Signos lógicos, signos estéticos e signos sociais (1) Signos lógicos: transmitem informação sobre a realidade exterior, percebida e racionalizada em sistemas de relações; (2) Signos expressivos ou estéticos: exteriorizam a experiência interior do Homem sobre a mesma realidade; (3) Signos sociais: podem denunciar a identidade de um indivíduo, a sua pertença a um grupo ou informar sobre certas circunstâncias das relações sociais. 2 modos de expressão semiológica: COMPREENDER vs. SENTIR ESPÍRITO vs. ALMA SIGNOS LÓGICOS SIGNOS EXPRESSIVOS OU ESTÉTICOS Signos lógicos Convencional Arbitrário Homológico Objectivo Racional Abstracto Geral Transitivo Selectivo Signos estéticos Natural Motivado Analógico Subjectivo Afectivo Concreto Singular Imanente Total Tipos: Linguísticos; Paralinguísticos: Apoios da linguagem (os diferentes alfabetos); Substitutos da linguagem (códigos autónomos da linguagem); Auxiliares da linguagem (signos paralelos que acompanham a linguagem: código prosódico, código quinésico; código proxémico Epistemológicos (representam a própria realidade): Científicos (altamente restritivos, convencionais, rigorosos e claros); Mânticas (“artes de adivinhação” e meios de comunicar com os deuses, o além e o destino). Práticos (coordenam as acções dos indivíduos). Muito pouco socializados, estruturados ou convencionados; Maior parte é do tipo motivado, quer por metáfora, quer por metonímia; São frequentemente conotados, exprimindo poder, majestade, força, ou o seu contrário: a humildade. São mais do tipo estético que lógico, se bem que, no seu princípio, a maioria deles seja signos de classificação; Pela sua natureza icónica, assemelham-se aos signos estéticos. Correspondem a uma organização e a uma significação da sociedade. O indivíduo é, ele próprio, o veículo e a substância do signo: é, ao mesmo tempo, o significante e o significado. A vida social é um jogo, no qual o indivíduo desempenha o seu próprio papel. O signo social é um signo de participação: através dele, o indivíduo manifesta a sua identidade e pertença a um grupo e, ao mesmo tempo, reivindica e institui essa pertença. Signos de Identidade: reconhecem a identidade dos indivíduos e grupos, exprimindo a organização da sociedade e as relações interindividuais e intergrupais; Signos de Cortesia: regulam as relações entre o anfitrião e o convidado. A) Armas, bandeiras, totens: indicam a pertença a uma família ou clã. Podem estender-se a grupos mais amplos: cidade, província, nação. B) Uniformes: vestimentas que marcam o indivíduo e/ou grupo: grupo social, institucional, profissional, cultural e étnico. C) Insígnias e condecorações: vestígios simbólicos das armas e uniformes e asseguram as mesmas funções sob formas deterioradas. D) Tatuagens, maquilhagens, penteados: são do mesmo modo insígnias codificadas nas sociedades primitivas e que sobrevivem nas nossas modas. E) Nomes e sobrenomes: são as mais simples e universais marcas de identidade. No princípio, são sempre motivados. Nas culturas modernas, a História arrastou consigo a decadência deste sistema. F) Tabuletas: designam, preferencialmente, objectos – mas socializados – em vez de agrupamentos de indivíduos. As tabuletas, como os brasões, são, em geral, ícones falantes. G) Marcas de fábrica: indicam e garantem a origem de um produto. A) Prosódia ou tom de voz: maneira mais universal de significar a relação entre emissor e receptor. B) Saudações e fórmulas de cortesia: carácter particularmente convencional e culturalmente variável. C) Injúrias: formas negativas das saudações, signos de hostilidade, convencionais. D) Quinésica: mímica, gestos, movimentos, danças, que significam. E) Proxémica: a utilização do espaço e do tempo. A distância entre interlocutores e o tempo de espera na recepção da resposta constituem signos. F) Alimentação: permite a identificação do grupo. A sua função semiológica sobrevive em festins e banquetes. São diferentes tipos de comunicação social. (1) Protocolos: instauram a comunicação entre os indivíduos. Uma sociedade é um agrupamento de indivíduos, com vista a um objectivo comum: cada indivíduo possui a sua função, o seu lugar e define-se pelas suas relações com os demais. É indispensável que estas relações sejam reconhecidas e identificadas. (2) Ritos ou rituais: comunicações de grupos, a sua mensagem ritualizada é emitida pela comunidade e em seu nome. O emissor é o grupo e não o indivíduo. O grupo participa, nem que seja pela mera presença. A sua função é significar a solidariedade dos indivíduos, quanto às suas obrigações religiosas, nacionais e sociais. Altamente convencionados. (3) Modas: são maneiras de estar, vestir, alimentar-se, alojar-se próprias do grupo. A moda, como os divertimentos, alivia as frustrações e satisfaz os desejos de prestígio e poder. (4) Jogos: Tal como as artes, são simulações da realidade social, só que, enquanto nas artes, é o receptor que reage emocionalmente, tendo como inspiração uma imagem; nos jogos, é o emissor que desencadeia a acção e pratica, através de uma imagem, os actos desta realidade – é o actor. Tipos de jogos: (1) científico ou intelectual; (2) social ou prático; (3) afectivo ou estético.