11. – Jesus Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem «É preciso confessar (…) um só e mesmo Cristo, Filho, Senhor, Monógeno, reconhecido em duas naturezas sem confusão nem mudança sem divisão nem separação» Concílio de Calcedónia (451) Encontros de Formação Cristã Paróquia de Santa Maria de Carreço 11ª sessão – Jesus Cristo: Verdadeiro Deus e Verdadeiro Homem Sumário: 1. A divindade de Jesus Cristo: a relação de Jesus com Deus 1.1 – O reconhecimento da divindade de Jesus Cristo 1.2 – A Tradição sinóptica 1.3 – O reconhecimento da divindade de Jesus nos escritos joaninos 1.4 – A divindade de Jesus nos escritos paulinos 1.5 – A divindade de Jesus nos primeiros Símbolos da Igreja e nos santos Padres 2. A humanidade de Jesus Cristo: a relação de Jesus connosco 2.1 – A realidade da natureza humana de Jesus Cristo 3. A relação entre a divindade e a humanidade de Jesus Cristo 3.1 – A unicidade da pessoa de Jesus Cristo 3.2 – A dualidade das naturezas 3.3 – Consequências da união hipostática 3.4 – Grandes concílios cristológicos e trinitários e respectivos dogmas 4. Objecções contra a divindade de Cristo: o exemplo das T.J. 4.1 – O que nos diz a Bíblia 4.2 – O que nos diz a Tradição 4.3 – Objecções contra a divindade de Cristo 5. Bibliografia recomendada (E.F.C. 3) 1. A divindade de Jesus Cristo: a relação de Jesus com Deus 1 – O reconhecimento da divindade de Jesus Cristo Jesus na Tradição de Israel. Do Jesus histórico ao Cristo da fé. 1ª fase – Cristologia mais funcional, concreta, tipicamente hebraica: o que significa Jesus Cristo para nós? 2ª fase – Cristologia mais ontológica, virada para o ser de Jesus: quem é Jesus em si-mesmo? Esta Cristologia ontológica, em ligação com a Teologia da Trindade, culmina nos grandes Concílios Cristológicos de Niceia (325), Éfeso (431) e Calcedónia (451). À luz da ressurreição de Jesus Cristo e do Pentecostes, a Primitiva Comunidade Cristã começa a reflectir sobre a Pessoa de Jesus Cristo; deste esforço nascem os escritos do NT (Evangelhos, cartas…); o reconhecimento da sua divindade é progressivo; utilizam temas, categorias, profecias, etc. do AT, o que comporta diversos títulos a Jesus. O título principal é o de MESSIAS (em grego, o Cristo, em português, o Ungido). A este juntam-se outros: Rei de Israel, Filho de David, Servo de Javé, Filho do Homem e Filho de Deus. O Messias virá no Fim dos Tempos, será o Ungido de Deus, será o Novo Moisés, o Salvador de Israel, e será o Mediador da Nova e Eterna Aliança. 2 - A Tradição sinóptica Jesus, o Messias, Filho de Deus A vida pública de Jesus, a proclamação do Reino de Deus, no seu conjunto, é uma manifestação do poder de Jesus, acompanhado pelos milagres, gestos extraordinários e salvíficos que constituem uma confirmação, embora provisória da reivindicação da Sua autoridade; dá também aos apóstolos o poder de operarem milagres em Seu nome (cf. Mt 10, 1.8…). DOIS MOMENTOS IMPORTANTES NO EVANGELHO DE S. MATEUS PARA RECONHECER JESUS COMO O CRISTO: 1º Primeira confissão de fé da Comunidade Cristã em Jesus como o Cristo, o Messias, o Filho de Deus. «E vós, quem dizeis que Eu sou? Tomando a palavra, Simão Pedro disse: Tu és o Messias (o Cristo), o Filho de Deus vivo. E Jesus respondendo disse: Feliz és tu, Simão, filho de João, porque não foi a carne nem o sangue que te revelou isto, mas sim Meu Pai que estás nos Céus» Mt 16, 13-20 2º O Sumo Sacerdote disse-lhe: «Intimo-te, pelo Deus vivo, que nos digas se és o Messias, o Filho de Deus.» Jesus respondeu-lhe: «Tu o disseste. E Eu digo-vos: Vereis um dia o Filho do Homem sentado à direita do Todo-Poderoso e vindo sobre as nuvens do céu.» Mt 26, 63-64 Jesus pelos Seus sinais e Palavra, Se dá a conhecer como o Messias esperado, mas um Messias diferente… 2 - A Tradição sinóptica Do Messias, Filho de Deus, a Deus-Filho Jesus pretende ser um Messias maior do que o esperado, o Filho de Deus. Jesus, progressivamente, vai fazendo evoluir a concepção judaica de Messias, não só um Messiashomem, mas um Messias que sem deixar de ser homem, é divino, não só um Filho de Deus, mas o Filho de Deus, Deus-Filho. Este longo processo, realiza-se nos sinópticos, por dois modos distintos, mas relacionados: 1º Pela Sua acção e gestos, realiza acções «exclusivas» de Deus, apresentando-Se como Senhor absoluto, em pé de igualdade com Deus: Jesus é Senhor: dos corpos e da vida (cura, ressuscita…), dos demónios (expulsa-os, ordena-lhes…), do pecado, do mal (perdoa os pecados, em pé de igualdade com a Lei e Deus), da Natureza (sossega as tempestades, multiplica os pães…), dos Homens (exige a fé nele e um amor que tudo ultrapassa, o que só pode ser exigido por Deus). 2º Jesus atribui-Se títulos do AT, que superam a concepção de um Messias humano, alguns só aplicados a Deus: Filho, mas Senhor de David (descendente De David, conforme a promessa, mas sentado à Direita do pai, isto é, em igualdade com Maior que Moisés, Jonas, Salomão e Elias. Senhor do Sábado, da Lei e do Templo Juiz universal (retratado pelo «Filho do Homem) 3 - O reconhecimento da divindade de Jesus nos escritos joaninos Corresponde a um estrato posterior e mais elaborado, explora a relação de Jesus com Deus, seu Pai, quer através de títulos e funções como os sinópticos, quer através de afirmações explícitas da divindade de Jesus, da sua igualdade e comunhão de natureza com o Pai, como seu Filho e Revelador. JESUS AFIRMA-SE EXPLICITAMENTE IGUAL A DEUS PAI: «Quem me vê, vê o Pai» Primeira confissão de fé, explícita e integral, na divindade de Jesus: «Meu Senhor e meu Deus!» (Jo 20, 28) Jo 14, 10-11 «Eu estou no Pai e o Pai em Mim» Jo 14, 10 «As palavras que Eu vos digo não as falo de Mim mesmo; o Pai que habita em Mim, faz as suas obras» Jo 14, 10 «Tudo o que o Pai faz, também o faz o Filho igualmente» Jo 5, 19 «A fim de que todos honrem o Filho como honram o Pai» Jo 5, 23 «Saí do Pai e vim ao Mundo; de novo deixo o Mundo e vou para o Pai» Jo 13, 14 «Quem Me glorifica é o meu Pai, de Quem dizeis que é o vosso Deus» Jo 8, 53 «Os mortos ouvirão a voz do Filho de Deus e os que a ouvirem, viverão. Assim como o Pai tem a vida em Si mesmo, assim também concedeu ao Filho ter a vida em Si mesmo» Jo 5, 1922; 2528 «Eu e o Pai somos um só» Jo 10, 30 «Eu Sou», etc, etc. Jo 8, 4 - A divindade de Jesus nos escritos paulinos Hino cristológico na Carta aos Filipenses: «5Tende entre vós os mesmos sentimentos, que estão em Cristo Jesus: *Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus; 7*no entanto, esvaziou-se a si mesmo,tomando a condição de servo. Tornando-se semelhante aos homens sendo, ao manifestar-se, identificado como homem, 8*rebaixou-se a si mesmo, tornando-se obediente até à morte e morte de cruz. 9*Por isso mesmo é que Deus o elevou acima de tudo e lhe concedeu o nome que está acima de todo o nome, 10*para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seresque estão no céu, na terra e debaixo da terra; 11e toda a língua proclame: «Jesus Cristo é o Senhor!», para glória de Deus Pai». Fl 2, 5-11 S. Paulo exprime algumas vezes a sua fé na divindade de Jesus, chamando-O directamente Deus; por exemplo: Tito 2, 13: «aguardando a bem-aventurada esperança e a gloriosa manifestação do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo». Hb 1, 8: «a respeito do Filho, diz: O teu trono, ó Deus, permanece pelos séculos dos séculos e ceptro de justiça é o teu ceptro real». Cl 2, 9: «Porque é nele que habita realmente toda a plenitude da divindade,» Etc, etc. S. Paulo chama a Jesus de Kyrios (Senhor); era a tradução grega dos nomes divinos hebraicos, Adonai e Javé, nome aplicado para designar o Deus de Israel, único Deus verdadeiro. É mais importante este facto do que chamar directamente «Deus» a Jesus dada a pouca estima que os deuses tinham no mundo greco-romano de Paulo (deuses cruéis, vingativos, ao sabor das paixões…). S. Paulo reconhece a filiação divina de Jesus; por exemplo: «é n’Ele e por Ele que tudo foi criado… e tudo n’Ele subsiste» (Cl 1, 15-17). S. Paulo reconhece a divindade de Jesus, sobretudo centrado nos títulos de «Senhor» e de «Filho». 5 - A divindade de Jesus nos primeiros Símbolos da Igreja e nos Santos Padres Muito antes das definições dogmáticas dos grandes concílios do séc. IV e V, já os Credos cristãos declaram decididamente a divindade de Jesus Cristo. SÍMBOLOS CRISTÃOS Um exemplo é o símbolo «QUICUMPE» do séc. II, que afirma: «é portanto fé ortodoxa, que acreditamos e confessamos que nosso Senhor Jesus Cristo, Filho de Deus, é Deus e homem. Deus, gerado antes de todos os séculos da substancia do Pai, e homem nascido no tempo, da substância da mãe, perfeito Deus e perfeito homem». PADRES APOSTÓLICOS A Didaché confessa Jesus Cristo como Senhor, como Deus de David. S. Clemente de Roma (96) dá a Jesus o título de Senhor e prestalhe culto divino. Santo Inácio de Antioquia (107) designa Jesus como Deus, considera-O criador do mundo e reconhece-Lhe atributos divinos e a verdadeira filiação divina. SANTO INÁCIO DE ANTIOQUIA Também encontramos isso na Epístola de Barnabé, Carta S. Policarpo aos Filipenses, etc. PRIMEIROS APOLOGISTAS Os apologistas do séc. II e III ensinam também a préexistência e divindade de Jesus Cristo, socorrendo-se do conceito de Logos – Verbo – do Pai (S. Justino, Santo Hipólito, Orígenes, Tertuliano, etc.). 2. A humanidade de Jesus Cristo: a relação de Jesus connosco 2.1 - A realidade da natureza humana de Jesus Cristo A fé cristã ortodoxa sobre a Humanidade de Jesus Cristo, pode condensar-se em três afirmações: 1ª- Jesus Cristo era dotado de um verdadeiro corpo e não da simples aparência de um corpo (contra o docetismo e gnósticos); 2ª - Era dotado de alma racional (ou espiritual), sublinhando-se a integridade humana (contra arianos e apolinaristas); 3ª - Jesus foi realmente concebido e nasceu de mulher, filha de Adão, a Virgem Maria, sendo portanto igual à nossa natureza adâmica, verdadeiramente humana. 1ª A afirmação de seu corpo. Desde o início, a Igreja afirmou a realidade do corpo humano de Cristo, afirmações patentes nos mais antigos credos cristãos, que se referem expressamente aos diversos acontecimentos da vida terrestre de Jesus (concepção, nascimento, paixão e ressurreição) e no termo de longas polémicas consagrada no CONCÍLIO DE CALCEDÓNIA (451), que chama a Jesus Cristo, «verdadeiro Deus e verdadeiro homem». HERESIAS CRISTOLÓ -GICAS: DOCETISMO (fim séc. I, início II) – difundida por Marcião, Valentim, etc. O corpo humano de Jesus, a sua carne, era apenas uma aparência de corpo. MANIQUEISMO E PRISCILIANISMO. Consideram o corpo como sede do mal: uma união de Deus com corpo humano seria impensável| Tanto S. João nas suas cartas (1 Jo 4, 2) como S. Inácio de Antioquia (morreu em 107) lutam contra este erro; Jesus é verdadeiro homem que come, bebe, cansa-se, caminha, chora, admira-se... Jesus caminhou pelas estradas oeirentas de Israel... Jesus viu com os seus olhos, crianças inocentes, homens doentes, fariseus complicados... Jesus também amou com coração humano. 2.1 - A realidade da natureza humana de Jesus Cristo 2ª A afirmação da sua alma. A Igreja sempre afirmou em Jesus Cristo, além da realidade do seu corpo, a realidade da sua alma racional (ou espírito). HERESIAS CRISTOLÓ -GICAS: ARIAMISMO (doutrina difundida por Ario, séc. IV): para ele, o Logos divino tinha assumido um corpo sem alma; defendeu ainda, como veremos, em termos trinitários, que o Logos e o Pai não eram da mesma essência, que o Filho era uma criação do Pai e que houve um tempo em que o Filho ainda não existia (primeira criatura do Pai, pelo que inferior a Ele). NOTA: esta doutrina continua hoje em dia; por exemplo, as Testemunhas de Jeová seguem o arianismo. APOLINARISMO (doutrina difundida por Apolinário de Laodiceia, séc. IV): Jesus não tinha alma humana, porque esta seria pecaminosa, mas a alma espiritual era substituída pelo Logos divino. SANTO ATANÁSIO Foi condenado num Sínodo de Alexandria presidido por Santo Atanásio (362), declarado heresia no I Concílio de Constantinopla (381) e no Concílio de Calcedónia (451), diz-se: «Ele é perfeitamente…na sua humanidade… um homem verdadeiro, composto de uma alma racional e de um corpo… É semelhante a nós pela sua humanidade». Em que se baseia a Igreja para afirmar a alma racional de Jesus, da integridade da sua humanidade? 1º – expressões de Jesus em que fala da sua alma ou espírito: «a minha alma está triste até à morte» (Mt 26, 38); «Pai, nas tuas mãos entrego o meu espírito» (Lc 23, 46), etc. 2º Na vida e conduta de Jesus que manifestam n’Ele, inteligência, vontade e liberdade (características da espiritualidade da alma): Jesus entristece-Se, alegra-Se, chora, pede, agradece, admira-Se, etc. A sua vontade é distinta da do Pai: «Não se faça a minha vontade, mas a Tua» (Lc 22, 42). Se não é dotado de corpo e alma racional, então a sua natureza não é a nossa, não seria assumida por Deus e por isso não estaríamos salvos! 2.1 - A realidade da natureza humana de Jesus Cristo 3ª A origem adâmica da natureza humana de Cristo. Jesus foi concebido e nascido de uma verdadeira mulher, a Virgem Maria, filha de Adão, isto é, da nossa estirpe e raça humana. O NT teve o cuidado de realçar o carácter adâmico de Jesus Cristo: -As genealogias de Mateus e Lucas, sublinhando a sua descendência de Abraão e David; Fazem descender Jesus de «situações irregulares»: amor incestuoso de Judá por sua nora Tamar, da prostituta Raab, que acolhe os exploradores israelitas, do homicídio e adultério de David, com a «esposa de Urias», da qual nasceu Salomão; -Nos relatos da concepção e nascimento de Maria, há a preocupação de «através de maria» se tornar nossa irmão de verdade, da nossa carne… «Maria, da qual nasceu Jesus» (Mt 1, 16), «nascido de mulher» (Gl 4, 4), etc. A inserção e inclusão salvadora de Jesus na verdadeira humanidade, é feita através de Maria («nasceu da Virgem Maria»). «…natum est ex Maria Virgine…» 3. A relação entre a divindade e a humanidade de Jesus Cristo 3.1 - A unicidade da pessoa de Jesus Cristo Doutrina ortodoxa da Igreja Católica: a natureza divina e a natureza humana estão, em Jesus Cristo, unidas entre si, hipostaticamente, isto é, na unidade da pessoa divina (afirmação de Calcedónia). Em Jesus Cristo há uma única pessoa, a pessoa divina do Logos (ou Filho) e duas naturezas (a divina e a humana), sustentadas por essa única pessoa divina. HERESIAS CRISTOLÓ -GICAS: SÃO CIRILO DE ALEXANDRIA NESTORIANISMO: heresia difundida no século V por Nestório, patriarca de Constantinopla: o filho da Virgem Maria é diferente do Filho de Deus; em Cristo há duas pessoas, uma divina e outra humana; o que pensaríamos de um homem que tenha duas pessoas ou duas personalidades incorporadas no seu ser? Qual seria a que mandava? Que luta dentro do mesmo ser! Contra Nestório, S. Cirilo de Alexandria lança os seus anátemas, reconhecidos mais tarde pelos concílios como doutrina católica: - Jesus Cristo, com o corpo que lhe é próprio, é uma só pessoa, ao mesmo tempo Deus e homem; -Jesus Cristo não é apenas portador de Deus, mas verdadeiro Deus; - Os predicados humanos (nascimento, sofrimento, morte, etc) e divinos (criação, omnipotência, eterni9dade, etc) mencionados nas Escrituras não devem ser repartido por duas pessoas o homem-Cristo e o Logos divino; mas foi o Logos que Se fez carne, o único Cristo, que sofreu, foi crucificado, morto e ressuscitou na carne; -A Virgem Maria é Mãe de Deus (theotókos), gerou da sua carne o Logos divino que Se fez homem. 3.1 - A unicidade da pessoa de Jesus Cristo ADOPCIONISMO: heresia difundida no século VIII e IX com Elipando, arcebispo de Toledo e Félix, bispo de Urgel, segundo a qual haveria em Jesus uma dupla filiação: como Deus, era Filho natural de Deus; como homem, o filho adoptivo de Deus; Jesus foi adoptado por Deus como seu Filho; isto equivale a duas pessoas em Jesus Cristo, o que desembocaria no Nestorianismo. «quod non erat assumpsit; quod erat permansit»: assumiu o que não era (humanidade) e permaneceu o que era (pessoa e natureza divina). COMEÇO E DURAÇÃO DA UNIÃO HIPOSTÁTICA: Iniciou-se no momento da sua concepção: «Desde o instante em que começo a ser homem, é Deus também»; não havia alma espiritual humana unida ao Verbo antes da Encarnação, como dizia Orígenes. Só o Filho encarnou (a Segunda Pessoa da Santíssima Trindade), mas o acto da união hipostática foi obra de toda a Trindade em comum, como veremos em próximos encontros. A União hipostática jamais foi interrompida, mesmo na morte de Jesus: a divindade não se separou da sua humanidade, não cessará jamais; Jesus, verdadeiro Deus e verdadeiro Homem, permanece também agora e eternamente, ressuscitado, glorioso, no céu, permanece verdadeiro Homem. 3.2 - A dualidade das naturezas HERESIAS CRISTOLÓ -GICAS: MONOFISISMO: heresia difundida no século V por Eutiques, que sustentava uma única natureza em Cristo, a divina, anulando a humana; contra esta heresia levantou-se o Concílio de Calcedónia (451), pois em Cristo há duas naturezas, uma humana e uma divina; se Cristo não tivesse natureza humana, a verdadeira humanidade de Jesus desaparece com ela a obra da Redenção; se não fosse humano, não realizaria as actividades humanas relatadas nos Evangelhos! MONOTELISMO: heresia difundida no século VII por Sérgio, patriarca de Constantinopla, que sustentava uma só vontade de Cristo, a divina; mas, o que é uma natureza humana sem vontade humana própria? O monotelismo contradiz aas Escrituras: «Não o que Eu quero mas o que Tu queres (Mt 20, 39), «não a minha vontade mas a Tua» (Lc 22, 42), etc. No III Concílio de Constantinopla a Igreja deu resposta (680-681): «há n’Ele duas vontades físicas e dois modos físicos de acção», «estas duas vontades não são oposto0s uma à outra». A vontade humana submete-se, sem oposição, com amor, à vontade divina. PERICORESE (OU CIRCUMINCESSÃO) CRISTOLÓGICA É o nome que se dá à compenetração mútua das duas naturezas de Cristo, mantida pela força da natureza divina; elas existem uma na outra e não lado a lado, unidas uma à outra (algo semelhante acontece na Trindade, como veremos). X NATUREZA HUMANA + NATUREZA DIVINA NATUREZA NATUREZA DIVINA HUMANA Mas continuam distintas entre si… 3.3 - Consequências da união hipostática A ADORAÇÃO DE JESUS CRISTO. Jesus Cristo, Deus e homem, deve ser honrado com um só culto, o culto absoluto de latria (adoração) que pertence exclusivamente a Deus: «que todos honrem o Filho como honram o Pai» (Jo 5, 23). A humanidade de Cristo é objecto de adoração, não por ela mesma, mas por causa da união hipostática indissolúvel. O culto é prestado à pessoa e não á natureza: em Cristo, há só uma pessoa, o Logos divino, que Se fez carne. Porque é legítimo adorar a totalidade da natureza humana de Jesus Cristo, unida indissoluvelmente ao Verbo, pela mesma razão é legítimo adorar partes distintas da sua humanidade: chagas, precioso sangue, Sagrado Coração, etc. Nessas partes ou mistérios o Amor redentor de Cristo se expressa de particular significado. A «COMUNICAÇÃO OU TROCA DE IDIOMAS OU PREDICADOS». Cedo se colocou o problema de atribuição dos diferentes predicados, uns divinos outros humanos, à pessoa e às naturezas. Em Jesus Cristo, o Filho do homem não é pessoalmente distinto do Filho de Deus; Em virtude da união hipostática, há comunicações de idiomas, isto é; denominações, propriedades e acções das duas naturezas em Jesus Cristo, que podem ser atribuídas à sua pessoa, de modo que se pode dizer: Deus morreu por nós, Deus salvou o mundo, Deus ressuscitou… 3.3 - Consequências da união hipostática O MISTÉRIO DA UNIÃO HIPOSTÁTICA: CONCLUSÃO. 1º É um mistério de fé que não pode ser conhecido pela Razão Natural sem a Revelação, mesmo depois da Revelação, não pode ser totalmente compreendido; estando para lá da Razão, não está contra esta, mas supera-a. 2º Nada impede que uma pessoa divina tenha assumido uma natureza humana, pois não é contrário à imutabilidade divinas. Não acrescentam nada a Deus; a única mudança verifica-se na natureza humana, na criatura. 3º A natureza humana de Cristo não é uma pessoa humana porque foi introduzida na pessoa divina do Logos; em Cristo, não há duas pessoas, mas apenas uma. 4º Nada impede que uma natureza humana e uma divina se unam, não se trata de uma mistura ou simbiose: impossível unir as naturezas numa só. Segundo Calcedónia, permanecem distintas e em plena integridade. Deus, dada a infinitude divina do Logos, tem a capacidade de possuir, além da natureza divina, a natureza humana; a natureza humana, em razão do seu carácter espiritual, inteligência e vontade e consequente abertura á Verdade e ao Bem Infinitos, tem a capacidade de ser elevada à subsistência de uma pessoa divina. 3.4 - Grandes Concílios cristológicos e respectivos dogmas Os 4 primeiros concílios ecuménicos (universais): 1. Niceia (325) 2. Constantinopla (381) 3. Éfeso (431) 4. Calcedonia (451) 3.4 - Grandes Concílios cristológicos e respectivos dogmas Os primeiros concílios ecuménicos (do total de 21): Nº Papa s Designação Ano Tipo Contra… (heresias) Decretos e definições (dogmas) 1 São Silvestr eI NICEIA I 325 Trinitá rio e Cristol ógico. Arianismo. Adopcionismo. Docetismo. Símbolo ou Credo de Niceia. Igualdade da natureza do Filho com o Pai. 2 São Dâmaso I CONSTANTINOPL A I 381 Trinitá rio e cristol ógico. Macedonianos. Apolinarismo. Credo Niceno-constantinopolitano credo da Missa). Divindade do Espírito Santo. 3 São Celestin oI ÉFESO 431 Cristol ógico. Nestorianismo / Pelagianismo A heresia de Nestório. Maria como Mãe de Deus. 4 São Leão I, Magno CALCEDÓNIA 451 Criskto lógico Monofisismo / Eutiquianismo… Duas naturezas na única pessoa de Cristo: união hipostática. 5 Papa João II CONSTANTINOPL A II 533 Trinitá rio e cristol ógico. Nestorianos. Condenação dos «Três capítulos» dos Nestorianos. 6 Santo Agatão CONSTANTINOPL A III 680/ 681 Cristol ógico Monotelismo. Concenação da doutrina da única vontade de Cristo. 4. Objecções contra a divindade de Cristo: o exemplo das T.J. 4.1 - O que nos diz a Bíblia CRENÇA DAS T.J.: Jesus Cristo não é Deus, não é o Deus eterno, não é criador de tudo; não é omnisciente e todo-poderoso; é somente um deus (com minúscula), assim como o é Satanás; Cristo é o arcanjo Miguel; é apenas a primeira criatura criada por Deus, mas à qual Deus deu mais poder. Segundo a Bíblia, Cristo é Deus e não um deus; Ele é adorado como Deus e não como um deusa Tradução do Novo Mundo das Escrituras Sagradas (VNM) traduz erradamente muitas passagens, especialmente aquelas que se referem à divindade de Cristo, como veremos, em alguns exemplos. As T.J. negam, não a divindade de Jesus, mas a Sua plena divindade, é um deus, não é Deus. A teologia das T.J. é politeísta (Jeová, Cristo, diabo, anjos); há um Deus maior e outros menores! DEUS Cristo tem títulos no NT que só se aplicam a Deus: «Antes de mim, não foi formado nenhum deus e depois de mim também não haverá» (Is 43, 10). Aqui diz-nos que só há um Deus e não mais do que um. Rom 9, 5: «O Cristo segundo a carne, o qual é Deus bendito» «Cristo segundo a carne: Deus que é sobre todos, (seja) bendito para sempre» (VNM) Fil 2, 6: «Ele, que é de condição divina, não considerou como uma usurpação ser igual a Deus». «Cristo Jesus, o qual, embora existisse em forma de Deus, não deu consideração a uma usurpação, a saber, que devesse ser igual a Deus» (VNM) 4.1 - O que nos diz a Bíblia «aguardando a bem-aventurada esperança e a gloriosa manifestação do nosso grande Deus e Salvador Jesus Cristo». Tito 1, 3-4 A frase é tão evidente que as T.J. tiveram de introduzir uma palavra que não existe para truncar o significado: «ao passo que aguardamos a feliz esperança e a gloriosa manifestação do grande Deus e (do) nosso Salvador Cristo Jesus». Hb 1, 8: «a respeito do Filho, diz: O teu trono, ó Deus, é eterno» «Mas, com referência ao Filho Deus é teu trono para sempre» (VNM) «Pela justiça do nosso Deus e Salvador Jesus Cristo» «Pela justiça do nosso Deus e do Salvador Jesus Cristo» (VNM) (Esta tradução é vergonhosa e sem escrúpulos, adequa a Bíblia às doutrinas deles; de facto, mais adiante em 2Pd 1, 11 já traduz bem: «De facto, assim vos será ricamente suprida a entrada no reino eterno de nosso Senhor e Salvador Jesus Cristo»; aqui como não une o nome de Cristo a Deus já traduzem bem!!) «No princípio existia o Verbo; o Verbo estava em Deus; e o Verbo era Deus. No princípio Ele estava em Deus.». Jo 1, 1-4 A passagem era tão evidente de Jesus Cristo como verdadeiro Deus, que a alteraram para: 1 No princípio era a Palavra, e a Palavra estava com o Deus, e a Palavra era [um] deus. 2 Este estava no princípio com o Deus. com letra minúscula. Ao afirmarem um Deus maior e um menor, as T.J. caem no erro monstruoso do politeísmo. 4.1 - O que nos diz a Bíblia «Tomé respondeulhe: «Meu Senhor e meu Deus!» Se Cristo não fosse Deus, devia tê-lo advertido e aos presentes, pois ao calar-Se, induzia-os em erro; pelo contrário, afirmou que as suas palavras foram um acto de fé: «Porque Me viste, acreditaste» (v. 29). Jo 20, 28 «Bem sabemos também que o Filho de Deus veio e nos deu entendimento para conhecermos o Verdadeiro; e nós estamos no Verdadeiro, no seu Filho, Jesus Cristo. Este é o Verdadeiro, é Deus e é vida eterna». 1 Jo 5, 20 «Mas, sabemos que o Filho de Deus veio e nos deu capacidade intelectual para podermos obter conhecimento do verdadeiro. E nós estamos em união com o verdadeiro, por meio do seu Filho Jesus Cristo. Esse é o verdadeiro Deus e a vida eterna» (VNM) 1 Jo 5, 20 «JEOVÁ» (o certo é JAVÉ) A Cristo são aplicadas as profecias do AT, referentes a Javé: Cristo é Javé vendido por 30 moedas de prata (cf. Zc 11, 1213); Cristo é Javé precedido de João Baptista (cf. Is 40, 3); Cristo é Javé trespassado (cf. Zc 12, 10). 4.1 - O que nos diz a Bíblia Porquanto um menino nasceu para nós, um filho nos foi dado; tem a soberania sobre os seus ombros, e o seu nome é: Conselheiro-Admirável, Deus herói, PaiEterno, Príncipe da paz. Is 9, 5 SALVA -DOR «Eu sou Javé e fora de mim não há salvador» (Is 43, 11) «e agora revelada na manifestação do nosso Salvador, Cristo Jesus, que destruiu a morte e irradiou vida e imortalidade, por meio do Evangelho» 2 Tim 1, 10 AS T. J. têm então de concluir que há dois salvadores: Jesus Cristo e Javé! «EU SOU» Como se explica que Jesus empregasse para falar de Si, as mesmas palavras que Deus empregou no deserto para dizer a Moisés o Seu nome? «Eu Sou» Ex 3, 14 «Mostrarei ser» (VNM): a ligação era tão evidente que a alteraram! Jesus respondeu-lhes: «Em verdade, em verdade vos digo: antes de Abraão existir, Eu sou!» Jo 8, 58 OUTROS TÍTULOS: PRIMEIRO E ÚLTIMO, O CRIADOR, O SENHOR, etc.. Por falta de tempo, ficaremos por aqui. 4.1 - O que nos diz a Bíblia «Eu Sou o Caminho, a Verdade e a Vida» (Jo 14, 6) «Eu Sou a Ressurreição e a Vida (Jo 11, 25) «Eu sou o pão vivo descido do céu» (Jo 6, 48) «Eu sou a luz do mundo» (Jo 8, 12) «Filipe, quem me vê, vê também o pai. Como, pois, dizes: Mostra-nos o Pai? Não acreditais que estou no Pai e o pai está em mim?» (Jo 14, 811)… Jesus é adorado como Deus; os judeus sabiam que só a Deus se adora: «Quando o viram, adoraram-no; alguns, no entanto, ainda duvidavam». Mt 28, 17 Então, exclamou: «Eu creio, Senhor!» E prostrou-se diante dele. Jo 9, 38 Jesus não o repreendeu! Compare-se com: «Na altura em que Pedro entrava, Cornélio foi ao seu encontro e, caindo-lhe aos pés, prostrou-se. Mas Pedro levantou-o, dizendo: «Levanta-te, que eu também sou apenas um homem.» Act 10, 25-26 Todo aquele que nega o Filho fica sem o Pai; aquele que confessa o Filho tem também o Pai. 1 Jo 2, 23 4.1 - O que nos diz a Bíblia «Aproximando-se deles, Jesus disse-lhes: «Foi-me dado todo o poder no Céu e na Terra». Mt 28, 18 Jesus também é todo-poderoso. para que, ao nome de Jesus, se dobrem todos os joelhos, os dos seres que estão no céu, na terra e debaixo da terra; e toda a língua proclame: Jesus Cristo é o Senhor!», para glória de Deus Pai. Fil 2, 10-11 «Embora Jesus tivesse realizado diante deles tantos sinais portentosos, não criam nele, 38*de modo a cumprirem-se as palavras do profeta Isaías … Jo 12, 36-42 A passagem a que se refere é Is 6, 1-10, e que Isaías viu o próprio Javé; João identificou a glória de Cristo com Javé. Enganou-se João ou enganaram-se as T.J.? «Vendo Jesus a fé daqueles homens, disse ao paralítico: «Filho, os teus pecados estão perdoados.» Ora estavam lá sentados alguns doutores da Lei que discorriam em seus corações: 7«Porque fala este assim? Blasfema! Quem pode perdoar pecados senão Deus?» Mc 2, 5-7 JESUS PERDOAVA OS PECADOS: Ele bem sabia que na Bíblia afirma bastantes vezes que só Deus é que pode perdoar pecados (Ex 34, 7; Sal 32, 5; Is 43, 25, etc.) 4.1 - O que nos diz a Bíblia «Então, erguendo a voz, exclamou: «Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre. 43*E donde me é dado que venha ter comigo a mãe do meu Senhor?» Lc 1, 42-43 Para os Judeus, o Senhor era Deus; Jesus é Filho de Deus e Maria é Mãe de Jesus, que é Deus. Jesus ouviu dizer que o tinham expulsado e, quando o encontrou, disse-lhe: «Tu crês no Filho do Homem?» 36Ele respondeu: «E quem é, Senhor, para eu crer nele?» 37*Disse-lhe Jesus: «Já o viste. É aquele que está a falar contigo.» 38Então, exclamou: «Eu creio, Senhor!» E prostrou-se diante dele. Jo 9, 38 Cristo deixa que O adorem; Cristo não contrariou o cego de nascença, mas admitiu aquele acto. Responderam-lhe os judeus: «Não te queremos apedrejar por qualquer obra boa, mas por uma blasfémia: é que Tu, sendo um homem, a ti próprio te fazes Deus.» Jo 10, 33 Os próprios fariseus reconheceram que a reivindicação de Jesus era absolutamente divina! 4.2 - O que nos diz a Tradição O cristianismo primitivo tinha a certeza absoluta que Cristo era Deus e assim o proclamou. Vejamos alguns exemplos: Inácio de Antioquia (séc. I): «Há um médico, na carne feito Deus, Filho de Maria e Filho de Deus, Jesus Cristo». Segunda Epístola de Clemente (séc. II): «Devemos sentir de Jesus Cristo, que é Deus, que é o juiz dos vivos e dos mortos». INÁCIO DE ANTIOQUIA Justino, mártir (séc. II): «Cristo pré-existe como Deus antes dos séculos». Atenágoras, de Atenas (2ª metade do séc. II): «Admitimos um só Deus… Deus Pai e Deus Filho e Deus Espírito Santo que mostram a Sua potência na unidade e a Sua distinção na ordem». JUSTINO 4.3 - As objecções contra a divindade de Cristo OS «CAVALOS DE BATALHA» DAS T.J.: a pobreza dos argumentos contra a divindade de Cristo é evidente, nas poucas expressões que utilizam; ao invés, a quantidade de expressões a atestar que Cristo é Deus superabundam! «Quanto a esse dia ou a essa hora, ninguém os conhece: nem os anjos do Céu, nem o Filho; só o Pai.» Mc 13, 32 (ou Mt 24, 36) «Ouvistes o que Eu vos disse: 'Eu vou, mas voltarei a vós.' Se me tivésseis amor, havíeis de alegrarvos por Eu ir para o Pai, pois o Pai é mais do que Eu». Jo 14, 28 Jesus, que foi feito por um pouco inferior aos anjos, coroado de glória e de honra, por causa da morte que sofreu, a fim de que, pela graça de Deus, experimentasse a morte em favor de todos. Heb 2, 9 Conclusão das T.J.: Logo, Cristo não era Deus, porque não era omnisciente e porque o Pai era maior que Ele. Incapacidade de distinguir entre a natureza humana e a divina de Cristo; Jesus, como homem, cansava-se, tinha sede, etc; mas como Deus, era omnisciente: «Senhor, Tu sabes tudo» (Jo 21, 17); «para que tenham ânimo nos seus corações, vivendo bem unidos no amor, e assim atinjam toda a riqueza, que é a plena compreensão, o conhecimento do mistério de Deus: Cristo, em quem estão escondidos todos os tesouros da sabedoria e do conhecimento» (Col 2, 2-3)… Jesus não estava privado da omnisciência. A sua natureza humana era inferior aos Anjos e infinitamente menor que a do Pai! Mas ambas as pessoas divinas, a do Filho e a do Pai, são iguais. «…fazendo-se igual a Deus» (Jo 5, 18-19). 4.3 - As objecções contra a divindade de Cristo «Visto que Jesus orou a Deus, pedindo que fosse feita a vontade de Deus, não a sua, os dois não poderiam ser a mesma pessoa» (Poderá viver para sempre no Paraíso na Terra, pág. 39). Isto mostra um desconhecimento do Mistério da Santíssima Trindade; de facto, Pai e Filho são duas pessoas diferentes! A Deus jamais alguém o viu. O Filho Unigénito, que é Deus e está no seio do Pai, foi Ele quem o deu a conhecer. Jo 1, 18 Conclusão das T.J. se a Deus ninguém O viu, então Cristo não é Deus, porque ele foi visto! Está claro que Cristo só foi visto Encarnado, como homem, a sua natureza humana; a Sua natureza divina não foi vista! «É Ele a imagem do Deus invisível, o primogénito de toda a criatura; porque foi nele que todas as coisas foram criadas, no céu e na terra, as visíveis e as invisíveis, os Tronos e as Dominações, os Poderes e as Autoridades, todas as coisas foram criadas por Ele e para Ele. Col 1, 15-16 Para as T.J. e outras seitas, primogénito é «primeiro criado»; em grego, protótokos em grego, é diferente de primeiro criado em grego (protiktos); se Paulo quisesse expressar que Cristo era um ser criado, teria empregue o verbo «criar», o que não fez; «primogénito» significa não só o primeiro que nasceu, mas aquele que tem certos direitos de herança, de realeza (David foi o primogénito, embora fosse o mais pequeno; Efraim era o primogénito, embora Manassés fosse o mais velho; Ex 4, 22: o primogénito é Israel, que não é a primeira nação criada! Por fim, o contexto diz que Cristo é o criador e não um ser criado. 5. Bibliografia recomendada (E.F.C. 11) Cap. 11 Caps. XVI, XVII Cap. V