ARTIGO Esôfago de Barrett O esôfago de Barret é causado por uma agressão da porção inferior do esôfago, durante muitos anos, pelo refluxo gastroesofágico, quando o conteúdo do estômago reflui para o esôfago. Na verdade a mucosa do esôfago não tem revestimento para resistir a ação do ácido, por isso ocorre uma inflamação, que chamamos de esofagite. A persistência do refluxo, transforma as células que reveste o esôfago ficando semelhante ao do estômago, para resistir ao ácido. Esse esôfago modificado é denominado esôfago de Barret. Os sintomas mais frequentes são decorrentes do refluxo e esofagite, nos quais os pacientes apresentam azia, queimação ou pirose, regurgitação, desconforto retroesternal, dor na garganta, dando a sensação de entalado. Sendo que a noite pode causar falta de ar e sensação de sufoco. O diagnóstico é feito através de endoscopia digestiva alta que sugere a alteração, mas devera sempre confirmar o diagnóstico com biopsia, para graduar a presença de displasia, que é o principal marcador de risco para desenvolver o câncer de esôfago. A evolução do Barret para adenocarcinoma, mantém a seguinte sequência; metaplasia intestinal, displasia de baixo grau, displasia de alto grau e adenocarcinoma. O acompanhamento endos- cópico com múltiplas biopsias é essencial para evolução da doença. O tratamento inclui o controle do refluxo com medicamentos e medidas para amenizá-lo. Pode-se também, quando não há houver resultado clinico satisfatório, optar-se por uma cirurgia chamada fundoplicatura, com hiatoplastia quando necessário. A dieta para paciente com esôfago de Barret é a mesma para gastrite, ulcera, duodenite, ou seja, evitar frituras, gordura, chocolate, álcool, café, sucos cítricos, molho, pimenta, etc. Alimentar-se a cada 4 horas, e ao deitar elevar a cabeceira da cama nos casos de refluxo, evitando também o cigarro e o sobre peso. Estima-se que a doença afete 700.000 pessoas nos Estados Unidos. Se descoberto a displasia ou câncer, o médico geralmente irá recomendar uma cirurgia, analisando anteriormente cada caso isoladamente. O tipo de cirurgia geralmente envolve a remoção de grande parte do esôfago, elevando o estômago ao tórax. Alguns idosos não apresentam condição cirúrgica, então se usa em displasia graves (alto grau) tem se utilizado o laser, ao passo que, o câncer pode necessitar de radioterapia ou quimioterapia sistêmica. Dr. Edison José Aparecido Angeli Médico Cirurgião CRM 34068 Foto Arquivo Pessoal O Esôfago de Barrett é uma doença que ocorre uma mudança das células do revestimento da porção inferior do esôfago, com transformação do epitélio escamoso, nome do esôfago para epitélio colunar (típico do estômago e do intestino) chamado metaplasia intestinal. É duas vezes mais frequente em homens brancos, que em mulheres e tem incidência aumentada em alcoólatras e tabagista, é raro entre descendestes africanos e asiáticos.