Posicionamento em Poltrona e Treino Ortostático Precoce em UTI Costa FJ, Bechior JF, Bibiano A, Betonico GN, Menegon LF Introdução Uma das habilidades mais importantes de um fisioterapeuta que trabalha em UTI é a capacidade de tomar decisões sobre quando começar, continuar ou parar as atividades com o paciente crítico. É ser responsável por determinar a mobilidade precoce, o programa de caminhada para cada paciente. Para fins de terapia física, a mobilidade precoce significa incentivar o paciente a ficar na posição vertical, ativo e em movimento, uma vez que atenda os critérios de indicação. Neurológico: O paciente deve ser capaz de responder a estímulos verbais e comandos simples. Circulatório: O paciente deve estar hemodinamicamente estável, mesmo com uso de DVA em doses “baixas”. Respiratório: Padrão ventilatório adequado com frequência e ritmo respiratório sincronizado com o suporte ventilatório oferecido. Os sinais vitais devem ser avaliados antes, durante e após qualquer intervenção de mobilização. Os objetivos devem ser sempre específico para cada paciente com base nas capacidades individuais e condição clínica geral. Objetivo Melhorar a força muscular e controle motor a fim de promover o incremento das funções de membros superiores, extremidades inferiores, controle de tronco e melhorar a resistência. Aumentar as repetições de exercícios para membros superiores e inferiores. Aumentar o tempo sentado sem suporte na beira da cama. Colocá-lo em posição ortostática. Atividades aeróbicas com ciclo ergômetro, progressivamente para melhorar a mobilidade funcional. Em pé com andador e assistência do fisioterapeuta. Transferência do leito para cadeira e vice-versa. Deambulação assistida com andador. Estimular banho de sol e banho de aspersão. Metodologia Fase I: pacientes graves, porém em condições estáveis, as vezes com uso de drogas vasoativas em baixas doses, balão intra-aórtico, em programa de hemodiálise contínua, queimaduras, paralisia, complicações ortopédicas e neurológicas, as atividades são inicialmente realizadas no leito permitindo transferência leito, poltrona, adotando a posição ortostática assistida. Fase II: pacientes cuja condição clínica geral e força permitem deambulação assistida, atividades com andador e ciclo ergômetro. Nesta fase, devem ser capazes de seguir comandos simples e participar da terapia. Fase III: pacientes que são capazes de andar com andador, porém curtas distâncias, ainda necessitando de auxílio nas transferências. Fase IV: pacientes com maior independência ventilatória ou já desmamado, maior capacidade funcional com condição de deambular trajetos mais longos, com participação ativa na alimentação e banho. Resultados Melhora do condicionamento físico. Inibe o surgimento de úlceras de decúbito. Minimiza os efeitos deletérios do leito prolongado. Melhora das condições psicoemocionais Acelera o processo de desmame ventilatório. Considerações Finais A implementação de um programa de mobilização precoce e deambulação, para pacientes em ventilação mecânica, é essencial para minimizar o declínio funcional. Após avaliação fisioterápica, é estabelecido um plano de tratamento. O tratamento fisioterápico de pacientes ventilados mecanicamente deve ser para ajudar o paciente ficar na posição ereta, tolerar atividades de suporte de peso e progredir para deambulação o mais precoce possível, com objetivo de melhorar desempenho funcional. Referências Bibliográficas BORGES V. M. et. al. Fisioterapia motora em pacientes adultos em terapia intensiva. Rev Bras Ter Intensiva. 2009; 21(4):446-452. DE JONGHE B, LACHERADE JC, SHARSHAR T, OUTIN H: Intensive care unit- acquired weakness: Risk factors and prevention. 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