Insuficiência Cardíaca 1. Revisão da Anatomia e Fisiologia do Coração O coração é um órgão muscular oco, localizado no centro do tórax, onde ocupa o espaço entre os pulmões e repousa sobre o diafragma. Ele pesa aproximadamente 300 g. A ação de bombeamento do coração é efetuada pela contração e relaxamento rítmicos de sua parede muscular. Durante a sístole contração do músculo e a diástole relaxamento do músculo.Um coração normal bate aproximadamente 60 a 80 batimentos por minuto e ejeta 70ml de sangue por batimento apresentando um débito de 5 litros por minuto. Insuficiência Cardíaca 1. Conceito É a incapacidade do coração de bombear sangue suficiente para satisfazer as necessidades de oxigênio e nutrientes por parte dos tecidos. O termo insuficiência cardíaca congestiva (ICC) é mais comumente empregado em referência a insuficiência cardíaca direita ou esquerda. 3. Causas Hipertensão Arterial Aterosclerose da Coronária (Infarto Agudo do Miocárdio) Disfunção Valvular Inflamatórias e degenerativas Doença de Chagas 2. Classificação A Insuficiência Cardíaca Congestiva é freqüentemente classificada de acordo com os sintomas. A classificação da New York Association estabelece esta com base na avaliação da função ventricular esquerda. Classificação I Sintomas Atividade física comum não provoca fadiga indevida, dispnéia, palpitações ou dor. Nenhuma congestão pulmonar ou hipotensão periférica. Assintomática. Prognóstico Bom II Discreta limitação sobre as AVDS, o paciente não relata sintomas em repouso Bom mas em atividade aumentada III Estertores Basais e sopro em S3 podem ser detectados, acentuada limitação nas Razoável AVD. O paciente sente-se confortável em repouso, IV Sintomas de insuficiência Cardíaca em repouso. Ruim 5. Insuficiência Ventricular Os ventrículos esquerdo e direito pode falhar separado inicialmente e as manifestações podem diferenciar de acordo com a existência da insuficiência ventricular direita ou esquerda. Entretanto, como os débitos dos ventrículos são acoplados a falha de um deles pode levar ao débito diminuído do outro. 6. Insuficiência Cardíaca Esquerda a) Fisiopatologia: o ventrículo não consegue bombear o sangue Aumento da pressão no ventrículo esquerdo Aumento na pressão da circulação pulmonar força o líquido para dentro dos tecidos pulmonares e alvéolos, o que compromete a troca gasosa. Diminui o fluxo sanguíneo no átrio esquerdo b) Manifestações Clínicas Dispnéia tosse, dispnéia aos esforços. Ortopnéia e dispnéia paroxística noturna. A tosse pode ser seca ou produtiva quando produtiva pode vir acompanhada de escarro rósseo e que indica congestão pulmonar grave edema agudo de pulmão. Ausculta pulmonar com estertores crepitantes(na fase inspiratória) e estertores subcreptantes ou bolhosos (final da inspiração e início da expiração)e roncos bilaterais, fadiga. (filme) Agitação e ansiedade Palidez ou acinzamento da pele mostrando-se fria e pegajosa Ausculta cardíaca sopros taquicardia, palpitação, pulso fracos e filiformes, insônia. No ECG (eletorardiograma) grande deflexões QRS nas precordiais. 7. Insuficiência Cardíaca Direita Fisiopatologia: quando o ventrículo direito falha a congestão das vísceras e dos tecidos periféricos predomina. Isso ocorre porque o lado direito do coração não consegue ejetar o sangue e dessa maneira, não consegue acomodar todo sangue que normalmente retorna par ele, a partir da circulação venosa. b) Manifestações clínicas: Edema de membros inferiores afeta principalmente os pés e tornozelos, agravando-se quando o paciente fica em pé que com as pernas pendentes. O inchaço diminui quando o paciente eleva as pernas. Ganho de peso: retenção de 4,5 litros ECG: onda R aumentada em V1, V2, V3, V4. a) Hepatomegalia: dor no quadrante superior direito do abdome resulta da ingurgitação venosa do fígado. A pressão aumentada pode interferir com a capacidade de trabalho do fígado, denominado de disfunção hepática secundária. A medida que a disfunção progride a pressão aumentada dentro da porta leva a ascite. Anorexia: náuseas, fraqueza resultando ingurgitamento venosos e da estase venosa dentro dos órgãos abdominais. Nictúria: acontece porque a perfusão renal é promovida pelos períodos em que o paciente fica em repouso porque o débito cardíaco melhora a noite 8. Tratamento Clínico a) Aconselhamento sobre exercício regular b) Restrição de sódio 2g/dia e prevenção de ingesta excessiva de líquido c) Proibição da ingesta de álcool d) Proibição do tabagismo e) Oxigenoterapia que baseis-se no grau de congestão pulmonar e na hipóxia resultante Medicamento Ação Absorção Dose e Excreção Diuréticos Poupadores de Potássio (espirionolactona – Aldactone) Atuam no túbulo cortorcido distal competindo com a aldosterona Via Oral com ação moderada após algumas horas e persiste de 2 a 5 dias Inibidor da enzima conversora – captopril, enalapril, lisinopril, ramipril, trandolapril Inibem a conversão da angiotensina I em II reduzem a resistência periférica total Ação rápida metabolizado no fígado 50 a 200mg dia. Podendo chegar no máximo 450mg Fezes e urina Proteinúria, taquicardia, rash cutâneo, paretesias das mãos, tosse, broncoespasmo Digitálico Aumenta a força de contração por aumento do Ca miocárdica lentifica a contração AV aumentando o DC e a diurese Ação lenta e absorção no fígado Via Oral de 0,5 a 0,25 mg / dia. Excreção renal. Intoxicação Digitálica Renal Efeitos colaterais Sonolencia, letargia, cefáleia hipercalemia, diaréia erupçoes cutâneas Medicamento Ação Absorção Dose e Excreção Efeitos colaterais Catecolamina Dobutamina Estimula os receptores beta aumentando a contratilidade cardíaca rápida Rápida e endovenosa 1 ampola com 20 ml diluida em 230 ml de SG 5% BI ACM Aumenta a freqüência cardíaca e os focos ectópicos Milrinona Primacor Inibidor da fosfodiesterase impede a captação do cálcio Rápida endovenosa Trombolítico Enoxoparina Sódica Quebra da placa de ateroma Moderada e subcutânea Hipotensão disfunsão gastrointestinal, Disritmias ventriculares diminuição de plaquetas 20 a 100 mg Petéquias e equimose 10.Intoxicação Digitálica É uma grave complicação da terapia digitálica e o diagnóstico baseia-se nos sintomas clínicos do paciente que incluem: diminuição sérica do potássio, fadiga, depressão, indisposição, anorexia, náuseas, vômitos e diarréia. Alterações no ritmo cardíaco (bradicardia), alterações no ECG (inclinação gradual do seguimento ST, bloqueio sinusal ou atrioventricular).