Aspectos gerais do tratamento da febre em pediatria

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ARTIGO DE MONOGRAFIA APRESENTADO AO PROGRAMA DE RESIDÊNCIA MÉDICA EM
PEDIATRIA DO HOSPITAL MATERNO INFANTIL DE BRASÍLIA –HRAS/HMIB/SES/DF
Aspectos gerais do tratamento
da febre em pediatria: revisão
bibliográfica
Ranise Nunes Pereira Moura
www.paulomargotto.com.br
Brasília, 18 de novembro de 2014
Introdução

A febre se caracteriza pela elevação da temperatura corpórea em resposta a
um estímulo patológico.

Temperatura retal >38ºC, variando entre 37.7ºC a 38.3ºC;

Outras medidas de aferição: axilar, timpânica ou pele;

Causa frequente de buscar aos serviços de emergências;

“Febrofobia”

A febre, geralmente, está associada com condições benignas e autolimitadas.
Introdução

Febre x resposta imune

Quando e como tratar?

Principal medida para tratamento da febre é a utilização de medicamentos;

Tratamentos adjuvantes: compressas frias, banho e associação de
antitérmicos.
Objetivos

Geral:


Sumarizar os achados mais recentes encontrados na literatura para o tratamento
da febre em crianças;
Específico:

Revisar particularidades dos fármacos mais utilizados na faixa etária pediátrica;

Conhecer aspectos referentes à indicação do uso alternado de anti-piréticos na
faixa etária pediátrica e sua efetividade;
Metodologia

Realizada pesquisa no banco de dados: Pubmed, Scielo e Cochrane;

Palavras-chaves: febre, crianças, antipiréticos, acetominofeno, dipirona e
ibuprofeno.
Discussão

Fisiopatologia
Discussão

Febre e a resposta imune:

Acelera a quimiotaxia de neutrófilos e da secreção de substâncias antibacterianas
(peróxidos, superóxidos, lisozima e lactoferrina);

Aumento da produção e das ações antiviral e antitumoral dos interferons;

Maior interação entre macrófagos e linfócitos T;

Maior proliferação de linfócitos T;

Diminuição da disponibilidade de ferro;
Discussão

Ações patalógicas dos pirogênios endógenos:

Sonolência;

Mialgia;

Anorexia;

Desnutrição;

Anemia da doença crônica;

Fibrose em tecidos inflamados.
Discussão

Importância em determinar a causa da febre;

O principal benefício do tratamento é melhorar o conforto do paciente.

Os antitérmicos estão entre os fármacos mais utilizados em crianças;

Mais utilizados: paracetamol, dipirona e ibuprofeno.
Discussão

PARACETAMOL (acetominofeno)

N-acetil-P-aminofenol, metabólito ativo da fenacetina;

Utilizado pela primeira vez em 1890;

Analgésico mais utilizado nos EUA;

Age na via da ciclooxigenase

É convertido em metabólitos ativos no SNC (ação central)

Dose recomendada: 10 a 20mg/kg; sendo a tóxica de 120 a 150mg/kg

Reação adversa: hepatotoxicidade
Discussão

DIPIRONA (metamizol)

Derivado pirazolônico sintetizado pela primeira vez em 1920 na Alemanha;

Comercialização no Brasil se deu 1922 sob o nome de Novalgina®;

Em 1970 casos graves de agranulocitose sendo proscita em países como Inglaterra,
EUA, Japão, Suécia e Austrália.

Mecanismo de ação ainda não é total esclarecido:


Ação inibindo a ciclooxigenase periférica;

Inibição da IL-8;

Bloqueio da COX-2 e 3 no SNC (hipotálamo).

Dose recomendada: 10 a 20mg/kg/dose de 6x6h
Reações adversas: agranulocitose, anemia aplásica
Discussão

IBUPROFENO

AINE;

Derivado do ácido propiônico;

Desenvolvida na década de 60;

Aprovação para uso pediátrico desde 1989, mas efetivamente a partir 1995;

Inibidor não-seletivo da COX-1 e COX-2;

Inibe a ciclooxigenase no SNC;

Dose recomendada: 5 a 10mg/kg/dose 3 a 4x/dia

Reações adversas: HDA, neutropenia.
Discussão

TERAPIA COMBINADA

Esquema padrão? Intervalo entre as doses?

Associações mais utilizadas na prática clínica: paracetamol e ibuprofeno;

Erro de doses, valores inferiores aos preconizados para considerar febre são
situações bastante corriqueiras;

Ausência de resposta a monoterapia seria o principal fator utilizado pelos pais para
justificar a terapia alternada;

Literatura é pobre em trabalho sobre a associação de dipirona e ibuprofeno;
Discussão

TERAPIA COMBINADA

Ibuprofeno (5 a 10mg/kg) é mais efetivo em reduzir a temperatura comparada ao
paracetamol (10-15mg/kg), embora efeitos analgésicos sejam semelhantes;

Estudo multicêntrico evidenciou que a dipirona (20mg/kg) em proporcionou
redução da temperatura por um período mais longo que o paracetamol
(12,5mg/kg) e o ibuprofeno ( 5 a 10mg/kg);

Dois estudos randomizados mostraram que o uso de paracetamol e ibuprofeno de
maneira alternada é mais efeito para manter a criança afebril comparada a
monoterapia;

Não foram encontrados estudos da dipirona com outro antitérmico.
Conclusão

O uso de antitérmicos é comum para controlar febre em criança, incluindo
esquemas alternados.

Medidas educativas em relação sobre o que é a febre, quando e como trata-la
poderiam auxiliar o uso correto dos medicamentos e evitar procura excessiva
na emergência.

Embora haja um redução das médias de temperatura com esquemas alterados
de antitérmicos em relação a monoterapia, ainda não há evidências
suficientes que justifiquem o uso alternado desses fármacos.
OBRIGADA!
Nota do Editor do site, Dr. Paulo R.
Margotto. Consultem também!
Associação do acetominofeno e prevalência
da asma e gravidade (ARTIGO INTEGRAL!)

The association of acetaminophen and asthma prevalence and severity.

McBride JT.Pediatrics. 2011 Dec;128(6):1181-5. doi: 10.1542/peds.2011-1106.
Epub 2011 Nov 7.PMID: 22065272 [PubMed - indexed for MEDLINE]
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
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Related citations
A associação do acetaminofeno e prevalência e
severidade da asma (link para uso do
paracetamol em Neonatologia)
Autor(es): John T. McBride. Apresentação:
Ricardo Silva Filho, Paulo R. Margotto
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