FILOSOFIA DO DESPORTO 368. Jogos esportivos coletivos: Do corpo máquina à corporeidade complexa Marcus Vinícius Simões de Campos, Alcides José Scaglia, Wagner Wey Moreira 369. Possibilidades para a formação filosófica de profissionais do Desporto: Aprender-compreender, pensar-sentir e ser-corpo Tatiana Passos Zylberberg, Fabricio Leomar Lima Bezerra, Klertianny Teixeira do Carmo, Kássia Mitally da Costa Carvalho AUTORES: Marcus V Simões de Campos 1 Alcides José Scaglia 2 Wagner Wey Moreira 1 Jogos esportivos coletivos: Do corpo máquina à corporeidade complexa Universidade Federal do Triângulo Mineiro, Brasil PALAVRAS CHAVE: Universidade Estadual de Campinas, Brasil Fenomenologia. Complexidade. 1 2 Jogos esportivos coletivos. Corporeidade. 96 Possibilidades para AUTORES: Tatiana Passos Zylberberg 1 a formação filosófica Fabricio L Lima Bezerra 2 Klertianny Teixeira do Carmo 3 de profissionais do Desporto: Kássia M da Costa Carvalho Aprender-compreender, 2 IEFES, Universidade Federal do Ceará (UFC), Brasil 1 2 LEPSER – IEFES/UFC, Brasil 3 Universidade Federal do Ceará, Brasil pensar-sentir e ser-corpo PALAVRAS CHAVE: Corpo. Filosofia. Aprendizagem. Multiletramento. RESUMO RESUMO Estudos e pesquisas contemporâneos revelam o sentido da complexidade presente na vi- Na tradição filosófica ocidental, quase todo saber corporal foi preterido ao conhecimento sim- vência corporal e no sentido de jogar. Também há nos dias atuais pesquisas sobre a peda- bólico e racional. Questionando o modelo cartesiano e o corpo como objeto a ser disciplinado e gogia do esporte evidenciando que o jogo é elemento fundamental no processo do ensino adestrado, isto é, compreendendo o corpo como o campo expressivo que nos permite a condi- e do treinamento dos Jogos Esportivos Coletivos (JEC), pois nele encontramos a imprevi- ção humana de estar no mundo e assumindo que “os mecanismos neurais e cognitivos que nos sibilidade. Considerando estes fundamentos o artigo em pauta, de cunho reflexivo e com permitem perceber e mover são os mesmos que criam nossos sistemas conceituais e modos enfoques na fenomenologia e nas teorias sistêmica e da complexidade, em especial em da razão” (Greiner, 2005, p.45), fundamenta-se uma proposta de formação filosófica para pro- Merleau-Ponty, Fritjof Capra e Edgar Morin, tem por objetivo levantar pressupostos para fissionais do desporto, por meio de múltiplos caminhos que promovem aprendizagem e a com- uma compreensão da complexidade do jogo a partir da noção de corpo-sujeito, associan- preensão, que integram pensar-sentir-agir, que instigam o estudantes a se reconhecerem Cor- do a estes noções observadas nos processos de aprendizagem e treino em JEC. Entende- po. Ao assumir o desafio de uma educação na qual o corpo não seja considerado um acessório, mos o ser humano como dotado de movimento intencional na direção da auto superação, subjugado à mente, mas referência essencial da complexa e indivisível estrutura humana, desde exercendo seus aspectos inteligível, sensível, práxico e transcendente, componentes es- setembro de 2011, a disciplina de Fundamentos Filosóficos da Educação Física no IEFES/UFC tes também presentes no ato de jogar e aprender esportes. Esperamos com esta postura vem sendo ministrada de forma inovadora. Os estudantes aventuram-se a experimentar corpo- colaborar para a superação do enfoque e trato do corpo objeto, com bases apenas centras ralmente a Filosofia, promove-se o multiletramento. O processo avaliativo também rompe os nas estruturas anátomo-fisiológicas ainda encontradas de forma hegemônica nos traba- modelos formais, os estudantes são desafiados a produzir trabalhos em diversas linguagens, in- lhos de ensino e aprendizagem dos JEC junto aos corpos de alunos na Educação Física e no clusive performances. Vale destacar, que esta experiência formativa, já inspirou uma dissertação trato do atleta em treinamento. de mestrado e gerou a produção de um documentário (Bezerra, 2015), como ainda, instigou outra universidade brasileira a ampliar a maneira de ensinar filosofia do desporto, experiência esta, que se desdobrou numa dissertação de mestrado (Nova, 2016). Aprender de forma encarnada e sensível, na formação profissional, potencializa “outras” compreensões filosóficas do Desporto. 369 — RPCD 16 (S2.R) 318