etnomatemática e educação matemática crítica

Propaganda
O FIM DA INOCÊNCIA: UMA CRÍTICA DA
ETNOMATEMÁTICA
Vithal, R. e Skovsmose, O. (1997)
Fundamentos de Didáctica da Matemática
Professor Doutor João Pedro da Ponte
 Kátia Medeiros
 Márcia Alves
 Silvani
Outubro de 2006
EMERGÊNCIA DE DUAS
PERSPECTIVAS:
1. ETNOMATEMÁTICA E
2. EDUCAÇÃO MATEMÁTICA CRÍTICA.
ETNOMATEMÁTICA: CULTURAL e
SOCIAL
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
CRÍTICA: SOCIAL E
POLÍTICO.
ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA CRÍTICA:
CONSCIÊNCIA SOCIAL
E RESPONSABILIDADE POLÍTICA.
A ETNOMATEMÁTICA E A EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA CRÍTICA, EMERGIRAM, EM PARTE,
ATRAVÉS DA CRÍTICA A OUTRAS POSTURAS
PARA O ENSINO DA MATEMÁTICA,
ESPECIALMENTE A ABORDAGENS TRADICIONAIS
OU CONVENCIONAIS.
O TEXTO APRESENTA UMA
CRÍTICA DA
ETNOMATEMÁTICA
UTILIZADA NA ÁFRICA DO
SUL, COM AS FERRAMENTAS
CONCEITUAIS DE UMA
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
CRÍTICA
MUDANÇAS CURRICULARES NA
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
DESDE OS ANOS 60
1.
MODERNIZAÇÃO;
2. INDUSTRIALIZAÇÃO e
3. DEMOCRACIA.
MUDANÇA TEÓRICA:
ANOS 50
TEORIA DA MODERNIZAÇÃO
DE ACORDO COM A TEORIA
DA MODERNIZAÇÃO A
INDUSTRIALIZAÇÃO É UM
DESENVOLVIMENTO
PROGRESSIVO

ETNOMATEMÁTICA PODE
SER CONSIDERADA COMO
UMA REAÇÃO AO
IMPERIALISMO CULTURAL NA
QUAL FOI CONSTRUÍDA A
TEORIA DA MODERNIZAÇÃO
 O SIGNIFICADO DA
ETNOMATEMÁTICA É O DE
IDENTIFICAR AS
COMPETÊNCIAS
MATEMÁTICAS IMPLÍCITAS
NA CULTURA DE UM GRUPO
SOCIAL. AO INVÉS DE
PENSARMOS EM TERMOS DE
UM CURRÍCULO, PENSAMOS
EM TERMOS DO PRÓPRIO
DESENVOLVIMENTO

UM CURRÍCULO PODE SER
DESENVOLVIDO EM TERMOS DE
COMPETÊNCIAS MATEMÁTICAS JÁ
EXISTENTES.
• A EDUCAÇÃO MATEMÁTICA
CRÍTICA PODE SER
CONSIDERADA COMO UMA
REAÇÃO À TEORIA DA
MODERNIZAÇÃO, DENTRO DE
UMA SOCIEDADE ALTAMENTE
TECNOLOGIZADA
ETNOMATEMÁTICA E EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA CRÍTICA:
◊
REAÇÕES AO OTIMISMO INGÊNUO QUE HAVIA
NA TEORIA DA MODERNIZAÇÃO E RESPOSTA ÀS
ATUAL COLONIZAÇÃO DA LIFEWORLD.
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA CRÍTICA:
CRÍTICA DA NDUSTRIALIZAÇÃO.
 É ESSENCIAL PARA DESENVOLVER
UMA CRÍTICA DE AMBAS AS NOÇÕES,
DESENVOLVER UMA COMPREENSÃO
PROFUNDA DE SUAS RELAÇÕES COM
PROGRESSO, DEMOCRACIA E
DESENVOLVIMENTO TECNOLÓGICO.
∆A
ETNOMATEMÁTICA SE REFERE A UM
AGRUPAMENTO DE IDÉIAS LIGADAS À
1. MUDANÇA NA HISTÓRIA DA MATEMÁTICA
TRADICIONAL;
2. ÀS RAÍZES CULTURAIS DA MATEMÁTICA;
3. À MATEMÁTICA DO DIA-A-DIA DE
DIFERENTES GRUPOS DE CRIANÇAS E
ADULTOS E
4. À EDUCAÇÃO MATEMÁTICA.
# A ETNOMATEMÁTICA COMO
UMA IDÉIA EDUCACIONAL, SUGERE
QUE O CONTEÚDO DA EDUCAÇÃO
MATEMÁTICA ESTEJA LIGADO À
MATEMÁTICA IMPLÍCITA NA
CULTURA NA QUAL O ALUNO ESTÁ
INSERIDO.
 A ETNOMATEMÁTICA NÃO
SE REFERE APENAS À
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA,
MAS A CERTAS PRÁTICAS,
BEM COMO AO ESTUDO
DESSAS PRÁTICAS EM UM
GRUPO SOCIAL.
A TESE SOBRE A QUAL OS AUTORES
SE CONCENTRAM É A DE QUE A
EDUCAÇÃO MATEMÁTICA PODE SER
MELHORADA SE DERMOS MAIS
ATENÇÃO À ETNOMATEMÁTICA NA
CULTURA NA QUAL O ALUNO ESTÁ
INSERIDO.
A ETNOMATEMÁTICA NA
ÁFRICA DO SUL
APARTHEID;
ETNOMATEMÁTICA: CULTURA NA
EDUCAÇÃO;
EDUCACIONAL-POLÍTICOEMOTIVO.
ETNOMATEMÁTICA E CULTURA
 CORRUPÇÃO DO CONCEITO DE CULTURA NA
ÁFRICA DO SUL.
 A ETNOMATEMÁTICA TEM SE ALARGADO E A
NOÇÃO DE CULTURA SE TORNOU ESSENCIAL
EM SUA DEFINIÇÃO.
 DURANTE A COLONIZAÇÃO O CONCEITO DE
CULTURA, TRAZIDO DA ANTROPOLOGIA, FOI
USADO PARA “DESCOBRIR E DESCREVER POVOS
INDÍGENAS”.
 POLITIZAÇÃO DO CONCEITO DE CULTURA
PELOS AFRIKANERS
COM O FIM DA COLONIZAÇÃO O CONCEITO DE
CULTURA FOI POLITIZADO E LIGADO AO
CONCEITO DE RAÇA.
A IDÉIA ERA: “UMA CULTURA FORTE DEVE SER
BASEADA EM UM GRUPO ETNICAMENTE PURO”.
UM PROBLEMA, PORTANTO, COM A
ETNOMATEMÁTICA NA ÁFRICA DO SUL, É COM
O USO DO “ETNO”.
OS PESQUISADORES, ENTRETANTO, TÊM
ENFATIZADO QUE “ETNO” NÃO DEVE SER
RELATIVO À RAÇA, MAS ÀS TRADIÇÕES
CULTURAIS DE UM GRUPO SOCIAL.
NA ÁFRICA DO SUL, OS CONCEITOS DE
CULTURA, ETNICIDADE E RAÇA, NÃO SÓ ESTÃO
INTERLIGADOS, MAS POSSUEM FORTE
CONOTAÇÃO NEGATIVA

NA ÁFRICA DO SUL, “DIFERENÇA
CULTURAL”, PROPICIOU FUNDAMENTAÇÃO
IDEOLÓGICA PARA A EDUCAÇÃO DO
APARTHEID
GRUPOS CULTURAIS FORAM DEFINIDOS
RACIALMENTE E ETNICAMENTE: BRANCOS,
NEGROS, ÍNDIOS, ZULUS, AFRIKANERS E
ASSIM POR DIANTE.
A ETNOMATEMÁTICA, ENTRETANTO, NÃO É
UMA DOUTRINA RACISTA (ZEBB, 1989).
ELA ESTÁ SENDO VULNERÁVEL A ASSOCIAREM
O SEU SIGNIFICADO COM O RACISMO DO
APARTHEID.
CONFUSÃO ENTRE OS CONCEITOS DE RAÇA E
CULTURA, NA ÁFRICA DO SUL.
EM OPOSIÇÃO A ESTA VISÃO RACIAL DA
CULTURA, MOORE (1994) IDENTIFICOU DUAS
VISÕES BÁSICAS, MAS NÃO EXCLUDENTES,
ENCONTRADAS NA ÁFRICA DO SUL:


COM RAÍZES NA ANTROPOLOGIA,
ARGUMENTA QUE O CONCEITO DE CULTURA
É USUAL E AJUDA A IDENTIFICAR E
DESCREVER IMPORTANTES ASPECTOS DAS
DIFERENÇAS ENTRE AS COMUNIDADES.
A CULTURA COMO UMA CONSTRUÇÃO
SOCIAL E POLÍTICA, QUE PODE SER USADA
PARA INTERPRETAR, ORGANIZAR E
ESTRUTURAR A SOCIEDADE.
A ETNOMATEMÁTICA PERMITE LEVANTAR ALGUNS
QUESTIONAMENTOS, COMO:
 POR QUE ESSES VALORES E NÃO OUTROS?
 COMO ELES ESTÃO DISTRIBUÍDOS?
 QUEM TEM ACESSO A ELES? COM QUE FINALIDADE?
 NESSE SENTIDO, A ETNOMATEMÁTICA, PODE SER
VISTA COMO UM CONTEÚDO, SOCIAL, POLÍTICO E
IDELÓGICO.
AS PESQUISAS COM A ETNOMATEMÁTICA, USUALMENTE,
NÃO ESPECIFICAM MUITO SOBRE A DIFERENÇA ENTRE
CULTURA E PODER.
MILLROW (1992):
EM SEU ESTUDO COM OS CARPINTEIROS, NA ÁFRICA DO SUL,
AFIRMA QUE É ESSENCIAL POLITIZAR O CONCEITO DE
CULTURA.
GELSA KNIJIK (1993):
PRÁTICA ETNOMATEMÁTICA: NÃO É APENAS RESULTADO DE
INTERAÇÕES COM O AMBIENTE NATURAL E SOCIAL, MAS
TAMBÉM DAS RELAÇÕES DE PODER ENTRE E DENTRO DOS
GRUPOS CULTURAIS.
COMPREENDER CULTURA NAS RELAÇÕES DE
PODER É IGUALMENTE IMPORTANTE NA
EDUCAÇÃO.
O PROBLEMA DA DEFINIÇÃO:
D’AMBRÓSIO (1994):
ETNO-MATHEMA-TICS
A ETNOMATEMÁTICA,
PORTANTO, SIGNIFICA AS
TÉCNICAS DE COMPREENSÃO
EMBUTIDAS CULTURALMENTE.
ETNOMATEMÁTICA E
CIDADANIA CRÍTICA
CONSCIÊNCIA SOCIAL E
RESPONSABILIDADE POLÍTICA
QUESTÕES LEVANTADAS PELOS
AUTORES:
COMO FAZER UMA INTERPRETAÇÃO
ETNOMATEMÁTICA DO SABER
MATEMÁTICO SERVIR PARA A
EMANCIPAÇÃO DOS ALUNOS?
 UMA QUESTÃO CRUCIAL NA EDUCAÇÃO MATEMÁTICA QUE
TENTA APOIAR O DESENVOLVIMENTO DE UMA CIDADANIA
CRÍTICA, SE REFERE AO TIPO DE COMPETÊNCIAS QUE
DEVEM SER DESENVOLVIDAS: QUE COMPETÊNCIAS
EXPRESSAM UMA EMANCIPAÇÃO?
 O QUE FAZ MATEMÁTICA PARA O PODER DAS PESSOAS,
QUANDO TEMOS EM MENTE UMA SOCIEDADE
TECNOLÓGICA?
 UMA ABORDAGEM ETNOMATEMÁTICA DESENVOLVE UMA
COMPETÊNCIA QUE RESISTE À DOMINAÇÃO NA CULTURA
ATUAL?
 ALÉM DISSO, A ETNOMATEMÁTICA ESTARIA IMPLICADA NO
PODER DA MATEMÁTICA?
PODER: PAPEL DA MATEMÁTICA NA
SOCIEDADE.
A CIDADANIA CRÍTICA PODE AJUDAR AS PESSOAS A
INTERPRETAR A NATUREZA DAS RELAÇÕES NUMA
SOCIEDADE, NA QUAL O PODER DA MATEMÁTICA É
EXERCIDO.
A ETNOMATEMÁTICA E O
ALUNO
 POMPEU (1992) :
 ATIVIDADES MATEMÁTICAS BASEADAS NO CONHECIMENTO QUE
OS ALUNOS TRAZEM DE FORA DA ESCOLA;
 O CONHECIMENTO MATEMÁTICO É DESENVOLVIDO NAS
SITUAÇÕES PRÓPRIAS DOS ALUNOS.
 O PROFESSOR PRECISA COMPREENDER O CONCEITO DE
CULTURA E AS RAZÕES PARA FOCALIZAR A BASE CULTURAL
DOS ALUNOS.
ENTRETANTO, DAR SIGNIFICADO NA SALA DE AULA DE
MATEMÁTICA, NO CONTEXTO SÓCIO-CULTURAL DOS ALUNOS
NÃO É FÁCIL.
 O QUE PODERIA SER FEITO NA SALA DE AULA COM CRIANÇAS
DO SUBÚRBIO NA ÁFRICA DO SUL?

FALTA SABER COMO ESSAS ABORDAGENS PODEM
SER TRADUZIDAS NA PRÁTICA.
OS PROFESSORES NÃO SÓ DEVEM TER ACESSO E
COMPREENDER A BASE SOCIAL E CULTURAL DO
CONHECIMENTO MATEMÁTICO DE SEUS ALUNOS, ELES
TAMBÉM PRECISAM SER HÁBEIS PARA INTERPRETAR
ESSA REALIDADE ESTRANHA, EM TERMOS DA
MATEMÁTICA E TRANSFORMAR EM EXPERIÊNCIAS
CURRICULARES.
 MAS QUE ASPECTOS DA REALIDADE TEM ESSE
POTENCIAL?
 DA REALIDADE DOS ADULTOS OU DAS
CRIANÇAS?
 ESSA REALIDADE É DE QUAL ADULTO OU
CRIANÇA?
 E OS PROFESSORES QUE NÃO PARTILHAM A
MESMA BASE SOCIAL E CULTURAL COM SEUS
ALUNOS?
A QUESTÃO DO CONFLITO
TRAZER O CONTEXTO CULTURAL
PARA O CURRÍCULO RECONCILIA OU
EXACERBA DIFEREÇAS E
CONFLITOS?
BACKGROUND E FOREGROUND:
INTERAGEM
 É PRECISO CONSIDERAR, NA ETNOMATEMÁTICA, O
BACKGROUND E O FOREGROUND.
 NÃO BASTA PERGUNTAR DE ONDE OS ALUNOS VÊM,
MAS ONDE QUEREM CHEGAR?


QUAL A NATUREZA DO FOREGROUND DA
CRIANÇA DA ÁFRICA DO SUL?
O QUE SIGNIFICARIA DAR ATENÇÃO AO SEU
BACKGROUND E FOREGROUND NA SALA DE AULA?
UMA AUTOCRÍTICA
 UMA DAS DIFICULDADES NA COMPREENSÃO DA
NATUREZA PRECISA DA ETNOMATEMÁTICA,
COMO UMA PRÁTICA EDUCACIONAL É A FALTA
DE DESCRIÇÕES DETALHADAS DE TAIS
PRÁTICAS.
 A ETNOMATEMÁTICA NOS APRESENTA UMA
PERSPECTIVA DE EDUCAÇÃO MATEMÁTICA. NO
ENTANTO, NÃO HÁ EM NENHUMA PARTE DA
LITERATURA ETNOMATEMÁTICA, EM LÍNGUA
INGLESA, UMA DESCRIÇÃO DE UMA PRÁTICA
EDUCACIONAL
EXEMPLO: O TEOREMA DE PITÁGORAS- GERDES
(1988)-MOÇAMBIQUE. NÃO É SUFICIENTE PARA
COMPREENDER A ETNOMATEMÁTICA NA PRÁTICA.
 O CONCEITO DE ETNOMATEMÁTICA EM SI
É
PROBLEMÁTICO E NÃO É INOCENTE.
QUESTÕES PARA O DEBATE:
1. Existem abordagens
etnomatemáticas no currículo de
Portugal?
2. Como essas abordagens
etnomatemáticas poderiam
contribuir para uma cidadania
crítica?
Download