Chapter 34 - Sérgio Ricardo de Brito Gadelha

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MACROECONOMIA
OS CINCO GRANDES DEBATES DA
MACROECONOMIA
Prof. Sérgio Ricardo de Brito
Gadelha
MACROECONOMIA
Cinco grandes debates:
 Os formuladores de política econômica devem
tentar estabilizar a economia;
 A política monetária deve ser feita por um banco
central independente;
 O banco central deve objetivar a inflação zero;
 O governo deve equilibrar seu orçamento;
 As leis tributárias precisam ser revistas a fim de
encorajar o ato de poupar.
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Gadelha
Os formuladores de política econômica
devem tentar estabilizar a economia:
argumentos favoráveis
• A economia é inerentemente instável, e
passa por longos períodos frequentes de
recessão e alto desemprego.
• Com ações apropriadas, os formuladores
de política econômica podem usar as
políticas fiscal e monetária para prevenir o
surgimento de recessões ou, ao menos,
minimizar suas conseqüências.
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Gadelha
Os formuladores de política econômica
devem tentar estabilizar a economia:
argumentos favoráveis
• Não há razão para que a sociedade sofra
por causa das expansões, “booms”, e
recessões do ciclo de negócios;
• As políticas fiscal e monetária podem
estabilizar a demanda agregada e,
portanto, a produção e o emprego
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Gadelha
Os formuladores de política econômica
devem tentar estabilizar a economia:
argumentos contra
• A política monetária discricionária afeta a economia
•
com longas e imprevisíveis defasagens (“lags”)
entre a “necessidade de agir” e o tempo que as
políticas levam para exercer uma influência no
produto e emprego;
Muitos estudos indicam que mudanças na política
monetária tem pequeno efeito na demanda
agregada até seis meses após a realização da
mudança.
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Gadelha
Os formuladores de política econômica
devem tentar estabilizar a economia:
argumentos contra
• A política fiscal trabalha com uma defasagem
•
(lag) por causa do longo processo político que o
governo enfrenta a respeito dos gastos e
tributos.
Essas iniciativas políticas tendem a agravar, ao
invés de reduzir, os picos e quedas da economia.
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Gadelha
A política monetária deve ser feita por um banco
central independente: argumentos favoráveis
• Cíclo Político de Negócios: devido a influência
•
política na política monetária, flutuações
econômicas podem refletir o calendário eleitoral;
Existe uma política de inconsistência temporal: a
discrepância entre o anúncio (feito pelos
formuladores de política econômica sobre o que
eles irão fazer) e as ações (o que eles de fato
fazem subsequentemente).
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A política monetária deve ser feita por um
banco central independente: argumentos
favoráveis
• Alguns economistas argumentam que o
único objetivo do Banco Central é buscar a
estabilidade dos preços. Caso a
Autoridade Monetária se preocupe com
outros fatores, por exemplo, desemprego
ou taxa de câmbio, isso irá afastá-la de
sua missão primordial.
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A política monetária deve ser feita por um
banco central independente: argumentos
favoráveis
• O objetivo da estabilidade dos preços
aumenta a credibilidade, fazendo o setor
privado mais compreensível a mudanças
na política econômica.
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A política monetária deve ser feita por um
banco central independente: argumentos
contra
• Bancos centrais com completa independência na
•
condução da política monetária é um problema
uma vez que isso não limita a incompetência e o
abuso de poder.
Desde que as mudanças na demanda agregada
traduzam em mudanças no emprego e na renda,
é importante que alguém seja responsável por
mudanças na política monetária.
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A política monetária deve ser feita por um
banco central independente: argumentos
contra
• Não está claro que melhorar a credibilidade das
•
metas de inflação tem resultado em reduzir o
custo de curto prazo em atingir uma baixa
inflação.
Os formuladores de política econômica eleitos
podem achar a política fiscal mais útil que a
política monetária, objetivando influenciar votos.
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A política monetária deve ser feita por um
banco central independente: argumentos
contra
• Economistas que se opõem ao objetivo do
Banco Central de alcançar a estabilidade
dos preços apenas, salientam que os
estabilizadores fiscais automáticos não são
suficientes para amortecer a economia em
face dos choques.
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O banco central deve objetivar a inflação zero:
argumentos favoráveis
• A inflação não confere benefícios à sociedade, mas
•
•
impõem custos sociais severos;
Reduzir a inflação, bem como uma política com custos
temporários e benefícios permanentes. Uma vez que
a recessão desinflacionária está terminada, o
benefícios de inflação zero iriam persistir;
Uma taxa de inflação zero significaria completa
estabilidade dos preços;
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O banco central deve objetivar a
inflação zero: argumentos favoráveis
• Para alcançar a inflação zero, a Autoridade
Monetária (Banco Central) precisa tomar
duas atitudes:
– Usar a política monetária para reduzir a taxa
de inflação de um nível positivo para zero;
– A Autoridade Monetária deve se comprometer
a manter a inflação em seu nível zero, e não
ter outros objetivos;
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Os Custos da Inflação
• Pelo menos, seis custos de inflação são
identificados:
1.
2.
3.
4.
5.
6.
Custos de “Sola de Sapato”.
Custos de Menu;
Aumento da variabilidade dos preços
relativos;
Aumento do imposto;
Confusão e inconveniência;
Redistribuição arbitrária da riqueza.
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Os Custos da Inflação
• Estudos empíricos têm demonstrado que,
se a taxa de desemprego excede a taxa
natural de desemprego em determinado
período de tempo, a taxa de inflação se
reduz (trade-off na Curva de Phillips)
nesse mesmo período.
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Os Custos da Inflação
• Um fator complicador em medir os custos
da redução da inflação é que o peso do
aumento do desemprego não será
eventualmente difundido na economia;
• Alguns economistas afirmam que, se o
Banco Central se comprometer em reduzir
a inflação, o aumento no desemprego será
menor;
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O banco central deve objetivar a
inflação zero: argumentos contra
• A inflação zero é provavelmente inatingível e, caso se
•
•
tente obtê-la, isso envolve custos no produto e no
desemprego, os quais são muito altos.
O efeito estimulante de um pouco de inflação é
necessário para manter o desemprego razoavelmente
baixo (trade-off na curva de Phillips).
As imperfeições dos níveis de preços medidos resultam
na incerteza sobre medir o sucesso obtido da inflação
zero.
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O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos favoráveis
• Os governos estão em déficit (Dg = G – T)
•
quando os gastos governamentais (G) são
maiores que a receita arrecadada de impostos
(T): G > T ;
Os governos estão em superávit, ou possuem
poupança governamental (Sg = T - G), quando
a receita advinda da arrecadação dos impostos
excede o total dos gastos governamentais: T >
G;
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O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos favoráveis
• Os governos atingem um orçamento
equilibrado quando a receita da
arrecadação tributária igualar os gastos
governamentais (Teorema do Orçamento
Equilibrado ou Teorema de Haavelmo):
T = G;
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O governo deve equilibrar seu orçamento:
argumentos favoráveis
• Déficits orçamentários impõem um fardo injustificável
•
nas gerações futuras por meio do aumento da
tributação e da redução de suas rendas (Equivalência
Ricardiana);
Quando os déficits e juros acumulados ocorrem, os
futuros pagadores de impostos irão enfrentar uma
dificuldade: eles podem pagar altos impostos,
apreciar menor gasto governamental, ou ambos.
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O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos favoráveis
• A dívida pública pode impor dois diferentes
pesos para a sociedade, os quais afetam as
gerações futuras;
– Uma alta dívida pública pode reduzir a quantidade de
capital na economia e, portanto, reduzir a renda
futura e os salários reais.
– Uma alta dívida pública irá significar que as gerações
futuras terão de pagar altos impostos para financiar a
dívida (Equivalência Ricardiana).
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O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos favoráveis
• Mudando o custo dos benefícios governamentais
•
atuais para as gerações futuras, existirá uma
tendência rumo a um setor público enorme.
Déficits públicos reduzem a poupança nacional,
portanto retardam a formação de capital,
causando a diminuição da produtividade, e
limitando o crescimento real.
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Gadelha
O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos favoráveis
• Em vários países, muitas emendas
constitucionais tem sido propostas de tal
forma que, em cada ano fiscal, a receita
governamental (excluindo os
empréstimos) seja suficiente para cobrir
os gastos governamentais.
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O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos favoráveis
• No Brasil, a Lei de Responsabilidade Fiscal
pode se considerada uma regra de
orçamento equilibrado?
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Gadelha
O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos contra
• O déficit público é somente uma pequena parte
•
da política fiscal. O problema com o déficit
público é bastante exagerado.
Transferências intergeracionais podem ser
justificadas e alguma compra governamentam
produz benefícios no futuro (por exemplo,
reduzindo o déficit orçamentário por meio de
cortar gastos na educação.
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O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos contra
• Um orçamento equilibrado limitaria a política de
•
opções disponíveis para lidar com crises
econômicas emergenciais e futuras.
O déficit público pode continuar a aumentar. O
crescimento populacional e progresso
tecnológico aumentam a habilidade da nação em
pagar os juros da dívida.
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Gadelha
O governo deve equilibrar seu
orçamento: argumentos contra
• Alguns economistas não acreditam que os déficits
•
públicos, resultando em dívida governamental,
imponham um peso à sociedade;
Críticos do uso de instrumento legal (lei, emenda
constitucional) para implantar o orçamento equilibrado
apontam vários problemas, por exemplo, a falta de
flexibilidade em lidar com as recessões, e o uso da
Constituição de um país como mecanismo para obrigar o
cumprimento das regras orçamentárias.
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Gadelha
As leis tributárias precisam ser revistas a fim de
incentivar a poupança: argumentos favoráveis
• A taxa de poupança de um país é um
•
determinante chave nas possibilidades de
prosperidade futura de um país
Quando a taxa de poupança é alta, mais
recursos estão disponíveis para investimentos
em um novo equipamento ou fábrica, por
exemplo.
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Gadelha
As leis tributárias precisam ser revistas a fim de
incentivar a poupança: argumentos favoráveis
• As conseqüências de políticas tributárias
voltadas aos altos ganhos de capital são
redução de poupança, redução na
acumulação e capital, menor
produtividade do trabalho, e reduzido
crescimento econômico
Prof. Sérgio Ricardo de Brito
Gadelha
As leis tributárias precisam ser revistas a fim de
incentivar a poupança: argumentos contra
• Muito das mudanças propostas nas políticas tributárias
para estimular a poupança beneficiariam a populacional
rica às custas dos grupos populacionais de rendas
baixas;
• Os indivíduos com altos rendimentos poupam uma
fração alta de suas rendas, ao contrário dos indivíduos
de baixas-rendas. Qualquer mudança que favorece
pessoas que poupam irá tender a favorecer pessoas com
alta renda.
Prof. Sérgio Ricardo de Brito
Gadelha
As leis tributárias precisam ser revistas a fim de
incentivar a poupança: argumentos contra
• Reformas seriam regressivas ou iriam acentuar a
•
desigualdade da renda na nossa sociedade.
Aumentando a poupança pública por meio da
eliminação do déficit orçamentário iria fornecer um
caminho mais direto e eqüitativo para aumentar a
poupança nacional.
Prof. Sérgio Ricardo de Brito
Gadelha
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