Assistência de Enfermagem ao Paciente Hipertenso

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Assistência de Enfermagem
ao Paciente Hipertenso
Prof. Dra. Salete Mª de Fátima Silqueira
Introdução
• A partir da década de 60, as doenças
cardiovasculares superaram as infectocontagiosas como primeira causa de morte
no país.
• Assim a hipertensão arterial continua sendo
uma
das
principais
causas
das
complicações cardiovasculares como:
• Doença cerebrovascular
• Insuficiência cardíaca
• Insuficiência renal crônica
• Doença vascular de extremidades.
Medidas preventivas
• Torna-se
necessário
portanto
medidas
preventivas e ações por parte do governo e dos
profissionais de saúde.
• Para melhor prevenir estes agravos é
necessário trabalhar combatendo a causa
básica que é a doença hipertensiva.
• Assim, é fundamental a ação da equipe de
enfermagem para se conseguir um melhor
resultado na assistência ao paciente hipertenso.
Assistência de enfermagem ao paciente
hipertenso
• O atendimento de enfermagem ao paciente
hipertenso deve acontecer de forma planejada e
de preferência que haja alternância entre a
consulta de enfermagem (atendimento individual)
e grupos operativos.
Na primeira consulta de enfermagem ao paciente
hipertenso avalia-se:
O estado de saúde do paciente realizando o
exame físico completo.
Avalia-se na primeira consulta de
enfermagem
os fatores de risco para hipertensão e
outros agravos,
os hábitos de vida do paciente, suas
dificuldades e limitações.
As dificuldades e limitações são de ordem
financeira, psicoemocional, nível de
instrução e privações como deixar de
comer ou restringir certos alimentos como o
sal na alimentação diária.
Avalia-se na primeira consulta de
enfermagem
• Orientação sobre o uso de medicamentos
e seus efeitos colaterais,
• Avaliação de sintomas,
• Reforça-se as orientações sobre hábitos
de vida pessoais e familiares;
Exame físico direcionado ao paciente
hipertenso
• Principios básicos tais como:
• as técnicas do exame físico, a semiotécnica
para avaliar os segmentos corporais,
• os aspectos relacionados ao examinador e
examinado (posição, conforto, interação
profissional-paciente, ambiente).
• os instrumentos necessários para avaliação
• e o conhecimento da anatomia topográfica
e fisiologia.
História clínica ou histórico ou
anamnese
• Identificação: sexo, idade, raça e condição
socioeconômica.
• História
atual:
duração
conhecida
da
hipertensão arterial e níveis de pressão arterial;
adesão e reações adversas a tratamentos
prévios;
sintomas
de
doença
arterial
coronariana, insuficiência cardíaca, doença
cerebrovascular, insuficiência vascular arterial
periférica, doença renal e diabete melito;
indícios de hipertensão secundária.
História clínica ou histórico ou
anamnese
• Investigação sobre diversos aparelhos e fatores
de risco: dislipidemia, tabagismo, diabete melito,
obesidade e sedentarismo; alteração de peso;
características do sono; função sexual; e outras
afecções
concomitantes,
como
doença
pulmonar obstrutiva crônica e gota.
• História
pregressa
de
doença
arterial
coronariana, insuficiência cardíaca, doença
cerebrovascular, insuficiência vascular arterial
periférica, doença renal e diabete melito.
História clínica ou histórico ou
anamnese
• História familiar de acidente vascular encefálico,
doença arterial coronariana prematura (homens
< 55 anos; mulheres < 65 anos), doença renal,
diabete melito, dislipidemia, morte prematura e
súbita.
• Perfil psicossocial: fatores ambientais e
psicossociais, sintomas de depressão, situação
familiar, condições de trabalho e grau de
escolaridade.
História clínica ou histórico ou
anamnese
• Avaliação dietética, incluindo consumo de
sal, bebidas alcoólicas, gordura saturada
e cafeína.
• Consumo de medicamentos ou drogas
que possam elevar a pressão arterial ou
interferir em seu tratamento.
Exame físico
• Medida de peso e altura, para cálculo do
índice de massa corporal, circunferência
abdominal.
• Inspeção: fácies e aspecto físico
sugestivos de hipertensão secundária.
Exame físico
• Sinais vitais: duas medidas da pressão arterial,
separadas por intervalo de pelo menos 2
minutos, com o paciente em posição deitada ou
sentada.
• Deve ser medida também a pressão após 2
minutos na posição em pé, nas situações
especificadas anteriormente.
• Verificar a pressão do braço contralateral; caso
as pressões sejam diferentes, considerar a mais
elevada.
• A freqüência cardíaca também deve ser
medida.
Exame físico
• Pescoço: palpação e ausculta das artérias
carótidas, verificação da presença de
estase venosa e palpação de tireóide.
• Exame do precórdio: ictus sugestivo de
hipertrofia ou dilatação do ventrículo
esquerdo, arritmias, presença da 3ª ou 4ª
bulha.
• Presença de hiperfonese de 2a bulha em
foco aórtico, além de sopros nos focos
mitral e aórtico.
Exame Físico
• Exame do pulmão: ausculta de estertores,
roncos e sibilos.
• Exame do abdome: massas abdominais
indicativas de rins policísticos, hidronefrose,
tumores e aneurismas. Identificação de sopros
abdominais (aorta e artérias renais).
• Extremidades: palpação de pulsos braquiais,
radiais, femorais, tibiais posteriores e pediosos.
A diminuição da amplitude ou o retardo do pulso
das artérias femorais sugerem doença
obstrutiva ou coartação da aorta. Verificação de
edema.
Exame Físico
• Exame neurológico sumário.
• Exame de fundo do olho:
• identificar estreitamento arteriolar, cruzamentos
arteriovenosos
patológicos,
hemorragias,
exsudatos
e
papiledema.
• Os exames de rotina como glicemia, colesterol
total e fracionado, triglicerides, creatina, uréia,
ECG de repouso caso ou paciente não tenha
realizado recentemente, devem ser solicitados na
primeira consulta ou de acordo com a rotina da
unidade de saúde.
Diagnóstico clínico laboratorial
• Confirmar a elevação da pressão arterial;
•
• Avaliar lesões de órgãos-alvo;
• Identificar fatores de risco para doenças
cardiovasculares;
• Diagnosticar a etiologia da hipertensão arterial.
• OBS: A confirmação do nível de pressão arterial
será efetivado nas consultas subsequentes ( 3
aferições em dias alternados ou 3 semanas
seguidas).
O processo de enfermagem na
prática do enfermeiro
•
•
•
•
Investigação
Diagnóstico de enfermagem
Planejamento
Implementação da assistência de
enfermagem
• Avaliação
Consultas de acompanhamento
• Nas consultas de acompanhamento ou retornos
do paciente hipertenso procedemos o exame
físico por problema.
• Este tipo de exame físico direciona o atendimento
para o problema específico que o paciente está
apresentando naquele momento.
• Em toda consulta de enfermagem deve-se aferir a
pressão arterial e medidas antropométricas.
Grupo operativo
• A consulta de enfermagem deve ser
alternada com um grupo operativo.
• O ideal é que haja uma revezamento de
pequenos grupos de hipertensos.
• É muito importante a participação da
equipe profissional nos grupos operativos.
Grupos operativos
• O grupo operativo possibilita:
• a participação de vários pacientes,
• a interação de um paciente com o outro e
também
a
interação
com
a
equipe
multiprofissional.
• Durante a realização dos grupos é importante
falar a linguagem dos pacientes.
Grupos operativos
• Conversar com o paciente de forma que os
termos técnicos normalmente empregados
pelos profissionais sejam abolidos.
• É importante lembrar que a maioria dos
pacientes são analfabetos ou tem um grau de
escolaridade muito baixo.
• A não compreensão das orientações para o
controle
da
pressão
arterial
afeta
consideravelmente o tratamento do paciente
hipertenso.
Grupos operativos
• A participação dos familiares ou dos cuidadores é
muito importante principalmente no caso de
pacientes idosos ou com baixo grau de
escolaridade.
• O grupo operativo permite ao paciente além da
troca de experiências o aprendizado de diferentes
formas de se tratar a hipertensão.
• A equipe de saúde ao trabalhar com o paciente
deve ser ficar atento para o controle
medicamentoso (os efeitos colaterais dos
medicamentos, a importância da tomada regular e
da dosagem correta).
Grupo operativo
• Durante os grupos operativos reforçamos o que
já tinha sido discutido na consulta individual
dando
ênfase
no
tratamento
não
medicamentoso.
• O tratamento não medicamentoso envolve um
conjunto de medidas que são fundamentais
para o controle do paciente hipertenso.
Tratamento não medicamentoso
• As medidas do tratamento não medicamentoso
inclui:
• A redução ou restrição completa de sal (no caso de
pacientes com hipertensão severa e resistente ao
tratamento).
• Atividade física regular (inicialmente 3 vezes por
semana durante 15 a 20 minutos) e gradativamente
aumenta-se o tempo e a freqüência.
• Os exercícios aeróbios como caminhada, bicicleta,
natação, hidroginástica de baixo impacto são os
mais recomendados.
Tratamento não medicamentoso
• Alguns aspectos relacionados a alimentação
são importantes:
• Ao se conhecer os hábitos de vida do paciente,
questões familiares e econômicas (na primeira
consulta) consegue-se adequar melhor a dieta
para o paciente hipertenso.
• Alguns alimentos devem ser abolidos como o
sal e gordura. Na orientação dietética é
importante incorporar o uso de temperos
alternativos como: alho, cebola, manjericão,
orégano, salsinha, cebolinha, entre outros.
Tratamento não medicamentoso
• Evitar o consumo de embutidos: salsicha,
salames, presuntos, queijo amarelo (mussarela,
prato, cheddar). Neste caso dê preferência a
ricota ou ao queijo frescal.
• No caso do uso da ricota, é bom orientar que a
mesma deve ser sem sal e que pode-se
acrescentar para dá um melhor sabor, os
temperos anteriormente citados principalmente
orégano e alho. Algumas verduras como a
cenoura também pode ser incluída.
Tratamento não medicamentoso
• Deve-se evitar também o uso do saleiro na
mesa durante as refeições e também o uso de
temperos como sazon, caldo Knor e o tempero
presente no miojo.
• Outra restrição importante são os enlatados
como sardinha, salsicha, milho verde, azeitona
(esta última além de alto teor de sódio é muito
calórica).
Tratamento não medicamentoso
• Os carboidratos devem ser consumidos
moderadamente pelos indivíduos com peso
normal e bastante restrito para os indivíduos
com sobrepeso e obesidade.
• O fracionamento das refeições ( 5 a 6 vezes/dia)
em menores porções tem ajudado na redução
do peso corporal.
• É bom reforçar também a ingestão de água nos
intervalos das refeições.
Tratamento não medicamentoso
• É bom ressaltar que as mudanças dos hábitos de vida
devem ser gradativamente incorporadas na vida do
paciente hipertenso.
• Tratamentos muito radicais como restrição completa de
sal e gordura no inicio do tratamento devem ser
evitadas. As mudanças devem ser gradativas.
• Nas consultas individuais e em grupos reforça-se que
todas estas mudanças contribuíram para o controle da
pressão arterial bem como para uma melhor qualidade
de vida para o individuo hipertenso.
O controle adequado da
hipertensão arterial
• Reduzir complicações, internações e mortes
relacionadas à hipertensão;
• Reduzir a prevalência da doença hipertensiva;
• Aumentar o grau de conhecimento da
população sobre a importância do controle da
hipertensão arterial;
• Garantir acesso dos hipertensos a serviços
básicos de saúde com resolubilidade;
• Incentivar políticas e programas comunitários.
Referências bibliográficas
• IV Diretrizes da Hipertensão Arterial,
acesso dia 24/06/2008, disponível em
http://www.sbn.org.br/Diretrizes/ha4.htm
• III Consenso Brasileiro de Hipertensão
arterial, acesso em 24/06/2008, disponível
em
http://www.sbn.org.br/Diretrizes/cbha.htm
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