• O ramo da filosofia a que se dá o nome de «estética» inclui um conjunto de conceitos e de problemas tão variados. Uma maneira de desfazer tal impressão é começar por esclarecer que a estética é a disciplina filosófica que se ocupa dos problemas, teorias e argumentos acerca da arte. A estética é, portanto, o mesmo que filosofia da arte. A estética pode ser ― o que de resto é mostrado pela sua história ― uma de três coisas: • Em primeiro lugar, tanto a teoria do belo como a teoria do gosto dirigem o seu interesse de forma particular para as obras de arte. Para além do problema de saber o que é o belo, um dos problemas colocados pela teoria do belo é o da distinção entre o belo natural e o belo artístico. No mesmo sentido também os defensores da teoria do gosto procuraram compreender porque é que a arte está na origem de grande parte dos nossos juízos de gosto. •Em segundo lugar, a teoria do belo e a teoria do gosto não conseguem dar conta de muitos dos problemas que se colocam com o conceito de arte. É o caso das obras de arte que dificilmente podemos considerar belas e daquelas de que não gostamos mas não podemos deixar de considerar obras de arte. • Em terceiro lugar, o desenvolvimento da arte consegue levantar problemas acerca dos conceitos de belo e de gosto que estes não conseguem levantar acerca da arte. Isso torna-se evidente quando, por exemplo, os gostos e a própria noção de belo se podem modificar à medida que contatamos com diferentes obras de arte (a idéia de que a arte educa os gostos e influencia a nossa própria noção de belo). Definições explícitas de «arte»: as teorias essencialistas Teoria da arte como imitação •Uma obra é arte se, e só se, é produzida pelo homem e imita algo. Teoria da arte como expressão • Uma obra é arte se, e só se, exprime sentimentos e emoções do artista. Teoria da arte como forma significante • Uma obra é arte se, e só se, provoca nas pessoas emoções estéticas. • Nenhuma das teorias aqui discutidas parece satisfatória. Tendo reparado nas insuficiências das teorias essencialistas, alguns filósofos da arte, como Morris Weitz, abandonaram simplesmente a idéia de que a arte pode ser definida. • ... outros, como George Dickie, apresentaram definições não essencialistas da arte, apelando, nesse sentido, para aspectos extrínsecos à própria obra de arte; • outros ainda, como Nelson Goodman, concluíram que a pergunta «O que é arte?» deveria ser substituída pela pergunta mais adequada «Quando há arte?». •Serão estas teorias melhores do que as anteriores? Aí está uma boa razão para não darmos por terminada esta tarefa.