REPRODUÇÃO E DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS Prof. Neliton Marques [email protected] A maioria dos insetos é ovíparo (oviparidade) Estes ovos podem ser colocados isoladamente ou em massa, apresentando formas variadas: esféricos, em forma de barril, de disco, ovais, etc.) Figura 1: Ovos isolados de lepidoptera do gênero Pieris. Figura 2: Ovos em massa de Mantodea. Vamos conhecer outros tipos de reprodução! Podem ser colocados : ISOLADAMENTE Helicoverpa zea (Lepidoptera: Noctuidae) SOBRE ÁGUA Mosquito (Diptera) EM GALHOS Esperança (Orthoptera) EM TECIDOS VEGETAIS Mosca-das- frutas (Diptera, Tephritidae) SOBRE ANIMAIS Diptera ( tachinidae) PROTEGIDOS Barata (Blattodea) TIPOS DE REPRODUÇÃO Viviparidade – o desenvolvimento embrionário ocorre dentro do corpo da mãe, a qual deposita larva ou ninfa em vez de ovos. Abrange quatro sub-tipos: 1)Viviparidade adenotrófica – após a eclosão as larvas são retidas no corpo da mãe, sendo depositadas como larvas maduras que em seguida pupam (moscas tse-tsé do gênero Glossina); moscas tse-tsé do gênero Glossina 2 )viviparidade no hemocele - após os ovários partirem-se, os ovos são liberados no interior do corpo da mãe; as larvas recém eclodidas escapam, devorando a mãe (Strepsiptera); 3) viviparidade pseudoplacentária – o embrião se desenvolve numa parte alongada da vagina, nutrindo-se em estruturas semelhantes a placentas (pulgões). Pulgão 4)ovoviviparidade – os ovos depositados contêm embriões em adiantado estádio de desenvolvimento, podendo ocorrer larvas recémeclodidas , a exemplo das moscas da família Tachinidae; tachinidae Conforme o número de cromossomos dos indivíduos nascidos a partenogênese pode ser classificada em: Apomítica – quando há redução no número de cromossomas durante a oogênese, gerando indivíduos diplóides a exemplo dos pulgões; Automítica – quando há divisões reducionais, mas o número diplóide de cromossomas do óvulo é restaurado por fusão de dois núcleos haplóides: o óvulo e o segundo corpo polar, a exemplo das moscas-brancas; Reducional – quando os descendentes são haplóides (zangões). Partenogênese – óvulos se desenvolvem mesmo que não tenham sido fecundados (abelhas). Geralmente ocorre combinada com outros tipos de reprodução como: oviparidade, viviparidade e pedogênese, podendo ocorrer alternadamente com uma geração bissexuada. Conforme o sexo dos indivíduos nascidos, a partenogênese pode ser classificada em: -telítoca – apenas fêmeas (pulgões em regiões tropicais); -arrenótoca – apenas machos (zangões); -anfítoca – ambos os sexos . Pulgão -facultativa ; Conforme a obrigatoriedade, a partenogênese pode ser classificada em: -Obrigatória; Pedogênese – ocorrência de ovários funcionais em insetos imaturos (dípteros da família Cecidomyiidae e Chironomidae) em que os óvulos desenvolvem-se partenogeneticamente. Há casos em que a pedogênese está associada à viviparidade. Diptera - Cecidomyiidae e Chironomidae Neotenia – presença de caracteres imaturos no estágio adulto a exemplo do bicho-cesto (Lepidóptero), em que as fêmeas adultas são larvas neotênicas que se acasalam e depositam ovos dentro do cesto. Fêmea do “bicho-do-cesto, ”Lepidoptera – Psychidae, Oiketicus kirbyi Poliembrionia – dois ou mais embriões originados de um único ovo (microhimenópteros/ Encyrtidae, Braconidae). OVOS Stethorus sp. Mantodea Coccinellidae Orthoptera Dilobopterus sp. Heteroptera Phytalus sp. Neuroptera Hermafroditismo – dois sexos presentes no mesmo indivíduo. Ex.Pulgão branco dos citros. Cochonilhas - Icerya purchasi (Sternorrhyncha, Margarodidae) DESENVOLVIMENTO DOS INSETOS Desenvolvimento Embrionário Inicia-se após a fecundação do óvulo pelo espermatozóide formando o núcleo zigótico e finaliza com a eclosão da larva ou ninfa. Após a deglutição do líquido aminiótico em que o inseto aumenta de volume, ocupando todo o ovo, O cório se rompe, com auxílio da força muscular, permitindo a lenta saída do inseto. & Desenvolvimento pósembrionário Inicia-se com eclosão da larva ou ninfa e finaliza com a emergência do adulto.Todos se tornam maduros no ínstar final (imago ou adulto), havendo um número determinado de ecdises (troca de tegumento). Durante o processo de crescimento ocorre mudanças na forma conhecidas como metamorfose. Metamorfose Ametabolia – Desenvolvimento primitivo – não ocorre mudança de forma. característico das traças dos livros (Apterigotas). Ex: Thysanura Holometabolia – Metamorfose completa – Pterigotos – Abrange as fases de ovo, larva, pupa e adulto. Hemimetabolia – Os insetos sofrem metamorfose parcial – característico dos Pterigotas. Desenvolvimento externo das asas visível – Exopterigotos compreendendo as fases de ova-ninfa e adulto. Hemimetabolia Paurometabolia Ex: Orthoptera (paquinha) • Hemimetabolia: formas jovens aquáticas (NÁIADES). • Ex: Ephemeroptera (efemérida), Odonata (libélula) e Plecoptera Tipos de Larvas Eruciforme – geralmente chamada de lagarta, apresenta três pares de pernas verdadeiras, cinco pares de pernas abdominais contendo colchetes ou ganchos; característico dos lepidópteros; Limaciforme – larvas ápodas semelhante a lesmas achatadas; característico da família Syrphidae; Díptera; Vermiforme – larva ápoda branco-leitosa em que a cabeça não se diferencia do restante do corpo; característico das moscas; Curculioniforme – larva ápoda, recurvada com cabeça diferenciada e quitinizada, branco leitosa, típica da família dos curculionídeos; Escarabeiforme – larva em forma de “C” com três pares de pernas torácicas e o último segmento abdominal bem desenvolvidos; típico da família Scarabaeidae Carabiforme – larva alongada com três pares de pernas torácicas curtas, típico dos besouros da família Carabidae Campodeiforme – larva com três pares de pernas torácicas alongadas. Típico das joaninhas (Coleóptera, Coccinelidade); Elateriforme – larva alongada, achatada, com corpo bastante quitinizado, possuindo três pares de pernas torácicas curtas; típico dos coleópteros da família Elateridae; Cerambiciforme – semelhante a buprestiforme, porém com a segmentação mais nítida e a parte anterior do corpo pouco destacada; típico da família Cerambycidae. Buprestiforme – larva ápoda, com cabeça pequena, segmento torácicos alargados, destacando a parte anterior do corpo; típico dos besouros da família Buprestidae; Tipos de pupas Exarada ou Livre – Apêndices separados do corpo – típica dos besouros, abelhas, formigas e vespas. Pupa de coleóptero Coarctada – envolvida pelo último instar larval – típica dos dípteros. Pupa de Diptera Obtecta – Apêndices juntos e fundidos ao corpo – típica dos lepidópteros. Quando brilhante (prateada ou dourada) é chamada de crisálida. Pode se apresentar nua (sem proteção de fio de seda) ou em casulo (com proteção de fio de seda); quando além de fios há pedaços de ramos, fezes, folhas, detritos, etc. tem-se a pupa em estojo. Borboleta Mariposa CONTROLE DA METAMORFOSE A forma do novo estádio de um inseto durante desenvolvimento, seu é determinado no tempo de retração da epiderme, quando esta inicia o depósito da nova cutícula. Apólise – constitui esta retração; Estádio ou instar – duração de uma retração a seguinte; Farata – é o novo estádio envolto pela cutícula velha. Toda a apólise é seguida por uma fase farata que termina na ecdise. Exúvia – é a cutícula velha (epicutícula e exocutícula) descartada a cada ecdise O controle da metamorfose e da ecdise é regulado por hormônios endócrinos produzidos glândulas endócrinas que liberam suas secreções na hemolinfa. Os principais são: •Protorácico-trópico – estimula as glândulas protorácicas a produzir os ecdisônios; •Ecdisteróides – responsável pela ecdise; •Da eclosão – regula o comportamento do inseto durante a ecdise; •Juvenil – responsável pela manutenção dos caracteres larvais e ninfais dos insetos; •Bursicônio – responsável pelo escurecimento do novo tegumento.