ESQUIZOFRENIA O QUE É ESQUIZOFRENIA? A esquizofrenia é uma desordem cerebral crônica grave. É classificada como doença psiquiátrica que se caracteriza pela perda do contato com a realidade. Os esquizofrênicos podem escutar vozes e acreditar que outros estão lendo e controlando seus pensamentos ou conspirando para prejudicá-las. Essa doença afeta em torno de 1% da população, dos quais entre 60.000 e 100.000 são brasileiros. SINTOMAS ESQUIZOFRENIA x PERSONALIDADE MÚLTIPLA Faixa etária: entre 13 e 25 anos Positivos x Negativos: Tem como finalidade dizer de maneira objetiva o estado do paciente, tendo como ponto de referência a normalidade. Os sintomas positivos são aqueles que não deveriam estar presentes em pessoas normais. São estes sintomas que causam maior preocupação sendo, portanto, mais facilmente percebidos. Já os negativos são aqueles que deveriam estar presentes nas pessoas normais, mas estão ausentes nos esquizofrênicos, sendo esses os mais difíceis de se tratar. 1) Sintomas positivos: São associados ao estigma da loucura. • Delírios • Alucinações • Transtorno do Pensamento • Alteração da sensação do eu / comportamentos bizarros 2) Sintomas negativos: Na maioria das vezes são confundidos aos sintomas de depressão e associados ao estigma da preguiça, por isso são dificilmente notados. • Falta de motivação e apatia • Embotamento afetivo • Isolamento social • Escassez de pensamentos • Diminuição da capacidade de falar INDENTIFICAÇÃO A esquizofrenia é complicada de ser diagnosticada no início, pois os primeiros sintomas da doença surgem numa fase da vida na qual eles podem ser confundidos com a crise típica da adolescência (quebra do rendimento escolar, mudança de amizades, problemas para dormir, irritabilidade , isolamento ou o início de uma toxicodependência). Somente na fase mais avançada podem surgir sintomas mais perceptíveis como alucinações. Esses sintomas acabam sendo confundidos com o uso de drogas. Na verdade, o freqüente consumo de drogas na esquizofrenia é conseqüência da doença, já que algumas drogas (principalmente o álcool) exercem certo efeito sedativo e tranqüilizante, o que pode melhorar o humor do paciente. A identificação da doença também é prejudicada, pois os sintomas se manifestam com intensidade e maneiras diferentes em cada paciente, não podendo se estabelecer um padrão. CAUSAS As causas da esquizofrenia são uma combinação entre fatores genéticos e ambientais. FATORES AMBIENTAIS: 1) Exposição pré-natal a viroses: Por volta de 7 a 15% dos esquizofrênicos nascem no inverno, período em que ocorre a influenza epidêmica. Fetos expostos ao vírus da influenza A2, apresentavam risco mais elevado para esquizofrenia. 2)Complicações de gravidez e parto: baixo peso ao nascer, prematuridade, trabalho de parto prolongado, pré-eclâmpsia (intoxicação durante a gravidez, caracterizada pelo aumento da pressão arterial), ruptura prematura de membranas e complicações pelo cordão umbilical. Indivíduos expostos a CGP apresentam risco duas vezes maior de desenvolverem esquizofrenia, sendo pré-eclâmpsia o fator de risco mais importante. 3) Privação nutricional pré-natal: Privação nutricional durante a gestação tem efeito duas vezes maior sobre a ocorrência de esquizofrenia. Notou-se uma relação entre a ocorrência de esquizofrenia e o aparecimento de defeitos do tubo neural, conseqüência da má nutrição materna. 4) Hipótese dopaminica: A esquizofrenia está relacionada com a atividade excessiva da dopamina (neurotransmissor que tem como função a atividade estimulante do SNC). Não se sabe se há excesso de dopamina ou de receptores para a substância, uma hipersensibilidade ao neurotransmissor ou uma combinação de todos esses fatores. FATORES GENETICOS: 1) Estudos em famílias: Quanto mais próximo o grau de parentesco, maior o risco para desenvolvimento da esquizofrenia, podendo chegar a 13%, se um parente de primeiro grau é portador da doença. 2) Estudos em adotivos: Separam os efeitos genéticos dos ambientais. O indivíduo adotado recebe seus genes de uma família, mas a sua experiência de vida é como membro de outra. A freqüência do distúrbio nos filhos biológicos de pais esquizofrênicos é maior se comparada a freqüência em filhos biológicos de pais saudáveis, ambos adotados logo após o nascimento. 3) Estudos em gêmeos: A taxa de concordância para esquizofrenia em gêmeos monozigóticos é de 50% e, para gêmeos dizigóticos, é de 15%. Os três estudos comprovam a existência do componente genético para a esquizofrenia, mas também deixam claro que não é somente esse fator que determina a manifestação da doença, afinal, em doenças unicamente genéticas, o esperado para gêmeos monozigóticos é 100% de concordância, uma vez que ambos possuem carga genética idêntica. Estima-se que o componente genético represente de 70% a 80% da susceptibilidade total para desenvolver a doença. Até o momento, os estudos de genética molecular têm demonstrado apenas regiões cromossômicas sugestivas (cromossomos 6, 13 e 22), mas ainda não foi possível identificar os genes responsáveis pela doença. A grande quantidade de genes defeituosos que causam a esquizofrenia, engloba provavelmente várias doenças ao invés de só uma. TRATAMENTO Os tratamentos atuais para esquizofrenia focalizam na eliminação dos sintomas da doença, feita através de medicamentos antipsicóticos que atuam sobre o sistema nervoso e tratamento psicossocial que incentivem a reinserção social do paciente. Porém, mesmo com tratamentos, a maioria da pessoas com esquizofrenia apresentam alguns sintomas residuais pela vida toda. Pesquisas estão desenvolvendo medicamentos mais eficientes e procurando entender as causas da esquizofrenia para achar formas de prevenção e tratamento. PERGUNTA: É comprovado que a evolução da esquizofrenia em homens é mais grave e rápida do que em mulheres. A que fatores podemos atribuir essa diferença na manifestação da doença entre os dois sexos? DIFERANÇA DA MANIFESTAÇÃO NOS DOIS SEXOS • No geral, pessoas com esquizofrenia tem o lobo parietal inferior menor que pessoas sem a doença. Nos homens esquizofrênicos, a parte esquerda é ainda menor que a direita, enquanto em homens normais, tem esse padrão é invertido. • Homens com idade precoce de início da esquizofrenia, são os que mais demonstram terem sofrido complicações durante o seu nascimento. Quanto mais cedo a doença inicia-se, maior a chance do individuo possuir uma história de complicações de gestação e de parto. • Na mulher, a instalação da doença ocorre mais tarde e elas se casam mais cedo. Assim, antes da manifestação da psicose, a mulher tem a possibilidade de construir uma rede social e familiar que vai ajudá-la no decorrer da doença. Porém, freqüentemente o homem não ainda construiu essa estrutura familiar quando a doença começa a se manifestar. Teoria do Estrógeno: O estrógeno atua sobre o cérebro do feto enquanto ele está no útero materno. Esse hormônio é responsável por organizar os neurônios e formar conexões que irão durar a vida toda. Ao longo da vida, o estrógeno tem efeitos ativadores em neurônios maduros, é responsável pelo crescimento de neurite e de nervos e pela formação de sinapse, além de neutralizar os efeitos tóxicos de várias substâncias. Como o estrógeno age? O estrógeno recebe, na membrana e na região promotora do próprio gene, elementos resposta. Efeitos no genoma demoram de horas até anos, porém os da membrana são imediatos. Esses efeitos da membrana seriam responsáveis pela ação antioxidante e de proliferação das células do estrógeno. Os receptores da membrana ainda não foram identificados. Conclusão: Os hormônios sexuais femininos (principalmente estrógenos) têm na célula nervosa um efeito semelhante ao dos medicamentos antipsicóticos, o que faz com que a manifestação da esquizofrenia nas mulheres seja mais lenta e menos grave.