S. brasiliensis

Ordem Characiformes - S. brasiliensis
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1l) Salminus brasiliensis (Cuvier, 1817)
Nome comum: Dourado.
Distribuição geográfica: Bacia do rio São Francisco (Britski; Sato; Rosa,
1988).
Auto-ecologia: O período reprodutivo estende-se de novembro a janeiro,
com desova total, migração reprodutiva e sem cuidado com a prole
(Isaac-Júnior; Sato; Rizzo; Bazzoli, 1998).
Caracterização ontogênica:
Ovos: São pelágicos (Sato; Godinho, 1999). Os recém-fecundados
apresentam diâmetro médio de 3,54mm; o espaço perivitelino é muito
amplo (30,09%), com tamanho médio de 1,07mm. O diâmetro médio do
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Ovos e larvas de peixes de água doce...
vitelo é de 1,41mm. A diferenciação do embrião inicia -se cerca de
07h45min após a fecundação, e a extremidade caudal solta-se com
14h45min (Quadro XI; Fig. 23).
Eclosão: As larvas eclodem 18 horas após a fecundação, à temperatura de
23,4°C, medindo cerca de 4,35mm CP. O saco vitelino é relativamente
grande e os olhos pouco pigmentados. Os pigmentos (cromatóforos
dendríticos) concentram-se no focinho e na porção superior da bexiga
natatória. Apresentam órgão adesivo na região frontal da cabeça. O
botão da nadadeira peitoral está presente. O olho varia de grande a
moderado, a cabeça é pequena e o corpo é moderado (Quadro XI; Fig.
24).
Larvas: A pigmentação (cromatóforos dendríticos) inicialmente concentrase na porção anterior do corpo, intensificando-se posteriormente na
região dorsal e na cabeça. No estágio de pós-flexão, a pigmentação é
verificada em todo o corpo, entre os raios das nadadeiras (dorsal, anal e
caudal) e sobre o pedúnculo caudal. O intestino ultrapassa a porção
mediana do corpo. A boca é ampla e terminal, com dentes presentes a
partir do estágio de pré-flexão. A completa pigmentação dos olhos
ocorre com 7,50mm CP e a absorção total do saco vitelino com 8,00mm
CP (pré-flexão). O número total de miômeros varia de 47 a 51. A
nadadeira adiposa está presente no estágio de pós-flexão. A seqüência
de aparecimento dos raios das nadadeiras é: caudal, dorsal, anal,
pélvicas e peitorais. O olho varia de moderado a pequeno, a cabeça é
moderada e o corpo varia de longo a moderado (Quadro XI; Fig. 24).
Juvenis: Atingem esse período com aproximadamente 25,00mm CP. A
pigmentação é distribuída ao longo de todo o corpo, e entre os raios das
nadadeiras dorsal e anal. Apresentam uma mancha no pedúnculo caudal
que se prolonga entre os raios dessa nadadeira. A absorção da
Ordem Characiformes - S. brasiliensis
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membrana embrionária ocorre com cerca de 26,50mm CP e as escamas
são visíveis com 25,00mm CP. O número total de raios das nadadeiras
é: P. 12-13, V. 6-8, D. 11 e A. 27-29. O olho é pequeno, a cabeça é
grande e o corpo é moderado (Quadro XI; Fig. 24).
Adultos: Linha lateral com 75 a 83 escamas e a transversal com 11 a 13
escamas acima e 6 a 7 abaixo. Possuem numerosos dentes nas maxilas;
o pré-maxilar com 6 a 7 dentes maiores na série externa e 10 a 15 na
interna, o maxilar com 29 a 33 dentes e o dentário com 26 a 31 na série
externa e 49 a 58 na série interna. As escamas dos flancos apresentam,
em grande parte, uma pequena mancha na porção basal; o conjunto
delas forma linhas longitudinais acompanhando as séries de escamas.
Apresentam uma mancha umeral e uma faixa sobre o pedúnculo caudal
que se prolonga sobre os raios caudais medianos. O número total de
raios das nadadeiras é: V. 8, D.11 e A. 27-30. Comprimento: mais de
1.000mm (Britski; Sato; Rosa, 1988).
Figura 23 - Desenvolvimento embrionário de Salminus
brasiliensis. a) clivagem inicial (3,54mm DO); b) embrião
inicial (3,43mm DO); c) cauda livre (3,39mm DO) e d)
embrião final (3,44mm DO) (Escala = 1mm).
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Ovos e larvas de peixes de água doce...
Figura 24 - Desenvolvimento inicial de Salminus brasiliensis.
a) larval vitelino (4,87mm CP); b) pré-flexão (7,55mm CP); c)
início de flexão (11,71mm CP); d) flexão (15,71mm CP); e)
início de pós -flexão (20,77mm CP); f) final de pós-flexão
(25,00mm CP) e g) juvenil (40,70mm CP) (Escala = 1mm).
Quadro XI - Dados morfométricos e merísticos obtidos em ovos, larvas e juvenis de Salminus brasiliensis, provenientes da Estação de Hidrobiologia
e Piscicultura de Três Marias/CODEVASF, com matrizes da bacia do rio São Fra ncisco.
Períodos
Estágios
Número de indivíduos
Medidas (mm)
Comprimento total
Comprimento padrão
Comprimento do focinho
Diâmetro do olho
Comprimento da cabeça
Altura da cabeça
Altura do corpo
Focinho-nadadeira peitoral
Focinho-nadadeira pélvica
Focinho-nadadeira dorsal
Focinho-nadadeira anal
Número de miômeros
Pré-anal
Pós-anal
Total
Relações corporais (%)
Diâm. do olho/comp. da cabeça
Comp. da cabeça/comp. padrão
Alt. do corpo/comp. padrão
Larval
Larval vitelino
Pré-flexão
39
Flexão
32
16
x ± sd
Amp
x ± sd
amp
5,13 ± 0,55
4,97 ± 0,48
4,45 - 6,42
4,35 - 6,08
9,22 ± 1,56
8,83 ± 1,52
6,83 - 11,75
6,50 - 11,38
0,15 ± 0,0 4
0,31 ± 0,04
0,13 - 0,25
0,27 - 0,42
0,49 ± 0,13
0,48 ± 0,08
0,25 - 0,75
0,33 - 0,62
0,86 ± 0,11
0,85 ± 0,16
0,70 - 1,08
0,65 - 1,17
2,00 ± 0,45
1,53 ± 0,22
1,25 - 2,75
1,17 - 1,88
1,10 ± 0,09
na
na
1,00 - 1,27
1,89 ± 0,46
1,17 - 2,62
na
na
2,07 ± 0,41
na
1,33 - 2,75
na
na
na
na
na
na
na
na
na
dv
dv
dv
dv
29,25 ± 0,65
19,07 ± 0,73
dv
dv
48,33 ± 1,11
x ± sd
Juvenil
Inicial
Pós-flexão
7
amp
x ± sd
19
amp
x ± sd
amp
nd
nd
14,44 ± 1,87 12,14 - 17,14
34,56 ± 6,37 29,00 - 49,00
15,22 ± 2,47 11,57 - 19,00 22,21 ± 2,04 20,46 - 26,62 35,97 ± 8,46 25,00 - 53,00
0,71 - 1,71
2,00 - 5,50
1,06 ± 0,34
1,75 ± 0,24 1,43 - 2,,31
3,74 ± 0,95
0,57 - 1,14
1,38 - 2,00
2,00 - 4,00
0,88 ± 0,20
1,55 ± 0,24
2,66 ± 0,71
2,86 - 5,57
6,00 - 8,62 12,55 ± 3,04 9,00 - 18,00
4,06 ± 0,93
6,72 ± 0,95
2,00 - 3,71
4,14 - 5,54
2,90 ± 0,56
4,56 ± 0,49
8,08 ± 2,11 5,50 - 13,00
2,14 - 4,86
4,00 - 7,53
3,65 ± 0,85
5,07 ± 1,30
9,97 ± 2,39 6,00 - 15,00
4,06 ± 0,93
na
2,86 - 5,57
na
6,00 - 8,46
6,61 ± 0,84
11,65 ± 2,20 10,00 - 14,90
9,66 ± 1,07 8,57 - 10,71 11,71 ± 1,43 10,57 - 14,31
11,72 ± 0,84 10,86 - 12,86 14,19 ± 1,87 12,14 - 17,85
11,53 ± 2,84 8,00 - 17,50
19,77 ± 4,75 13,00 - 29,00
19,79 ± 4,44 13,50 - 29,50
25,26 ± 6,43 17,00 - 38,00
28 - 31
18 - 21
30,11 ± 0,78
19,00 ± 0,00
29 - 31
19 - 19
nv
nv
nv
nv
nv
nv
nv
nv
47 - 51
49,11 ± 0,78
48 - 50
nv
nv
nv
nv
34,91 ± 2,68 30,56 - 38,89 24,62 ± 3,72 20,00 - 33,60 21,57 ± 2,12 18,94 - 25,91 23,31 ± 1,07 20,63 - 24,10 21,15 ± 1,76 17,86 - 25,81
17,04 ± 1,06 14,99 - 18,52 22,50 ± 1,55 18,74 - 25,05 26,44 ± 2,27 22,24 - 31,25 30,29 ± 1,86 28,55 - 33,20 34,88 ± 1,90 32,20 - 40,00
22,08 ± 0,85 20,07 - 24,00 21,19 ± 2,04 17,33 - 25,97 23,73 ± 2,19 18,50 - 27,69 22,54 ± 3,44 19,35 - 28,40 27,29 ± 1,55 24,00 - 30,00
Período embrionário
Número de indivíduos
x ± sd
Medidas (mm)
Diâmetro do ovo
3,54 ± 0,10
Diâmetro do vitelo
1,41 ± 0,18
Espaço perivitelino
1,07 ± 0,09
20
amp
3,33 - 3,73
1,20 - 1,73
0,90 - 1,20
x ± sd = média e desvio padrão
amp = amplitude de variação dos valores
na = nadadeira ausente
nd = não disponíveis
nv = não visíveis; dv = difícil visualização.
Número de raios das nadadeiras em juvenis: P. 12-13; V. 6-8; D. 11; A. 27-29.