Economia Brasileira A DÉCADA PERDIDA PROBLEMAS NO COMÉRCIO EXTERIOR A economia brasileira iniciou a década dos anos oitenta sob o impacto do segundo choque do petróleo, ocorrido ao final de 1979; O ajuste recessivo dos países desenvolvidos reduziu o comércio internacional. Em conseqüência, os preços das exportações brasileiras caíram muito até 1985; A elevação dos juros internacionais afetou fortemente a economia brasileira, porque a dívida externa tinha que ser paga, no curto e no médio prazos, a taxas de juros flutuantes. Desse modo, o serviço da dívida externa cresceu com os juros internacionais. Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira A INTERRUPÇÃO DOS EMPRÉSTIMOS Até os anos oitenta, o déficit em conta corrente do balanço de pagamentos tinha sido financiado com a entrada de capitais, via empréstimos estrangeiros; Após 1982, porém, os bancos estrangeiros interromperam o fluxo de empréstimos aos países endividados; Com isso, o Brasil teve de obter os recursos através das divisas geradas pelo saldo da balança comercial. Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira AJUSTANDO O BALANÇO DE PAGAMENTOS COM RECESSÃO E INFLAÇÃO Nos primeiros anos da década dos anos oitenta, a economia brasileira foi obrigada a se adequar às novas condições externas, e o ajustamento do balanço de pagamentos foi o objetivo central da pol´tica econômica; Como resultado, entre 1981 e 1983, a balança comercial passou de déficit para um grande superávit. Ocorreu também a primeira recessão desde o início dos anos sessenta, e a inflação aumentou; O combate à inflação, um objetivo conflitante com as desvalorizações cambiais, ficou em segundo plano. Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira BUSCANDO O SUPERÁVIT COMERCIAL Para obter superávits comerciais, buscaram-se novas fontes de energia e reorientou-se a economia no sentido de aumentar as exportações; Houve grandes investimentos na produção e exploração de petróleo e na busca de fontes alternativas de energia, como o álcool. Como resultado, diminuiu a dependência do petróleo; Para recuperar a competitividade das exportações brasileiras no mercado internacional, além da maxidesvalorização de 1979, outra desvalorização cambial foi feita em 1983; O governo também concedeu subsídios aos produtos exportáveis. Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira OS EFEITOS DA DESVALORIZAÇÃO DA TAXA DE CÂMBIO A desvalorização cambial provocou a queda das importações de petróleo e forçou a redução da atividade econômica; Com a desvalorização, aumentou o serviço da dívida externa: mais moeda nacional era necessária para pagar os mesmos dólares de juros da dívida; A desvalorização cambial pressionou o nível de preços para cima através de duas vias: aumentou os preços dos produtos derivados do petróleo importado e fez com que novos produtos entrassem na pauta de exportações, diminuindo a oferta agregada interna. Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira ATACANDO A INFLAÇÃO O governo passou a combater a inflação por meio de mecanismos de controle de preços, que se manifestaram ineficazes; Além disso, os gastos públicos foram reduzidos, os impostos aumentados e os preços das tarifas públicas corrigidos, visando reduzir o déficit do governo. Isso forçou ainda mais a queda da demanda agregada; A política monetária limitou seletivamente o crédito interno e manteve as taxas de juros acima das taxas internacionais, o que aumentou o serviço da dívida do governo. Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira A VINDA DO FMI O Fundo Monetário Internacional passou a monitorar a economia brasileira a partir de dezembro de 1982; O grande superávit comercial e mais o uso de todas as reservas de divisas disponíveis não tinham sido suficientes para cobrir o déficit do balanço de pagamentos, em 1982. Além disso, não entraram empréstimos externos e os juros internacionais crescentes aumentaram cada vez mais o serviço da dívida externa; O balanço de pagamentos continuou sendo o centro da política macroeconômica. O objetivo principal foi reduzir o déficit em conta corrente; Buscou-se maior austeridade para o setor público, o corte dos subsídios diretos e indiretos às exportações e o reajuste dos preços das tarifas públicas; A inflação não caiu e a queda do PIB se acentuou em 1983. Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira O EFEITO DA RECESSÃO Durante o período 1981 – 1983, praticamente todos os setores da indústria tiveram a sua produção reduzida. Uma das poucas exceções foi a indústria extrativa mineral, que cresceu por causa do aumento da produção doméstica de petróleo. Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira EXERCÍCIOS 1. 2. 3. 4. 5. 6. 7. Por que o preço das exportações brasileiras caiu no início da década dos anos oitenta? Por que a elevação dos juros internacionais, no início da década dos anos oitenta, afetou excessivamente a economia brasileira? Qual foi o principal objetivo da política econômica nos primeiros anos da década dos anos oitenta? O que podemos dizer sobre o crescimento econômico do período 1981 – 1983? Como a política do governo pretendeu obter o superávit na balança comercial do período 1981 – 1983? Qual foi a política do governo para aumentar as exportações nesse período? Por que a desvalorização cambial acabou piorando a inflação desse período? Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms Economia Brasileira EXERCÍCIOS - CONTINUAÇÃO 8 9 Qual foi a situação do balanço de pagamentos ao final de 1982? O que podemos dizer do desempenho da economia brasileira, e da indústria em particular, no período 1981 – 1983? Prof. Ricardo de Almeida Breves, Ms