CAPÍTULO 46 O SEGUNDO REINADO BRASILEIRO (1840-1889): O DECLÍNIO DO IMPÉRIO D. Pedro II e família em Petrópolis, última foto antes do fim do Império. Da esquerda para a direita: a imperatriz, D. Antonio, a princesa Isabel, o imperador, D. Pedro Augusto (filho da irmã da princesa Isabel, d. Leopoldina, duquesa de Saxe), D. Luís, o conde D'Eu e D. Pedro de Alcântara (príncipe do Grão-Pará) A entrega das camélias é um sinal de gratidão para com o Imperador - este era reconhecidamente a favor do fim da escravidão mesmo antes de 1888 –, já que referendou o fim da escravidão, e o uso das camélias simbolizava este ideal abolicionista. Brasil: 2ª metade do século XIX ECONOMIA Até 1860, a economia brasileira ainda apresentava características coloniais: a) Exportação de matérias primas para o mercado externo b) Mercado interno insignificante c) Burguesia industrial praticamente inexistente d) Comércio exterior controlado por estrangeiros e) Dependência de produtos estrangeiros O que mudou: a) Tarifa Alves Branco (1844) =>Aumento da arrecadação fiscal do Estado b) Fim do Trafico Negreiro (1850) => Realocação dos capitais antes destinados à compra de escravos c) Ascensão do Café => Produto sem concorrência no mercado internacional e valorizado após a Revolução Industrial pelas suas propriedades estimulantes e Modernização da infraestrutura (estradas, portos, etc) d) Surgimento do trabalho assalariado – imigrantes => Mais produtivo, proporciona retorno dos investimentos e) Lenta urbanização e aumento do mercado interno SOCIEDADE a) aumento da população => 1822: 3 milhões – 1880: 14 milhões b) Domínio dos grandes proprietários de terra (minoria) c) Grande massa da população composta por brancos empobrecidos, mestiços (mulatos, cafuzos, caboclos), índios e negros d) Advento do imigrante europeu como forma de proporcionar mão-de-obra para a lavoura de café e para “branquear” a população => Desejo das elites em “modernizar” o país e) Lei de Terras (1850) – estratégia para manter os privilégios econômicos das elites e garantir a mão-de-obra para a lavoura cafeeira CULTURA a) Predomínio das idéias importadas da Europa pela elite brasileira b) Cientificismo, racismo, “realismo” c) Bacharéis em Direito são os principais homens do Estado brasileiro d) Imigrantes trazem consigo os ideais socialistas e anarquistas e) Urbanização propicia novas identidades culturais A síndrome de apneia do sono tipo obstrutivo (Saso) seria a causa mais provável da sonolência diurna excessiva do imperador Dom Pedro II SOCIEDADE BRASILEIRA NO PERÍODO Elite agrária: a) ascensão: ligada à exportação => café b) decadência: desligada da exportação => algodão, tabaco, açúcar Camada Média: comerciantes, intelectuais, militares, clero, funcionário público Camada Baixa: assalariados, artesãos e, até 1888, escravos Camada dominante agrária ascensional + camada média aderem ao Partido Republicano e passam a defender o fim do Império O ISOLAMENTO DA MONARQUIA A historiografia tradicional atribui a 3 questões – Religiosa, Militar e Abolicionista – o declínio do 2º Reinado Questão Abolicionista a) Elite Agrária ↔ Estado Escravista b) Elite Agrária X Estado Abolicionista Questão Religiosa A Bula Syllabus (decreto Papal) determinava que os maçons não poderiam integrar o quadro de fiéis da Igreja Católica. Em 1872, os Bispos de Olinda e Belém do Pará acataram a determinação do Papa e suspenderam irmandades religiosas que se recusavam a afastar os membros maçons, sem o aval do Imperador. Os Bispos são presos, julgados e condenados a trabalho forçado => a Igreja Católica rompe com D. Pedro II. Questão Militar Conseqüência da Guerra do Paraguai => fortalecimento e modernização do exército brasileiro Desenvolvimento da ideologia salvacionista (só os militares podem salvar o país) e do positivismo (o país deveria ser governado por princípios técnicos, rígidos e científicos. Casacas X Fardas -1884 - O jangadeiro Francisco do Nascimento abolicionista em visita ao RJ é recebido pelo Tenente Sena Madureira que é advertido pelo Ministro da Guerra, que, entretanto, alegando estar diretamente subordinado à Sua Alteza o Conde d'Eu, só a ele devia explicações - O Coronel Ernesto Augusto da Cunha Matos em inspeção à tropa no Piauí, denunciou irregularidades praticadas pelo capitão Pedro José de Lima. Um deputado do Piauí saiu em defesa do seu correligionário. O coronel respondeu ao ataque pela imprensa e acabou punido pelo ministro da Guerra. O Exército rompe com D. Pedro II. O Império recua. PLANO REFORMISTA DO VISCONDE DE OURO PRETO (Afonso Celso, 1º Ministro) e tinha como objetivo neutralizar as críticas e atender a aspirações insatisfeitas. O programa foi rejeitado pela Câmara, dominada pelos deputados conservadores. Como reação, o governo decretou a dissolução da Câmara no dia 17 de julho e a convocação de uma nova, que deveria se reunir extraordinariamente em 20 de novembro de 1889. O impasse criado gerou um clima de intensa agitação. Os Partidos Republicanos do Rio de janeiro e de São Paulo pediram a intervenção militar. No dia 15 de novembro de 1889, a República foi finalmente proclamada => “Dormimos Império e acordamos República” http://www1.folha.uol.com.br/folha/especial/2001/republica/index.shtml