A Economia e o Meio Ambiente

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Capítulo I
A Economia e o Meio
Ambiente
Economia de Recursos Naturais
Prof. Rogério César Pereira de Araújo
Semestre 2009.1
1 Objetivos



Apresentamos a estrutura conceptual usada
na economia para abordar problemas
ambientais.
Examinar as relações entre as ações
humanas, como manifestadas através do
sistema econômico, e o ambiente como
conseqüências destas ações.
Estabelecer critérios para julgar quão
desejáveis são os resultados destas relações.
2 Relação entre Economia e
Natureza

Relações:


As funções elementares de produção,
distribuição, e consumo ocorrem dentro do
mundo natural.
O mundo natural oferece a matéria-prima e
a energia, sem os quais a produção e
consumo seriam impossíveis.
2 Relação entre Economia e
Natureza

Impactos na natureza:


Retirada de matéria-prima para manter o
sistema funcionando.
Residuais da produção retornando para
natureza podem causar poluição ou à
degradação do ambiente natural.
2 Relação entre Economia e
Natureza

Em qualquer sistema econômico, as funções elementares de
produção, distribuição e consumo ocorrem dentro do mundo
natural.
NATUREZA
Matéria-prima
Energia
ECONOMIA
Economia dos recursos
naturais: é o estudo da natureza e
seu papel como fornecedor de
matéria-prima.
Resíduos
Calor
Economia Ambiental: é o estudo
do fluxo de resíduos e seus
impactos resultantes na natureza.
3 Subdivisão da Economia do
Ambiente

Economia dos recursos naturais
estuda a natureza e seu papel como
fornecedor de matéria prima.

Economia ambiental estuda o fluxo
de resíduos e seus impactos resultantes
na natureza.
3 Subdivisão da Economia do
Ambiente

A Economia Ambiental investiga:


Como e porque as pessoas tomam decisão que
tem conseqüências ambientais.
Como podemos mudar as instituições econômicas
e políticas para adequar os impactos ambientais
de acordo com os desejos humanos e as
necessidades do ecossistema.
(Field)
4 Ambiente e os Bens

Na economia, o ambiente é visto como um bem composto que
oferece uma variedade de serviços: o sistema de suporte à vida o qual
mantém nossa existência.
Matéria-prima
Poluição do Ar
Energia
Firma
Produção
Resíduos Sólidos
Ar
Insumos
ECONOMIA
Bens e Serviços
Água
Família
Consumo
Resíduos de Calor
Alimentos
Poluição da Água
AMBIENTE
4 Ambiente e os Bens

O papel do ambiente na economia:


Na economia, o ambiente é um bem composto que oferece
uma variedade de serviços ambientais.
Serviços ambientais:




Matérias-primas, as quais são transformadas em produtos de
consumo pelo processo produtivo.
Energia, que impulsiona a transformação
Serviços (diretos e indiretos) diretamente aos consumidores:
ar, agua, alimentos, abrigo, roupas.
Amenidades ambientais: corredeiras para canoagem, beleza
da paisagem.
5 Economia dos Recursos
Naturais

Exemplos de recursos naturais:

Carvão, petróleo, e gás natural para a industria
petroquímica.

Água para o processos produtivos e consumo das
famílias.


Os produtos extrativistas, a atividade pesqueira,
insumos essenciais para o crescimento das plantas
e animais.
O ar para os processos econômicos de produção.
5 Economia dos Recursos
Naturais


Recursos Renováveis: são
aqueles que crescem no
tempo de acordo com o
processo biológico, tais como
os recursos vivos, peixe e
florestas.
Recursos Não-renováveis:
são aqueles para os quais não
há reposição – uma vez
usado, desaparecem – tais
como reservas de petróleo e
depósitos de minerais nãoenergéticos.
5 Economia dos Recurso Naturais

Dependência da dimensão temporal:


Taxas de uso do recurso num período afetam a
disponibilidade e taxas de uso em outros períodos.
Questões relacionados à questão intertemporal:
Quanto
se deve cortar de madeira este
ano, ou a taxa de crescimento estaria alta
o suficiente para justificar a espera até um
período posterior?
Quanto
de petróleo deve ser bombeado do
depósito este ano, uma vez que quanto mais
se bombeia hoje menos estará disponível em
anos futuros?
6 Ambiente: Sistema Aberto vs.
Sistema Fechado

O ambiente é considerado:



Sistema fechado: quando
nenhum dos insumos (energia,
matéria etc.) são provenientes de
fora do sistema.
Sistema aberto: quando importa
ou exporta matéria e energia.
Como se classificaria o Planeta
Terra?
6 Ambiente: Sistema Aberto vs.
Sistema Fechado

1a. Lei da Termodinâmica:



Energia e matéria não podem ser
criadas ou destruídas;
A massa de matérias que fluem para
o sistema econômico proveniente do
ambiente acumula no sistema
econômico ou retornam para o
ambiente como resíduos;
A massa de materiais fluindo para o
ecossistema é igual, em magnitude, a
massa de resíduos fluindo para o
ambiente.
6 Ambiente: Sistema Aberto vs.
Sistema Fechado

2a. Lei da Termodinâmica ou Lei
da Entropia:




Entropia é o aumento da energia
não disponível para o trabalho.
Parte da energia é sempre perdida
durante a conversão de uma forma
de energia para outra, e uma vez
usada, não fica mais disponível para
o trabalho;
Na ausência de acréscimos de
energia, um sistema fechado deve
usar toda a sua energia;
Em situação fica o Planeta Terra
neste contexto?
7 Formas de Análise Econômica




Economia positiva tenta descrever o que é, o
que foi, ou o que será.
Economia normativa, ao contrario, trata do que
deve ser.
Contradições criada pela economia positiva pode
ser solucionada pela investigação dos fatos,
enquanto que na normativa envolve julgamento de
valores.
A essência da abordagem normativa na economia é
maximizar o valor dos bens.
7 Formas de Análise Econômica


Dois tipos de análise econômica pode ser aplicados para
aumentar nossa compreensão sobre as relações entre o
sistema econômico e o ambiente:

Economia Positiva: trata do que é, o que foi, ou o que será.

Economia Normativa: trata do que deve ser.
A essência da abordagem normativa na economia é maximizar
o valor dos bens.
O problema não é se os homens devem criar impactos no
ambiente, mas definir o nível ótimo de impactos.
8 Critério Normativo para
Tomada de Decisão

Eficiência estática: usada para julgar alocação
de recursos em um ponto no tempo; usado
quando as escolhas em vários períodos de tempo
são independentes.


Exemplo: recursos hídricos suficientes para atender
a demanda atual sem comprometer a
disponibilidade futura.
Eficiência dinâmica: usada para escolhas que
afetam não somente nossa geração, mas também
as gerações seguintes.


Exemplos: recursos energéticos esgotáveis
(combustíveis fosseis) e os recursos biológicos
renováveis (peixes e florestas) quando explorados
em excesso.
9 Valoração dos Bens



A abordagem normativa tenta
maximizar o valor dos bens
ambientais através do balanço entre a
preservação e o uso dos bens.
Avaliação é antropocêntrica: os
efeitos no ecossistema são avaliados
em termos de seus últimos efeitos na
humanidade.
Escolha racional do indivíduo
difere da escolha racional da
coletividade: o problema não é o
valor que está sendo usado para as
escolhas, mas o processo pelo qual
as escolhas são feitas.
10 Economia Tradicional vs.
Economia Ecológica

Abordagem Econômica Tradicional:



Tem como fundamentação a economia
neoclássica;
Alocação dos recursos ao longo do tempo
(esgotamento do petróleo e minerais, uso dos
solos agrícolas, atmosfera, bens públicos como
parques nacionais);
Trata das externalidades (benefícios e custos
externos).
10 Economia Tradicional vs.
Economia Ecológica

Economia Ecológica:



Formula questões mais abrangentes para os problemas
ambientais por incorporar leis derivadas das ciências
ambientais;
Trata do esgotamento dos estoques pesqueiros integrando
as visões biológica, ecológica e econômica do peixe;
questões sobre a disponibilidade e implicações ambientais
energéticas dos sistemas energéticos correntes;
Princípio fundamental: a atividade econômica humana deve
ser limitada pela capacidade de suporte ambiental;
10 Economia Tradicional vs.
Economia Ecológica

Capacidade de suporte é o nível populacional e
atividades de consumo, sejam elas humanas ou
animais, que a base de recursos natural disponível
pode suportar sem depleção.


Exemplo: A oferta de energia, recurso natural escasso, e
danos ambientais cumulativos são restrições sobre o
crescimento econômico.
Mudanças estruturais importantes na natureza da
atividade econômica são requeridas para adaptar-se
aos limites ambientais.
11 Valoração Econômica vs.
Abordagem da Economia Ecológica

Abordagem da Valoração Econômica:



Estende as ferramentas utilizadas para valorar produção,
bens e serviços para valorar recursos naturais e fluxo de
resíduos;
Consiste em colocar preço para recurso natural e insumo
ambiental, mesmo aqueles que de não-mercado (ar, água,
biodiversidade, etc.);
Abordagens utilizadas:




Redefinição ou reavaliação dos direitos de propriedade;
Criação de novos mercados (p.e., permissões para poluir);
Valoração implícita através de pesquisa;
Outras.
11 Valoração Econômica vs.
Abordagem da Economia Ecológica

Abordagem da Economia Ecológica:



Considera o sistema econômico como um subconjunto do
ecossistema;
Valoração econômica ambiental captura apenas
imperfeitamente a complexidade dos processos ecológicos;
A valoração econômica ambiental precisa ser alterada para
refletir as realidades dos ecossistemas ou suplementada por
outras formas de análises (fluxo de energia, capacidade de
suporte, balanço ecológico, etc.)
11 Valoração Econômica vs.
Abordagem da Economia Ecológica

Abordagem da Economia Ecológica:


As duas abordagens podem conduzir a conclusões
significativamente diferentes sobre as políticas dos
recursos e ambientais apropriadas;
Exemplo: Mudanças Climáticas


Economia tradicional: balancear os benefícios e custos de
se evitar as mudanças climáticas futuras; políticas
voltadas para maximizar o benefício econômico líquido.
Economia Ecológica: mensurar os requerimentos físicos
necessários para estabilizar o clima – limitação do CO2 –
e definição de medidas econômicas para alcança-las.
11 Valoração Econômica vs.
Abordagem da Economia Ecológica

Comparação entre a amplitude das
políticas:


Economia tradicional: ações políticas de
amplitude limitada visando evitar
excessivos custos econômicos;
Economia ecológica: ação drástica para
atender os requerimentos biofísicos básicos
para a estabilidade ecossistêmica.
12 Microeconomia vs.
Macroeconomia Ambientais

Microeconomia e as Técnicas de Valoração:

Depende fortemente da teoria microeconômica tradicional;

Enfoca as questões dos recursos individual e ambiental;

Técnicas da microeconomia ambiental:




Mensuração dos custos e benefícios externos;
Valoração dos recursos e do meio ambiente como bens de
propriedade privada ou público;
Criação de regras de direito de propriedade apropropriada para
os recursos ambientais e estabelecimento de normas para o
uso dos recursos de propriedade comum e para a provisão de
bens públicos;
Balanço dos custos e benefícios econômicos através de alguma
forma de análise benefício-custo.
12 Microeconomia vs.
Macroeconomia Ambientais

Macroeconomia Ambiental



Preocupa-se com a interrelação do crescimento econômico e
os ecossistemas;
Trata de questões de grande escala (mudanças climáticas,
depleção da camada de ozônio, perda da biodiversidade,
degradação desenfreada de terras agrícolas, escassez
regional de água, danos dos ecossistemas dos oceanos e
florestas);
A atividade econômica é um processo que acelera a carga
(insumos e produtos) de materiais dos ciclos ecológicos
(ciclo da carbono, ciclo do nitrogênio, ciclo da água, ciclos
orgânicos);
12 Microeconomia vs.
Macroeconomia Ambientais
12 Microeconomia vs.
Macroeconomia Ambientais

Macroeconomia Ambiental


A forma mais importante de acelerar a carga de
recursos é usar mais energia para impulsionar o
sistema econômico – à medida que o crescimento
econômico procede, as demandas do sistema
econômico sobre os ciclos ecológicos crescem.
A questão macroeconômica ambiental consiste em
saber como balancear o tamanho do sistema
econômico, ou a escala da macroeconomia, com o
ecossistema que o suporta.
13 Implicação da Economia
Orientada Ecologicamente


Mensuração da renda nacional que possa
explicitar a magnitude da poluição ambiental
e depleção dos recursos naturais no cálculo
da renda nacional.
A busca por um balanço entre crescimento
econômico e saúde do ecossistema deu
origem ao conceito de desenvolvimento
sustentável
14 Sustentabilidade

Que herança deve as gerações presentes deixar para as gerações
futuras?
Eqüidade Intergeracional = Padrão de Justiça Aceitável

Filósofo John Rawls: Teoria da Justiça



Princípio geral da justiça: colocar todas as pessoas sob o “veu da
ignorância”;
Sob esta condição, as pessoas iriam definir as regras para governar a
sociedade, sob as quais todos estariam submetidos;
Levar em consideração as preferências das gerações presentes e futuras:
exploração versus conservação.
Critério de Sustentabilidade:
No mínimo, as gerações futuras não devem ficar em situação
pior do que as gerações correntes.
14 Sustentabilidade

Critério de sustentabilidade:


Em essência, o critério de sustentabilidade sugere
que as gerações presentes têm a liberdade de
usar os recursos que seriam negados às gerações
futuras na medida em que as gerações futuras
mantivessem o nível de bem-estar tão alto quanto
as gerações anteriores.
QUESTÕES: Estariam nossas instituições dando
proteção adequada para as gerações futuras?
Quais as condições que garantem que as
alocações satisfaçam o critério de
sustentabilidade?
14 Sustentabilidade

Interpretações de sustentabilidade:



Nível de bem-estar não-decrescente: O uso de recursos por
gerações anteriores não deve exceder o nível o qual impedem as
gerações futuras de atingirem um nível de bem-estar pelo menos
igual (ou maior). Para isto, o valor do estoque de capital total
(capital físico e natural) não deve declinar.
Valor do capital natural não-decrescente. O valor do estoque
remanescente de capital natural não deve diminuir, portanto o
capital natural e físico (feito pelo homem) oferece limitada
possibilidade de substituição.
Fluxo de serviços físicos de certos recursos. Para certos
recursos, o fluxo de serviços físicos deve ser mantido
perpetuamente.
15 Compatibilidade dos Critérios
de Eficiência e Sustentabilidade

Exige-se uma estratégia específica para justapor os critérios de
sustentabilidade e eficiência econômica:
ALOCAÇÕES SUSTENTÁVEIS E EFICIENTES:
1. Atender ao critério de sustentabilidade: condição primordial para
a decisão social visando eliminar alocações insustentáveis;
2. Atender ao critério de eficiência dinâmica e estática: escolha de
alocações sustentáveis eficientes (minimização de perdas).
15 Compatibilidade dos Critérios
de Eficiência e Sustentabilidade
CORREÇÕES DAS INEFICIÊNCIAS:
•
Pressupõe-se que a insustentabilidade é determinada por
comportamentos ineficientes;
•
Corrigindo ineficiências, restabelece a sustentabilidade ou
conduz a economia na direção da sustentabilidade;
•
Produz situações em que todos ganham por aumentar o
benefício líquido;
•
Cria condições favoráveis para promover mudanças
econômicas, sociais, institucionais e políticas.
BONS ESTUDOS!
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