Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso: História Formadora: Janaina Rodrigues Pitas CEFAPRO – Primavera do Leste -2010 Dimensão Histórica No século XIX o ensino de História é obrigatório e a sua finalidade é a constituição da Identidade Nacional. Preconizando as disciplinas científicas e as provenientes da tradição clássica. No decorrer da década de 1930, os discursos e a política nacionalistas não provocaram uma ampliação da participação do ensino da História do Brasil. Nas décadas de 1950 e 1960, surgiram críticas e novas propostas sobre os objetivos e métodos de ensino. A crítica maior de educadores da época se dirigia contra uma erudição histórica desvinculada de formação que fornecesse aos alunos elementos de autonomia intelectual. A partir dos anos de 1970, sob o regime militar a História e a Geografia se transformaram em Estudos Sociais, para sintetizar o ensino sobre a sociedade e diminuir o número de docentes, e, a disciplina que surgiu dessa junção ainda teve de competir com conteúdos dogmáticos provenientes das aulas de Educação Moral e Cívica e Organização Social e Política do Brasil. A partir da década de 80 e 90 em decorrência das políticas públicas de ampliação da oferta de vagas na educação básica, o público escolar passou a apresentar um aspecto mais heterogêneo e, para ser atendido com o mínimo de qualidade, necessitava tanto de maciços investimentos quanto de currículos mais flexíveis que pudessem se adequar às circunstâncias e situações diversificadas. Orientações Metodológicas O ensino de História na vertente tradicional possui como suporte fundamental a história dos atores individuais, dos heróis, personalidades políticas, religiosas e militares, que surgem como os construtores e agentes do processo histórico. O princípio educacional mais comumente utilizado no ensino de História, desde o século XIX e que persiste até os tempos atuais, é a memorização. Aprender História, nesse sentido, significa saber de cor nomes e fatos com suas datas, repetindo exatamente o que está nos livros ou copiado nos cadernos. Escola dos Annalles -Novos objetos de estudo; -Novas fontes de conhecimento; -Interdisciplinaridade; Meios Informacionais Exige-se do professor uma nova postura diante do conhecimento e de suas formas de transmissão e recepção. Assim sendo, o professor vivencia uma situação que é simultaneamente estratégica e ambígua, uma vez que sua função social se torna cada vez mais complexa. Sugestões de Atividades No contexto da prática pedagógica do ensino de História a utilização de documentos possui diversos objetivos: servir de ilustração e instrumento de reforço de uma idéia ou conteúdo apresentado pelo professor e/ou livro didático; A escolha dos documentos a serem trabalhados em sala de aula deve favorecer o domínio dos conceitos históricos. Níveis de Indagação a) sobre a sua existência b) sobre o significado do documento como objeto c) sobre o significado do documento como sujeito Trabalhando com Jornais Uma importante discussão que pode ser apresentada por meio dos jornais diz respeito à imparcialidade, ou melhor, a falta de imparcialidade dos textos escritos. Trabalhando com a Literatura As produções literárias em seus diversos gêneros são textos que abrem possibilidade de trabalhos de caráter interdisciplinar. Trabalhando com Fotografias A fotografia pode ser usada para que os alunos percebam e entendam as mudanças e permanências da sociedade, por meio de um estudo comparativo entre dois registros fotográficos em diferentes períodos históricos. Trabalhando com o Cinema A etapa inicial da utilização do filme na prática pedagógica do ensino de História é conhecer o perfil e a experiência dos alunos como espectadores de cinema. O que é um filme? Como é produzido? Quem trabalha nele? Quanto custa fazer um filme? Por que a maioria dos filmes a que assistimos é produzida nos EUA? Trabalho com a Música Existe uma enorme diferença entre ouvir música e pensar a música. Perfil do Egresso Reconhecer e significar os fenômenos sociais de forma contextualizada, sabendo articulá-los em suas generalidades e singularidades a partir da realidade em que vive. Reflexão “No passado, podiam-se acusar os historiadores de querer conhecer somente as “gestas dos reis”. Hoje, é claro, não é mais assim. Cada vez mais se interessam pelo que seus predecessores haviam ocultado, deixado de lado ou simplesmente ignorado. Quem construiu Tebas das Setes Portas? Perguntava o “leitor operário” de Bretch. As fontes não nos contam nada daqueles pedreiros anônimos, mas a pergunta conserva todo o seu peso.” Carlo Ginzburg Referencias FONSECA, Selva Guimarães. Didática e prática de ensino de História: experiências, reflexões e aprendizados. Campinas-São Paulo: Papirus, 2003. Orientações Curriculares para a Educação Básica do Estado de Mato Grosso http://www.mc.unicamp.br/1-olimpiada/documentos/index http://www.educabrasil.com.br/eb/dic/dicionario.asp?id=365