Por que estamos envelhecendo precocemente By Verinh@ Tudo na vida tem praticamente dois lados: um positivo e o outro negativo. Em todo o processo de desenvolvimento, no decorrer dos anos, o homem vem tentando tornar as coisas mais fáceis, desenvolvendo sempre novas tecnologias com vistas a propiciar maiores facilidades de vida. Este é o lado positivo. Entretanto, parece que quanto mais as pessoas buscam o conforto, melhorando a qualidade dos transportes, desenvolvendo automóveis superconfortáveis, melhorando a qualidade e recursos de habitação, com lareiras, ar-condicionado, piscinas térmicas, transformando os alimentos, dando-lhes aspecto, formas, cores e aromas diferentes daqueles encontrados na natureza, modificando o leite, as carnes e demais produtos de origem animal e vegetal através de constantes transformações pode, na realidade, estar atingindo o lado negativo, prejudicando a qualidade de vida e sobrevivência dos seres vivos sobre a Terra... A alimentação dos nossos ancestrais consistia de alimentos frescos ou quase frescos, porque não havia praticamente uma maneira adequada de guardá-los sem que se deteriorassem. Era uma alimentação integral e os alimentos eram consumidos quase que in natura, e não podiam ser desperdiçados. Eram livres de aditivos químicos, mesmo porque, naqueles tempos, ainda não haviam sido descobertos. Os alimentos, como não podiam ser estocados por muito tempo, eram também quase que livres de agentes patogênicos ou infecciosos. Os alimentos disponíveis eram então naturais, variando em qualidade conforme as regiões e climas onde eram produzidos. Com o passar dos anos, os alimentos foram sendo industrializados, e como forma de preservá-los, foram sendo estudados meios de mantê-los íntegros e com boa aparência, a fim de facilitar não só as vendas, como também de aumentar os lucros. Entretanto, estes alimentos industrializados foram se tornando cada vez mais artificializados. O beneficiamento dos grãos retirou grande parte de suas qualidades e vitaminas, sendomque os aditivos químicos, incluindo estabilizantes, conservantes, emulsificantes, edulcorantes antiespumantes, acidificantes e outros “-antes” tornaram os alimentos aromatizados, bonitos, resistentes à putrefação, melhor sabor, fazendo parecer que o produto é extraordinariamente nutritivo. Grande engano, pois quase todos os produtos processados através de técnicas modernas, além de se tornarem inferiores em qualidade e nutrientes aos produtos naturais, ainda contêm agrotóxicos, corantes adicionados e outros tipos de aditivos altamente prejudiciais à saúde. Quando observo crianças em supermercados pedindo a seus pais para comprarem refrigerantes coloridos e altamente atrativos, fico extremamente preocupado, pois a maioria destas bebidas (com exceção dos sucos naturais) são relativamente tóxicas, cancerígenas e altamente perniciosas ao desenvolvimento normal e saúde de nossas crianças. Por outro lado, enquanto a humanidade possuía uma dieta capaz de fornecer os nutrientes básicos para o equilíbrio do metabolismo orgânico e não existiam tantos fatores desmineralizantes (como o estresse, açúcar branco, pesticidas, metais pesados etc.) no ambiente, o oxigênio não atuava “contra” a vida. Em 1954, a teoria dos radicais livres propôs que o envelhecimento era causado por reações de átomos de oxigênio instáveis, que danificam as proteínas, gorduras etc., prejudicando os órgãos e o organismo como um todo. Hoje, existe suporte a esta teoria, chegando-se a um consenso de que radicais livres determinam realmente o envelhecimento, em decorrência do acúmulo de mudanças deletérias produzidas por reações destes radicais. A redução dos agentes antioxidantes naturais no corpo humano se deve aos fatores ambientais, como o álcool, fumo, estresse e em especial, pelo consumo excessivo de alimentos industrializados, os quais contribuem para o não aproveitamento dos nutrientes básicos, fazendo com isto que ocorram uma menor absorção e baixa da biodisponibilidade dos mesmos e conseqüente aumento do envelhecimento. As alterações do envelhecimento podem, entretanto, serem atribuídas a outros fatores, incluindo-se as fases de desenvolvimento, os defeitos genéticos, o meio ambiente, as doenças em geral e o fator principal, que é a fatalidade biológica inata e natural do envelhecimento. Apesar de na metade deste século haver aumentado a longevidade, conseguida pelo desenvolvimento da Medicina no controle das doenças gerais e endêmicas e melhoria das condições de vida, moradia, saneamento básico etc., os pesquisadores começaram a observar que, a par do desenvolvimento tecnológico e da somatória destas diversas mudanças, o homem estava, através da alimentação artificializada, perdendo a resistência a uma série de doenças, e acelerando o seu processo de envelhecimento e acumulando os fatores que reduzem a longevidade. Texto: Sady Ricardo dos Santos Formatação: Vera Lúcia de Siqueira [email protected]