Transtornos de Humor

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Transtornos de Humor
Profa. ANA PATRÍCIA DE QUEIROZ MEDEIROS DANTAS
Transtornos de Humor


Conceitos
O humor ou estado de ânimo é definido como o
tônus afetivo do indivíduo, o estado emocional
basal e difuso no qual se encontra a pessoa em
determinado momento.
Os dois pólos básicos das alterações do humor são
o pólo depressivo ou hipotímico e o pólo maníaco
ou hipertímico.
(DALGALARRONDO, 2000)
Transtornos de Humor
Definição
Os transtornos de humor são considerados
síndromes, consistindo de um conjunto de sinais
e sintomas mantidos por semanas a meses com
uma marcada quebra do funcionamento habitual
e tendência à recorrência.
(SADOCK; SADOCK, 2007)
Classificação dos Transtornos do
Humor DSM IV-TR
Distimia
Classificação dos Transtornos do
Humor CID 10
F 30 – EPISÓDIO MANÍACO
F 31- TRANSTORNO
AFETIVO BIPOLAR
F 34 – TRANSTORNOS
PERSISTENTES DO HUMOR
F 38- OUTROS
TRANSTORNOS DO HUMOR
F 32- EPISÓDIO DEPRESSIVO
F 33- TRANSTORNO
DEPRESSIVO RECORRENTE
F 39- TRANSTORNO DO
HUMOR NÃO
ESPECIFICADO
Transtornos de Humor
Epidemiologia (prevalência ao longo da vida)





Transtorno Depressivo Maior: 10-25% para mulheres e
5-12 % para homens.
Distimia: Aprox. 6%.
Transtorno Bipolar I: 0,4 – 1,6 %.
Transtorno Bipolar II: Aprox. 0,5%.
Ciclotimia: 0,4- 1%.
(SADOCK; SADOCK, 2007)
Transtornos de Humor
Etiologia
Fatores Biológicos
 Fatores Genéticos
 Fatores Psicossociais

Depressão
A característica essencial
de
um
Episódio
Depressivo Maior é um
período mínimo de duas
semanas, durante as
quais há um humor
deprimido ou perda de
interesse ou de prazer
por quase todas as
atividades. (DSM IV – TR, 2002)
Depressão
Fatores de risco











Sexo feminino;
Início antes dos 40 anos;
História de episódios de depressão;
História familiar de episódios depressivos;
História de tentativa de suicídio;
Doença clínica comórbida;
Período puerperal;
Abuso ativo de substâncias;
Eventos vitais negativos;
Baixo suporte social;
Estresse crônico.
(KAY; TASMAN , 2002)
Depressão
Critérios para Episódio Depressivo Maior (DSM-IV-TR)
A. Cinco (ou mais) dos seguintes sintomas estiveram presentes durante o
período de 2 semanas ; pelo menos um dos sintomas é (1) humor
deprimido ou (2) perda de interesse ou de prazer.
(1) humor deprimido;
(2) interesse ou prazer acentuadamente diminuídos por todas ou quase todas as atividades;
(3) perda ou ganho significativo de peso sem estar em dieta ;
(4) insônia ou hipersonia;
(5) agitação ou retardo psicomotor ;
(6) fadiga ou perda de energia;
(7) sentimento de inutilidade ou culpa excessiva ou inadequada ;
(8) capacidade diminuída de pensar ou concentrar-se, ou indecisão;
(9) pensamentos de morte recorrentes, ideação suicida recorrente sem um plano específico,
tentativa de suicídio ou plano específico para cometer suicídio.
Depressão
Critérios para Episódio Depressivo Maior (DSM-IV-TR)
B. Os sintomas não satisfazem os critérios para um Episódio Misto.
C. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida
do indivíduo.
D. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma
substância ou de uma condição médica geral.
E. Os sintomas não são melhor explicados por Luto.
Critérios diagnósticos de Episódio depressivo
segundo a CID-10
Sintomas fundamentais
1) Humor deprimido
2) Perda de interesse
3) Fatigabilidade
Sintomas acessórios
1) concentração e atenção reduzidas
2) auto-estima e auto-confiança reduzidas
3) idéias de culpa e inutilidade
4) visões desoladas e pessimistas do futuro
5) idéias ou atos autolesivos ou suicídio
6) sono perturbado
7) apetite diminuído
 Episódio leve: 2 fundamentais + 2 sintomas acessórios
 Episódio moderado: 2 fundamentais + 3 a 4 sintomas acessórios
 Episódio grave: 3 sintomas fundamentais + >4 acessórios
Depressão
Curso

Um episódio pode durar semanas, até, em média, de 6
a 9 meses e 20% cronificam (2 anos ou mais).

A natureza da doença é recorrente.

A probabilidade de novos episódios após o primeiro é
de 50%, após o segundo é de 70% e supera os 85%
após o terceiro.
(MORENO et al, 2007)
Depressão: uma Doença Sistêmica

Sintomas “emocionais”
e cognitivos








Humor depressivo
Anedonia
Desesperança
Baixa auto-estima
Prejuízo da memória
Dificuldade de
concentração
Ansiedade
Raiva/irritabilidade

Sintomas físicos








Cefaléia
Fadiga
Alterações do sono
Tontura
Dor
Queixas
gastrointestinais
Disfunção sexual
Problemas
Menstruais
Depressão por uma condição clínica geral






Doenças Neurológicas (D. Alzheimer, D. Parkinson,
esclerose múltipla, D. Huntington, epilepsia, tumores
cerebrais, AVC);
Doenças endócrinas (hipo e hipertireoidismo, hipo e
hiperadrenocortisismo, hipo e hiperparatireoidismo,
diabetes melito);
Afecções metabólicas (deficiência de vitamina B12 e
ác. fólico);
Doenças
auto-imunes
sistêmicas
(lúpus
eritematoso);
Infecções virais e outras (HIV, hepatite);
Certos cânceres (câncer do pâncreas e do pulmão).
(BAUER et al., 2009)
A Depressão e o Suicídio

A conseqüência mais séria de um Episódio Depressivo
Maior é a tentativa de suicídio ou o suicídio
completado. O risco de suicídio é especialmente alto
para indivíduos com aspectos psicóticos, uma história
de tentativas anteriores de suicídio, história familiar de
suicídios completados ou uso concomitante de
substâncias.

Cerca de 15% dos pacientes com depressão grave e sem
tratamento adequado cometem o suicídio. (NARDI, 2006)
Depressão
Tratamento
Antidepressivos
Psicoterapia
ECT
Antidepressivos
Heterocíclicos
Amitriptilina
Imipramina
Nortriptilina
Clomipramina
IMAO
Moclobemida
Tranilcipromina
Faixa terapêutica
(mg)
75 - 200
100 – 250
75 – 150
100 - 250
450 – 600
30 - 60
Antidepressivos
Faixa terapêutica
(mg)
ISRS
Fluoxetina
Citalopram
Escitalopram
Fluvoxamina
Paroxetina
Sertralina
20 – 40
20 – 40
10 – 20
150 – 200
20 – 40
50 - 100
IRNS
Venlafaxina XR
Duloxetina
75 – 225
60 -120
Antidepressivos
IRND
Bupropiona SR
ANASE
Mirtazapina
Faixa terapêutica
(mg)
150 - 300
30 - 45
(OLIVEIRA; SENA , 2006)
Novos Antidepressivos
Desvenlafaxina
 Agomelatina

Aspectos relevantes
na escolha do antidepressivo


Eficácia
Mecanismo de ação

Características do medicamento






Farmacocinética
Farmacodinâmica
Tolerabilidade
Tempo para o início da ação
Segurança
Custo
Transtorno Afetivo Bipolar
Transtorno
caracterizado
por episódios, fases, de
mania ou hipomania, mistos
e de depressão alternados
com períodos de remissão,
que
exige
tratamento
contínuo mesmo entre as
(DEMÉTRIO, 2008)
fases.
Transtorno Afetivo Bipolar
Espectro bipolar


Abordagem dimensional dos transtornos de
humor permitindo sua visão num espectro.
As manifestações do espectro podem estar
presentes em condições consideradas mais leves,
como distimia, hipertimia e ciclotimia, e até em
aspectos temperamentais, como precursores ou
predisponentes de formas clínicas mais graves.
(DEMÉTRIO, 2008)
Transtorno Afetivo Bipolar

Diagnóstico é clínico e o tratamento precoce
altera o curso longitudinal da doença (DEMÉTRIO,
2008)

É uma doença com importante fator genético,
cuja herança se caracteriza por mecanismos
complexos de transmissão envolvendo múltiplos
genes (MICHELON; VALLADA, 2005)
Transtorno Afetivo Bipolar
Sinais e sintomas sugestivos de bipolaridade










Quadro clínico da depressão
Idade de início mais precoce (<25 anos)
Início abrupto; remissão súbita
Início no pós-parto
Personalidade hipertímica
Maior cronicidade
Sazonalidade ou sensibilidade à luminosidade
Períodos de redução do tempo total de sono com
aumento de energia
Qualquer comportamento recorrente, impulsivo,
descontrolado, impetuoso
História familiar de TAB ou quaisquer dos itens acima
(MORENO et al., 2007)
Transtorno Afetivo Bipolar
Classificação dos episódios DSM IV-TR
Episódio depressivo
 Episódio maníaco
Episódio hipomaníaco
 Episódio misto


Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Maníaco DSM IV-TR
A. Um período distinto de humor anormal e persistentemente
elevado, expansivo ou irritável, durando pelo menos 1 semana
B. Durante o período de perturbação do humor, três (ou mais) dos
seguintes sintomas persistiram (quatro, se o humor é apenas
irritável) e estiveram presentes em um grau significativo:
(1) auto-estima inflada ou grandiosidade.
(2) necessidade de sono diminuída.
(3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar.
(4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os pensamentos
estão correndo.
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Maníaco DSM IV-TR
(5) distraibilidade.
(6) aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora.
(7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com um alto potencial para
conseqüências dolorosas
C. Os sintomas não satisfazem os critérios para Episódio Misto.
D. A perturbação do humor é suficientemente severa para causar prejuízo
acentuado no funcionamento ocupacional, nas atividades sociais ou
relacionamentos costumeiros com outros, ou para exigir a hospitalização,
como um meio de evitar danos a si mesmo e a outros, ou existem aspectos
psicóticos.
E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância
(por ex., uma droga de abuso, um medicamento ou outro tratamento) ou de
uma condição médica geral (por ex., hipertiroidismo).
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Hipomaníaco DSM IV-TR
A. Um período distinto de humor persistentemente elevado, expansivo ou irritável,
durando todo o tempo ao longo de pelo menos 4 dias, nitidamente diferente do
humor habitual não-deprimido.
B. Durante o período da perturbação do humor, três (ou mais) dos seguintes
sintomas persistiram (quatro se o humor é apenas irritável) e estiveram presentes
em um grau significativo:
(1) auto-estima inflada ou grandiosidade.
(2) necessidade de sono diminuída
(3) mais loquaz do que o habitual ou pressão por falar.
(4) fuga de idéias ou experiência subjetiva de que os pensamentos estão correndo.
(5) distraibilidade
(6) aumento da atividade dirigida a objetivos ou agitação psicomotora.
(7) envolvimento excessivo em atividades prazerosas com alto potencial para
conseqüências dolorosas
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Hipomaníaco DSM IV-TR
C. O episódio está associado com uma inequívoca alteração no
funcionamento, que não é característica da pessoa quando assintomática.
D. A perturbação do humor e a alteração no funcionamento são
observáveis por outros.
E. O episódio não é suficientemente severo para causar prejuízo acentuado
no funcionamento social ou ocupacional, ou para exigir a hospitalização,
nem existem aspectos psicóticos.
F. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma
substância ou de uma condição médica geral.
Transtorno Afetivo Bipolar
Critérios para Episódio Misto
DSM IV-TR
A. Satisfazem-se os critérios tanto para Episódio Maníaco quanto
para Episódio Depressivo Maior (exceto pela duração), quase todos
os dias, durante um período mínimo de 1 semana.
B. A perturbação do humor é suficientemente severa para causar
acentuado prejuízo no funcionamento ocupacional, em atividades
sociais costumeiras ou relacionamentos com outros, ou para exigir
a hospitalização para prevenir danos ao indivíduo e a outros, ou
existem aspectos psicóticos.
C. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de
uma substância) ou de uma condição médica geral.
Transtorno Afetivo Bipolar
Subdivisão

Transtorno Afetivo Bipolar tipo I

Transtorno Afetivo Bipolar tipo II
Transtorno Afetivo Bipolar e o
Suicídio


Risco significativamente maior do que em pacientes
unipolares.
Sobretudo durante episódios depressivos e mistos, e
mais elevado no TAB tipo II e em quadros mistos
predominantemente depressivos.
(MORENO et al., 2007)
Comportamento Suicida
Ideação Suicida
Ameaça de Suicídio
Tentativas de Suicídio
Suicídio
(BAHLS; BOTEGA, 2007)
Transtorno Afetivo Bipolar
Tratamento Medicamentoso

Estabilizadores
do
humor
(lítio,
valproato,
carbamazepina, oxcarbamazepina, lamotrigina)

Antipsicóticos
atípicos
(olanzapina,
ziprasidona,
risperidona, quetiapina, aripiprazol)

Antipsicóticos típicos (clorpromazina, haloperidol)

ECT
Tópicos Principais do Tratamento do
Transtorno Bipolar





Usar sempre agentes antimaníacos/estabilizadores do
humor.
Na depressão bipolar, nunca usar monoterapia com
antidepressivos.
A hipomania deve ser tratada do mesmo modo que a
mania.
Lítio, Valproato, Carbamazepina e antipsicóticos
atípicos são mais efetivos no tratamento e na prevenção
de mania e em menor grau na intervenção da depressão.
A Lamotrigina é efetiva no tratamento e na prevenção
da depressão e, em menor grau, na intervenção da
mania.
(MORENO et al, 2007)
Distimia
O transtorno distímico é crônico e
caracteriza-se pela presença de
humor depressivo que dura a maior
parte do dia e que está presente de
forma quase contínua. (SADOCK; SADOCK, 2007)
Distimia
Critérios diagnósticos DSM IV-TR
A. Humor deprimido na maior parte do dia, na maioria dos dias, por pelo menos
2 anos. Nota.: Em crianças e adolescentes, o humor pode ser irritável, e a
duração deve ser de no mínimo um ano.
B. Presença, enquanto deprimido, de duas (ou mais) das seguintes características:
(1) apetite diminuído ou hiperfagia
(2) insônia ou hipersonia
(3) baixa energia ou fadiga
(4) baixa auto-estima
(5) fraca concentração ou dificuldade em tomar decisões
C. Durante o período de 2 anos (1 ano, para crianças ou adolescentes) de
perturbação, jamais a pessoa esteve sem os sintomas dos Critérios A e
B por mais de 2 meses a cada vez.
Distimia
Critérios diagnósticos DSM IV-TR
D. Ausência de Episódio Depressivo Maior durante os primeiros 2 anos de
perturbação (1 ano para crianças e adolescentes).
E. Jamais houve um Episódio Maníaco, um Episódio Misto ou um
Episódio Hipomaníaco e jamais foram satisfeitos os critérios para
Transtorno Ciclotímico.
F. A perturbação não ocorre exclusivamente durante o curso de um
Transtorno Psicótico crônico, como Esquizofrenia ou Transtorno
Delirante.
G. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma
substância ou de uma condição médica geral.
H. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo
no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes
da vida do indivíduo.
Distimia
Tratamento

Antidepressivos

Psicoterapia
Ciclotimia
O transtorno ciclotímico é
sintomaticamente uma forma leve
do
transtorno
bipolar
II,
caracterizado por episódios de
hipomania e depressão leve.
(SADOCK; SADOCK, 2007)
Ciclotimia
Critérios Diagnósticos DSM IV-TR
A. Por 2 anos, pelo menos, presença de numerosos períodos com sintomas
hipomaníacos e numerosos períodos com sintomas depressivos que não satisfazem
os critérios para um Episódio Depressivo Maior.
Nota: Em crianças e adolescentes, a duração deve ser de pelo menos 1 ano.
B. Durante o período de 2 anos estipulado acima (1 ano para crianças e adolescentes),
a pessoa não ficou sem os sintomas do Critério A por mais de 2 meses
consecutivos.
C. Nenhum Episódio Depressivo Maior, Episódio Maníaco ou Episódio Misto esteve
presente durante os 2 primeiros anos da perturbação.
D.Os sintomas no Critério A não são melhor explicados por Transtorno
Esquizoafetivo nem estão sobrepostos a Esquizofrenia, Transtorno
Esquizofreniforme, Transtorno Delirante ou Transtorno Psicótico Sem Outra
Especificação.
E. Os sintomas não se devem aos efeitos fisiológicos diretos de uma substância ou de
uma condição médica geral .
F. Os sintomas causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no
funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do
indivíduo.
Ciclotimia
Tratamento
Estabilizadores do Humor
Psicoterapia
Caso Clínico 1
Paula, 28 anos, casada há 4 anos. De três anos
para cá vem demonstrando desinteresse pelo
marido, tanto afetivo quanto sexual, astenia,
anedonia, abulia, apatia, hipotimia, preocupações
excessivas com o peso, come pouco e acha que
está engordando, não tem gosto em trabalhar em
casa, fazer comida, nem fora de casa (arquiteta).
(CAIXETA, 2004)
Caso Clínico 2
Maria, 45 anos, divorciada, história de episódios
depressivos anteriores. Há 15 dias vem
apresentando agitação psicomotora, aumento da
energia, euforia, logorréia, insônia e acredita que
dará a luz a um milhão de crianças filhas do
cantor Daniel.
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