Sudão do Sul - Artur Bruno

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Sudão do Sul
01. ASPECTOS GEOGRÁFICOS
Sudão do Sul ou Sudão Meridional (oficialmente República do Sudão do Sul) é um país encravado
localizado no nordeste da África. Tem esse nome devido à localização geográfica, ao sul do Sudão. Além da
divisa com o Sudão ao norte, o Sudão do Sul faz fronteira a leste com a Etiópia, ao sul com o Quênia,
Uganda e República Democrática do Congo e a oeste com a República Centro-Africana.
O Sudão do Sul conquista a independência em 2011, após meio século de guerra civil com o Sudão,
que deixa mais de 2 milhões de mortos. Na raiz do conflito estão políticas que marginalizam o sul, aliadas à
diferenças humanas e geográficas marcantes. O norte é majoritariamente árabe e islâmico, enquanto o sul
é habitado por grupos animistas e cristãos. O desértico norte (exceto no fértil corredor onde corre o rio
Nilo) contrasta com a exuberância do sul, recoberto por savanas e florestas tropicais. De Clima tropical, o
Sudão do Sul é uma das nações mais pobres do mundo. Tem uma área de 644.329 km².
O que é hoje o Sudão do Sul era parte do Sudão Anglo-Egípcio e tornou-se parte da República do
Sudão, quando ocorreu a independência deste em 1956. Após a Primeira Guerra Civil Sudanesa, o sul do
Sudão tornou-se uma região autônoma em 1972. Esta autonomia durou até 1983. A Segunda Guerra Civil
Sudanesa desenvolvida anos depois, resultou novamente na autonomia da região, através do Tratado de
Naivasha, assinado em 9 de janeiro de 2005 no Quênia, com o Exército Popular de Libertação do Sudão
(SPLA/M). Em 9 de julho de 2011, o Sudão do Sul tornou-se um estado independente. Em 14 de julho de
2011, o Sudão do Sul tornou-se um Estado membro das Nações Unidas (ONU). O país entrou para a União
Africana em 28 de julho de 2011.
O Sudão do Sul, também chamado de Novo Sudão, é uma República presidencialista com Poder
Legislativo unicameral – Assembleia Nacional, com 170 membros suportados pela Constituição de 2011
(ainda transitória). Tem uma população de 11,3 milhões (2013); nacionalidade é sul-sudanesa. A população
é composta por árabes sudaneses (39%), grupos étnicos autóctones (58%- principalmente os bejas). Inglês
e árabe são línguas oficiais, porém persistem algumas línguas regionais. O cristianismo lidera com 60,5%
(católicos 49,1%, anglicanos 14,4%, protestantes 10,8%, outros 0,9% – dupla filiação 14,7%), crenças
tradicionais 32,9%, islamismo 6,2%, agnosticismo e ateísmo 0,4%. Possui quase todos os seus órgãos
administrativos em Juba, a capital, que é também a maior cidade, considerando a população estimada de
368.436. Apesar de ser rico em petróleo, o Sudão do Sul é um dos países mais pobres do mundo, com altas
taxas de mortalidade infantil, e um sistema de saúde considerado um dos piores do mundo. Em termos de
educação somente 27% da população acima dos 15 anos sabe ler e escrever, chegando a 84% o índice de
analfabetismo entre as mulheres e boa parte das crianças não frequentam unidades escolares.
02. ECONOMIA
No Sudão do Sul encontram-se 75% das reservas de petróleo do antigo Sudão localizadas,
sobretudo, na região de Abyei, que correspondem a 98% da receita do novo país. No norte também se
encontram os oleodutos responsáveis pelo transporte do petróleo até o Mar Vermelho. Tem como moeda
oficial a libra sudanesa do sul. O PIB é de US$ 9,3 bilhões.
03. HISTÓRIA
O Sudão torna-se independente do domínio egípcio-britânico em 1956 e ignora os apelos do sul por
um regime federalista. Os rebeldes separatistas intensificam sua ação até obter autonomia, em 1972. Em
1983, o governo anula a autonomia e institui a lei islâmica (Sharia) no país. No mesmo ano, John Garang
funda o Movimento de Libertação do Povo Sudanês (SPLM) e seu braço armado, o Exército de Libertação
do Povo Sudanês (SPLA), e retoma a luta separatista.
Um cessar-fogo é selado em 2002, e a guerra civil termina em 2005. O tratado prevê autonomia
para o sul e um referendo sobre a independência. Salva Kiir Mayardit, do SPLM, assume como presidente
da região autônoma do Sudão do Sul.
04. FATOS RECENTES
No referendo de janeiro de 2011, 98% dos votantes aprovam a separação. Em 9 de julho é
oficializada a independência da República do Sudão do Sul.
Em maio, tropas sudanesas ocupam Abyei, região rica em petróleo que é disputada por Sudão e
Sudão do Sul. Em junho, os dois países concordam com a desmilitarização de Abyei. A ONU envia uma
missão de paz (Unmiss) para auxiliar na manutenção da segurança.
Petróleo
O Sudão do Sul fica com 75% do petróleo, mas depende das refinarias e dos oleodutos do Sudão.
Em janeiro de 2012, a produção é interrompida por causa de disputas sobre a taxa de transporte do óleo.
Os vizinhos chegam à beira da guerra em abril, quando tropas do sul ocupam o campo petrolífero de
Heglig, no norte, mas se retiram diante da pressão externa. Em setembro, um acordo estipula a retomada
da produção, que ocorre em abril de 2013. Mas o maior obstáculo à normalização das relações bilaterais
continua sendo o status, ainda indefinido, da região fronteiriça de Abyei.
Rebeldes
Após a independência surgem guerrilhas que lutam contra o domínio do SPLM – Salva Kiir acusa o
Sudão de apoiar esses grupos. No estado de Jonglei, os confrontos com os rebeldes matam nove soldados
da Unmiss nos primeiros meses de 2013 e desalojam 120 mil pessoas.
Tentativa de Golpe
Em julho, Salva Kiir dissolve o governo em meio a uma disputa de poder no SPLM envolvendo as
principais etnias do sul – Salva Kirr pertence ao grupo Dinka e o vice- presidente demitido, Riek Machar, é
da tribo Nuer. Em dezembro, ex-membros do governo, liderados por Machar, são acusados de tentar
derrubar Salva Kiir. Machar foge e nega envolvimento no golpe frustrado. Os confrontos entre facções
militares rivais deixam 500 mortos e colocam o país à beira da guerra civil.
Compilação feita a prtir de:
- Almanaque Abril 2014, 40ª ed. São Paulo: Ed. Abril, 2014.
- Atlas National Geografic - Africa I, São Paulo: Ed. Abril, 2008.
- AQUINO, JACQUES, DENIZE, OSCAR. História das Sociedades: das sociedades modernas às sociedades
atuais, 32ª Ed. Rio de Janeiro: Ao Livro Técnico, 1995.
- http://www.wikipedia.org
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