ICC – Insuficiência Cardíaca Congestiva

Propaganda
ICC – Insuficiência Cardíaca Congestiva
É a incapacidade cardíaca em bombear sangue suficiente para atender às necessidades teciduais de
oxigênio e nutrientes. ICC se refere à falência das câmaras cardíacas, direita e esquerda.
O mecanismo responsável pela insuficiência cardíaca é a redução das propriedades contráteis do
coração, acarretando débito cardíaco menor do que o normal.
A freqüência cardíaca é uma função do sistema nervoso autônomo. Quando o DC diminui, o sistema
nervoso simpático acelera a freqüência do coração, com o fim de manter um débito adequado. Quando tal
mecanismo não consegue mais manter a perfusão tecidual adequada, as propriedades do VE necessitam ser
ajustadas. Entretanto na insuficiência cardíaca cujo principal problema é a lesão e a falência das fibras
musculares miocárdicas, o VE está reduzido, e o DC normal não pode ser mantido.
O débito cardíaco
 Volume de Ejeção = Volume de sangue nos ventrículos antes da contração – Volume de sangue nos
ventrículos após a contração, ou seja, VDF – VSF = VE. Utilizando-se valores médios para pessoas em
repouso, temos: 135 – 65 = 70ml com volume de ejeção normal, não é constante e pode passar de 100ml
durante o exercício; assim como a freqüência cardíaca, é regulado homeostaticamente por mecanismo
compensatório.
 DC = FC x VE
Ex.: 72 batimentos /minuto x 70 ml/batimento
DC = 5040ml, aproximadamente 5l/minuto
A quantidade de sangue bombeada a cada contração, depende de três fatores:
 Pré-carga – quantidade de sangue que enche o coração é diretamente proporcional a pressão criada
pelo comprimento das fibras miocárdicas estiradas
 Contratilidade – significa alteração na força de contração, que ocorre em nível celular e está relacionada
às alterações no comprimento da fibra miocárdica
 Pós-carga – indica a pressão que o ventrículo necessita produzir para bombear o sangue contra o
gradiente de pressão, criado pelas válvulas semilunares. Na insuficiência cardíaca, qualquer um ou todos
os fatores podem estar alterados, de forma que o DC está reduzido. A facilidade relativa em determinar
os parâmetros hemodinâmicos, através de procedimentos de monitorização invasivos, tem facilitado
enormemente o diagnóstico.
Situações que precedem a ICC:
 Aterosclerose coronariana
 O IAM
 Hipertensão arterial sistêmica ou pulmonar (aumento da pós-carga)
 Associada às doenças inflamatórias
 Estenose de uma válvula semilunar
 Alguns fatores sistêmicos e disturbios eletrolíticos
Manifestações clínicas:
 Tosse, Dispnéia, ortopnéia, estertores bilaterais
 Taquicardia, turgência jugular
 Hipertensão
 Náuseas, anorexia, hepatomegalia, ascite
 Edema pulmonar, edema gravitacional, ganho de peso
 Perfusão tecidual diminuída (inclui tonteira, confusão, fadiga, intolerância ao esforço ou calor,
extremidades frias e oliguria).
O Edema Agudo do pulmão, geralmente tem inicio assintomático e se instala em um dado espaço de tempo,
variando com a causa.
A insuficiência cardíaca ventricular esquerda precede, mais comumente, a falência do ventrículo direito, e a
insuficiência ventricular esquerda isolada é sinônimo de edema agudo do pulmão.
EAP por IVE – ocorrência de congestão pulmonar por incapacidade do ventriculo esquerdo de bombear
adequadamente o sangue recebido da artéria pulmonar para a circulação sistêmica. Acumulação de líquido
nos alvéolos, dificultando a troca gasosa.
 Manifestações clínicas – dispnéia (em repouso ou ao menor esforço), tosse, fadiga,
taquicardia, ansiedade com agitação, ortopnéia, dispnéia paroxística noturna, inquietude e
ansiedade, escarro espumoso algumas vezes com presença de sangue.
Edema por IVD - neste caso o quadro predominante e o da congestão visceral e tecidual periférica. Ocorre
devido o ventrículo direito não conseguir esvaziar adequadamente seu volume de sangue.
 Manifestações clínicas – subseqüente de edema gravitacional que começa nos pés e
tornozelos e, gradativamente pode ascender para pernas e coxas e, finalmente para genitália
externa e parte inferior do tronco. O cacifo, no qual a depressão permanece mesmo após a
compressão suave com a ponta dos dedos, só é evidenciado depois da retenção de pelo
menos 4,5kg de líquido.
Tratamento: reduzir o trabalho cardíaco, aumentar a força/eficiência da contração miocárdica, monitorar
reações às drogas.
Medidas não farmacológicas: restrição de atividades físicas, perda de peso, restrição de sódio e líquidos na
dieta, restrição de bebidas alcoólicas.
Medicamentos:

IECA: captopril, enalapril – vasodilatação, reduz o trabalho cardíaco, reduz pré e pós carga, eleva a
diurese, aumenta a excreção de sódio e água(reduz a aldosterona)

Bloqueadores dos receptores da angiotensina II – losartan, cozaar – reduz a PA e a resistência
periférica

Beta bloqueadores – propranolol, carvedilol – reduz a FC e a PA

Diuréticos – Aumentam a excreção de urina, remoção excesso de líquido:
Tiazídicos – inibem a reabsorção de sódio e cloreto, aumentam excreção de potássio e bicarbonato
Diuréticos de alça – lasix – idem
Poupadores de potássio – aldactone – inibe a reabsorção de sódio e poupa potássio
Ef.colaterais: distúrbios eletrolíticos, reduz a PA, hiperuricemia (gota) e ototoxicidade.

Digitálicos – digioxina – aumenta força de contração miocárdica, aumenta o DC, estimula a
diurese, remove líquido, reduz o edema, melhora os sintomas. Lentifica a condução elétrica
através do nódulo AV.

Bloqueadores dos canais de cálcio – adalat(nifedipina), verapamil, diltiazem (cardizem),
amlodipina(norvasc), felodipina(plendil0 – vasodilatação, reduz a resistência periférica.
Para cada paciente pode ser escolhido um esquema terapêutico específico.
Intoxicação digitálica
Complicação da terapia digitálica, mesmo com doses séricas normais. O controle sérico de 6 a 10 hs após a
última dose. O diagnóstico é clínico: sintomas iniciais - fadiga, depressão, indisposição, anorexia, náuseas e
vômitos; alteraçãoes do ritmo cardíaco e do ECG – bloqueio SA ou AV.
Tratamento: suspender a digoxina, monitorar sintomas, digibind – antagonista da digoxina.
OBs: hipocalemia, disfunção renal, uso de ATbs, ancoron, ancoron, e bloqueador de canal de Ca predispõem
à intoxicação digitálica.
Pacientes com insuficiência cardíaca
Diagnósticos de enfermagem:
Intolerância à atividade física, excesso de volume líquido, ansiedade relacionada com a falta de ar,
impotência relacionada com a incapacidade de realizar as funções, não aderência ao tratamento relacionada
aos efeitos colaterais das drogas.
Problemas interdependentes: choque cardiogênico, arritmias, tromboembolia, derrame pericárdico e
tamponamento cardíaco.
Ações d e enfermagem:
 Repouso e conforto, auxiliar nas tarefas e higiene

Orientações para retorno às atividades

Registrar sinais vitais

Balanço hídrico rigoroso, pesar em jejum, restrição hídrica

Medir circunferência abdominal

Manter cabeceira a 30°, administrar oxigênio se necessário

Cuidados com a pele

Orientações para alta: retorno às atividades, uso dos medicamentos, observação de sinais de
descompensação como ganho de peso, perda de apetite, falta de ar incomum com a atividade,
edema tornozelos, pés ou abdome,tosse persistente, sono agitado necessidade de dormir sentado.
Download