Investigando o Saber Profª Renata Lopes O que sou eu? Uma substância que pensa. O que é uma substância que pensa? É uma coisa que duvida, que concebe, que afirma, que nega, que quer, que não quer, que imagina e que sente. (Descartes) O que é afinal conhecer? Conforme analisa o filósofo norte-americano contemporâneo, Richard Rorty, na concepção de grande parte dos filósofos, “conhecer é representar cuidadosamente o que é exterior à mente”, isto é, uma “imagem” ou “ reprodução mental da coisa conhecida. Quando conhecemos, formamos uma representação, uma “imagem adequada” desse pássaro em nossa mente. No processo de conhecimento sempre existiria a relação entre dois elementos básicos: um sujeito conhecedor (nossa consciência, nossa mente) e um objeto conhecido ( a realidade, o mundo, os inúmeros fenômenos). Só haveria conhecimento se o sujeito conseguisse apreender o objeto, isto é, conseguisse representá-lo mentalmente. Dependendo da corrente filosófica, será dada, no processo de conhecimento, maior importância ao sujeito (é o caso do idealismo) ou ao objeto (é o caso do realismo ou materialismo) De acordo com as teoria realistas do conhecimento, as percepções que temos dos objetos são reais, ou seja, correspondem de fato ás características presentes nesses objetos, na realidade. Por exemplo: as formas e cores que o sujeito percebe no pássaro são cores e formas que o pássaro realmente tem em si. Segundo as teorias idealistas do conhecimento, o sujeito é que predomina em relação ao objeto, isto é, a percepção da realidade é construída pelas nossas ideias, pela nossa consciência. Assim, os objetos seriam “construídos” de acordo com a capacidade de percepção do sujeito. As formas e cores que o sujeito percebe no pássaro são apenas ideias ou representações desses atributos; não entra em questão se elas realmente estão no pássaro. Somos capazes de conhecer a verdade? É possível ao sujeito apreender o objeto? Afinal, quais são as possibilidades do conhecimento humano? As respostas dadas a essas questões levaram ao surgimento de duas correntes básicas e antagônicas na história da filosofia: 1ª Ceticismo: que diagnostica a impossibilidade de conhecermos a verdade. 2ª Dogmatismo: que defende a possibilidade de conhecermos a verdade. De De onde se originam os conhecimentos? onde se originam as ideias, os conceitos as representações? De acordo com a resposta dada a esse problema, destacam-se basicamente duas correntes filosóficas: 1ª. Empirismo: “experiência sensorial”defende que todas as nossa ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais (visão, audição, tato, paladar, olfato). “Nada vem à mente sem ter passado pelos sentidos” (John Locke) “Nossa mente é como um papel em branco, desprovido de ideias” = nossas ideias são provenientes de nossas percepções sensoriais, ou seja, sem a experiência de uma coisa não há ideia dessa coisa. Designa a doutrina que atribui exclusiva confiança na razão humana como instrumento capaz de conhecer a verdade. Segundo Descartes “Nunca nos devemos deixar persuadir senão pela razão” Fonte permanente de erros e confusões sobre a complexa realidade do mundo; Somente a razão humana trabalhando com os princípios lógicos, pode atingir o conhecimento verdadeiro , capaz de ser universalmente aceito. Desenvolvido pela filosofia de Immanuel Kant no século XVIII, representa uma tentativa de superação do impasse criado pelo ceticismo e o dogmatismo. Tal como o dogmatismo, acredita na possibilidade do conhecimento, mas se pergunta pelas reais condições nas quais seria possível esse conhecimento. Trata-se de uma posição crítica diante da possibilidade de conhecer. Distinção entre o que nosso entendimento pode conhecer e o que não pode. Assim o criticismo admite a possibilidade de conhecer, mas esse conhecimento é limitado e ocorre sob condições específicas, apresentadas na por Kant na obra Crítica da razão pura. Posição filosófica que busca um meio termo para as distintas visões filosóficas: empirismo (considera a experiência) e o racionalismo ( afirma ser a razão humana a verdadeira fonte do conhecimento). Todo conhecimento começa com a experiência, mas que a experiência sozinha não nos dá o conhecimento. É preciso um trabalho do sujeito para organizar os dados da experiência. Kant buscou saber como é o sujeito a priori, isto é, o sujeito antes de qualquer experiência, e conclui que existem no homem certas faculdades ou estruturas (as quais ele denomina formas da sensibilidade e do entendimento) que possibilitam a experiência determinam o conhecimento. Para Kant a experiência forneceria a matéria do conhecimento (os seres do mundo), enquanto a razão organizaria essa matéria de acordo com suas formas próprias, estruturas existentes a priori no pensamento (daí o nome apriorismo)