EAE-111 - 2016 - Tópico 2 - Agregados(Cont Nacional)

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EAE-0111
Fundamentos de Macroeconomia
(Curso de Administração de Empresas)
2º. Semestre 2015
Tópico 2
AGREGADOS MACROECONÔMICOS
(CONTABILIDADE SOCIAL)
(1ª. Parte)
Prof. Marco Antonio Sandoval de Vasconcellos
1
Bibliografia
• Vasconcellos, Capítulo 9
• Mankiw, Capítulos 23 e 24
• Manual Profs. USP, Capítulo 14
Contabilidade Social
Objetivo: medição dos agregados macroeconômicos de todo o país.
Existem dois sistemas de Contabilidade Social: Sistema de Contas
Nacionais, de Richard Stone e Simon Kusnetz, e Matriz Insumo-Produto, de
Wassily Leontief.
O Sistema de Contas Nacionais adota o método contábil das partidas
dobradas, e considera apenas as transações com bens e serviços finais,
excluindo bens e serviços intermediários (que são absorvidos nos bens e
serviços finais).
A Matriz Insumo-Produto, ou Matriz de Relações Inter-setoriais, ou ainda
Matriz de Leontief, é um sistema de dupla entrada, é mais completo,
considerando tanto bens e serviços finais, como bens e serviços
intermediários. Cada setor é relacionado duas vezes: em linha (o que cada
setor vende) e em coluna (o que cada setor compra).
O órgão responsável pela contabilidade social no Brasil é o IBGE-Fundação
Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística.
Contabilidade Social
De acordo com o Manual da ONU, adotado por todos os
países, os agregados macroeconômicos são medideos, a
partir de cinco grupos de agentes econômicos:
•
•
•
•
•
Produto Interno Bruto (transações das empresas)
Renda Nacional Disponível (transações das famílias)
Acumulação de Capital (Poupança e Investimento)
Conta Corrente das Autoridades Públicas
Operações Correntes com o Resto do Mundo
Sistema de Contas Nacionais
Características: -método contábil de partidas dobradas
Pressupostos:
1.
2.
3.
-considera apenas bens e serviços finais, excluindo bens
e serviços intermediários
As contas procuram medir a produção corrente. Não são considerados
bens produzidos em período anterior. Nos casos de transações com bens
usados, considera-se apenas a remuneração do vendedor (que é
remuneração a um serviço corrente, independente se o bem é ou não
novo);
As contas referem-se a um fluxo (trimestral ou anual). Os agregados
correspondem a variáveis fluxo, que são variações ao longo de um dado
período.
A moeda é neutra, no sentido de que é considerada apenas como unidade
padrão de agregação, permitindo agregar bens e serviços fisicamente
diferentes, a partir dos respectivos preços. Significa que as Contas
Nacionais não registram os Agregados Monetários (empréstimos,
depósitos, open market), que ficam a cargo do Banco Central, mas apenas
os Agregados Reais (produto agregado, consumo agregado, investimento
agregado, exportações e importações agregadas, etc)
O Fluxo Circular de Renda
O Fluxo Circular de Renda ilustra o processo de formação e distribuição do
produto e renda gerados pela atividade econômica num dado período, e é a
base da montagem dos Sistemas de Contabilidade Social.
Para a definição dos principais agregados macroeconômicos, supõe-se
inicialmente uma economia simplificada, tendo como agentes apenas as
famílias e as empresas, fechada e sem governo, e depois agregam-se os
demais agentes, na seguinte sequência:
Economia a 2 setores, sem formação de capital, fechada e sem governo
Economia a 2 setores, com formação de capital, fechada e sem governo
Economia a 3 setores, incluindo o governo
Economia a 4 setores, incluindo o setor externo (economia aberta)
O Fluxo Circular de Renda:
Economia a 2 setores, sem formação de capital
Fluxo monetário
Fluxo real
Mercado de Bens e Serviços
Despesas de Consumo de Bens e Serviços
Fornecimento de Bens e Serviços
Famílias
Empresas
Fornecimento dos Serviços dos Fatores de Produção
Remuneração aos Serviços dos Fatores de Produção
Mercado de Fatores de Produção
7
O Fluxo Circular de Renda:
Economia a 2 setores, sem formação de capital
Existem três óticas de mensuração: Produto Nacional (PN), Despesa
Nacional (DN) e Renda Nacional (RN).
São três formas alternativas de medir o resultado da atividade econômica
de um país, num dado período (normalmente trimestre e ano).
O PN é medido a partir das empresas produtoras e vendedoras. A RN é
medida a partir de informações das famílias, e na DN a medição é feita
junto aos compradores dos bens e serviços das empresas (famílias,
empresas, governo e setor externo), num dado período.
O Produto e a Despesa Nacional são medidos a partir das transações no
Mercado de Bens e Serviços (Ótica do Produto e da Despesa), enquanto a
Renda Nacional é medida a partir do Mercado de Fatores de Produção
(Ótica dos Rendimentos).
Veremos que as três alternativas, conceitualmente diferentes, levam ao
mesmo resultado numérico.
Produto Nacional (PN)
O PN é o valor de todos os bens e serviços finais produzidos em
determinado período de tempo.
PN =  pi qi
i = 1,2,3,...n bens e serviços finais
p = preço unitário médio do ano
q = quantidade de bens e serviços finais
pi qi = faturamento do setor de atividade i
O PN agrega os três setores de atividade:
•
•
•
Setor primário: agricultura, pecuária, pesca e extração vegetal
Setor secundário: indústria, extração mineral
Setor terciário: serviços, comércio, transportes, comunicação,
sistema financeiro
Produto Nacional (PN)
São excluídos do PN:
a) Bens e serviços intermediários
b) Economia Informal (Sonegação)(*)
c) Atividades ilegais (Economia Subterrânea)(*): o
PN deve medir as atividade legais
d) O valor dos bens de segunda-mão (**)
(*) Pelo Manual da ONU, o Produto Nacional deve medir a atividade
socialmente útil. Entretanto, países como Holanda, Finlândia, Suécia,
Noruega, Austria, Reino Unido e Itália incluem no cálculo do Produto
Nacional estimativas do contrabando, prostituição e tráfico de drogas.
(**)Entretanto, a remuneração dos vendedores é incluída, independente do
produto ser novo ou usado, fazendo parte da produção do Setor
Terciário ou de Serviços
Renda Nacional (RN)
A RN é a soma dos rendimentos pagos às famílias, que são proprietárias
dos fatores de produção, pela utilização de seus serviços, em um dado
período de tempo. Mostra como a renda é distribuída entre os proprietários
dos fatores de produção, que fazem parte das Famílias:
Salários(w): remuneração aos proprietários do fator trabalho ou mão-deobra. (w vem do inglês wages)
Aluguel(a): remuneração aos proprietários do fator terra (ou recursos
naturais)
Juros(j): remuneração aos proprietários do fator capital financeiro aplicado
pelas famílias nas empresas
Lucros e dividendos(l): remuneração aos proprietários do fator capital físico
(prédio e instalações). Também é entendido como remuneração do fator
capacidade empresarial
RN = w + j + a + l
Despesa Nacional (DN)
A DN é o valor de todas as despesas realizadas pelos agentes:
consumidores, empresas, governo e estrangeiros na compra de bens
e serviços finais, num determinado período de tempo. A medição é
feita junto aos compradores.
Neste modelo simplificado, a 2 setores, sem formação de capital, é
igual a
DN = Despesas de Consumo (C)
O Fluxo Circular de Renda:
Economia a 2 setores, sem formação de capital
DN = C
Fluxo monetário
Fluxo real
Mercado de Bens e Serviços
Despesas de Consumo de Bens e Serviços
PN =
Fornecimento de Bens e Serviços
Famílias
pi.qi
Empresas
Fornecimento dos Serviços dos Fatores de Produção
Remuneração aos Serviços dos Fatores de Produção
Mercado de Fatores de Produção
RN = w+j+a+l
13
O Fluxo Circular de Renda:
Economia a 2 setores, sem formação de capital
Identidade Básica das Contas Nacionais
Como não existem estoques, tudo que é produzido, é vendido:
PN Ξ DN
Como no agregado, as transações com bens intermediários são excluídas,
pois se anulam entre empresas, tudo que as empresas recebem pelas suas
vendas de bens e serviços (DN) é gasto com pagamentos a fatores de
produção (RN=w+j+a+l). Portanto
PN Ξ DN Ξ RN
Papel dos lucros: nas contas nacionais, os lucros e dividendos são
interpretados como um custo de produção para as empresas, e como
remuneração da capacidade gerencial de seus proprietários ( que fazem
parte das Famílias) e, portanto, parte da Renda Nacional. É o que permite a
identidade acima.
Medição prática do Produto/Renda
Nacional: Valor adicionado
A forma mais prática de medir-se o resultado da atividade
econômica é através do conceito de Valor Adicionado, ou
Valor Agregado.
VALOR ADICIONADO: É a renda (riqueza) agregada por
cada setor de atividade, em cada etapa do
processo de produção.
V.A.= RECEITA DE VENDAS - COMPRAS DE BENS E SERV. INTERMEDIÁRIOS
A Receita de Vendas, ou Faturamento, é chamada, nas
Contas Nacionais, de Valor Bruto da Produção (VBP).
O Valor Adicionado é medido basicamente a partir de notas
fiscais (ICMS,IPI).
Medição prática do Produto/Renda
Nacional: Valor adicionado
Valores (R$ Mil)
a) Receita de Vendas
TRIGO
100
b) Compras Intermediárias
0
c) VALOR ADICIONADO(a-b) 100
(Valor Bruto da Produção)
+
FARINHA
400
100
300
+
PÃO
1.000
400
600
PN=DN=1.000
= 1.000 = RN
Renda paga pelo setor de trigo aos fatores de produção (VA trigo)
Renda paga pelo setor de farinha aos fatores de produção (VA farinha)
Renda paga pelo setor de panificação aos fatores de produção (VA pão)
PN = RN = DN
(*) Vendas diretas aos consumidores finais (farinha) e exportações (trigo,
farinha), são consideradas como bens e serviços finais, e não intermediários. Outro
exemplo: os pneus vendidos para a indústria automobilística é um produto
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Intermediário. Se vendido ao consumidor final, ou exportado, é um produto final
Alternativas de medição do Produto/Renda Nacional
Portanto, como os 3 Mosqueteiros, que são 4, existem 3
óticas mas 4 formas diferentes de medir o resultado
econômico de um país, todas conduzindo a um mesmo valor
numérico:
• Soma dos produtos finais das empresas produtoras
• Soma das despesas dos agentes com o Produto Nacional
• Soma de rendimentos de salários, juros, aluguéis e lucros
• Soma de valores adicionados dos setores de atividade
Economia a 2 setores, com formação de capital
Economia fechada, sem governo e com formação de capital
Hipóteses:
• As Famílias, além de consumir, também poupam;
• As Empresas, além de produzir bens de consumo, produzem bens de
capital.
• Introduziremos os conceitos de Poupança, Investimento, Depreciação,
Estoques, Investimento Bruto e Investimento Líquido
Economia a 2 setores, com formação de capital
POUPANÇA AGREGADA (S)
A Poupança Agregada é a parcela da Renda Nacional não gasta no período.
As famílias podem gastar sua renda em consumo, importações, impostos.
Por enquanto, neste modelo simplificado, supõe-se que as famílias só
gastam em bens de consumo:
S = RN – C
S = Poupança Agregada(S do inglês Saving)
RN= Renda Nacional = w + j + a + l
C = Consumo Agregado
De toda a renda recebida pelas famílias (RN), o que elas não gastam em
bens de consumo, é definido como Poupança Agregada.
Economia a 2 setores, com formação de capital
INVESTIMENTO AGREGADO (I)
O Investimento Agregado é gasto com bens que aumentam a capacidade
produtiva da economia, para a geração de Consumo e Renda Futura.
Também chamado de Taxa de Acumulação de Capital.
O Produto Nacional (PN) é composto pela produção de Bens de Consumo
(C) e de Bens de Capital (I)
PN = C + I e portanto I = PN – C
Ou seja, o Investimento Agregado é o aumento do estoque de capital físico,
da capacidade produtiva da economia, para aumentar o produto e a renda
futura.
Outra maneira de definir Investimento, no sentido econômico: é o gasto
em bens para consumo futuro. Ou seja, gastos no período corrente,
para aumentar o consumo e a renda futura.
Economia a 2 setores, com formação de capital
Componentes do Investimento
Os bens que são produzidos no período corrente, que não foram
consumidos no mesmo período, são os bens de capital e os estoques:
I = Ibk + E
Ibk = Investimento em bens de capital (máquinas, equipamentos, prédios
novos). Inclui os gastos com a expansão da empresa, e
investimentos na construção civil. Nas Contas Nacionais, é chamado
de Formação Bruta de Capital Fixo (FBKF)
E = Variação de estoques no período (diferença entre os estoques do
fim do período com o início do período):
ΔE = Et – Et-1
Inclui tanto estoques de produtos acabados como matérias-primas. Em
Economia, os estoques são interpretados como um investimento
realizado num dado período, que permitirá aumentar a produção e o
consumo nos períodos seguintes.
Economia a 2 setores, com formação de capital
Mais observações sobre o investimento:
•
Não se deve confundir Investimento no sentido leigo com investimento
no sentido econômico. Na Macroeconomia, aplicações em ações e
produtos financeiros são transferências entre agentes, e, de per se,
esses valores não representam aumento da capacidade produtiva, do
estoque de capital físico da Economia.
•
O investimento em ativos de segunda mão (imóveis, veículos) não é
contabilizado como investimento agregado, sendo apenas uma
transferência de ativos, que se compensa: alguém “desinvestiu”. Esses
bens já foram computados no passado.
•
Os bens de consumo duráveis (TV, automóveis,...), embora não sejam
consumidos no presente e gerem fluxo de serviços no futuro, são
considerados como consumo, e não como investimento (há
controvérsias, mas todos os países seguem essa orientação da ONU).
Economia a 2 setores, com formação de capital
Conceito de Depreciação (d):
Depreciação é o “consumo”(desgaste) do estoque de capital físico, em dado
período. Parte do estoque de capital vira sucata, ou torna-se obsoleto.
O conceito de depreciação traz a diferenciação entre Investimento e Produto
em termos Brutos ou Líquidos:
Investimento Bruto (IB) x Investimento Líquido (IL)
IL = IB - d
IL = Acumulação Líquida de Capital = Diferença entre novos investimentos
(IB) e a depreciação (d)
Produto Nacional Bruto (PNB) x Produto Nacional Líquido (PNL)
PNL = PNB - d
Economia a 2 setores, com formação de capital
A identidade S = I “ex-post”
Como:
S = RN – C
I = PN – C
PN = RN
segue-se que
S=I
Ou seja, por definição, na Contabilidade Nacional, em termos ex
post, a Poupança Agregada é igual ao Investimento Agregado.
Vejamos dois exemplos de como ocorre essa identidade contábil.
Economia a 2 setores, com formação de capital
Vamos supor que PN = RN = 100,
e que as empresas só produzam bens de consumo.
Com o resultado da venda de seu produto (PN=100), as
empresas remuneram as famílias (RN=100).
Mas vamos supor adicionalmente que as famílias decidem
consumir apenas 80 (C=80), e portanto poupar 20:
S = RN – C = 100 – 80 = 20
Portanto, parte do PN = 100 não foi vendida às famílias,
sobrando 20 de estoques. Assim:
I = E = 20
Conclui-se que
S = I = 20
Economia a 2 setores, com formação de capital
Vamos supor agora que as empresas produzem 70 de bens de
consumo (C) e 30 de bens de capital (I)
PN = C + I = 70 + 30 = 100
Esses 100 recebidos pelas empresas serão pagos às famílias,
como remuneração (inclusive o lucro).
Portanto
RN = 100
Como só foram produzidos 70 de bens de consumo, esse é o
máximo que as famílias podem consumir, e poupando 30.
Conclui-se que
S = I = 30
Economia a 2 setores, com formação de capital
A identidade S=I ex post é uma relação contábil, que devese à forma como são definidos S e I.
Isso não significa que a poupança do período foi toda
destinada a investimento desse período, ou que todo
investimento do período foi financiado pela poupança do
mesmo período. Como tratam-se de definições contábeis,
não interessa qual a destinação da poupança, e como foi
financiado o investimento (pode ter sido financiado por
empréstimos, poupanças passadas, e até por parte da
poupança do período).
Economia a 3 setores, incluindo o Setor Público
Receita Fiscal
IMPOSTOS INDIRETOS (Ti): incidem sobre bens e serviços. Ex.: ICMS,
IPI.
IMPOSTOS DIRETOS (Td): incidem sobre as pessoas (físicas e jurídicas).
Ex.: IR, IPTU.
CONTRIBUIÇÕES À PREVIDÊNCIA SOCIAL: encargos
recolhidos de empregados e empregadores.
OUTRAS RECEITAS DO GOVERNO: taxas, multas, pedágios
trabalhistas
Economia a 3 setores, incluindo o Setor Público
Gastos do Governo
 Gastos com ministérios, secretarias e autarquias:
Financiados com receitas provenientes de dotações
orçamentárias. Inclui gastos com salários do funcionalismo,
Previdência Social, Investimentos Públicos, etc.
 Gastos com transferências e subsídios:
Aposentadorias, Programas Assistencialistas (Bolsa Família,
Seguro Desemprego, Subsídios setoriais, etc.)
 Gastos das empresas e sociedades de economia mista:
Financiados pelas receitas oriundas da venda de bens e
serviços no mercado. No Sistema de Contas Nacionais, são
consideradas como gastos de empresas, e não como gastos do
Governo.
Economia a 3 setores, incluindo o Setor Público
Produto Nacional a preços de mercado e a custo de fatores
PRODUTO NACIONAL A PREÇOS DE MERCADO (PNpm): é medido a partir
dos valores pagos pelo consumidor.
PRODUTO NACIONAL A CUSTO DE FATORES (PNcf=RNcf): é medido a
partir dos valores pagos que refletem os custos de produção, antes de
serem oferecidos no mercado. Assim, é a própria remuneração dos fatores
(w + j + a + l), ou seja, a própria Renda Nacional.
Entre a “saída da fábrica”, e o preço que o consumidor paga, devem ser
acrescidos à RNcf os Impostos Indiretos (Ti)(*), tipo ICMS, IPI, assim
como devem ser subtraídos os Subsídios do Governo dado aos produtores,
para cobrir parte dos custos, e assim reduzir o preço ao consumidor final
PNpm = RNcf + Ti - Sub
(*) Os Impostos Diretos (Td) incidem sobre a renda dos proprietários dos
fatores de produção, e já estão incluídos na RNcf , ou seja, acrescidos nos
salários, juros, aluguéis e lucros.
Economia a 4 setores, incluindo o Setor Externo
 EXPORTAÇÕES (X): são as compras dos estrangeiros de nossos bens e
serviços. São os gastos do setor externo com nossas empresas.
 IMPORTAÇÕES (M): são as aquisições de bens do exterior. Parte da
renda gerada no país que “vaza” para fora.
 RENDA ENVIADA AO EXTERIOR (RE): parte do que foi produzido
internamente não pertence aos nacionais (Ex.: capital e tecnologia).
A remuneração desses fatores vai para fora do país, na forma de
remessa de lucro, royalties, juros.
 RENDA RECEBIDA DO EXTERIOR (RR): renda devido à produção de
nossas empresas operando no exterior.
 RENDA LÍQUIDA DE FATORES EXTERNOS:
RLFE = RR – RE
No Brasil, a renda líquida de fatores externos é chamada de
Renda Líquida Enviada ao Exterior, e é negativa.
Economia a 4 setores, incluindo o Setor Externo
Produto Nacional Bruto(PNB) x Produto Interno Bruto (PIB)
PRODUTO INTERNO BRUTO (PIB): é a renda devida à produção
dentro dos limites territoriais do país.
PRODUTO NACIONAL BRUTO (PNB): renda que pertence
efetivamente aos nacionais, incluindo a renda recebida de nossas
empresas no exterior, e excluindo a renda enviada para o exterior
de estrangeiras localizadas no Brasil.
PNB = PIB + RLFE
Se :
RE > RR
RE < RR
RLFE < 0
RLFE > 0
PIB > PNB
PIB < PNB
Fórmula final da Despesa Nacional
No modelo simplificado (Economia a 2 setores, sem formação
de capital), vimos que DN = C. Introduzindo formação de
capital, Governo e setor externo, a fórmula completa é:
DN = C + I + G + X – M
Como trata-se da DN com nosso PN, ou seja, o que brasileiros
gastam com as empresas nacionais, as importações (M)
devem ser excluídas. Como os componentes importados estão
incluídos nos 4 componentes de despesa (C,I,G,X), elas são
excluídas da DN pelo seu total.
A Despesa Nacional é apresentada a preços de mercado, já
que referem-se a vendas finais.
Fórmula Final da Poupança Agregada
Como vimos, a Poupança Agregada é a parcela da renda que as
famílias recebem, mas não gastam em consumo, num dado
período. No modelo simplificado, a fórmula era
S = RN – C
Com o modelo completo, da renda RN recebida, parte é gasta
internamente (C ), parte vai para o Governo (T), e parte gasta
com produtos importados(M). A fórmula final da Poupança fica
S = RN – C – T - M
onde
S = Poupança (S do inglês Saving)
RN = Renda Nacional recebida pelas famílias = w + j + a + l
C = Consumo Agregado
T = Total de Impostos (Arrecadação Tributária)
M = Importações
Identidade Básica das Contas Nacionais
Como PN = RN= DN, segue a identidade:
PN = RN = DN = C + I + G + X – M
Essa identidade vale para todas as definições do PN (PIB, PNB,
a custo de fatores ou a preços de mercado). Por exemplo:
PIBpm=RIBpm=DIBpm
A apresentação mais comum é a seguinte:
PIB = C + I + G + X – M
Quando não se coloca um subscrito, subentende-se que é o
PIB a preços de mercado.
Observações adicionais sobre as Contas Nacionais no Brasil
1. Depreciação: No Brasil, não é calculada a depreciação. Assim,
todos os agregados estão em termos brutos, não líquidos (PIB,
Investimento Bruto, etc). Não temos PIL, Investimento Líquido.
2. Excedente Operacional Bruto (EOB). Não temos no Brasil o cálculo
dos itens juros(j), alugueis (a) e lucros(l) separadamente. Mas,
como temos o total de salários pagos, esses 3 componentes são
calculados conjuntamente pela diferença entre a Renda Nacional
Bruta (cujo valor global é obtida pelo Valor Adicionado) e o total de
salários, originando o conceito de Excedente Operacional Bruto
(EOB), igual a
EOB = RNB – salários = (juros + aluguéis + lucros)
3. PIB trimestral x PIB anual : Por volta de março/abril, divulga-se
uma estimativa do PIB e seus componentes do ano anterior. O
cálculo final do PIB anual só é divulgado após 2 anos.
Ao longo do ano, calcula-se o PIB trimestral, que é uma amostra
que não inclui todas as regiões do país.
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