Campanha da Fraternidade - 2015 Primeiro momento – VER RELAÇÃO: IGREJA E SOCIEDADE PRIMEIRA PARTE 1. BREVE HISTÓRICO DAS RELAÇÕES IGREJA E SOCIEDADE NO BRASIL Das origens à Cristandade Origens do Cristianismo: radicadas na vida, pregação, morte e ressurreição de Jesus Cristo. Jesus assumiu e viveu a cultura de seu povo Não ficou indiferente diante dos problemas de seu tempo Para os discípulos, Jesus viria para realizar as expectativas messiânicas presentes na fé e tradição de Israel (At 1,5-8) Os discípulos se tornam “testemunhas” e o cristianismo cresce e se espalha Após a desarticulação do Império Romano, séculos mais tarde, a Igreja pôde servir na construção da civilização europeia (Cristandade – Idade Média). A Cristandade lusitana Reforma Protestante – fratura no cristianismo Séc. XVI Humanismo – sociedade articulada sobre as bases humanas e não a partir dos conteúdos da fé PADROADO Papado intensifica as relações com o Reino de Portugal e da Espanha Relações entre Santa Sé e o Estado Português conferiu ao monarca a tarefa de defender a fé e o direito de intervir em assuntos eclesiásticos O regime de padroado não impediu que a Igreja desenvolvesse sua missão na Terra de Santa Cruz Dimensão missionária Jesuítas, franciscanos, carmelitas e beneditinos Leigos: confrarias, beatos, quilombolas etc 1822 – Proclamação da Independência do Brasil 1824 – Estado imperial independente O Império e o início da República Constituição que reconhece a “Religião Católica Apostólica Romana” como religião oficial do Império Brasileiro Presença da Igreja: estabelecimentos de ensino, Casas de Misericórdia, participação na vida política (administração imperial, conciliação de conflitos e revoltas civis) 1889 – Movimento militar, a extinção da Monarquia e a implantação do sistema republicano 1891 – Constituição Republicana – fim do Padroado Régio, autonomia da Igreja para criação de novas dioceses, paróquias, fundação de seminários, indicação e nomeação para cargos eclesiásticos etc... Os desafios da primeira metade do século XX NOVOS DESAFIOS PASTORAIS Expansão acelerada de alguns centros urbano Formação das classes médias Ditadura Vargas Participação das Forças Armadas na 2ª Guerra Mundial (entre outras) A RESPOSTA DA IGREJA 1952 – Criação da CNBB Mobilização dos leigos – AÇÃO CATÓLICA ESPECIALIZADA (operária, estudantil, universitária, agrária e independente) MOVIMENTO DE EDUCAÇÃO DE BASE (MEB) SINDICATOS RURAIS de inspiração eclesial 1955 – Criação do CELAM DESAFIOS DO PERÍODO DA REPRESSÃO Implantação do Regime Militar (anos 60 e 70) Avanço da industrialização Agravamento dos problemas sociais (no campo e na cidade) Ebulição cultural nos grandes centros urbanos A RESPOSTA DA IGREJA As primeiras experiências de Pastorais Sociais Comissão Pastoral da Terra (CPT) / Comissão Brasileira Justiça e Paz (CBJP) / Conselho Indígena Missionário (CIMI) / CEBs – entre outros Início da CF (1964) em âmbito nacional Década de 70 (migração, trabalho, fome, moradia etc) Doc. “Exigências cristãs de uma nova ordem política” (Ass. Geral do Episcopado – 1976) Oposição ao Regime Militar e Recuperação das liberdades individuais e institucionais DESAFIOS DA REDEMOCRATIZAÇÃO DA SOCIEDADE Apoio aos Movimentos pela abertura política (ANISTIA E DIRETAS JÁ) Pastoral Carcerária Pastoral da Criança Pastoral do Menor Pastoral dos Imigrantes Pastoral da Mulher marginalizada INICIATIVAS ECLESIAIS Novos Movimentos Comunidades Eclesiais de Base Pastorais Sociais Movimento Fé e Política Semanas Sociais Grito dos Excluídos Jornada Mundial da Juventude (2013) DESAFIOS ATUAIS DA SOCIEDADE BRASILEIRA Vislumbra-se uma verdadeira mudança de época. Mercado Políticas Públicas Família Bioética Tecnologia A DEMOGRAFIA População brasileira ultrapassou os 200 milhões de habitantes Em 1960 era pouco mais de 70 milhões Sudeste com a maior população – mais de 80 milhões Expectativa de vida em 2012 chegou a 74,6 anos Em 1960 a média era 6 crianças/família – em 2010 - 1,8 Diminuição do número de crianças e aumento de idosos Falta de políticas públicas para atendimento a pessoa idosa, hoje essa demanda é assumida pelas famílias Em 1960 a população urbana era restrita a 45%, atualmente 85%. Em função do aumento da população: • Favelização, poluição, violência, drogadição, enchentes, mobilidade, condições sanitárias, transporte publico. • 50% dos municípios brasileiro não têm coleta de esgoto Articulação: políticas públicas com objetivos econômicos e sociais Início do Séc. XXI - Implantação de uma série de políticas sociais com o intuito de reduzir o contingente dos miseráveis, com melhorias nos índices de alimentação e saúde. Bolsa família, que atende 14 milhões de famílias – ¼ da população Evolução nos últimos 10 anos: Pobreza extrema de 9,7% para 4,3% Mortalidade infantil de 53,7 para 17,7 nascidos vivos (a cada mil) Algumas críticas • Ações meramente assistencialistas • Falta de qualificação das pessoas assistidas para saída efetiva da condição de pobreza extrema As minorias na sociedade brasileira Indígenas Quilombolas Comunidades tradicionais Pescadores Povos nômades Apoio na luta por seus territórios, manutenção de sua cultura e tradição Grupos sociais que requerem atenção: Dependentes químicos O fenômeno da migração As minorias na sociedade brasileira “Os pobres e excluídos têm rosto, têm uma corporeidade, trajetória de vida e esperanças. São indivíduos e são grupos sociais. A sociedade brasileira, ao apresentar avanços na retirada de pessoas da miséria e da fome, e ao oferecer melhores condições de vida à população em geral, não pode relegar ao esquecimento as minorias e suas demandas.” (CF 2015, n. 54) VIOLÊNCIA NA SOCIEDADE BRASILEIRA 8ª pior marca entre 100 nações de estatísticas confiáveis (20,4 homicídios por 100 mil hab) 50 mil mortes violentas por ano O comércio de drogas e drogadição Sensação de Impunidade MOTIVAÇÕES DE MORTES VIOLENTAS O materialismo e consumismo Busca pela ascensão social Limitações das políticas públicas O serviço da Igreja à sociedade brasileira MISSÃO DA IGREJA EVANGELIZAR O SERVIÇO À SOCIEDADE EM FAVOR DO BEM INTEGRAL DA PESSOA HUMANA Seu diálogo propõe o Serviço, a Justiça, a Verdade e o bem comum. Pastorais Movimentos Organismos COMO? Parceria com instituições e organizações sociais Participação Política (Lei da Ficha Limpa / Projeto em tramitação – “Saúde + 10” 10% da arrecadação da União para a Saúde). A solicitude da Igreja na assistência aos mais necessitados A evangelização suscitou iniciativas e associações: Lar para crianças abandonadas Pastorais sociais atuando em diversos Lar para pessoa idosa âmbitos Conferências Vicentinas Regiões rurais (questão agrária, produção Santas Casas de Misericórdia Orfanatos Colégios Hospitais agrícola familiar) Regiões urbanas (moradores de rua, mulheres marginalizadas, mundo do trabalho) Minorias: indígenas, afrodescendentes, migrantes) Alguns dos organismos da Igreja com forte atuação Cáritas Brasileira Pastoral da Juventude Pastoral da Família Campanhas emergenciais, defesa dos direitos humanos e projetos de superação da vulnerabilidade social A Igreja Católica e o contexto religioso da sociedade brasileira. o Grandes mudanças na compreensão e prática da Fé o Não valorização na pertença a determinada religião o “Mundanismo espiritual” – busca da autossatisfação, perda do sentido comunitário e do projeto de Jesus o Fé subjetivista o Religiosidade interesseira • Da década de 70 a 2010 a população de evangélicos cresceu de 5,2% para 22,2% • 8% da população declarou não ter religião Ecumenismo (oikos = casa, a busca da convivência pacífica sob o mesmo teto) “O ecumenismo fortalece a busca de uma atuação conjunta em ações sociais inspiradas no amor ao próximo, bem como a colaboração na educação para a paz e em ações que visem o bem-estar físico, moral e espiritual do povo e o bem comum da sociedade.” (UR, 18) Três documentos do Conc. Vaticano II para o diálogo com o mundo moderno: Decreto Unitates Redintegratio - Sobre o Ecumenismo Declaração Nostra Aetate - Sobre as relações da Igreja com as religiões não cristãs Declaração Dignitates Humanae, sobre a liberdade religiosa As ações ecumênicas na Igreja do Brasil integram o CONIC (Cons. Nac. Igrejas Cristãs) • Semana Nacional de Oração pela Unidade dos Cristãos • Campanha da Fraternidade Ecumênica Diálogo inter-religioso Diálogo sincero com os membros das grandes religiões (judaísmo, islamismo, budismo, hinduísmo) 4. IGREJA – SOCIEDADE: Convergências e divergências PLURALISMO NA SOCIEDADE BRASILEIRA CULTURAL (origem europeia, africana e indígena) GLOBALIZAÇÃO (consequência do desenvolvimento dos meios de comunicação e transporte) Concede mais LIBERDADE às pessoas - Mais atores sociais - Diálogo de experiências e partilhas PARADOXO PERDA ou RELATIVIZAÇÃO de referências culturais - Gera fragmentação e desorientação nas dimensões da existência REFORMA POLÍTICA E PARTICIPAÇÃO POPULAR Problema da corrupção no País (pessoas, partidos, empresas e instituições) Declínio da confiança nas instituições políticas Necessidade do aprimoramento do processo político Qualificação dos políticos AS REDES DE COMUNICAÇÃO Geração hiperconectada Novas formas de sociabilidade e conhecimento Difusão de notícias, ideias etc Convocação para a ação (eventos, manifestações) Perigo do enfraquecimento das comunidades presenciais RACIONALIDADE CIENTÍFICA OU INSTRUMENTAL Redução do indivíduo à dimensão racional-científica, com a negação da subjetividade e da transcendência Reduz a realidade ao mundo sensível e compreende o método experimental como único capaz de produzir conhecimento Promoveu a liberdade, mas também a opressão e a dominação, provocando uma crise na cultura moderna NOVO MOMENTO: exarcebação do emocional e da subjetividade – “Só as sensações são consideradas critérios de verdade, mesmo as subjetivas, e não se admite instância objetiva para submetê-las à crítica.” LAICIDADE E LAICISMO LAICIDADE: O Estado não deve optar por uma religião oficial. Sem interferência de uma religião específica, para garantir a liberdade religiosa e o sadio pluralismo. LAICISMO: uma ideologia antirreligiosa militante Hostiliza qualquer forma de relevância política da fé e procura desqualificar o empenho social e político nas religiões A Igreja reconhece a laicidade, não tem pretensões de influir no poder para impor suas ideias e doutrinas. Por isso, não tem partido nem apoia nenhum partido. Ela fomenta os valores em prol da vida, da dignidade das pessoas e do bem comum. O cristão é quem deve atuar na política, como exigência de sua missão de testemunhar o Evangelho na vida. A CULTURA DO DESCARTÁVEL Na cultura do descartável, “o ser humano é considerado, em si mesmo, como um bem de consumo que se pode usar e depois lançar fora.” - Essas pessoas compõem a massa sobrante da sociedade SINAIS DE NOVOS TEMPOS Esperança diante dos desafios O individualismo pós-moderno e globalizado favorece um estilo de vida que debilita o desenvolvimento e a estabilidade dos vínculos entre as pessoas e distorce os vínculos familiares. A ação pastoral deve mostrar ainda melhor que a relação com o nosso Pai exige e incentiva uma comunhão que cura, promove e fortalece os vínculos interpessoais. Enquanto no mundo, especialmente nalguns países, se reacendem várias formas de guerras e conflitos, nós, cristãos, insistimos na proposta de reconhecer o outro, de curar as feridas, de construir pontes, de estreitar laços e de nos ajudarmos “a carregar as cargas uns dos outros” (Gl 6,2) – Papa Francisco EG, 67 Qual o contexto de Igreja e Sociedade hoje na Diocese de Osasco? Urbanização Violência Drogas Participação na política Eficácia de nossa evangelização