiosos”
Tópicos válidos para todos os Transtornos Neuróticos
ANTIDEPRESSIVOS TRICÍCLICOS TETRACÍCLICOS E
UNICÍCLICOS
São de ação rápida e eficaz. Efeitos imediatos ou na 1ª
semana. Uso hospitalar. Baixo custo. Acesso à baixa
renda. Farmácias populares. Efeitos seguros e
conhecidos, assim como os colaterais.
Dão azo a uma gama de efeitos colaterais, tais como
arritmias, ganho de peso, hipotensão ortostática,
interações com cardiopatias.
Quando os colaterais são afastados ou minimizados,
são excelentes opções.
Nome Genérico Nome Comercial Dose Mg./Dia
Imipramina Tofranil 25 –300 mg
Amitriptilina Tryptanol 25 – 300 mg
Nortriptilina Pamelor 10 – 150 mg
Maprotilina Ludiomil 25 – 150 mg
Survector
Sulpirida + bromazepan
Bupropiona Wellbutrin 75 – 450 mg antidepressivo com ação
farmacológica primária de inibição da recaptação das
monoaminas como a dopamina e a adrenalina. Usamos na
dependência à nicotina
INIBIDORES ESPECÍFICOS DA RECAPTAÇÃO DA
SEROTONINA
A melhora costuma surgir com duas a seis semanas de
uso contínuo
Os preços são bem mais elevados do que dos tricíclicos
de 1ª geração
Excetuando a Fluoxetina não há na rede das
farmácias e programas populares
Pode-se usar os genéricos e pesquisar marcas, pois há
uma boa diferença entre laboratórios
INIBIDORES ESPECÍFICOS DA RECAPTAÇÃO DA
SEROTONINA
Não causam dependência como os ansiolíticos.
Colaterais menos importantes e interações menos
agressivas que dos tricíclicos, podendo, em geral,
ser usados pela maioria das pessoas
Observar
outros
ADS
com
ação
em
neurotransmissores diferentes como histamina,
norepinefrina, dopamina, acetilcolina.
Nome Genérico- Nome Comercial Dose Mg/D
Fluoxetina - Prozac, Eufor, Daforin, Verotina, Fluxene 5
– 80 mg
Paroxetina- Aropax, Pondera 05 – 80mg
Sertralina- Zoloft, Serenata 50 – 200 mg
Venlafaxina - Efexor
50 – 200 mg
Amineptina - Survector
200 – 300 mg
Citalopram - Cipramil
20 – 60 mg
Mirlazapina- Remeron
30 – 50 mg
Duloxetina - Cymbalta
30-120 mg
Escitalopran- Cipralex Lexapro Exodus Espran 10 -20 mg
Estes ADS têm baixa complexidade colateral e são
muito bem tolerados.
Os colaterais costumam ceder em até três semanas de
uso contínuo. Não deve interromper o tratamento o
que é comum quando se sente melhor
O usuário tem de ser conscientizado e informado do
tempo para efeitos, e do custo benefício dos
colaterais, que diminuem com o uso contínuo.
Transtornos Neuróticos Relacionados ao Estresse e
Somatoformes F40-F48
São não estruturais, sem substrato físico, orgânico, anátomo
patológico
Não levam à alienação mental, à dependência de terceiros e não
invalidam em definitivo para a vida laborativa
Neste grupo é comum haver transtornos mistos de ansiedade
e depressão
Constituem um grande problema médico pericial, pela
subjetividade dos sintomas, ganhos secundários das neuroses,
simulações, preconceito e rejeição ao tratamento
psicoterápico e psiquiátrico
Transtornos neuróticos relacionados com o stress e
somatoformes- F40 - F48
Estresse é o conjunto de reações que ocorrem em um
organismo quando este é submetido a um esforço de
adaptação com resultados positivos ou negativos.
O estresse é necessário e vital. Pode ser positivo e negativo.
Quando este se torna crônico, penoso, exaustivo,
improfícuo, esta tensão torna-se patológica,
rompendo o equilíbrio biopsicossocial, culminando
por apresentar-se na forma de transtornos
psiquiátricos de duração e gravidade variáveis.
Transtornos fóbico - ansiosos F40 Agorafobia F40.0
Fobias sociais F40.1 F40.8 e F40.9 ( SOE)
Não são causa de incapacidade laborativa
Exceções para quando a causa da fobia estiver diretamente
ligada ao trabalho do fóbico. Pode precisar RP ou ajuste no
trabalho após tentativa de acordo oficioso.
Ascensorista, motorista claustrofóbico
Trabalhar em andares altos ou em multidões com Agorafobia
Vendedores, profissionais em TK, recepcionistas, com fobia
social
Trabalho longe de casa para fóbicos sociais ou agorafóbicos
Transtornos fóbico - ansiosos F40 Agorafobia F40.0
Fobias sociais F40.1 F40.8 e F40.9 ( SOE)
As fobias são oriundas de sintomas neuróticos projetivos,
deslocados, ou traumáticos em pessoas com personalidades
previamente frágeis e ansiosas
Devem fazer psicoterapia e por vezes usar um ansiolítico por
algum tempo, ou SOS.
Procurar ajuste e equilíbrio à vida e rotina comum.
Em empregados, se bem justificado, benefício de no máximo 30
dias para ajuste de situação laboral.
Desempregados, liberais, autônomos > T1
F40.2 Fobias específicas
Medo irracional, injustificável de agente conhecido, causando
conduta evitativa e de terror no fóbico, e que cessa com a
retirada ou anulação do agente “agressor/causador”
**Ataque/crise de Pânico por fobia específica não é doença ou
Síndrome do Pânico
A fobia específica tem agente causador bem conhecido do fóbico.
Pode ter mais de um agente. Trata-se com terapia cognitiva.
Não é caso para concessão de benefício
Podemos, todavia, ter alguns poucos casos onde o trabalho do
segurado possa envolver o agente causador da fobia. Aí
temos de afastá-lo e reabilitá-lo até na mesma função, porém
protegido e distante, do agente fóbico (altura, avião, água,
barcos, navios, insetos, escuro, elevador, tecnofobia, )
Outros transtornos ansiosos> F41
Ansiedade generalizada F41.1 > F41.9 Transtorno ansioso SOE
Transtorno misto ansioso depressivo >F41.2
Outros transtornos ansiosos mistos F41.3 > F45 a F48
São transtornos exclusivamente neuróticos oriundos do estresse
crônico,
unidos à personalidade prévia do
sujeito,
temperamento, situação vivencial, e fatores egóicos.
Constituem grave problema para a perícia médica, uma vez que
recorrem ao benefício previdenciário, e não à solução efetiva
de seus problemas> familiares, afetivos, laborativos,
materiais. Nada fazem para melhorar a qualidade de vida.
De modo geral usam “ansiolíticos de ocasião”, receitados por
médicos, psiquiatras ou não, se tornando dependentes de
bendodiazepínicos. Não fazem psicoterapia.
Nesta imensa família de transtornos inespecíficos da ansiedade
e depressão o perito deverá ser rigoroso evitando concessão
do benefício.
Em alguns casos analisados, onde o transtorno tenha causa
bem justa e clara, e o perito observe que o segurado está
realmente querendo um tempo curto para resolver situações
estressantes, por vezes realmente muito desagradáveis e
difíceis, sendo empregado, podemos conceder benefício
curto, de cerca de 30 dias para ajuste e equilíbrio de situação
estressógena em resolução.
**Incluir neste grupo de F45 a F48 - Transtornos
somatoformes, conversivos, hipocondríacos, patoplásticos
histéricos. Negar o benefício. Em geral são agressivos com os
peritos, criam tumultos, escândalos, desmaiam, histriônicos.
F41.0 Transtorno de Pânico> síndrome ou doença do pânico>
ansiedade paroxística episódica
Crises de ansiedade paroxística intensa grave, em período de
30/45 dias, súbita, auto-limitada. Pode depois espaçar...
Não existem fatores, situações, agentes, locais desencadeantes
predisponentes ou traumáticos como causa. È imprevisível.
Inexplicável. Sem motivo consciente. Há um “perfil do
panicoso” exigentes,
perfeccionistas, rígidos, críticos,
estressados, sobrecarregados
Tratamento regular com ADS por seis meses no mínimo e
Ansiolíticos SOS.
A Psicoterapia é essencial **
Técnicas de relaxamento corporal, Yoga, meditação terapia
cognitiva, hipnose técnicas de relaxamento pela respiração.
Sensação de morte iminente, de enlouquecer, de
despersonalização, de sufocamento,de desespero.
Sintomas cardiovasculares e respiratórios que simulam
emergências cardiológicas
Dispnéia taquisfigmia, taquicardia. Palpitações “angina”
Tonturas, vertigens, parestesias náuseas, distermia, sudorese
Em geral vão para emergências cardiológicas pois parece
realmente um infarto ou afins.
Em 10 minutos até 15 no máximo cessa completamente.
Mesmo sabendo que não há fator predisponente tem medo de ir
a lugares, de dirigir, de sair sozinho, e com razão
Com o tratamento e as orientações médico psicológicas
+medicação + técnicas vai normalizando o quadro.
Conduta médico pericial no Transtorno do Pânico
Boa anamnese é o mais importante.
Cuidado com confusão diagnóstica. Diferenciar de Estresse
pós traumático, Fobias específicas Ansiedade comum
Histeria Depressão reativa
Pesquisar a frequência de crises em 30/90 dias.
Este segurado pelo seu perfil quer trabalhar e produzir
Chega à Perícia angustiado, aborrecido com o que vem
sentindo, fica ofendido ao duvidarmos dele, porém devido às
crises serem realmente assustadoras adquire condutas de
defesa, medo, isolamento, devido à expectativa imprevisível
de mais uma crise. Benefício por 90 a 120 dias.
Afastar de profissões com periculosidade **
Pode ser necessário RP **
Recidivas existem até anos depois da remissão dos sintomas
Ansiolíticos
Tranqüilizantes, indutores do sono.
Reduzem a ansiedade diurna, somatizações e conversões.
Diminuem agitação/excitação.
Não atuam na depressão, alucinações e delírios. Pioram os
sintomas depressivos.Induzem o sono e ajudam na sua
manutenção e regulagem.
Todos causam dependência. Uso monitorado. Não curam nada.
Só arrefecem os sintomas ansiosos.
Principais efeitos adversos> sonolência diurna, depressão,
pensamento mais lento, desconcentração e distúrbios de
memória.
Nome Genérico Nome Comercial
Dose Mg/Dia
Diazepam Vallium, Dienpax
2 – 60 mg
Bromazepam Lexotan, Somalium
3 – 30 mg
Alprazolam
Frontal, Apraz
0,25 – 6 mg
Clorazepato
Tranxilene
7,5 – 60 mg
Lorazepam
Lorax, Lorium
2 – 6 mg
Sulpirida Equilid, Dogmatil, Sulpan 3 a 36 mg.
Cloxazolan Olcadil
1 – 6 mg
Clordiazepróxido Psicosedin
15- 100 mg
Clonazepan Rivotril
0.25- 4mg.
Indutores do Sono - Soníferos
Estazolan
Noctal
Flurazepam Dalmadorm
Midazolan Dormonid
Zolpidem Stilnox, Lioram
Nitrazepam Nitrazepol
Flunitrazepam Rohypnol
Dosagem
1 – 2 mg
15 – 30 mg
7,5 – 30 mg
10 – 15 mg
2,5 – 10 mg
1 – 2 mg
Medicamentos com ação sonífera, incompatíveis com
atividades de periculosidade, atenção, concentração.
Atenção: possuem vida média curta/média de quatro a oito
horas. Se usados no período dedicado ao repouso, não
impedem o trabalho.
TOC F42 a F42.9
É patologia de baixa incidência médico pericial, apesar do seu
curso crônico e cura difícil.
Pode necessitar tratamento por toda vida. O tratamento e a
terapia são bastante eficazes.
Intelecto e capacidade laboral preservados, desde que não
firam seus rituais de obsessão e compulsão.
O portador de TOC tem plena consciência de sua doença e
procura ocultá-la por vergonha da doença. È neurose.
Benefício curto, em geral quando seus rituais causam alguma
lesão física e precisam afastar-se para tratar, (alopécias,
feridas nas mãos, dermatoses, feridas cortantes)
Reação aguda ao estresse- F 43.0
Transtorno súbito, inesperado, transitório, de causa
sempre imediata e conhecida.
É resposta imediata, momentânea à excepcional
situação de estresse, ocorrendo na vida de qualquer
pessoa
Quadro agudo, com inícios de segundos a horas após
o evento estressógeno/traumático e cessando em
horas ou poucos dias.
Prognóstico > muito bom.
Cessa logo após o término do evento desencadeador
até máximo em quatro 04 semanas.
F43.1 Estado de Estresse pós traumático e afins F43.8 F43.9
A característica principal deste transtorno é desenvolvimento
de sintomas típicos e bem definidos.
Sempre após a exposição a um agente ou evento estressógeno,
traumático, catastrófico grave
Início > de três semanas do evento até seis meses após
Sintomas
Revivência persistente do evento traumático.
Flashbacks, pesadelos, sonhos recorrentes.
Graves distúrbios de sono, hipervigilância.
Sobressaltos e desassossêgo constante.
Ideação mórbida com traços obsessivos,
Atitudes de desconfiança, hostilidade,
Embotamento afetivo, emocional, esquiva fóbica.
F43.1 Estado de Estresse pós traumático e afins F43.8
F43.9
Conduta médico pericial>o perito médico deverá avaliar os
seguintes aspectos
Associação com doenças psiquiátricas prévias
Qualidade e intensidade do agente agressor
Possibilidade e/ou proximidade com o agente agressor ou
estressógeno ou traumático, ou catastrófico,climático...
Prognóstico variável
Bom> melhora em 90 dias
Reservado> melhora de 06 a 12 meses;
Mau> acima de 12 meses.
F 62.0 Alteração permanente de personalidade após
experiência catastrófica> primário ou secundário a F43.1
É seqüela crônica em geral irreversível de Transtorno do
estresse por agente conhecido e extremamente grave, ou
conseqüência
da evolução
maligna do estresse pós
traumático. No passado, foi a “neurose de guerra”.
Os portadores de F43.1, podem evoluir em alguns casos muito
mal e chegarem à alteração permanente de personalidade,
com incapacidade muito longa e até definitiva.
Podem vir primariamente por reação a traumas extremos que
dispensam personalidade prévia e outros fatores para
causarem alterações tão graves de personalidade, conduta e
emoção.
F 62.0 Alteração permanente de personalidade após
experiência catastrófica> primário ou secundário a F43.1
O problema pode ter ocorrido com o próprio, ou com
terceiros onde este se sinta responsável culpado,
impotente, negligente, omisso...
Tortura, seqüestro/assaltos com ameaça de morte, acidentes e
tragédias com morte de terceiros, guerras, catástrofes
climáticas,
terrorismo,
ex-combatentes,
campo
de
concentração, estupro, presenciar chacinas e afins
Não tem mais condições laborativas.
Tendem ao suicídio, alienação mental, ou atitudes
milicianas combativas.
Assédio moral/ dano moral/ bullying / mobbying
Há casos procedentes - discutir.
Síndrome de burn-out exaustão e esgotamento profissional por
desgaste psíquico e físico devido condições
penosas,
ameaçadoras, injustas, revoltantes, excesso de trabalho,
incompreensão e rejeição populacional, com as quais tem de
conviver (trabalho com menores infratores, atividades
policiais e carcerárias, professores, enfermeiros, motoristas
de coletivos em grandes centros; médicos de emergências,
CTI, hospitais públicos).
Observar que pilotos, bombeiros, profissionais liberais,
raramente tem o quadro
Muitos confundem Assédio moral com o cumprimento
de metas e obrigações que sabiam que iam ter ao
abraçar o cargo/função/profissão a que se dedicaram.
Ainda, consideram simples atos e decisões de chefias e
direções como assédio moral. Como transferências,
mudanças
de
setor,
produtividade,
bater
metas,cumprir horários e afins
Só sofrerá nestes casos bullying/mobbying/ assédio
moral quem já tiver a personalidade transtornada
O Assédio moral existe , mas não se insere em é
nenhuma das situações descrita acima.
F43.2 transtornos de adaptação
Transtornos reativos a situações de adaptação a mudanças
importantes e ou impactantes na vida da pessoa.
Cursam com sintomas depressivo ansiosos, angústia,
irritabilidade, tristeza motivada, comprometimento afetivo.
Desânimo.
Exemplos: luto, migração, emigração, divórcio, abandono
sentimental, traição, separação dos filhos, perda de função
laborativa, desemprego súbito, mudança de função laboral
súbita, de setor, de chefia, de domicílio.
Início>até 30 dias do evento perturbador ou modificador da vida
da pessoa. Prognóstico bom.
Avaliar a gravidade do evento + personalidade prévia do
segurado + Repercussão do evento em seu estado mental. Se
conceder benefício, de 30 a 45 dias no máximo.
Retardo mental F 70 - F 79 Conduta médico pericial
Fixar época de surgimento dos sinais e sintomas. Manifestação
antes dos 18 anos.
Diferenciar de demências adquiridas e traumatismos
Fixar-se mais no estabelecimento da incapacidade laborativa do
que em diagnosticar a etiologia do retardo.
Comunicação expressão e cuidados pessoais habilidades
domésticas, relação familiar.
Vida na comunidade. Auto determinação e independência para os
atos da vida civil e de relação. Noções de segurança, higiene,
saúde pessoal e pública.
Habilidades acadêmicas e gerais, inteligência emocional
Afetividade e sociabilidade.
Retardo mental leve F70
Avaliar habilidades adaptativas possibilidade de exercer
atividade laborativa e o nível de capacidade de atuação e
independência para manutenção de sua pessoa. Ainda
características regionais e culturais da região onde vive.
Nos casos de retardo mental leve relevar outras doenças
associadas como epilepsia, esquizofrenia e uso de álcool/
drogas. Nestes casos o CID principal é o da doença mais
grave e o retardo o CID secundário.
As comorbidades tornam o prognóstico muito reservado.
Invalidez.
Colocar no laudo que embora consiga fazer as atividades diárias,
e pessoais não sabe fazê-las com normalidade.
**Retardo mental moderado grave e profundo F71 a F73
Invalidez definitiva. BPC. Pensão por morte.
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