CRESCIMENTO E DESENVOLVIMENTO Morfogénese – Acontecimentos estruturais e fisiológicos que participam no desenvolvimento de uma planta, desde a célula reprodutora ou vegetativa até ao indivíduo adulto. Diferenciação celular – é um dos principais processos da morfogénese. À medida que a planta se desenvolve, surge uma variedade de células estruturalmente distintas. “Como é possível que células idênticas portadoras dos mesmos genes, originem tecidos totalmente diferentes? Activação ou inibição de determinados genes por certos condicionalismos. Assim, uma célula totalmente diferenciada convertese no que é, não só devido ao seu património genético mas também devido à sua posição no interior da planta e ao meio específico (luz, gravidade, temperatura, características do solo,…) que influi na activação selectiva dos seus genes. ORGANIZAÇÃO ESTRUTURAL DAS ANGIOSPÉRMICAS TECIDOS E ÓRGÃOS Folhas e Flores – crescimento limitado Tecidos Definitivos Resultam do alongamento e diferenciação de células originadas nos meristemas. Perdem a capacidade de divisão e ficam especializadas para determinada função Raízes e caules – crescimento contínuo Meristemas Também denominados de tecidos de crescimento, são formados por células com capacidade de divisão. 1 MERISTEMAS - tecidos compostos por células especializadas geralmente de forma cúbica, com paredes celulares finas, com capacidade para se dividirem. Meristemas Apicais da raiz e do caule - situados próximo da extremidade da raiz e nos gomos terminais dos ramos – Meristemas Terminais Crescimento Longitudinal Comprimento Meristemas Primários - tecidos imaturos cujas células mantêm a capacidade de divisão Protoderme Procâmbio Epiderme - Xilema 1º - Floema 1º Meristema fundamental - Parênquima - Colênquima - Esclerênquima Meristemas Secundários – resultam de células de tecidos definitivos primários que readquirem a capacidade de se dividir, localizam-se lateralmente ao longo da raiz e do caule – Meristemas Laterais. Crescimento Transversal Engrossamento Câmbios Diagrama que ilustra o crescimento por multiplicação (A) e por alongamento (B) das células do meristema apical. Cada célula cambial divide-se por um plano tangencial em duas células-filhas uma permanece célula cambial e cresce até ao tamanho inicial a outra diferencia-se numa célula de um tecido definitivo. 2 TECIDOS DEFINITIVOS – As células meristemáticas dividem-se e as novas células constituem os tecidos definitivos, os quais vão fazer parte da diversidade de órgãos que constituem as plantas. Tecidos a) Dérmico – revestimento Sistema b) Vascular/Transporte – circulam substâncias c) Tecidos fundamentais – revestem a parte restante do corpo da planta com funções diversificadas. A) TECIDOS DÉRMICOS Simples Complexos constituídos constituídos apenas por um apenas por tipo de células diferentes tipos de células com diferentes formas e funções A.1) Epiderme: - células vivas que revestem todos os órgãos formados a partir do crescimento primário; - paredes externas constituídas por cutina, substância impermeável, na qual existem os estomas que controlam as trocas com o meio. - 2 células labiais/células guarda - ostíolo - câmara estomática A.2) Súber: - células mortas; - paredes impregnadas de uma substância impermeável, a suberina, que substitui a epiderme em órgãos mais envelhecidos. Ex: no sobreiro o súber torna-se muito espesso, constituindo a cortiça. B) TECIDOS FUNDAMENTAIS B.1) Parênquima: - células vivas com formas variáveis, desde prismática a esférica (meatos – espaços pequenos entre as células, lacunas – espaços grandes entre as células); - paredes celulósicas finas; - núcleo pequeno, um grande vacúolo e citoplasma fino rodeado pela membrana plasmática. 3 B.1.1) Classificação dos Parênquimas quanto à função: - Clorofilino – contêm cloroplastos Fotossíntese; - Reserva – armazena substâncias, tais como amido, prótidos,… Armazenamento - Secretor – elabora substâncias não utilizadas na nutrição da planta. Ex.: resinífero – resina (pinheiro), lactífero – latex (planta da borracha) – Elaboração B.2) Colênquima e Esclerênquima: - tecidos de suporte, existentes nas raízes, caules e folhas das plantas; - plantas mais jovens Colênquima - plantas mais velhas Esclerênquima B.2.1) Colênquima: - células vivas, com forma prismática; - paredes desigualmente espessadas por depósitos de celulose B.2.2) Esclerênquima: Colênquima - células mortas; - paredes espessas, devido à deposição de lenhina (confere resistência e rigidez) dentro da parede celulósica; - na espessura da parede das células existem pequenos canais (formações mais claras) que permitem a comunicação das células entre si. Fibras Esclerenquimatosas B.2.2.1) Tipos de células do Esclerênquima: - Fibras – células alongadas situadas junto dos sistemas condutores de alguns caules e folhas; - Escleritos – podem aparecer isolados no seio do parênquima ou agrupados. Ex.: caroços de certos frutos – protegendo as Escleritos sementes. 4 C) TECIDOS DE TRANSPORTE C.1) Xilema/Lenho/Tecido Traqueano – com função de condução da água e sais minerais (Seiva Xilémica ou Bruta) a) Elementos de vasos c) Fibras lenhosas b) Traqueídos d) Parênquima lenhoso a) Elementos dos Vasos: - células mortas que constituem os vasos do xilema; - nas paredes laterais por dentro da parede celulósica há espessamentos de lenhina; - têm locais mais permeáveis nas paredes – pontuações que permitem o transporte de um vaso para o outro. Ex.: se um vaso é bloqueado por uma bolha de ar, há o transporte lateral. Elementos dos vasos b) Traqueídos: - células mortas, longas e afiadas nas extremidades; - espessamentos de lenhina nas paredes laterais; - a água passa de um tracóide para outro, através de zonas mais finas das suas paredes. c) Fibras Lenhosas: - semelhantes às fibras esclerenquimatosas e com funções de suporte d) Parênquima Lenhoso: - únicas células vivas do xilema, com funções de reserva. C.2)Floema/Líber/Tecido Crivoso – com função de transporte da água e substâncias orgânicas (Seiva Floémica ou Elaborada) a) Células dos tubos crivosos c) Fibras liberinas b) Células companhia d) Parênquima liberino Traqueídos 5 a) Células dos Tubos Crivosos: - células vivas alongadas, que perdem grande parte dos seus organelos, como o núcleo e os ribossomas; - as células ligadas entre si topo a topo com paredes de contacto, onde existem orifícios – placas crivosas (estabelecem-se através deles ligações citoplasmáticas entre as células); b) Células de Companhia: - Células dos vasos crivosos Células vivas que possuem o núcleo e os restantes organelos, situam-se junto das células dos tubos crivosos; - Não conduzem nutrientes através da plantas, tendo um papel fundamental na movimentação dos açúcares do parênquima clorofilino para as células dos tubos crivosos. c) Fibras Liberinas - células mortas, com funções de suporte - células vivas pouco diferenciadas, com funções de reserva. Esquema das células do floema 67 68 69