Complexo de Sb(III) com fenantrolina: determinação da estrutura e

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Sociedade Brasileira de Química (SBQ)
Complexo de Sb(III) com fenantrolina: determinação da estrutura e
avaliação do potencial como agente leishmanicida.
Edgar H. Lizarazo-Jaimes(PG)1, Priscila G. dos Reis(PG)2, Felipe M. B V. Bezerra(IC)2, Bernardo L.
Rodrigues(PQ)2, Maria N. de Melo(PQ)2, Bruno Henrique R. do Prado(IC)1, Frederic Frézard(PQ)2,
Cynthia Demicheli(PQ)1*
[email protected]
1
Departamento de Química, Universidade Federal de Minas Gerais–UFMG, Belo Horizonte 31270-901, Minas Gerais,
Brasil
2
Departamento de Biofísica e Fisiologia, Universidade Federal de Minas Gerais–UFMG, Belo Horizonte 31270-901,
Minas Gerais, Brasil
Palavras Chave: Antimônio, Fenantrolina, Dedos de Zinco, Leishmaniose, Atividade biológica, Complexos metálicos.
Introdução
Estudos recentes mostraram que a fenantrolina,
ligante que forma complexos metálicos muito
estáveis, pode inibir metalo proteases que contem
Zn(II) isoladas de Leishmania donovani[1].
Outras proteínas que contem domínios de ligação
do Zn(II), conhecidos como dedos de zinco, são
reguladores transcricionais ou pos-transcricionais
que reconhecem sequências específicas do DNA ou
RNA. Proteínas com domínio dedo de zinco Cys-X2Cys-X4-His-X4-Cys (CCHC) têm sido identificadas
em vírus [2] e parasitos [3] incluindo Trypanosoma
cruzi, Leishmania major e Schistosoma mansoni.
Estudos realizados por nosso grupo de pesquisa
sobre a interação de fármacos a base de antimônio
com modelos de proteínas dedo de zinco,
mostraram que o Sb(III) pode induzir a ejeção do
Zn(II) do seu domínio de ligação[4].
Neste contexto, complexos da fenantrolina com
Sb(III) apresentam potencial como fármacos
bifuncionais no tratamento de doenças parasitárias.
Figura
a
36 Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Química
Diagrama
ORTEP
do
A interação do complexo e da fenantrolina
com modelo de proteína dedo de zinco CCHC
(KGCWKCGKEGHQMKDCTE) foi estudada por
dicroísmo circular e fluorescência. Ao adicionar a
fenantrolina ou o complexo a uma solução do
peptídeo observou-se mudanças espectrais que
evidenciam a ejeção do íon Zn(II) do peptídeo.
Ambos o complexo e a fenantrolina foram capazes
de deslocar o Zn(II).
Resultados e Discussão
O complexo de Sb(III) com a fenantrolina foi
preparado a partir do tricloreto de antimonio como
descrito previamente. A estrutura cristalina do
complexo Sb(III)-Fen foi determinada pela primeira
vez por cristalografia de raios-X. Analises elementar
confirmaram a estrutura do complexo. A geometria
em torno do centro de metal para SbCl3-Fen é de
pirâmide quadrática distorcida (SP). O complexo e a
fenantrolina foram muito eficazes na inibição do
crescimento da forma promastigota de cepas de
Leishmania infantum chagasi e Leishmania
amazonensis sensíveis e resistentes ao Sb(III), com
valores de CI50 na faixa do nmol/L. O complexo
mostrou-se mais ativo do que a fenantrolina livre
contra as cepas de L. infantum chagasi, enquanto
sua atividade foi comparável a da fenantrolina
contra as cepas de L. amazonensis. Ambos
compostos, apresentaram eficácias comparáveis em
cepas sensíveis e resistentes ao Sb(III).
1.
complexo [Sb(Fen)Cl3]
Conclusões
O complexo Sb(Fen)Cl3 foi sintetizado e sua
estrutura cristalográfica determinada. O composto
mostrou elevada atividade leishmanicida em cepas
sensíveis e resistentes ao antimônio. Estudos com
modelos de dedos de zinco sugerem que o ligante e
o complexo podem atuar através da ejeção do
zinco. O complexo de antimônio com fenantrolina
tem grande potencial como fármaco leishmanicida.
Agradecimentos
CNPq, FAPEMIG e Capes
1
Choudhury, R.; Chakraborti, T., Biochimie 2010, 92, 1274.
Ramboarina, S.; Moreller, N.; Fournie-Zaluski, M.C. ; Roque,B.P.;
Biochemistry 1999, 38, 9600.
3
Ericsson, A.O. ; Cruz, W.B. ; Martins de Sa, C ; Lima,B.D. ; Gen.
2
Molec. Res. 2006, 5, 553.
4
Demicheli, C.; Frézard, F.; Mangrum, J.B.; Farrell, N.P.; Chem
Commun 2008, 4828.
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