DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS COMO TEMA

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GRAZIELA BINOT
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
COMO TEMA TRANSVERSAL NO ENSINO MÉDIO
CANOAS, 2007.
GRAZIELA BINOT
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
COMO TEMA TRANSVERSAL NO ENSINO MÉDIO
Trabalho de conclusão apresentado como
requisito parcial para obtenção do grau de
Licenciada do curso de Ciências Biológicas do
Centro Universitário La Salle – Unilasalle, pelo
avaliador Prof. Ms. Giovani André Piva.
CANOAS, 2007.
TERMO DE APROVAÇÃO
GRAZIELA BINOT
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
COMO TEMA TRANSVERSAL NO ENSINO MÉDIO
Trabalho de conclusão aprovado como requisito parcial para a obtenção do grau de
licenciada em ciências biológicas , no centro universitário La Salle – Unilasalle, pelo
seguinte avaliador.
Prof.Ms. Giovani André Piva
Unilasalle
CANOAS, 2007.
Minha eterna gratidão à minha mãe Tereza Binot
A minha vó Ângela nos seus 93 anos de
muita sabedoria
Com amor aos meus irmãos Vinicius e Mariela.
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e por ter me dado força nas horas de fraqueza. Aos meus
pais, que sempre acreditavam, incentivaram, e pelo amor incondicional que tiveram
e tem comigo além de me bancaram por um tempo nessa caminhada. Ao meu
irmão, grande homem, que abraçou a bronca e me agüentou. A minha irmã, Mariela
excelente professora e incentivadora dessa jornada. A minha avó eterna guerreira
da faculdade da vida. A minha avó Glória valeu a força e as suas rezas.Aos meus
primos Marcelo e Bruno, a prima/irmã/mãe ama vocês.A minha linda e amada
afilhada Rafaela, meu amor por ti é incondicional. Nenê a dinda é Bióloga!Aos meus
tios Alves e Jandira, obrigada pelo amor e carinho que tem comigo. Aos meus
primos Rafael,César, Cínara e Cizane. Aos meus tios Jandir e Lucia valeu o
apoio.As minhas amigas Camila e Lisandra, obrigada por me apoiar nas decisões e
de entender as vezes que não me encontrava presente nas festas e passeios.As
minhas amigas e agora biólogas, guerreiras de trabalhos, provas, TCCI, projetos,
relatórios, saídas de campo, alegrias e tristezas Elba, Isabel, Iara, Carol , Ana Paula,
Daniele e Fernanda Bender. As meus colegas de faculdade que desde 1999 tiveram
aula comigo e que de alguma forma compartilharam esse caminhada.Aos meus
padrinhos Juditte e Guilherme por sempre me apoiarem.As crianças maravilhosas
que nasceram nessa caminhada alegrando a minha vida são elas: Lucas, Bárbara,
Rafaela, Maria Eduarda, Henrique, Caroline, Ana Clara e o próximo feito aos festejos
da graduação da minha amiga Elba (risos!!). Ao meu mestre Giovani André Piva, por
sua atenção, dedicação, paciência e perseverança, o que tornou essa trajetória
possível. À direção e professores do Colégio Guianuba, que acolheram essa
pesquisa e a tornaram possível.Aos educandos do ensino médio da turma 215 que
participaram com entusiasmo e dedicação nesta monografia.Aos funcionários do La
Salle que sempre estavam empenhados a ajudar.Aos mestres que me deram aula,
obrigada por me agüentarem e me orientarem quando possível, em especial, Liliam,
Adriana e Cristina. Aos meus colegas que se formarão comigo, Andressa, Maria,
Carlos, Sandro, Fernanda, Eurídice, Arlete, Rosane, Paulo Ricardo, Márcio e Lisiane
, E por fim , todas aquelas pessoas que colaboraram , de alguma forma, em
momentos essenciais da faculdade para a concretização desse sonho.
Que Deus os abençoe!
Obrigada por tudo!
ADOLESCENTE É ADRENALINA QUE AGITA A JUVENTUDE,
TUMULTUA OS PAIS E
OS QUE LIDAM COM ELE.
ADRENALINA QUE DÁ TAQUICARDIA NOS PAIS,
DEPRESSÃO NAS MÃES,
RAIVA NOS IRMÃOS,
QUE PROVOCA FIDELIDADE AOS AMIGOS,
DESPERTA PAIXÕES NO SEXO OPOSTO,
CANSA OS PROFESSORES,
CURTE UM BARULHENTO SOM,
EXPERIMENTA NOVIDADES,
DESAFIA OS PERIGOS,
REVOLTA VISINHOS...
O ADOLESCENTE É PEQUENO DEMAIS PARA GRANDES COISAS,
GRANDE DEMAIS PARA PEQUENAS COISAS.
IÇAMI TIBA
RESUMO
O objetivo deste trabalho é apresentar o trabalho preventivo realizado através de
oficinas junto a adolescentes no que se refere às doenças sexualmente
transmissíveis, Síndrome da Imunodeficiência Humana.
Palavras chaves: Adolescentes, prevenção, doenças sexualmente transmissíveis,
Síndrome da Imunodeficiência Humana, saúde reprodutiva.
ABSTRACT
The objective of this work is to presents the preventive work realized through
workshops with adolescents related to sexually transmitted disease, Acquired
Imunodeficiency Human and health reproduction.
Key words:
Adolescents, prevention, sexually transmitted disease, Acquired
Imunodeficiency Human.
SUMÁRIO
1
O INÍCIO DE TUDO........................................................................................... 11
2
ALGUNS PENSADORES ................................................................................. 13
3
ASSUNTOS TRANSVERSAIS.......................................................................... 15
4
RAZÕES QUE LEVARAM A REALIZAR ESSE PROJETO............................. 17
4.1 Análise da situação epidemiológica das DST ............................................. 17
4.2 Violência sexual e DST .................................................................................. 19
4.3 Auto-estima .................................................................................................... 20
5
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS ............................................. 21
5.1 Clamídia .......................................................................................................... 22
5.1.1 Formas de Contágio ...................................................................................... 22
5.1.2 Sinais e Sintomas .......................................................................................... 22
5.1.3 Prevenção...................................................................................................... 23
5.2 Hepatite C ....................................................................................................... 23
5.2.1 Tipos de vírus ................................................................................................ 24
5.2.2 Sintomas........................................................................................................ 24
5.2.3 Evolução Clínica ............................................................................................ 25
5.2.4 Formas de transmissão do VHC .................................................................... 26
5.2.5 Diagnóstico .................................................................................................... 26
5.2.6 Considerações sobre a prevenção da Hepatite C.......................................... 27
5.2.7 Profilaxia pós-exposição ................................................................................ 29
5.2.8 Prevenção...................................................................................................... 30
5.2.9 Hepatite C e HIV ............................................................................................ 30
5.3 Herpes genital ................................................................................................ 30
5.3.1 Formas de contágio ....................................................................................... 31
5.3.2 Sinais e Sintomas .......................................................................................... 31
5.3.3 Recidivas ....................................................................................................... 32
5.3.4 Complicações ................................................................................................ 33
5.3.5 Prevenção...................................................................................................... 33
5.4 HIV/AIDS.......................................................................................................... 33
5.4.1 Significado ..................................................................................................... 33
5.4.2 Histórico ......................................................................................................... 33
5.4.3 Formas de contágio ....................................................................................... 35
5.4.4 Quando fazer o teste sorológico anti-HIV ...................................................... 36
5.4.5 Efeitos do vírus .............................................................................................. 36
5.4.6 Sinais e sintomas........................................................................................... 37
5.4.7 Análise da situação epidemiológica do HIV/AIDS.......................................... 38
5.4.8 Avaliação epidemiológica no Rio Grande do Sul ........................................... 38
5.4.9 Avaliação epidemiológica em Sapucaia do Sul.............................................. 39
5.4.10 Aumento de incidência em mulheres ............................................................. 39
5.4.11 Transmissão vertical ...................................................................................... 40
5.4.12 Transmissão vertical em números ................................................................. 40
5.4.13 Sinais e sintomas........................................................................................... 41
5.4.14 Exames.......................................................................................................... 41
5.4.15 Prevenção...................................................................................................... 41
5.5 HPV.................................................................................................................. 41
5.5.1 Transmissibilidade ......................................................................................... 42
5.5.2 Diagnóstico .................................................................................................... 43
5.5.3 Formas clínicas.............................................................................................. 44
5.5.4 Prevalência do papilomavírus humano na cavidade oral............................... 46
5.5.5 Prevenção...................................................................................................... 47
6
MÉTODOS PREVENTIVOS.............................................................................. 48
6.1 Camisinha Masculina..................................................................................... 49
6.2 Camisinha feminina.......................................................................................... 49
7
MATERIAL E MÉTODOS ................................................................................. 51
7.1 O colégio......................................................................................................... 51
7.2 Planejamento.................................................................................................. 52
7.3 Aspectos metodológicos............................................................................... 54
7.3.1 Oficina 1 : Exposição teórica do tema DST ................................................... 54
7.3.2 Oficina 2: Confecção de cartazes .................................................................. 54
7.3.3 Oficina 3: “Caixinha de Perguntas” ................................................................ 55
7.3.4 Oficina 4: Confecção da Camiseta................................................................. 55
8
RESULTADOS E DISCUSSÃO ........................................................................ 57
9
CONSIDERAÇÕES FINAIS .............................................................................. 59
REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 61
ANEXO A – Polígrafo ............................................................................................... 63
ANEXO B – Fotos: grupo HIV/AIDS. ........................................................................ 65
ANEXO C – Fotos: grupo clamídia ........................................................................... 66
ANEXO D – Fotos: grupo hepatite C ........................................................................ 67
ANEXO E – Fotos: grupo HPV ................................................................................. 68
ANEXO F – Porque devo utilizar o preservativo – por Carla .................................... 69
ANEXO G – Porque devo utilizar o preservativo – por Caroline............................... 70
ANEXO H – Porque devo utilizar o preservativo – por Pâmela ................................ 71
ANEXO I – Porque devo utilizar o preservativo – por Deisiane ................................ 72
ANEXO J – Foto: confecção das camisetas ............................................................. 73
ANEXO L – Ilustração: prevenção é a solução......................................................... 74
ANEXO M – Ilustração: árvore de preservativo ........................................................ 75
ANEXO N – Ilustração: preservativo do amor .......................................................... 76
ANEXO O – Ilustrações: formas de utilização do preservativo................................ 77
ANEXO P – Ilustrações: o preservativo. ................................................................... 78
ANEXO Q – Fotos: camisetas prontas ..................................................................... 79
ANEXO R – Fotos: turma 215 com as camisetas prontas. ....................................... 80
1
O INÍCIO DE TUDO
O grande problema atualmente é que muitos professores não estão sendo
preparados
nas
faculdades
para
desenvolver
aulas
envolvendo
doenças
sexualmente transmissíveis (DST) de maior incidência.
O terceiro capítulo apresenta como o tema DST será tratado como assunto
transversal no qual é muito importante e necessário, porém pouco trabalhado nas
escolas. Observamos que ele pode ser lançado para os educandos do ensino
fundamental (5ª, 6ª e 7ª séries) e médio (1°, 2° e 3°anos), atingindo várias disciplinas
como educação física, educação artística, ensino religioso, português e ciências.
Cada etapa com o grau de atuação e assuntos pertinentes a idade.
Já no quarto capitulo abordará as razões que levaram a realização desse
projeto como também a análise da situação epidemiológica das DST de maior
incidência. Mesmo sabendo que os adolescentes buscam o saber, querem estar
atualizados com assuntos e temas ligados a sexualidade, tem a informação, mas
não o conhecimento. Ainda mais agora com as diversas ferramentas que a internet
disponibiliza no qual adolescentes passam horas, entre elas Blogs, Orkut, MSN.
Além destes, ainda podem buscar em sítios de busca como Google e Yahoo
informações sobre todas as dúvidas que habitam as suas cabeças nessa fase da
vida.
Já no capítulo quinto abordará as doenças de maior incidência, seus sinais e
sintomas, formas de contágio e métodos de prevenção, segundo os dados do
Ministério da Saúde (BRASIL, 2006), a prevalência encontrada das seguintes
doenças são: HIV é de 1,5% em homens e 0,9% em mulheres; Hepatite C é de 3,4%
em homens e 2,4% em mulheres; Herpes Genital (HSV2) é de 18,3% em homens e
39% em mulheres; HPV (vírus papilomavírus humano) é de 3,2% em homens e
36,2% em mulheres; e Clamídia é de 4,5% em homens e 2,2% em mulheres, com
12
base nesses dados demonstra-se a importância de abordar esse tema com os
educandos, através dos assuntos transversais realizando as Oficinas de Prevenção
de Doenças Sexualmente Transmissíveis.
O décimo primeiro capítulo abordará as práticas que foram realizadas com
educandos do ensino médio do Colégio Estadual Guianuba da turma 215, no turno
da manhã, localizado na Rua Djalma Sassi, 561, Bairro Nova Sapucaia, Sapucaia do
Sul, no período de outubro a novembro de 2007. O grupo realizou quatro oficinas: 1ª
oficina: aula expositiva dando ênfase as doenças (AIDS/HIV, Hepatite C, Herpes
Genital, HPV e Clamídia.) de maior incidência, seus sintomas, formas de contágio;
2ª oficina: caixa de dúvidas; 3ª oficina: realização dos cartazes; 4ª oficina: realização
de arte em uma camiseta. Os encontros foram semanais, com a duração
aproximada de 1 hora e 45 minutos cada. Participaram das oficinas 28 adolescentes,
sendo 15 do sexo masculino e 13 do sexo feminino, com idades entre 15 e 18 anos.
O grande objetivo é debater com os adolescentes do ensino médio, as
questões relacionadas a valorização e ao cuidado com o corpo como condição
necessária para ter uma vida saudável; proteção de relacionamentos sexuais
promíscuos , promoção da saúde , o respeito ao outro, auto-estima e também sobre
a importância de conhecer as doenças sexualmente transmissíveis de maior
incidência ( AIDS/HIV, Hepatite C, Herpes Genital, HPV e Clamídia )destacando os
problemas de cada doença e as conseqüências psicossociais no adolescente
infectado, estímulo ao uso de preservativos , através do dialogo e da orientação, a
fim de potencializá-los e qualificá-los da melhor maneira possível.
Já no décimo segundo capítulo abordará todos os dados da pesquisa
exploratória e a abordagem metodológica na qual foram utilizados com os
educandos, buscando as respostas para a análise dos seus conflitos e dúvidas mais
comuns e freqüentes enfrentados, em busca de estratégias para melhor ajudá-los.
2
ALGUNS PENSADORES
“Os professores são os criadores da sua atividade profissional, mas também
são criações de seu local de trabalho.” O que nos remete é que os professorem não
são fixos ao conhecimento de cálculos e tecnologias, como os engenheiros, mas são
eternamente incansáveis na busca de todos os conhecimentos específicos e
diversificados pela prática docente. (HARGREAVES, 2002).
Conforme estudos de Perrenoud , se o professor não for capaz de estabelecer
uma cumplicidade e uma solidariedade verossímil na busca do conhecimento, como
tornará o conhecimento apaixonante por si mesmo? Primeiramente os professores
devem
estar
totalmente
vinculados
à
prática
docente,
se
encontrarem
comprometidos, encorajados, mobilizados, assim, poderão envolver os educandos
em seus cronogramas, conteúdos, atividades a serem realizadas fora da escola, não
ficando limitados à sala de aula, mas que possam ser transmitidos também aos seus
familiares, como as pesquisas, leituras de textos científicos, ou atividades propostas
pelo professor. (PERRENOUD, 2000, pág. 38)
Ao envolver os educandos com todas as táticas dentro e fora de aula, já
conseguimos alcançar uma excelente meta no planejamento da prática docente.
“Quando se busca mudança na prática de ensino, mudança na prática educativa”
(FARIAS, 2006, pág.147).Os professores, neste caso, emergem como foco de
atenção, pois são eles que, através de suas ações, do modo de viver e conceber a
atividade de ensino concretiza ou não as mudanças.
Com base nos estudos de Rogers (1972), o ser humano é criativo e curioso,
mas precisa de ajuda para poder aperfeiçoar e buscar conhecimentos. Segundo ele,
o papel do professor é o de facilitador e valorizador de técnicas de intervenção no
processo de
aprendizagem,
valorizando o
lado afetivo
nas
relações de
14
aprendizagem, a importância de valorizar a imaginação e atiçar a curiosidade dos
seus educandos.
Já Hoffmann (2003, p.41) relata que o aluno constrói o seu conhecimento na
interação com o meio em que vive. Portanto, depende das condições deste meio, da
vivência de objetos e situações, para ultrapassar determinados estágios de
desenvolvimento e ser capaz de estabelecer relações cada vez mais complexas e
abstratas.
Para Perrenoud (2001, p.77) na concepção de educação como processo que
se dá ao longo da vida, as instituições educacionais e os educadores têm um papel
muito importante a cumprir, pois cabe a estes assumir a responsabilidade de
promover a educação fundamentada em pilares que sustentem uma aprendizagem
permanente: levar o educando a aprender a conviver e a aprender a ser uma pessoa
mais integrada, mais colaboradora, mais crítica e mais autônoma. Nesse processo,
educador é alguém que faz aprender a andar, faz aprender a pensar e não
simplesmente dá as respostas, faz aprender a perguntar para descobrir problemas e
investigar soluções alternativas, criativas e inovadoras e não simplesmente aquele
que aponta problemas e soluções. Com base nas idéias de planejamento
estipuladas por Perronoud, é importante adequá-las com a realidade do colégio, e as
atividades a serem desenvolvidas com os educandos.
Para Suplicy (1999, p. 51; 2000, p.33) refere-se à escola como um local
privilegiado onde o aluno não está somente por “dever moral”, mas pelo desejo de
saber. A escola tem então como tarefa continuar o que deveria ter sido iniciado na
família, esclarecendo as questões vinculadas sobre sexualidade e distorções
quando necessárias.
Portanto, “a adolescência é o prisma pelo qual os adultos olham os
adolescentes e pelo qual os próprios adolescentes se contemplam. Ela é uma das
formações culturais mais poderosas de nossa época” (CALLIGARIS, 2000, p.9).
Devendo sim, ser orientados com os assuntos a serem desenvolvidos nas oficinas.
3
ASSUNTOS TRANSVERSAIS
Os Parâmetros Curriculares Nacionais, sugerem a educação para a
saúde como tema transversal, destacando a abordagem sobre DST/AIDS
(BRASIL,1998, p.325).
A abordagem do tema DST com os educandos do ensino médio deve ser
realizada de forma descontraída , reafirmando a importância deles se tornarem
responsáveis por sua vida sexual, mas também mantendo a idéia do cuidado e
respeito pelo outro. Devem-se ter sempre como foco a promoção da saúde e
de medidas preventivas.
Para melhor agregar o conhecimento dos educandos, referências de
grande importância, tais como Ministério da Saúde, Ministério da Educação e
livros técnicos serão utilizados.
Serão abordadas de forma respeitosa todas as formas de contágio,
principais sinais e sintomas das DST e também a importância da utilização do
preservativo masculino, como o feminino, atualmente pouco utilizado.
Seguindo o que é proposto pelos PCN , é um problema para quem está
iniciando um relacionamento sexual, exigir dos seus parceiros o uso do
preservativo nas relações sexuais com isso ocasionando uma série de fatores,
entre eles auto-estima rebaixada, submissão ao homem, medo de “perder” o
parceiro, medo de ser tomada como promíscua, entre outras questões,
complicando a vida dos adolescentes. (BRASIL,1998, p.327).
A utilização dos temas transversais para tratar de DST/AIDS, agregando o
conteúdo sobre vírus e bactérias não pode ser desperdiçada à oportunidade de
abordar quando é trazido pelos próprios educandos, ou é vivido pela
comunidade escolar, pois, além de ser um princípio didático fundamental,
16
verifica-se a existência de um grande volume de informações errôneas e
equivocadas sobre essas doenças.
Ainda segundo os PCN, (1998, p.328), muitas comunidades escolares já
se depararam com o fato de haver, entre seus membros, um portador do HIV
ou doente de AIDS. Deve-se trabalhar tanto o aspecto informativo da ausência
do perigo da contaminação no contato social, quanto o aspecto ético dos
relacionamentos, promovendo o convívio e a solidariedade. A falta de
informações sobre a AIDS é um dos fatores que podem gerar preconceito e
discriminação de soropositivos na escola. Como contraponto, o trabalho com
os educandos deve, além da informação, propor valores como o respeito aos
direitos de cidadania, não exclusão e solidariedade para com os soropositivos.
Os educandos terão grande autonomia para discutir e tirar dúvidas sobre
todos os assuntos abordados em sala de aula. Grande ênfase a temas como
preconceito, respeito, cuidado com o corpo e a utilização correta dos
preservativos também serão abordados.
4
4.1
RAZÕES QUE LEVARAM A REALIZAR ESSE PROJETO
Análise da situação epidemiológica das DST
A Organização Mundial de Saúde (OMS) em 1999, estimou um total de
340 milhões de casos novos de DST curáveis no mundo, na faixa etária de 15
a 49 anos, sendo que a maior parte , quase 80% ocorrendo em países em
desenvolvimento .
Para o Brasil, foi estimado um total de 10 a 12 milhões de casos novos
por ano. Estima-se que incontáveis casos de DST não-curáveis (virais) também
ocorram
anualmente,
como,
por
exemplo,
herpes
genital
(HSV-2),
papilomavírus humano (HPV), hepatite B e HIV. (Ministério da Saúde –
DST/AIDS)
Rouquayrol (1999, p.283) e Taquette (2005, p. 148) relatam que a
epidemia da AIDS passa recentemente, por um processo de interiorização
geográfica, heterossexualização, feminização e pauperização.
As DST, no mundo, têm significativa implicação na economia,
principalmente nos países em desenvolvimento onde respondem por 17% de
perdas econômicas com o binômio saúde-doença.
A infecção pelo HPV se reveste de grande importância, pois alguns
subtipos virais têm um papel importante no desenvolvimento do câncer e de
suas lesões precursoras. No Brasil, as estimativas de incidência e mortalidade
em 2003 apontam o câncer de colo do útero como a terceira neoplasia mais
comum entre as mulheres e como a quarta causa de óbito por câncer na
população feminina. A prevenção primária pode ser realizada com o uso de
preservativos durante a relação sexual, uma vez que a prática de sexo seguro
é uma das formas efetivas de se evitar o contágio com o HPV.
18
Com o aumento da expectativa de vida das pessoas vivendo com
HIV/AIDS, mais casos de câncer de colo de útero podem surgir se não se
oferecer um programa de rastreio e controle adequados dessas lesões HPVinduzidas na população em geral e nas portadoras do HIV.
A infecção causada pelo HPV representa um grave problema de saúde
pública, porém existem ações de baixo custo que podem promover grande
impacto epidemiológico. Campanha nacional de combate ao câncer de colo
uterino, visando ao aumento da cobertura de exames de colpocitologia oncótica
(Papanicolaou) no país. (BRASIL, 2005).
Já Taquette (2005, p. 148) relata que a incidência das DST entre
adolescentes vem aumentando e a chance de infecção pelo HIV e o perfil
epidemiológico da AIDS. No Brasil não há informações sobre a prevalência de
DST entre adolescentes. O número de casos notificados encontra-se bem
abaixo das estimativas, talvez porque somente a AIDS e a sífilis sejam de
notificação compulsória. Além disso, muitas DST são assintomáticas
principalmente entre as mulheres. Fatores biológicos, psíquicos e sociais
podem aumentar a vulnerabilidade das adolescentes às DST.
No âmbito psíquico, a adolescência é uma fase de definição da identidade
sexual com experimentação e variabilidade de parceiros. O pensamento
abstrato ainda incipiente nos adolescentes faz com que se sintam
invulneráveis, se expondo a riscos sem prever suas conseqüências. Instáveis,
susceptíveis a influências grupais e familiares, estas jovens beneficiam-se de
um bom relacionamento familiar para proteger-se das DST.
Os modelos de gênero também são responsáveis por atividades que
colocam em risco a saúde da mulher ao imporem a esta última uma conduta
submissa em relação ao homem que a impede de negociar o uso do
preservativo nos intercursos sexuais. (TAQUETTE, 2005, p.151).
Com tantos dados é importante ministrar esse conteúdo DST/HIV/AIDS
no ensino médio utilizando os de temas transversais. Outra questão importante
a ser considerada é o preconceito que o tema ainda é abordado em sala de
aula, cuja barreira deve ser quebrada com o trabalho de prevenção e de
orientação.
19
4.2
Violência sexual e DST
Define-se como estupro o ato de constranger a mulher de qualquer idade
ou condição à conjunção carnal, por meio de violência ou grave ameaça. É
crime previsto no artigo 213 do Código Penal Brasileiro. O estupro deve ser
diferenciado do atentado violento ao pudor, que consiste em constranger
alguém mediante violência ou grave ameaça a praticar ou permitir que se
pratique ato libidinoso diverso da conjugação carnal. (Ministério da Saúde –
AIDS)
Seguindo a proposição de Taquette (2000, p.1438) verifica-se que a
violência possui determinantes bio-psico-sociais em oposição ao determinismo
inato e biológico da natureza violenta do ser humano.
Já nos relacionamentos afetivos entre adolescentes aumenta o risco de
DST/AIDS, e a gravidez indesejada devido à impossibilidade de negociação
quanto ao uso de preservativo nos intercursos sexuais.
O trauma emocional da violência sexual do parceiro ou até de outros
homens , o abuso sexual resulta da violência em si ,a reação imediata é de
medo persistente, perda de auto-estima e dificuldade de relacionamento. Os
efeitos psicológicos crônicos do abuso sexual se enquadram no distúrbio de
stress pós-traumático. O medo de ter contraído infecção pelo HIV aumenta a
ansiedade da vítima. O grau de risco de contrair HIV depende da condição
clínica e sorológica do agressor, do tipo de trauma e das freqüências das
agressões. O tipo de exposição sexual (vaginal, anal ou oral), o trauma
associado, a presença de outra DST inflamatória ou ulcerativa, e a exposição a
secreções sexuais e/ou sangue, são relevantes na avaliação do risco de
transmissão do HIV.
As vítimas de estupro necessitam de diagnóstico e acompanhamento
cuidadosos para uma multiplicidade de condições clínicas, incluindo apoio
psicológico, amparo forense, prevenção da gravidez indesejada e profilaxia das
DST.
Sociedades violentas, estruturalmente restringem o acesso da grande
maioria da população às condições essenciais a uma vida digna, interferindo
negativamente no âmbito familiar e interpessoal dos jovens.
20
4.3
Auto-estima
Segundo Cury (2003), professores fascinantes são promotores da auto-
estima e dão uma atenção especial aos educandos desprezados, tímidos e que
recebem apelidos.
A construção da auto-estima nos adolescentes é muito importante,
adolescentes desmotivados podem se sentir infrutíferos e ficarem tímido em
frente a novas metodologias. Adolescentes amados e motivados com certeza
aprendem melhor e se desenvolvem com mais liberdade e criatividade.
Educar é semear com sabedoria e colher com paciência, ou seja, o
professor deve fazer de novas metodologias um processo contínuo e deverá ter
paciência para colher bons resultados.
5
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS
As doenças sexualmente transmissíveis ou DST, são doenças infecciosas
que podem ser disseminadas através do contato sexual. Algumas podem
também ser transmitidas por vias não sexuais, porém formas não-sexuais de
transmissão são menos freqüentes.
Buscando estabelecer relações, Goldman (2001, p. 1939) define DST
como “um grupo diversificado de infecções causadas por agentes microbianos
biologicamente distintos, agrupados em virtude de determinadas características
clinicas e epidemiológicas comuns”.
Com base nos estudos de Tortora (2006, p. 745) e Suplicy (1999, p.289) a
maioria das doenças do sistema reprodutor é transmitida pela atividade sexual,
assim, são denominadas DST, são mais de 30 doenças bacterianas, virais, ou
parasitas que foram identificadas como sexualmente transmissíveis, já destaca
que são doenças que se propagam, principalmente, pelo contato sexual ou
coito, em geral, que só podem viver em condições encontradas dentro do corpo
humano, e são particularmente adaptáveis à região dos genitais, sendo que
muitas dessas doenças podem ser tratadas, com sucesso, com antibióticos e
podem ser prevenidas pelo uso dos preservativos. Entretanto, milhões de
pessoas possuem alguma DST, a maioria viral, para as quais não há cura
efetiva.
O Ministério da Saúde (BRASIL, 2006) descreve que, as Doenças
Sexualmente Transmissíveis são doenças causadas por vários tipos de
agentes. São transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de
camisinha, com uma pessoa que esteja infectada e, geralmente, se manifestam
por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas.
22
As DST são de fácil tratamento e de rápida resolução. Outras, contudo,
têm tratamento mais difícil ou podem persistir ativas, apesar da sensação de
melhora relatada por pacientes. As mulheres, em especial, devem ser bastante
cuidadosas, já que, em diversos casos de DST, não é fácil distinguir
os sintomas das reações orgânicas comuns de seu organismo. Isso exige da
mulher consultas periódicas ao médico.
Algumas DST, quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem
evoluir para complicações graves e até a morte. O uso de preservativos em
todas as relações sexuais é o método mais eficaz para a redução do risco de
transmissão, tanto das DST quanto do vírus da AIDS. Algumas DST também
podem ser transmitidas da mãe infectada para o bebê durante a gravidez ou
durante o parto. Podem provocar, assim, a interrupção espontânea da gravidez
ou causar graves lesões ao feto. Outras DST podem também ser transmitidas
por transfusão de sangue contaminado ou compartilhamento de seringas e
agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. (Ministério da Saúde :
DST/AIDS, 2006)
5.1
Clamídia
É uma doença infecto contagiosa dos órgãos genitais masculinos ou
femininos, seu agente transmissor é a bactéria Chlamidia trachomatis.
Geralmente a doença recebe alguns sinônimos como uretrite ou cervicite
inespecífica e uretrite não gonocócica. Na visão de Freitas (2006, p. 136) é
frequentemente assintomática e associada à infertilidade.
5.1.1 Formas de Contágio
Através da relação sexual. É importante saber que mesmo a pessoa
assintomática (portadora da doença, mas sem sintomas) pode transmiti-la.
5.1.2 Sinais e Sintomas
O período de incubação da doença pode ficar entre 1e 2 semanas
podendo estender-se até um mês ou mais. Caracteriza-se pela presença (pode
23
não ocorrer) de secreção, corrimento, uretral escassa, translúcida e geralmente
matinal. Um ardor uretral ou vaginal pode ser a única manifestação. Raramente
a secreção pode ser purulenta e abundante. Se não tratada, pode permanecer
durante anos contaminando as vias genitais dos pacientes.
Suas maiores complicações e conseqüências são epididimite, proctite,
salpingite e suas seqüelas (infertilidade), conjuntivite de inclusão, otite média,
tracoma, linfogranuloma venéreo, bartolinite, Doença Inflamatória Pélvica (DIP).
5.1.3 Prevenção
O uso de preservativo em todas as relações sexuais, vaginais, orais e
anais.
5.2
Hepatite C
A hepatite C é causada por um vírus denominado VHC (vírus da hepatite
C). A principal via de transmissão do VHC é o contato de sangue e das
secreções contaminadas pelo vírus com o sangue de um indivíduo sadio (via
parenteral).
A descoberta do vírus C em 1989 permitiu o desenvolvimento de testes
para identificar anticorpos específicos. Assim, em 1992, um teste para
identificação do anticorpo do VHC foi disponibilizado, fato que aumentou a
segurança para os receptores de sangue, uma vez que todas as bolsas de
sangue passaram a ser testadas.
A hepatite C vem sendo reconhecida mundialmente como um dos mais
importantes problemas de saúde pública nos últimos anos. A prevalência global
desta infecção é estimada em 3%, ou seja, aproximadamente 150 milhões de
pessoas são infectadas pelo vírus da hepatite C (VHC), sendo 3 milhões
somente no Brasil. A hepatite C tem sido descrita como uma epidemia
silenciosa, matando mais pessoas que a AIDS nos EUA.
A hepatite C é uma doença que apresenta ritmos distintos de evolução,
mas, em geral, te curso lentamente progressivo, levando para a forma crônica
da doença os seus s sintomas são geralmente leves ou ausentes, o que
dificulta e atrasa o diagnóstico da doença. 80% dos casos de hepatite C
24
cronificam, podendo levar os pacientes a desenvolver cirrose e câncer
hepático.
Aproximadamente 20% dos pacientes com doença crônica progridem
para a cirrose em um período de 15 a 20 anos após a infecção inicial. Dos
pacientes cirróticos, 1% a 4% ao ano evoluem para o câncer de fígado. Esse
tipo de câncer é difícil de ser tratado. Tanto a cirrose como o câncer de fígado
podem levar a uma indicação de transplante de fígado.
Alguns fatores importantes que podem aumentar a predisposição para
hepatite crônica C:
a) Duração prolongada da infecção;
b) Idade avançada na época da infecção;
c) Alto consumo de álcool;
d) Infecção conjunta com VHB ou HIV.
5.2.1 Tipos de vírus
Há uma distribuição geográfica diferenciada em relação aos genótipos do
VHC. No Brasil, os mais freqüentes são: 1, 2 e 3. Não se conhece, com
precisão, a prevalência do VHC no nosso país; há relatos feitos em diversas
áreas que sugerem que, em média, ela esteja entre 1% a 2% da população em
geral.
Tortora (2005, p.724) descreve que o HCV contém uma fita simples e
possui envelope. Ele é capaz de rápida variação genética para escapar do
sistema imunológico, o que por conta disso não pode ser cultivado em in vitro,
complicando a busca por vacina eficiente.
5.2.2 Sintomas
Os sintomas da fase aguda da infecção pelo VHC são leves ou ausentes;
assim, a infecção raramente é diagnosticada na sua fase aguda. Os sintomas
da infecção crônica também são leves, pelo menos no início; por isso, a
infecção pelo VHC muitas vezes é diagnosticada apenas acidentalmente
durante exames de sangue de rotina ou nos exames de triagem para doação
de sangue.
25
A maioria dos pacientes com a infecção aguda não apresentam sintomas
(assintomáticos). Quando acontecem, esses podem ser letargia ("moleza",
fadiga), anorexia (falta de apetite) e náuseas. Na fase crônica, pode haver
fadiga, um mal-estar semelhante ao da gripe (síndrome gripal: mal estar, dor de
cabeça, entre outros), dores musculares, perda do apetite, náuseas e febre,
com maior intensidade nos idosos e naqueles que têm o sistema imunológico
mais debilitado (imunossuprimidos).
5.2.3 Evolução Clínica
A hepatite C é uma doença de evolução lenta, com várias conseqüências
possíveis. Antes de detalhar a evolução clínica do VHC, é importante saber
como podem ser as infecções causadas por este vírus sendo a infecção aguda
e a infecção crônica.
5.2.3.1 Infecção aguda
A infecção aguda é aquela que tem início repentino e os pacientes podem
apresentar sintomas. O período de incubação do VHC varia de 2 semanas a 6
meses. Nesse intervalo, a infecção pelo vírus C pode se manifestar de dois
modos: através de sintomas clínicos, como moleza, fadiga, falta de apetites,
náuseas e síndrome gripal (febre, calafrios, mal estar e dor de cabeça), ou por
alterações dos exames de sangue, geralmente por aumento das enzimas do
fígado. Na maior parte dos casos, os pacientes não apresentam nenhum
sintoma, por isso a doença pode ser considerada assintomática. Quando
ocorrem sintomas, são geralmente leves, podendo ser mais severos em
pacientes mais idosos ou naqueles que têm o sistema imunológico mais
debilitado. Assim, a doença pode levar muitos anos, após a infecção inicial,
para ser diagnosticada.
5.2.3.2 Infecção crônica
Quando o sistema imunológico não é capaz de eliminar espontaneamente
o vírus do organismo (durante a infecção aguda), dizemos que o indivíduo é
26
portador de uma doença crônica.A progressão da doença da forma aguda para
a forma crônica é bem mais freqüente nos pacientes com hepatite C (75%80%) do que com hepatite B (10%). A infecção crônica pode provocar lesões
no fígado por dois meios diferentes:Pela agressão direta do vírus da hepatite C
contra as células do fígado (ação citopática). Pela reação inflamatória
provocada pelo ataque do sistema de defesa do paciente ao vírus, o que acaba
gerando destruição de células do fígado, já que é nesse órgão que o vírus se
instala.
5.2.4 Formas de transmissão do VHC
O vírus da hepatite C (VHC), em geral, não sobrevive por um longo
período fora do organismo do hospedeiro. Estudos têm demonstrado que o
VHC pode sobreviver fora do organismo por até 72 horas. Entretanto, a partir
de 1992 quando as bolsas de sangue passaram a ser testadas o risco é quase
zero.
Seguem algumas formas de contaminação do VHC:
a) Sangue e derivados de sangue contaminados.
b) Hemodiálise (pelo compartilhamento de materiais contaminados);
c) Uso de drogas intravenosas (contaminação por seringa compartilhada);
d) Manipulação de material contaminado por profissionais de saúde;
e) Cortes e ferimentos expostos, onde o sangue contaminado pode entrar
em contato com o sangue de um indivíduo sadio;
f) Transmissão na gestação ou parto (rara);
g) Relação sexual (rara);
h) Outras vias não determinadas.
5.2.5 Diagnóstico
Uma vez que a infecção pelo VHC freqüentemente não produz sintomas,
raramente é diagnosticada na sua fase aguda. O diagnóstico geralmente ocorre
apenas durante exames de rotina ou de triagem para doação de sangue. Os
três principais indicadores da infecção pelo VHC são:
a) Presença de anticorpos contra o vírus (anti-HCV ou anti-VHC);
27
b) Presença do RNA do vírus no sangue (HCV-RNA);
c) Exame da biópsia do fígado.
Mas atualmente a Faculdade de Ciências Médicas a UNICAMP no
Hospital de Clínicas Tratamento de hepatite C crônica vinculado ao
Departamento de Clínica Médica, com base nos seus estudos que os testes
utilizados para o diagnóstico da hepatite C, o ELISA é o de escolha para iniciar
investigação, sendo de menor custo e bastante confiável em pacientes
imunocompetentes. Em populações de baixo risco (doadores de sangue ou
outros screenings populacionais), o ELISA pode, no entanto, apresentar taxas
elevadas de falso positivo (até 25%), sendo interessante sua confirmação com
outro método (inicialmente RIBA).
O PCR qualitativo pode ser usado para confirmação diagnóstica de
pacientes com ELISA positivo ou em pacientes com ELISA negativo porém
com hepatite crônica sem causa definida e suspeita de infecção por VHC,
principalmente em imunodeprimidos e pacientes em hemodiálise.
O PCR quantitativo, assim como a genotipagem, devem ser reservados
para avaliação pré-tratamento.
5.2.6 Considerações sobre a prevenção da Hepatite C
Apesar das múltiplas tentativas, ainda não há vacina contra a hepatite C,
e tampouco uma profilaxia eficaz pós-exposição. A redução da infecção requer
a implementação de atividades de prevenção primárias e secundárias. As
primeiras, para reduzir a incidência da infecção; as secundárias, para diminuir o
risco de hepatopatia e de outras doenças entre os portadores do VHC.
A prevenção primária tem como alvo a diminuição da incidência da
infecção pelo VHC. Para que se iniciem atividades de prevenção secundária e
terciária é necessária a identificação dos indivíduos anti-VHC infectados, pois
essas se destinam a reduzir o risco de transmissão e a evolução para
hepatopatia crônica.
A prevenção deve focalizar o aconselhamento de pessoas que usam
drogas ou que estão em risco de uso, e aquelas com práticas sexuais também
consideradas de risco. Aconselhamento e testes laboratoriais devem ser
conduzidos em locais ou situações onde indivíduos de risco são localizados,
28
como, por exemplo, prisões, clínicas de DST, HIV e AIDS, instituições de
drogados, de doentes neurológicos e mentais.
Os pacientes infectados pelo VHC necessitam de um acompanhamento
mais aprofundado, no sentido de avaliar a existência de doença hepática
crônica e a necessidade de tratamento antiviral ou de outras terapêuticas
especializadas, como o transplante hepático. Pessoas cronicamente infectadas
pelo VHC apresentam um risco aumentado de morbidade por insultos
hepáticos adicionais.
Outra recomendação adequada é evitar o uso de álcool nesses pacientes,
já que o seu uso (maior do que 10 g/dia para mulheres e maior do que 20 g/dia
para homens) tem sido associado à progressão mais rápida de cirrose, que
expõe o paciente ao aparecimento de carcinoma hepatocelular.
Os indivíduos que apresentam riscos para contrair infecção pelo vírus C,
ou mesmo aqueles cronicamente infectados, se beneficiam de programas de
educação de saúde e material educacional que incluam informações sobre
como diminuir a progressão da doença hepática e as opções de tratamento. Os
tópicos que devem ser incluídos nos programas educacionais são: tratamento
de viciados, uso de agulhas e seringas, riscos de compartilhar drogas e uso de
preservativos.
A vigilância sanitária para hepatite C é fundamental, já que não há
disponibilidade de medidas de prevenção eficazes. Para que se consiga
alcançar metas de vigilância em relação ao vírus da hepatite C é necessário
identificar pessoas com hepatite C aguda e crônica.
A infecção aguda pelo vírus da hepatite C é usualmente (80%)
assintomática. De qualquer maneira, a hepatite C faz parte do diagnóstico
diferencial das hepatites agudas virais. A confirmação de hepatite C aguda
inclui exames negativos para IgM anti-VHA, IgM anti-HBc e teste positivo para
anti-VHC, com confirmação. Alguns pacientes podem apresentar anti-VHC
negativo no início dos sintomas e somente exames seriados vão evidenciar o
diagnóstico.
A identificação de alguém com hepatite aguda C deveria desencadear um
processo de busca epidemiológica para evidenciar a fonte de infecção.
Dependendo dos resultados, pode ser indicado testar os contatos. A vigilância
29
desses casos pode esclarecer, além das fontes de infecção, as características
da doença e os fatores de risco que fornecem informações sobre os padrões
da transmissão.
Assim, caracterizam-se as populações-alvo, também para prevenção. Por
outro lado, essas medidas podem avaliar os sistemas utilizados para
prevenção. Nos indivíduos com anti-VHC positivo, a infecção crônica pode ser
diagnosticada pela persistência de RNA VHC positivo por mais de seis meses.
A determinação e a notificação dessas pessoas com hepatite C crônica
auxiliam no diagnóstico de quem são essas pessoas, qual a sua fonte de
transmissão e onde elas estão. Essas informações podem melhorar a
qualidade das ações para prevenção e facilitar o seguimento desses pacientes.
5.2.7 Profilaxia pós-exposição
Silveira, (2004, pg.485) relata que após um acidente com exposição
percutânea ou de mucosa, o indivíduo-fonte deve ser testado para o anti-VHC.
Se for positivo, a pessoa exposta deve ser testada para anti-VHC e ser
submetida à determinação da ALT, no momento da exposição e quatro e seis
meses depois. Para um diagnóstico mais precoce, a determinação do RNA do
VHC pode ser realizada quatro a seis semanas após a exposição.
Imunoglobulinas e agentes antivirais não são recomendados após exposição
ao vírus da hepatite C.
Em resumo, para que se possa desenvolver normas adequadas de
vigilância sanitária e viabilizar a diminuição da incidência, ou mesmo a
erradicação
das
infecções,
devem
ser
considerados
os
aspectos
epidemiológicos e de prevenção, específicos para cada tipo de hepatite viral.
É indispensável que haja a colaboração dos gestores de saúde, estaduais
e municipais, profissionais de saúde, representantes da sociedade civil e
aqueles que detêm o poder de comunicação, como os professores para difundir
e esclarecer as dúvidas mais freqüentes.
30
5.2.8 Prevenção
Na ausência de vacinas, a prevenção consiste em evitar a exposição a
sangue contaminado, por isso:
a) Todo sangue doado é testado, recomendando-se o mesmo para as
doações de órgãos e tecidos;
b) Programas de informação são essenciais;
c) São necessários cuidados com materiais que possam conter sangue
contaminado, como alicates de unha, lâminas, barbeadores, escovas de
dente, agulhas e seringas compartilhadas e materiais cirúrgicos.
Evitar o contato com sangue contaminado não é a única maneira de
prevenção contra a hepatite C. O diagnóstico precoce da doença é essencial
para que a progressão seja impedida. Por isso, todos devem ser testados
contra a hepatite C. Fale com seu médico e faça o teste anti-HCV.
5.2.9 Hepatite C e HIV
Estar contaminados com um tipo de hepatite não significa que você está
isento de contrair outras doenças. Por isso, é importante que portadores da
hepatite C sejam vacinados contra as hepatites A e B. Não são apenas os vírus
das hepatites que portadores do VHC podem contrair.
Aproximadamente 30% a 40% dos pacientes portadores do HIV estão coinfectados com o VHC. Nessa situação, a hepatite C tende a apresentar uma
maior velocidade de progressão, podendo ocorrer cirrose mais precocemente.
As doenças do fígado são as que mais levam pacientes com HIV ao óbito.
Um estudo recente demonstrou que a terapia combinada de interferon
peguilado alfa-2a e ribavirina pode ser utilizada com sucesso em pacientes coinfectados HIV/HCV, sem prejudicar o tratamento contra o HIV ou o tratamento
contra o HCV.
5.3
Herpes genital
Segundo Freitas (2006, p.139), é uma DST ulcerativa mais freqüente, a
grande maioria dos casos são causados pelo HSV-2. Os estudos serológicos
31
têm mostrado que cerca de 50 milhões de americanos estão infectados pelo
HSV-2.
É uma doença que aparece e desaparece sozinha, de tempos em
tempos, dependendo de certos fatores como estresse, cansaço, esforço
exagerado, febre, exposição ao sol, traumatismo e menstruação.
Nas mulheres, o herpes pode também se localizar nas partes internas do
corpo. Uma vez infectada pelo vírus da herpes simples, a pessoa permanecerá
com o vírus em seu organismo para sempre.
5.3.1 Formas de contágio
O herpes genital é transmitido por meio de relação sexual (oral, anal ou
vaginal) desprotegida (sem uso da camisinha). Essa doença é bastante
contagiosa e a transmissão ocorre quando as pequenas bolhas, que se formam
durante a manifestação dos sintomas, se rompem, ocasionando uma ferida e
eliminando o líquido do seu interior. Esse líquido, ao entrar em contato com
mucosas da boca ou da região ano-genital do parceiro, pode transmitir o vírus.
Na teoria de Duncan (2004, p.609), as habilidades do médico são
fundamentais para evitar a transmissão vertical para o feto ou recém-nascido.
5.3.2 Sinais e Sintomas
Manifesta-se através de pequenas bolhas localizadas principalmente na
parte externa da vagina e na ponta do pênis. Essas bolhas podem arder e
causam coceira intensa. Ao se coçar, a pessoa pode romper a bolha, causando
uma ferida.
Os episódios iniciais da primoinfecção tendem a ser mais intensos do que
as recorrências; são mais intensos nas mulheres do que em homens. As
mulheres têm duas vezes mais propensão que os homens para os sintomas
sistêmicos, meningite asséptica e sintomas urinários. A intensidade e a
duração do episódio inicial são iguais para o HSV-1 e 2. (FREITAS; 2006,
p.140)
32
Figura 1 – Herpes genital – pênis
Fonte: http://www.fmt.am.gov.br/imagens/Herpes.jpg
Figura 2 – herpes genital – pênis
Fonte: http://www.astradur.is/menu/kynsjukdomar/images/herpes.jpg
5.3.3 Recidivas
As feridas desaparecem por si mesmas. Após algum tempo, porém, o
herpes pode reaparecer no mesmo local, com os mesmos sintomas. Enquanto
persistirem as bolhas e feridas, a pessoa infectada estará transmitindo a
doença. Na presença dessas lesões, a pessoa deve abster-se de relações
sexuais, até que o médico as autorize.
33
5.3.4 Complicações
Com base nos estudos de Freitas as principais complicações ocasionadas
pela herpes são:
a) Meningite asséptica: ocorre em um terço das mulheres e em 10% dos
homens;
b) Retenção urinária: por mielite transversa (rara) ou disfunção do sistema
nervoso autônomo (SNA) (menos de 1%), necessitando cateterismo
intermitente por quatro a oito semanas;
c) Disseminação cutânea e visceral ( fígado , pulmão, meninges);mais
comum nos casos de eczema atópico , imunocomprometidos , gestação
(raro).
5.3.5 Prevenção
O uso de preservativo em todas as relações sexuais, vaginais, orais e
anais, não impedem a contaminação com herpes genital.
5.4
HIV/AIDS
5.4.1 Significado
Na visão de Rubio (1997, p.10) o termo AIDS, é um acrônimo que
significa síndrome da imunodeficiência adquirida, seguindo a terminologia em
língua inglesa. (Acquired Immunodeficiency Syndrome).
5.4.2 Histórico
Os primeiros casos nos EUA, Haiti e África Central, descobertos e
definidos como AIDS, em 1982, quando se classificou a nova síndrome. As
autoridades de saúde pública nos EUA começavam, a se preocupar com uma
nova e misteriosa doença.
Já o primeiro caso no Brasil, em São Paulo, só classificado em 1982. Em
1983, notificação do primeiro caso de AIDS em crianças. Homossexuais
34
usuários de drogas são considerados os difusores do fator para os
heterossexuais usuários de drogas. Já a equipe de Luc Montagner, do Instituto
Pasteur, em 1984, na França, isola e caracteriza um retrovírus (vírus mutante
que se transforma conforme o meio em que vive) como causador da AIDS.
Fundação do GAPA – Grupo de Apoio à Prevenção à AIDS (primeira
ONG do Brasil e da América Latina na luta contra a AIDS) em 1985.
No Brasil, em 1988,uma portaria assinada pelo Ministro da Saúde passa a
adotar o dia 1o de dezembro como o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS. Morre
o cartunista Henrique de Souza Filho, o Henfil, aos 43 anos. Já em 1989 morre
Lauro Corona, ator da TV Globo, aos 32 anos. Um ano mais tarde morre aos
32 anos o cantor e compositor Cazuza.
Já em 1995 uma nova classe de drogas contra o HIV, os inibidores de
protease, é aprovada nos EUA. Zerti (d4T) e Epivir (3TC), outros inibidores de
transcriptase reversa, são lançados, aumentando as escolhas de tratamento.
Em 1996, com a disponibilização do AZT venoso na rede pública, gratuita,
as queda das taxas de mortalidade por AIDS, diferenciada por regiões.
Percebe-se também que a infecção aumenta entre as mulheres (feminização),
dirige-se para os municípios do interior dos estados brasileiros (interiorização)
e aumenta significativamente na população de baixa escolaridade e baixa
renda (pauperização)
Morre em 1997 o sociólogo Herbert de Souza, o Betinho. Hemofílico,
contaminado por transfusão de sangue, defendia o tratamento digno dos
doentes de AIDS.
Cientistas registram em 1998 a imagem da estrutura cristalina da proteína
GP 120 do vírus da AIDS, usada por ele para entrar nas células do sistema
imunológico atacadas pelo HIV.
No Brasil, já em 2000 aumentam os casos em mulheres. A proporção
nacional de casos de AIDS notificados já é de uma mulher para cada dois
homens.
O Brasil em 2001 ameaça quebrar as patentes e conseguem negociar
com a indústria farmacêutica internacional a redução no preço dos
medicamentos para AIDS. Organizações médicas e ativistas denunciam o alto
35
preço dos remédios contra AIDS. Muitos laboratórios são obrigados a baixar o
preço das drogas nos países do Terceiro Mundo.
Em 2002, o Fundo Global para o Combate a AIDS, Tuberculose e Malária
é criado para captar e distribuir recursos, que serão utilizados por países em
desenvolvimento, para o controle das três doenças infecciosas que mais
matam no mundo. Um relatório realizado pelo UNAIDS, Programa Conjunto
das Nações Unidas para a luta contra a AIDS, afirma que a AIDS vai matar 70
milhões de pessoas nos próximos 20 anos, a maior parte na África, a não ser
que as nações ricas aumentem seus esforços para conter a doença.
O Programa Nacional de DST/AIDS de 2003 é considerado por diversas
agências de cooperação internacional como referência mundial.
Makgatho Mandela (filho do ex-presidente Nelson Mandela) morre em
2005, conseqüência da AIDS aos 54 anos. O tema do Dia Mundial de Luta
Contra a AIDS no Brasil aborda o racismo como fator de vulnerabilidade para a
população negra.
Acordo do MS, realizado em 2006, reduz em 50% preço do anti-retroviral
tenofovir, representando uma economia imediata de US$ 31,4 milhões por
anos.
5.4.3 Formas de contágio
O HIV pode ser transmitido pelo sangue, sêmen, secreção vaginal e pelo
leite materno.
Formas de contagio do HIV: sexo vaginal sem camisinha, sexo anal sem
camisinha, sexo oral sem camisinha, uso da mesma seringa ou agulha por
mais de uma pessoa, transfusão de sangue contaminado, mãe infectada pode
passar o HIV para o filho durante a gravidez, o parto e a amamentação
podendo também ocorrer por instrumentos que furam ou cortam, não
esterilizados.
Outras formas que não possuem contágio: a realização de sexo, desde
que se use corretamente a camisinha; masturbação a dois; beijo no rosto ou na
boca; suor e lágrima; picada de inseto; aperto de mão ou abraço; a utilização
de talheres, copos, sabonetes, toalhas e lençóis; sentar sem banco de ônibus
ou trem e a doação de sangue.
36
5.4.4 Quando fazer o teste sorológico anti-HIV
Para detectar o HIV, é necessário fazer um teste de sangue em
laboratório. Hoje ele já pode ser realizado sem prescrição médica, nos Centros
de Testagem e Aconselhamento (CTAs), laboratórios particulares e em
serviços de saúde pública.
Os CTAs contam com médicos, enfermeiros e psicólogos que
acompanham o paciente antes e depois do exame. Tudo é feito de maneira
sigilosa e gratuita. O exame é realizado pela a coleta simples de sangue, com
material descartável. Não é preciso estar em jejum.
O teste só deve ser feito após a "janela imunológica", período de 20 a 30
dias para o vírus se manifestar. Pode durar até 6 meses. Neste tempo, o corpo
produz anticorpos que possam ser detectados no teste.
5.4.5 Efeitos do vírus
Existem três fases na infecção pelo HIV: fase 1: o vírus se multiplica
rapidamente pelo corpo logo após a infecção, mas o sistema imunológico
consegue combatê-lo; fase 2: o sistema imunológico mantém o vírus sob
controle, mas com certo esforço; Fase 3: as defesas estão comprometidas, o
vírus se multiplica e pode provocar outras infecções.
O organismo conta com as células de defesa chamadas CD4, que
reconhece e neutraliza tudo o que for estranho, como vírus, fungos e bactérias
que causam doenças. Em um corpo saudável, inúmeras células de defesa,
como as CD4 são produzidas diariamente. O mesmo número de células é
destruído pelo corpo quando não é mais capaz de realizar suas funções. O HIV
destrói lentamente a capacidade de defesa das células CD4.
A AIDS reflete a perda da imunidade celular após a infecção pelo HIV. O
processo de replicação do HIV e de reposição das células CD4 na corrente
sanguínea é dinâmico. A meia-vida do HIV, tempo necessário para 50% dos
vírus completarem um ciclo de vida é de 1,2 dias aproximadamente. Por volta
de 50% deles morrem e são substituídos a cada seis horas. A cada dia, 10,3
milhões de novos vírus são liberados na corrente sanguínea e quase 2 bilhões
de células CD4 são mortas e substituídas.
37
Infectadas pelo vírus, as células do sistema imunológico começam a
funcionar com menos eficiência, até que, com o tempo, a habilidade do
organismo em combater doenças comuns diminui, ficando sujeito ao
aparecimento de doenças oportunistas, como a pneumonia, a tuberculose,
hepatite C, entre outras.
O vírus HIV chega a ficar incubado no organismo por até 10 anos, sem
que a pessoa infectada manifeste os sintomas da AIDS. O período entre a
infecção pelo HIV e a manifestação dos sintomas da doença depende,
principalmente, do estado de saúde do paciente, que pode retardar, ou não, o
aparecimento dos primeiros sintomas. (BRASIL, 2007)
5.4.6 Sinais e sintomas
O HIV age no interior das principais células do sistema imunológico, os
linfócitos. Ao entrar nessa célula, o HIV se integra ao seu código genético.
Entre os linfócitos, o tipo mais atingido pelo vírus é o chamado linfócito TCD4,
usado pelo HIV para gerar cópias de si mesmo.
Infectadas pelo vírus, essas células começam a funcionar com menos
eficiência até serem destruídas. Dessa forma, com o passar do tempo, a
habilidade do organismo para combater doenças comuns diminui, permitindo,
então, o aparecimento de doenças oportunistas.
O período médio de incubação é estimado em 3 a 6 semanas.
Compreende-se por período de incubação o intervalo de tempo entre a
exposição ao vírus até o surgimento de alguns sintomas, como febre e malestar (fase inicial). A produção de anticorpos inicia-se de 8 a 12 semanas após
a infecção.
Denomina-se fase assintomática o estágio em que a pessoa infectada
não apresenta qualquer sintoma. Esse período de latência do vírus é marcado
pela forte interação entre o sistema imune e as constantes e rápidas mutações
do vírus. Durante essa fase, os vírus amadurecem e morrem de forma
equilibrada.
A fase final corresponde à redução crítica de células T, tipo CD4, que
chegam abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Adultos saudáveis
possuem de 800 a 1200 unidades. Nessa fase, surgem os sintomas típicos da
38
AIDS, tais como: diarréia persistente, dores de cabeça, contrações abdominais,
febre, falta de coordenação, náuseas, vômitos, fadiga extrema, perda de peso,
câncer.
5.4.7 Análise da situação epidemiológica do HIV/AIDS
Segundo o Ministério da Saúde, em 2004, estimou-se que 600 mil
indivíduos de 15 a 49 anos estariam vivendo com HIV/AIDS no Brasil.
Esta prevalência foi de 0,42% em mulheres e 0,80% em homens, com
estimativa média de 208.898 mulheres e 384.889 homens vivendo com
HIV/AIDS no país.
Utilizando a prevalência do HIV em estudo realizado em cerca de 30 mil
jovens masculinos de 17 a 21 anos, observaram-se incidências de 0,161% na
região Sul, conscritos do Exército brasileiro, em 2002.
Até junho de 2004, foram registrados 362.364 casos de AIDS, sendo 69%
ocorridos em homens. Entre as mulheres, a tendência tem sido crescente, com
a maior taxa observada em 2003, de 14 casos por 100 mil mulheres.
Conforme dados atualizados em março de 2007 da Secretaria Estadual
da Saúde o município de Sapucaia do Sul tendo a Incidência acumulada de
484 casos e desses 226 óbitos, havendo uma prevalência absoluta de 258
casos, no coeficiente de prevalência p/ 10.000 habitantes de 18,98 %.
(SINAN/SIM – RS)
5.4.8 Avaliação epidemiológica no Rio Grande do Sul
No Rio Grande do Sul, de 1985 a 2005, foram notificados à Secretaria da
Saúde do Estado, 1388 casos de AIDS em crianças – com menos de 13 anos
de idade. Oitenta e cinco por cento dessas (1183 crianças), foram infectadas
no período pré e perinatal por transmissão vertical do HIV.
Essa proporção de casos acumulados representa, de fato, a média dos
últimos doze anos da epidemia – diferente do perfil inicial de transmissão do
HIV para crianças – que, nos primeiros anos, tinha como principal situação de
risco para transmissão, a transfusão de sangue e hemoderivados. A partir de
1993, com a melhora no controle dos bancos de sangue e com o aumento da
39
incidência de mulheres com AIDS no RGS, começa a aumentar a incidência de
AIDS em crianças na sua maioria, filhos de mães infectadas por HIV/AIDS.
Importante ressaltar que em dois períodos específicos algumas situações
operacionais resultaram em um pseudo-aumento de casos notificados entre
1996 e 1997 houve mudança nos critérios de definição de casos e isso
ocasionou uma entrada concentrada de casos que passaram a ter os critérios
de inclusão; entre 2001 e 2002, com a descentralização e informatização da
notificação dos casos, também houve um aparente crescimento, em função da
melhora na coleta e organização dos dados – ocasionando o resgate de vários
casos antigos que não haviam sido notificados na época do diagnóstico.
5.4.9 Avaliação epidemiológica em Sapucaia do Sul
Os dados específicos sobre exposição à transmissão vertical da infecção
começaram a serem sistematizados a partir de 1997. Desde então, até 2005,
foram
notificados
a
SES/RS
4016
casos
de
gestantes
HIV+
e,
conseqüentemente, de crianças expostas à transmissão vertical.
5.4.10 Aumento de incidência em mulheres
Uma conseqüência do aumento dos casos de AIDS masculinos em razão
da transmissão heterossexual é o aumento dos casos em mulheres.
Desde o início da epidemia, a transmissão sexual vem representando
mais de 75% dos casos de AIDS em mulheres, chegando, em 2004, a 95%,
com redução importante dos casos relacionados ao uso de drogas injetáveis.
Entre os casos em mulheres, 60% disseram ter tido parceiros UDI, ou parceiros
com múltiplas parcerias ou mesmo parceiros infectados pelo HIV.
A razão de casos entre homens e mulheres variou de 6,5 casos, em
média, no período de 1980-1990, para menos de 2 casos masculinos para
cada caso feminino desde 1999. Quando se analisa as taxas de incidência na
população heterossexual, observa-se que, desde o início da década de 90, as
taxas em mulheres heterossexuais já ultrapassavam as observadas para os
homens com esta mesma exposição e com crescimento bem mais acentuado
desde então, chegando a 17,6 casos por 100 mil mulheres heterossexuais em
40
1998, comparado a 12,5 casos por 100 mil homens heterossexuais. Observase, também, nesta categoria de exposição, a inversão da razão de sexo,
chegando a 14 casos femininos para cada 10 masculinos desde meados da
década de 90.
Na faixa etária de 13 a 19 anos, observa-se, também, uma ligeira
inversão da razão entre os sexos, que, a partir de 1998, passa a ser de menos
de um caso masculino para cada feminino, principalmente graças à grande
redução dos casos por transfusão de sangue (incluindo em hemofílicos) e uso
de drogas injetáveis.
5.4.11 Transmissão vertical
Denomina-se transmissão vertical do HIV a situação em que a criança é
infectada pelo vírus da AIDS durante a gestação, o parto ou por meio da
amamentação. No entanto, a criança, filha de mãe infectada pelo HIV, tem a
oportunidade de não se infectar pelo HIV.
Atualmente, existem medidas eficazes para evitar o risco de transmissão,
tais como: o diagnóstico precoce da gestante infectada, o uso de drogas antiretrovirais, o parto cesariano programado, a suspensão do aleitamento
materno, substituindo-o por leite artificial (fórmula infantil) e outros alimentos,
de acordo com a idade da criança.
Durante o pré-natal, toda gestante tem o direito e deve realizar o teste
HIV. Quanto mais precoce o diagnóstico da infecção pelo HIV na gestante,
maiores são as chances de evitar a transmissão para o bebê. O tratamento é
gratuito e está disponível no SUS.
5.4.12 Transmissão vertical em números
A taxa de transmissão vertical do HIV pode chegar a 20%, ou seja, a cada
100 crianças nascidas de mães infectadas, 20 podem tornar-se HIV positivas.
Com ações de prevenção, no entanto, a transmissão pode reduzir-se para
menos de 1%.
No ano de 2004, estimou-se que cerca de 12.000 parturientes estavam
infectadas pelo HIV no Brasil. Foram notificados ao Ministério da Saúde, de
41
janeiro de 1983 a junho de 2006, 13171 casos de AIDS em menores de 13
anos de idade devido à transmissão vertical. Este número vem reduzindo ano a
ano com a adoção de medidas de prevenção.
5.4.13 Sinais e sintomas
A maioria das crianças nascidas de mãe soropositiva para o HIV não
apresenta sinais ou sintomas de infecção pelo HIV quando do nascimento.
Toda criança nascida de mãe soropositiva para o HIV deve fazer o
acompanhamento recomendado pelo Ministério da Saúde, até comprovar sua
situação sorológica (infectada ou não).
5.4.14 Exames
O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito por meio de testes realizados a
partir da coleta de uma amostra de sangue. O teste deve ser oferecido a todas
as gestantes, independente da situação de risco para o HIV. O teste deverá
ser sempre voluntário e confidencial.
5.4.15 Prevenção
Quanto mais precoce o diagnóstico da infecção pelo HIV na gestante,
maiores são as chances de evitar a transmissão para o bebê. O uso de
medicamentos anti-retrovirais (AZT) em gestante e recém-nascido, a cesariana
programada e a substitução do aleitamento materno podem reduzir o risco de
transmissão do HIV da mãe para o filho.
5.5
HPV
Atualmente existem cerca de 40 milhões de pessoas infectadas pelo HPV,
segundo estatísticas americanas, ou seja, quase 20% da população daquele
país. Estima-se que no Brasil as estatísticas sejam semelhantes. É uma DST
com maior incidência nos adultos com vida sexual ativa.
42
È uma Infecção causada por um grupo de vírus (HPV – Human Papilloma
Viruses) que inclui mais de 70 tipos. As verrugas genitais ou condilomas
acuminados são apenas uma das manifestações da infecção pelo vírus do
grupo HPV e estão relacionadas com os tipos 6,11 e 42, entre outros.
As verrugas genitais ou condilomas são lesões papilares as quais, ao se
fundirem, formam massas vegetantes com o aspecto de couve-flor. Os locais
mais comuns do aparecimento destas lesões são a glande, o prepúcio e o
meato uretral no homem e a vulva, o períneo, a vagina e o colo do útero na
mulher. Em ambos os sexos, podem ocorrer no ânus e reto, não
necessariamente relacionado com o coito anal.
Assim como a grande parte das doenças sexualmente transmissíveis, o
HPV causa uma infecção silêncios. O homem infectado é um grande
disseminador do vírus devido a maior freqüência de relações e maior troca de
parceiras, mas a prevalência da doença pode ser semelhante em ambos os
sexos. E ainda, certamente existe forte relação entre o contagio pelo HPV e o
desenvolvimento de neoplasias (câncer), principalmente às do colo uterino.
5.5.1 Transmissibilidade
Contacto sexual íntimo (vaginal, anal e oral). Mesmo que não ocorra
penetração o vírus pode ser transmitido. Eventualmente uma criança pode ser
infectada pela mãe doente, durante o parto. (MS)
Esta é uma questão ainda bastante polêmica. Sabe-se que a transmissão
ocorre por contato sexual direto (áreas contaminadas em contato com áreas
não contaminadas do parceiro ou parceira). Isto não é questionado quando se
trata de infecção clinicamente manifesta (verruga visível). Todavia, questionase a possibilidade de transmissão indireta (pelas roupas, em banheiros,
lençóis, etc.). Como o vírus resiste pouco às condições ambientais e não
resiste às medidas normais de higiene (água e sabão) a possibilidade de
transmissão por contato indireto é considerada pouco provável.
Mais controvérsia existe quanto à transmissibilidade da infecção
subclínica. Acredita-se que a transmissão desta forma de infecção seja pouco
provável uma vez que existem pesquisas sugerindo que somente em 20% dos
43
casos em que os dois parceiros estão contaminados existe concordância entre
os tipos de HPV.
Outro aspecto polêmico refere-se à real necessidade de se tratar todos os
casos de HPV. Sabe-se que as infecções mais perigosas são aquelas
produzidas pelos chamados HPV oncogênicos (capazes de provocar câncer de
colo do útero). No entanto, a identificação do tipo de DNA do HPV não é feita
de rotina porque exige um exame muito caro e complexo.
Por outro lado, a atitude mais segura, com relação a esta polêmica,
consiste na identificação, orientação e tratamento de homens e mulheres
contaminadas ou com risco de infecção por HPV. Isto pode ser feito através de
consultas periódicas com urologistas e ginecologistas e dos exames mais
simples como peniscopia (homem) e colposcopia (mulheres).
Finalmente, a infecção latente é uma última questão onde se encontra
alguma polêmica. Geralmente, quando ela é identificada (através de um exame
de DNA do HPV), não precisa de tratamento. No entanto, não se sabe ao certo
quanto tempo uma pessoa pode ter infecção latente, antes que a mesma venha
a se reativar e se manifestar. Admite-se que possa ser durante anos. Isto
explicaria o fato de casais que são parceiros mutuamente exclusivos há vários
anos, terem uma infecção identificada após várias consultas anteriores com
diagnóstico de normalidade. Por isso, muitas vezes não é possível afirmar a
quanto tempo uma contaminação existe nem qual dos dois parceiros adquiriu
primeiro.
As maiores complicações e conseqüências do HPV são cânceres do colo
do útero e vulva e, mais raramente, câncer do pênis e também do ânus.
5.5.2 Diagnóstico
O diagnóstico da infecção pelo HPV é feito por profissional habilitado
sendo baseado na história clínica do doente seguido do exame físico
minucioso. Pode ser utilizado ainda, o recurso dos métodos complementares,
como a peniscopia e a colposcopia, com biópsias, citologia (exame do raspado
da pele ou mucosa) e biologia molecular (exame de DNA).
44
5.5.3 Formas clínicas
Conforme Freitas, (2006, pg.142) as formas da infecção pelo HPV são
classificadas em ter categorias:
a) Infecção clínica – é a forma evidencialvel a olho nú (condiloma cuminado
ou plano) e representa cerca de 1% dos casos;
b) Infecção sub-clínica – diagnóstico por meio do exame colposcópico ou
microscópico (citologia ou histologia). Representa 60% do HPV
anogenital externo e 95% do HPV cervical;
c) Infecção latente – diagnóstico apenas por meio das técnicas de
hibridização do DNA viral em indivíduos com clínica e cito histologia
normais. Sabe-se ainda que a partir da inoculação, ou seja, contágio
pelo vírus, o período de incubação pode variar de 2-3 semanas,
podendo estender-se por meses e até vários anos, dependendo da
capacidade imunológica do indivíduo.
Abaixo seguem algumas fotografias referentes a diversas formas e locais
de lesões por infecções do HPV.
Figura 3 – Infecção por HPV – Lesões vegetantes em borda anal.
Fonte: http://www.aids.gov.br/dst/imagem50.jpg
45
Figura 4 – Condiloma Acuminado – Lesões vegetantes verrucosas em pênis
Fonte: http://www.aids.gov.br/dst/imagem47.jpg
Figura 5 – Infecção por HPV – Lesões vegetantes em vulva.
Fonte: http://www.aids.gov.br/dst/imagem48.jpg
Figura 6 – Infecção por HPV – condiloma gigante em vulva.
Fonte: http://www.aids.gov.br/dst/imagem49.jpg
46
5.5.4 Prevalência do papilomavírus humano na cavidade oral
Conforme Castro e Bussoloti (2006, p. 272), em artigo publicado na
Revista Brasileira de Otorrinolaringologia a prevalência do papilomavírus
humano (HPV) na cavidade oral e na orofaringe ainda não está bem
esclarecida como nos estudos do trato genital, na qual é bem definida.
Entretanto, novas pesquisas estão surgindo após o aparecimento dos
exames de biologia molecular. Neste estudo foi realizada uma revisão da
literatura com o objetivo de verificar a prevalência do papilomavírus humano na
cavidade oral e na orofaringe. Os resultados desta pesquisa mostraram uma
prevalência do HPV 16 na mucosa oral normal (infecção latente).
Já nas lesões benignas orais associadas ao HPV mostraram uma
prevalência do HPV 6 e 11 em papilomas de células escamosas e condilomas,
e, nas verrugas, uma prevalência do HPV 2 e 57, enquanto na hiperplasia
epitelial focal prevaleceram os HPV 13 e 32, e no câncer oral, principalmente,
no carcinoma de células escamosas (CCE), foi evidenciada uma alta
prevalência do HPV 16, o que sugere sua participação na carcinogênese oral,
apesar de ser um assunto controverso.
Constatou-se também uma enorme discrepância nos resultados da
prevalência do papilomavírus humano (HPV) na mucosa oral normal (infecção
latente) e no câncer oral, enquanto nas lesões benignas associadas ao vírus,
os resultados foram confirmatórios.
Os autores argumentam que a análise da literatura sobre a prevalência do
HPV na cavidade oral e orofaringe permite as seguintes conclusões: 1. Dentre
as técnicas utilizadas no diagnóstico do HPV, a mais sensível é a PCR; 2. A
prevalência
do
HPV,
na
mucosa
oral
normal,
apresenta
resultados
discrepantes; 3. A prevalência do HPV, nas lesões benignas associadas ao
vírus, é confirmada; 4. No câncer oral, apesar da prevalência do HPV 16, ainda
existe controvérsias com relação à presença do vírus e à carcinogênese oral.
Contudo, ainda são necessários mais estudos com aperfeiçoamento dos
métodos utilizados para a detecção do DNA HPV e das técnicas de coletas das
amostras (swabs ou biópsia), objetivando menor interferência nos resultados e
maior esclarecimento sobre a infecção do HPV, e sua prevalência na cavidade
47
oral e orofaringe, ficando a motivação para continuar a pesquisar o HPV,
principalmente, na mucosa oral normal e no câncer oral.
Figura 7 – HPV oral
Fonte: www.avimed.com.br/news/ed18/img/Condiloma%20em%20Boca.jpg
5.5.5 Prevenção
Calcula-se que o uso da camisinha consiga barrar entre 70% e 80% das
transmissões, e sua efetividade não é maior porque o vírus pode estar alojado
em outros locais, não necessariamente no pênis, mas também na pele da
região
pubiana,
períneo
e
ânus.
A
utilização
da
camisinha
usada
adequadamente, do início ao fim da relação, pode proporcionar alguma
proteção.
Na maioria das vezes os homens não manifestam a doença. Ainda assim,
são transmissores do vírus. Quanto às mulheres, é importante que elas façam
o exame de prevenção do câncer do colo, conhecido como papanicolau ou
preventivo, regularmente. Avaliação do (a) parceiro (a). Abstinência sexual
durante o tratamento.
6
MÉTODOS PREVENTIVOS
Conforme Adolesite , site vinculado ao Ministério da Saúde , voltado para
adolescentes , as infecção podem ser evitadas fazendo o uso de camisinha
(feminina ou masculina) corretamente, em todas as relações sexuais. O que
significa "sexo seguro" ou "sexo protegido"? Como as expressões levam a
entender, praticar sexo de forma segura ou protegida significa que as pessoas
estão adotando o uso adequado do preservativo.
A prática das seguintes atividades irá prevenir que o sangue, sêmen, ou
secreções vaginais de um parceiro entrem em contato com o seu sangue e,
desta forma, previne a transmissão do HIV: masturbar-se, massagear-se,
roçar-se, abraçar-se, fazer carícias genitais. O uso correto e constante de
preservativo (camisinha) na relação sexual previne contra o risco de infecção
do HIV e outras DST. Foi demonstrado que preservativos de látex são eficazes
na proteção contra HIV, DST e gravidez.
O uso incorreto do preservativo reduz a sua eficácia, porque, por
exemplo, pode fazer com que ele se rompa. A relação sexual com preservativo
é chamada de "sexo protegido".
Embora apenas um pequeno número de pessoas tenha contraído HIV por
estes meios, as práticas seguintes apresentam risco: felação (introdução do
pênis na boca); sexo oral vaginal (boca na vagina); sexo oral anal (boca no
ânus) As seguintes práticas representam, sem dúvida, alto risco, se realizadas
sem preservativo: sexo anal (introdução do pênis no reto); sexo vaginal
(introdução do pênis na vagina); qualquer prática sexual que cause
sangramento; esperma ou sangue levado à boca durante sexo urogenital.
49
6.1
Camisinha Masculina
A camisinha masculina é uma capa de borracha (látex) que é colocada sobre o
pênis, e reduz efetivamente a transmissão das doenças sexualmente
transmissíveis (DST) e da AIDS (síndrome da imunodeficiência adquirida). O
preservativo é o único método eficaz na prevenção dessas doenças e age
também como contraceptivo, isto é, evitando a gravidez.
Figura 8 :Preservativo masculino
Fonte: http://www.spiner.com.br/areas/figuras/sexo/cam_3.jpg
6.2
Camisinha feminina
A camisinha feminina é uma bolsa feita de plástico macio (o poliuretano),
que é mais fino que o látex do preservativo masculino. Tem 15 centímetros de
comprimento e oito de diâmetro, sendo bem mais larga que o masculino.
Também tem maior lubrificação.
A parte fechada da bolsa contém um anel flexível e móvel que serve de
guia para a colocação no fundo da vagina. A borda do outro extremo termina
num anel flexível que deve cobrir a vulva.
Recebe o líquido que o homem libera na relação sexual, impedindo a
entrada do espermatozóide e evitando a transmissão de DST (doenças
sexualmente transmissíveis), como a AIDS (síndrome da imunodeficiência
adquirida).
O custo é três vezes maior que o do preservativo masculino. A camisinha
feminina é macia, transparente, resistente, e deve ser usada em todas as
relações sexuais.
50
Figura 9 – Preservativo feminino.
Fonte: http://www.agenciaaids.com.br/news_imagens/camisinha_feminina.jpg
Para que ela funcione é preciso que você a coloque corretamente e tome
alguns cuidados:
a) Guarde a camisinha feminina em lugar fresco;
b) A camisinha com a data de validade vencida, não deve ser usada;
c) Abra a embalagem somente quando você for usar;
d) Tome cuidado para não estragar a camisinha feminina. Se isto acontecer
jogue-a no lixo e use outra;
e) Nunca use a camisinha feminina junto à camisinha masculina. Na
relação, use uma ou outra. Se usar as duas ao mesmo tempo, o atrito
pode causar o risco de rompimento;
A camisinha feminina sai da fábrica lubrificada, mas você pode se
desejar, adicionar uma gota de lubrificante extra no fundo da camisinha ou na
argola exterior.Outra dica é colocar o lubrificante diretamente no pênis. O
lubrificante deve ser sempre a base de água.A camisinha feminina é
descartável, ela tem que ser jogada fora ao final da relação sexual.
A camisinha feminina, como a masculina, é o único método de prevenção
eficaz no controle da transmissão sexual das DST e AIDS, e age também como
contraceptivo, isto é, evitando a gravidez. (MINISTÉRIO DA SAÚDE – AIDS).
7
7.1
MATERIAL E MÉTODOS
O colégio
O Colégio Estadual Guianuba, está localizado na Rua Djalma Sassi, 561,
Bairro Nova Sapucaia, Sapucaia do Sul. Conta , com um quadro de 60
professores responsáveis pelo ensino de 1600 educandos, distribuídos nos três
turnos.
O colégio é simples, sem grandes recursos didáticos, possui os seguintes
serviços/instituições: circulo de pais e mestres; biblioteca escolar; grêmio
estudantil; secretaria serviço de orientação educacional; serviço de supervisão
escolar; conselho escolar serviço de integração escola-empresa; serviço de
cozinha e refeitório; serviço de portaria e vigilância.
Os horários de início e término das aulas são respeitados. A disciplina
está mais evidente, sendo que os educandos têm liberdade de ficar no pátio ou
nos corredores, caso sejam liberados pelo professor. O prédio está mal
conservado, mas as salas foram recentemente pintadas e limpas pelos
soldados do exército de Sapucaia, as salas encontram-se um pouco mais
limpas.
Há uma grande facilidade de acesso dos educandos com a direção,
orientação e supervisão. Os profissionais destas áreas estão sempre dispostos
a ouvir, orientar e ajudar.
A disposição dos períodos segue o modelo de ensino superior, ou seja,
cada dia da semana é reservado a somente uma disciplina e cada disciplina
tem seu encerramento semestralmente.
52
Os cursos oferecidos pelo colégio são: ensino fundamental, ensino médio;
oferecendo também matrícula com dependência no ensino fundamental, bem
como matrícula com dependência no ensino médio.
As aulas acontecem às quintas-feiras no horário da manhã, das sete
horas e quarenta minutos às doze horas. A disciplina é semestral. O sistema de
avaliação no semestre consistirá de três notas, sendo que a média é cinqüenta
totalizando cento e cinqüenta pontos no semestre para haver aprovação. Caso
o aluno não consiga atingir o estimado é feita uma substituição de umas das
três avaliações, a maioria dos educandos opta pela que tirou menor nota.
Mesmo não conseguindo essa nota, o aluno terá de realizar um exame que
conterá todo o conteúdo realizado no decorrer do semestre.
A turma tem como professora titular Marilurdes Pozzebom, graduada em
Biologia e pós-graduada Genética, há quinze anos pela Unisinos. O colégio
participa também do projeto Escola Aberta, que tem como objetivos: Diminuir
os índices de violência, principalmente, nas comunidades mais carentes;
fortalecer o papel da escola como pólo irradiador de cultura; Fortalecer as
ações políticas e pedagógicas das escolas e das comunidades envolvidas;
Aproximar escola e comunidade; Provocar mudanças nas relações da escola
com a sociedade; Envolver os jovens na elaboração e na execução do projeto
preparando-os para um melhor exercício da cidadania.
7.2
Planejamento
Sendo assim, as oficinas foram realizadas em encontros semanais, com a
duração de uma hora e quarenta e cinco minutos por dia, no período de vinte e
quatro de outubro a oito de novembro de 2007. No período correspondente as
oficinas, o enfoque centrou-se na capacitação dos educandos e na elaboração
das atividades a serem desenvolvidas.
Em outubro quando as atividades foram iniciadas, conversamos com os
educandos e colocamos a importância dos temas abordados juntamente com
as atividades e materiais a serem utilizados em cada oficina.
A cada nova semana, trocávamos idéias para reavaliar as atividades
inicialmente propostas com base nas aprendências dos educandos. Várias
53
foram às técnicas e dinâmicas utilizadas uma vez que estas foram escolhidas
de acordo com os objetivos a serem atingidos.
A seguir, a Tabela 1 apresenta as atividades propostas e executadas,
organizados conforme cronograma proposto e aprovado pela direção da escola
(Tabela 2).
Tabela 1 – Procedimentos utilizados
Oficinas
Métodos
Oficina 1
Introduzir o tema DST aos educandos do ensino médio de forma clara e objetiva,
utilizando material confeccionado. Mobilizando-os da importância e
responsabilidade do conhecimento desses temas, na fase de iniciação sexual.
Oficina 2
Dividir os educandos em 5 grupos (HIV/AIDS,HPV,Hepatite C, Herpes genital e
clamídia), dando liberdade para que possam criar cartazes , agregando os temas
principais de cada doença.(sintomas, transmissão, índices epidemiológicos,
conseqüências, prevenção).
Oficina 3
Propiciar um espaço para refletir, vivenciar, discutir os temas trabalhados. Após a
discussão desses temas, expor os cartazes confeccionados pelos educandos no
mural da escola. Juntamente com a caixa de perguntas/dúvidas.
Oficina 4
Confeccionar a camiseta com o slogan: “Eu me amo, uso preservativo!”.
Fonte: Autoria própria, 2007.
Tabela 2 – Cronograma das Oficinas
Técnica
Utilizada
Material
Utilizado
Custos
Polígrafo
Cartazes
Preservativo feminino e
masculino
Xérox dos polígrafos:
R$ 7,50
Cópia das DST:
R$ 8,50
Confecção de
cartazes
Papel pardo, cartolinas cola,
tesoura, canetas, pincéis
atômicos, fita crepe, figuras
de jornal ou revistas.
Nenhum gasto.
Os educandos
compraram.
“Caixinha de
Perguntas”
Cola, fita crepe, tesoura,
papel e caneta.
Nenhum gasto, caixa
reutilizada.
Camiseta branca, tintas de
tecido, água, pincéis e jornal.
25 camisetas.
R$ 84,00
5 tintas de tecidos nas
cores preta,branca,
verde, vermelho e
laranja.
Pincéis
R$ 10,00
Dia/ Mês
Oficinas
18 de
Outubro
Exposição
Oficina 1 teórica do tema
DST.
25 de
Outubro
Oficina 2
01 de
Novembro
Oficina 3
08 de
Novembro
Oficina 4
Confecção de
camiseta
Fonte: Autoria própria, 2007.
54
7.3
Aspectos metodológicos
As oficinas, num total de quatro, tiveram a duração aproximada de 1h e
45 minutos cada, com freqüência semanal.
As oficinas tiveram temáticas estruturas e o desenvolvimento específico
como consta a seguir:
7.3.1 Oficina 1 : Exposição teórica do tema DST
Apresentação da proposta e realização do trabalho, juntamente com as
DST de maior incidência AIDS/HIV, Herpes genital, Hepatite C, HPV e Clamídia
seus
sintomas,
transmissão,
índices
epidemiológicos,
conseqüências,
prevenção entre outras particularidades. Exposição de cartazes e fotos das
doenças. Entrega do material individual.
Foram utilizados os seguintes materiais: Preservativos feminino (figura 8)
e masculino (figura 9), polígrafo (Anexo A), cartazes, fotos, quadro e giz.
Ao iniciar o encontro foram entregues aos educandos polígrafos com a
descrição, sintomas, transmissão, índices epidemiológicos, conseqüências e
métodos de prevenção das doenças. A aula foi expositiva, explicando de forma
clara e objetiva a importância dos educandos conhecerem as doenças de maior
incidência juntamente com a prevenção, fazendo prevalecer o cuidado com o
corpo, auto-estima e responsabilidade para com seus parceiros sexuais. A
exposição foi teórico-prática, com auxílio de quadro verde, cartazes, fotos e
preservativos
feminino
e
masculino.
Na
dinâmica
de
despedida
foi
demonstrada a colocação de preservativo masculino na mão, comprovando a
resistência do material através do manuseio.
7.3.2 Oficina 2: Confecção de cartazes
Houve a confecção de cinco cartazes com os seguintes temas: HIV/AID,
HPV, hepatite C, herpes genital e clamídia.
Para a confecção dos cartazes foram utilizados os seguintes materiais:
cartolinas, papel pardo, pincéis atômicos, fita crepe, cola, tesoura, régua,
caneta hidrográfica, figuras de revistas e/ou jornais: família rica, família pobre,
55
sujeito drogado, homem saudável, homossexuais masculinos e femininos,
pessoa da raça branca, pessoa da raça negra, mulher e seus filhos/as,
prostituta, homem com carro importado, homem com carro popular.
Conforme combinado na aula anterior a turma já havia sido dividida em
cinco grupos (ANEXOS B a E), sendo que cada um ficou responsável de
abordar umas das seguintes doenças: HIV/AIDS, HPV, hepatite C, herpes
genital e clamídia, juntamente com os sintomas, transmissão, índices
epidemiológicos, conseqüências e prevenção. Conforme solicitação de figuras
e revistas de vários estereótipos, podemos observar que independentemente
do grau de instrução, gênero, posição social, criança, mulher e homem, todos
estão suscetíveis à exposição de uma das doenças estudadas. Podemos
verificar também o preconceito ao qual as pessoas contaminadas estão
sujeitas a enfrentarem, tanto por parte da sociedade quanto da família,
namorados e amigos.
7.3.3 Oficina 3: “Caixinha de Perguntas”
Propiciar aos educandos um espaço para refletir, vivenciar, discutir os
temas trabalhados nas oficinas de forma a esclarecer, sem rodeios as dúvidas
e perguntas contidas na “caixinha de perguntas”.
A turma será organizada em circulo para que todos os educandos possam
ter maior visibilidade com os outros colegas. Sem identificação, cada aluno
poderá colocar no papel que foi entregue o seu questionamento. O educador
tirará aleatoriamente da caixa um papel por vez lerá e responderá a questão
proposta. Reafirmar aos educandos o cuidado com o corpo, auto-estima. Após
a discussão desses temas, será realizada a exposição dos cartazes
confeccionados pelos educandos no mural da escola.
Foram utilizados os seguintes materiais: uma caixa, papel e caneta.
7.3.4 Oficina 4: Confecção da Camiseta
Ao lidar com os adolescentes, devemos trabalhar a auto-estima, pois
esses estão passando por uma fase de mudanças o que é de extrema
importância fazê-los se valorizarem como pessoas abordando de forma criativa
56
a temática com o slogan da confecção da camiseta: “Eu me amo, uso
preservativo!”. Serão utilizados os seguintes materiais 25 camisetas brancas,
tintas de tecido, água, pincéis e jornal (ANEXO J).
Para finalizar as atividades será realizado um coquetel com salgadinhos e
refrigerantes e serão fotografados os educandos vestindo as suas próprias
camiseta
8
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As oficinas ao serem apresentadas como assunto transversal como
proposta para a minha monografia foi muito bem aceita pelos adolescentes do
ensino médio.
Na oficina 1 com a exposição teórica do tema DST, os alunos apreciaram
e ficaram admirados com polígrafo que havia sido criado para essa proposta,
verificou-se que a maioria das aulas normais são fixas ao livro didático. Alguns
alunos até falavam: “esse polígrafo vai ser nosso”, isso que é foi apenas a
fotocópia do material confeccionado.
Já na confecção de cartazes, todos os alunos trouxeram material de casa,
sendo livros, enciclopédias, cartinhas, pesquisas na internet.Todos os grupos
se mobilizaram para a pesquisa, mas ao final apenas quatro dos cinco grupos
realizaram a atividade.
Como a “caixinha de perguntas”, já havia rolado nos debates na primeira
aula, foram lançados os alunos que deveriam me entregar na próxima aula três
perguntas: Porque devo usar preservativo?; Que cuidados devo ter com meu
corpo?; Você se ama? (ANEXOS F a I)
Seguem algumas considerações a respeito das respostas:
Dos 25 (100%) alunos, apenas 11 entregaram (44%), sendo que 7 (28%)
relatam que devem utilizar o preservativo não somente para prevenir as DST,
mas também no cuidado da gravidez não planejada;
Referente à segunda pergunta, 11(44%) adolescentes escreveram que
possuem o cuidado com seu corpo; dentre esses cuidados esta a alimentação
saudável, prática de exercícios físicos e higiene pessoal.
58
Já na terceira pergunta a grande maioria falou sobre respeito com o
corpo, responsabilidade, cuidar-se, parceiro e quem ama cuida. Todos
relataram se amar , apenas um falou que não se ama.
Por outro lado a confecção da camiseta foi um sucesso, dos 25 alunos
apenas um não realizou a proposta, escrevendo apenas o seu nome. Um
aspecto observado é que os alunos que não haviam realizado o cartaz foram
os mais criativos, o que demonstra grande disposição para outras práticas mais
focadas em artes, desenhos e pensamento criativo.
Quanto os desenhos utilizados na confecção das camisetas, verificou-se
que todas as meninas representavam o uso do preservativo de forma
romântica, apaixonadas, com figuras de coração, estrelas e casais abraços. Já
os meninos representavam o preservativo de forma mais desapegada de
sentimentos, sem relação com o amor (ANEXOS L a R).
O que se percebe e que desde pequena, a mulher sonha com o amor
colorido, que na adolescência começa a florescer. Já os meninos, verificar-se
aquela coisa mais de macho, racional , sem sentimentos envolvidos. O que no
futuro acaba prejudicando as mulheres nos seus relacionamentos e tornandoas submissas em sem relacionamentos, não solicitando a utilização do
preservativo. Acaba sendo atingida pelos sentimentos de perda e cedendo.
Devido a esses fatores os adolescentes de ambos os sexos devem estar
muito bem informadas para não se tornarem vítimas das doenças sexualmente
transmissíveis, mas sim capazes de amar.
9
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Foi muito importante poder colocar em prática as oficinas de DST para os
adolescentes do ensino médio no colégio em que realizei meus três estágios
anteriores, pois esse contato anterior serviu como base para conhecer a
necessidade de orientá-los da melhor maneira possível e também serviu como
inspiração na pesquisa. A importância desse trabalho veio do conhecimento de
que a cada ano vem aumentado o número de adolescentes, principalmente do
sexo feminino contaminados pelo vírus HIV, e assim, mais suscetíveis a outras
doenças sexualmente transmissíveis. Além da suscetibilidade a DST, a falta de
prevenção também aumenta a ocorrência de gravidez não planejada.
O que pude analisar é que todos os educandos aceitaram muito bem as
propostas oferecidas para a realização desta monografia, a grande maioria se
esforçou para a realização das atividades, sendo na exposição teórica das
doenças , na confecção dos cartazes, no bate papo e na confecção da
camiseta, com o slogan “Eu me amo, uso preservativo!”.
Havia um debate planejado para a segunda oficina mas, na primeira
oficina, a maioria entrou no clima do bate papo, expondo suas idéias,
revelando-se interessados e bem informados sobre os assuntos.
A maioria dos adolescentes sabe da importância da utilização do
preservativo, mas não a solicitam ao parceiro por insegurança ou medo do
preconceito, iniciando um histórico de submissão, em seus relacionamentos.
Relacionei também a incidência de adultos de ambos os sexos
contaminados à de bebês, que devido à irresponsabilidade dos pais, nascem
contaminados e são, muitas vezes, discriminados e abandonados.
60
Na realização dos cartazes, apenas o grupo composto por rapazes com
problemas disciplinares não trabalhou, porém, em contrapartida, foi o grupo
que elaborou as camisetas mais interessantes.
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ANEXO A – Polígrafo
64
65
ANEXO B – Fotos: grupo HIV/AIDS.
66
ANEXO C – Fotos: grupo clamídia
67
ANEXO D – Fotos: grupo hepatite C
68
ANEXO E – Fotos: grupo HPV
69
ANEXO F – Porque devo utilizar o preservativo – por Carla
70
ANEXO G – Porque devo utilizar o preservativo – por Caroline
71
ANEXO H – Porque devo utilizar o preservativo – por Pâmela
72
ANEXO I – Porque devo utilizar o preservativo – por Deisiane
73
ANEXO J – Foto: confecção das camisetas
74
ANEXO L – Ilustração: prevenção é a solução
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ANEXO M – Ilustração: árvore de preservativo
76
ANEXO N – Ilustração: preservativo do amor
77
ANEXO O – Ilustrações: formas de utilização do preservativo.
78
ANEXO P – Ilustrações: o preservativo.
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ANEXO Q – Fotos: camisetas prontas
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ANEXO R – Fotos: turma 215 com as camisetas prontas.
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