qualidade fisiológica de sementes de cajueiro - BDTD

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FRANCISCO ELVIS RAMOS VIEIRA
QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE
CAJUEIRO, CLONE CCP-76, EM FUNÇÃO DA FORMA DE
COLHEITA E DO TEMPO DE ARMAZENAMENTO
MOSSORÓ-RN
2011
FRANCISCO ELVIS RAMOS VIEIRA
QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE CAJUEIRO, CLONE
CCP-76, EM FUNÇÃO DA FORMA DE COLHEITA E DO TEMPO DE
ARMAZENAMENTO
Dissertação apresentada à Universidade
Federal Rural do Semi-Árido, como parte
das exigências para obtenção do título de
Mestre em Agronomia: Fitotecnia.
ORIENTADORA
Profa. D.Sc. MARIA CLARETE CARDOSO RIBEIRO
MOSSORÓ-RN
2011
Ficha catalográfica preparada pelo setor de classificação
e catalogação da Biblioteca “Orlando Teixeira” da
UFERSA
V693q Vieira, Francisco Elvis Ramos.
Qualidade fisiológica de sementes de cajueiro, clone
CCP-76, em função da forma de colheita e do tempo de
armazenamento. / Francisco Elvis Ramos Vieira. -Mossoró, 2011.
75f.: il.
Dissertação (Mestrado em Fitotecnia: Área de
concentração em Tecnologia de sementes) – Universidade
Federal Rural do Semi-Árido. Pró-Reitoria de PósGraduação.
Orientadora: Profª Dra. Maria Clarete C. Ribeiro
Co-orientadora: Profª Jailma Suerda Silva de Lima
1. Anacardium occidentale L. 2. Sementes 3.Vigor.
4. Germinação. I. Título.
CDD: 634.44
Bibliotecária: Vanessa Christiane Alves de Souza
CRB-15/452
Aos meus pais, pessoas fundamentais na minha vida,
pela educação e ensinamentos; meus irmãos pelo
carinho e apoio que sempre me deram; aos meus filhos
por fazerem parte da minha vida e a minha noiva pelo
companheirismo, compreensão e apoio em todos os
momentos.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida e por me dar força em cada passo dessa caminhada,
principalmente nos momentos mais difíceis, permitindo que alcançasse essa vitória.
Aos meus pais, Iolita Pinheiro Ramos Vieira e Raimundo Nonato Vieira
Ramos, pela educação, ensinamentos e, principalmente, pela preocupação em me
proporcionar um futuro digno. Apesar das grandes dificuldades encontradas no dia a
dia, nunca desistiram e sempre me ensinaram o caminho do bem, muita gratidão.
Aos meus irmãos, Dorielson Ramos Vieira e Ana Paula Ramos Vieira, por
sempre estarem ao meu lado, pela confiança e pelas palavras de esperança e otimismo.
A minha noiva, Maria Aparecida Sousa de Araújo, pela compreensão,
companheirismo, ajuda e incentivo durante todo o mestrado e por acreditar na
realização desse sonho.
A minha cunhada, Edileusa Isabel de Sá e a minha sobrinha Gabriela de Sá
Vieira, pela torcida, carinho e respeito.
Aos meus avôs, Helvídio Ferreira Ramos, Joana Pinheiro Ramos, José da
Costa Ramos e Francisca Eliza Ramos, pelo carinho e apoio recebidos durante toda
minha caminhada estudantil, sou muito grato a vocês.
Ao meu tio, Graziano Vieira Ramos (in memorian), pela sua simplicidade,
amizade e, principalmente por sua luta e preocupação em proporcionar um futuro
digno a todos seus familiares.
Aos meus tios, tias, primos e primas, pelas palavras de apoio, incentivo e por
estarem sempre ao meu lado em todos os momentos.
A professora Iolanda dos Santos Vieira Rêgo, prefeita municipal de Ipiranga
do Piauí, minha querida terra natal, pelo apoio incondicional durante toda essa
caminha, por seu empenho e dedicação junto ao Governo do Estado do Piauí,
possibilitando a minha liberação para o mestrado e pela confiança em mim depositada
em todos os momentos, meus sinceros agradecimentos.
Aos meus amigos do Piauí, pela ajuda, incentivo, torcida e acima de tudo pela
confiança e respeito que tenho com cada um de vocês.
Ao Programa de Pós-Graduação em Fitotecnia da Universidade Federal Rural
do Semi-Árido – UFERSA, pela oportunidade de fazer o mestrado e pela confiança em
mim depositada.
A coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES),
pelo apoio financeiro.
A minha orientadora, Professora e Pesquisadora Dra. Maria Clarete Cardoso
Ribeiro, pelos ensinamentos, carinho, amizade e por sempre estar disponível a
qualquer momento, contribuindo com sugestões e revisões valiosas para o bom
andamento desta pesquisa. Obrigado pela confiança e pela maneira carinhosa como me
trata, enfim, a senhora foi minha mãe científica, ensinando-me os primeiros passos da
pesquisa, contribuindo significativamente para o aprimoramento de minha vida
profissional, a você meus sinceros agradecimentos e gratidão.
A minha co-orientadora, Professora e Pesquisadora Dra. Jailma Suerda Silva
de Lima, pelas contribuições valiosas durante a realização dessa pesquisa, estando
sempre à disposição quando precisei, acrescentando-me importantes conhecimentos na
minha formação profissional, muito obrigado.
Ao Dr. Antônio Teixeira Cavalcante Júnior, pesquisador da Embrapa
Agroindústria Tropical - CNPAT, Fortaleza – CE, pela amizade construída durante
meu estágio curricular em 2007, onde tive a oportunidade de iniciar meus primeiros
passos na pesquisa científica, pelos ensinamentos e contribuições efetivas, as quais
contribuíram positivamente na minha caminhada até o mestrado, pelas contribuições
valiosas na realização dessa pesquisa e pela honra de tê-lo como membro de minha
banca examinadora.
Ao Professor e Pesquisador Dr. Salvador Barros Torres, Coordenador do
Laboratório de Análise de Sementes, pelo apoio, orientações e conhecimentos
importantes acrescentados durante a realização do experimento, obrigado por tudo e
especialmente pela disponibilidade em participar da minha banca examinadora.
A todos os docentes e funcionários do Programa de Pós-Graduação em
Fitotecnia, pelas contribuições e suporte necessário na minha formação acadêmica.
Aos colegas do Mestrado e Doutorado, que me ajudaram na condução do
experimento, em especial, Fabrícia Nascimento de Oliveira, José Dijalma Batista de
Freitas, Clarisse Pereira Benedito, Django Jesus Dantas e Silvia Regina Silva de
Oliveira Bento, pelo companheirismo, amizade e conhecimentos compartilhados.
Aos funcionários do Laboratório de Análise de Sementes da UFERSA, César e
Nonato, pela amizade, orientações e disponibilidade sempre que precisei.
Ao senhor Antônio José de Sousa Santos (Piauí), um exemplo de agricultor
familiar, proprietário do lote onde fiz a coleta das castanhas, pelo apoio, amizade,
confiança e pela excelente receptividade em sua propriedade.
Ao seu João, funcionário da casa de vegetação da UFERSA, por sua
simplicidade e apoio efetivo durante todo o período de condução do experimento.
A todos que, de forma direta ou indireta, contribuíram para a realização dessa
pesquisa, muito obrigado a todos.
RESUMO
VIEIRA, Francisco Elvis Ramos. Qualidade fisiológica de sementes de cajueiro,
clone CCP-76, em função da forma de colheita e do tempo de armazenamento.
2011. 74 f. Dissertação (Mestrado em Agronomia: Fitotecnia) – Universidade Federal
Rural do Semi-Árido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011.
Este trabalho teve como objetivo avaliar a qualidade fisiológica de sementes de
cajueiro. Utilizando-se sementes fisiologicamente maduras coletadas na copa das
plantas e sementes caídas sobre o solo durante os 30 dias seguintes à coleta na copa. As
sementes provenientes dessas duas coletas foram armazenadas em ambiente natural de
laboratório. As sementes foram obtidas durante a safra 2009 de 140 plantas adultas do
Clone CCP-76, de um pomar em plena produção, localizado no Assentamento
Maracaí, Zona Rural do município de Ipiranga do Piauí. O delineamento experimental
foi o inteiramente casualizado, em esquema fatorial (7x2) com quatro repetições de 25
sementes por tratamento. O primeiro fator foi constituído pelo tempo de
armazenamento das sementes (0; 30; 60; 90; 120; 150 e 180 dias) e o segundo fator
pelo tipo de coletas das sementes (planta e solo). Os ensaios foram conduzidos no
Laboratório de Análise de Sementes e em Casa de Vegetação da Universidade Federal
Rural do Semi-Árido (UFERSA), em Mossoró-RN, no período de setembro de 2009 a
julho de 2010. Em laboratório foram avaliados a porcentagem de germinação e o
índice de velocidade de germinação. Em casa de vegetação foram avaliadas a
porcentagem de emergência, o índice de velocidade de emergência, a altura de plantas,
o diâmetro do caule, o número de folhas, a área foliar e a massa seca da parte aérea. O
armazenamento afetou negativamente o vigor das sementes, sendo que as sementes
coletadas na planta apresentaram melhores características fisiológicas, proporcionando
maiores valores para índice de velocidade de emergência, diâmetro do caule, número
de folhas, altura de planta, área foliar e massa seca da parte aérea.
Palavras-chave: Anacardium occidentale L. Vigor. Sementes. Germinação.
ABSTRACT
VIEIRA, Francisco Elvis Ramos. Physiological quality of cashew seeds, CCP-76
clone, in function of the harvest form and storage time. 2011. 74 f. Dissertation
(Master degree in Agronomy: Plant Sciences) – Universidade Federal Rural do SemiÁrido (UFERSA), Mossoró-RN, 2011.
This work has as objective to evaluate the physiological quality of cashew seeds.
Utilizing seeds physiologically ripe picked off from the crown of the plants and the
seeds fallen under their crowns during a period of 30 days after the harvest from the
crowns. The seeds from those two harvests were stored in room temperature in
laboratory. The seeds were obtained during the harvest time of 2009 from 140 grown
cashew plants from the CCP-76 clone, from an orchard in full production at the
Maracaí Settlement, located in the Rural Area in the city of Ipiranga do Piauí. The
experimental delineating was entirely randomized in a factorial scheme (7x2) with four
repetitions with 25 seeds per treatment. The first scheme was constituted of the seed
storage time (Zero, 30, 60, 90, 120, 150, and 180 days) and the second one of seed
collection kind (plant and soil). The analyses were carried out in the Seed Analysis
Laboratory and in the Green House of the Vegetable Science Department – at
Universidade Federal Rural do Semi-Árido (UFERSA), in Mossoró-RN, from
September, 2009 to July, 2010. The germination percentage and the germination
velocity index were evaluated in laboratory. At the green house, the emergency
percentage, emergence velocity index, plant height, stalk diameter, leaf number, leaf
area, and upper part dry mass. The storage affected negatively the seed vigor, but the
seeds collected from the plants showed better physiological features, providing a
greater emergence velocity index, stalk diameter, leaf number, plant height, leaf area,
and upper part dry mass.
Keywords: Anacardium occidentale L. Vigor. Seeds. Germination.
LISTA DE TABELAS
Tabela 01. Grau de umidade de sementes de (Anacardium occidentale L.)
armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN,
2010.......................................................................................................................
43
Tabela 02. Resumo da análise de variância para germinação (G), índice de
velocidade de germinação (IVG), emergência (E), índice de velocidade de
emergência (IVE), altura de planta (AP), diâmetro do caule (DC), número de
folhas (NF), área foliar (AF), massa seca da parte aérea (MSPA), obtidas de
sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.), coletadas na planta e caídas
no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias.
Mossoró-RN, 2010................................................................................................
44
Tabela 03. Porcentagem de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.) coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente
natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.....................................
45
Tabela 04. Índice de velocidade de germinação de sementes de cajueiro
(Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.......................
47
Tabela 05. Emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.)
coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório,
por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.......................................................................... 50
Tabela 06. Índice de velocidade de emergência de sementes de cajueiro
(Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010......................
52
Tabela 07. Altura de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),
oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente
natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.....................................
54
Tabela 08. Diâmetro do caule de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale
L.), oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas
em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010................ 57
Tabela 09. Número de folhas de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale
L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010......................
59
Tabela 10. Área foliar de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),
oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010......................
61
Tabela 11. Massa seca da parte aérea de plantas de cajueiro (Anacardium
occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo,
armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN,
2010....................................................................................................................... 63
LISTA DE FIGURAS
Figura 01. Ensaio instalado no laboratório de sementes (A) e ensaio instalado
em casa de vegetação (B) com sementes de cajueiro (Anacardium occidentale
L.), coletadas na copa das plantas e caídas no solo, Mossoró – RN,
2010......................................................................................................................
35
Figura 02. Sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na
planta (A) e caídas no solo (B) durante um período de 30 dias, Mossoró – RN,
2010......................................................................................................................
36
Figura 03. Porcentagem de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente
natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.....................................
46
Figura 04. Índice de velocidade de germinação de sementes de cajueiro
(Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010......................
49
Figura 05. Emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.)
coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório,
por180 dias. Mossoró-RN, 2010..........................................................................
51
Figura 06. Índice de velocidade de emergência de sementes de cajueiro
(Anacardium occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010......................
53
Figura 07. Altura de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),
oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente
natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.....................................
55
Figura 08. Diâmetro do caule de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale
L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.....................
58
Figura 09. Número de folhas de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale
L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.....................
60
Figura 10. Área foliar de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),
oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente
natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.....................................
62
Figura 11. Massa seca da parte aérea de plantas de cajueiro (Anacardium
occidentale L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo,
armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN,
2010......................................................................................................................
64
SUMÁRIO
1 INTRODUÇÃO...............................................................................................
15
2 REVISÃO DE LITERATURA.......................................................................
2.1 ASPECTOS GERAIS DO CAJUEIRO.........................................................
2.2 ASPECTOS SÓCIOECONOMICOS.............................................................
2.3 O CULTIVO DO CAJUEIRO.......................................................................
2.4 PROPAGAÇÃO DO CAJUEIRO..................................................................
2.5 GERMINAÇÃO.............................................................................................
2.6 COLHEITA E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES...............................
2.7 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE ARMAZENAMENTO...........................
2.8 DETERIORAÇÃO DE SEMENTES.............................................................
2.9 VIGOR DE SEMENTES...............................................................................
18
18
19
20
22
24
26
29
31
33
3 MATERIAL E MÉTODOS............................................................................
3.1 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO.............................................................
3.2 MATERIAL GENÉTICO UTILIZADO........................................................
3.3 DETERMINAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE...........................................
3.4 ARMAZENAMENTO DAS SEMENTES....................................................
3.5 TESTE DE DENSIDADE..............................................................................
3.6 PRÉ-EMBEBIÇÃO........................................................................................
3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL.........................................................
3.8 CARACTERÍSTICAS AVALIADAS...........................................................
3.8.1 Germinação.................................................................................................
3.8.2 Índice de velocidade de germinação............................................................
3.8.3 Emergência de plântulas..............................................................................
3.8.4 Índice de velocidade de emergência............................................................
3.8.5 Altura de Plântula........................................................................................
3.8.6 Diâmetro do caule.......................................................................................
3.8.7 Numero de folhas........................................................................................
3.8.8 Área foliar....................................................................................................
3.8.9 Massa seca da parte aérea............................................................................
3.9 PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO..............................................................
35
35
36
37
37
37
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38
38
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40
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41
41
42
42
42
4 RESULTADO E DISCUSSÃO.......................................................................
4.1 GRAU DE UMIDADE..................................................................................
4.2 ANÁLISE DE VARIÂNCIA.........................................................................
4.3 GERMINAÇÃO.............................................................................................
4.4 ÍNDICE DE VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO.......................................
43
43
44
45
47
4.5 EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS...............................................................
4.6 ÍNDICE DE VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA........................................
4.7 ALTURA DE PLANTA.................................................................................
4.8 DIÂMETRO DO CAULE..............................................................................
4.9 NÚMERO DE
FOLHAS..............................................................................................................
4.10 ÁREA FOLIAR............................................................................................
4.11 MASSA SECA DA PARTE AÉREA..........................................................
49
52
54
56
58
5 CONCLUSÕES...............................................................................................
65
REFERÊNCIAS.................................................................................................
66
60
62
1 INTRODUÇÃO
O cajueiro é uma espécie tropical nativa do Brasil, que se encontra dispersa em
quase todo seu território (CAVALCANTI et al.; 2008). É considerada uma das
frutíferas tropicais de maior importância, constituindo-se como alternativa econômica
para grande número de países inseridos nas zonas equatoriais do globo (MELO FILHO
et al.; 2006; CRISÓSTOMO et al., 2001). Para a região Nordeste do Brasil, essa
cultura representa uma atividade de grande importância econômica e social, traduzidos
pela grande absorção de mão-de-obra e pela expressiva geração de divisas (WEBER et
al.; 2004; BEZERRA et al.; 2002; CARNEIRO et al.; 2002).
No Brasil, o cajueiro, adapta-se melhor às regiões costeiras do Nordeste, onde
faz parte da vegetação de praias e dunas, além das formações de restingas, o que
permite supor-se que a origem filogenética da espécie reside em regiões limítrofes da
mata amazônica ou cerrados com ecossistemas da região Nordeste, onde se verifica
maior diversidade e adaptação da planta. Além disso, é provável que a origem do
cultivo seja no Nordeste, onde os primeiros colonizadores encontraram tradição da
exploração da castanha e do pedúnculo por parte das comunidades indígenas da região
(MAZZETTO et al.; 2009).
O Brasil possui uma área plantada superior a 740 mil hectares, deste total, mais
de 98% encontra-se na região Nordeste, sendo que, os estados do Ceará com uma área
plantada de 410.433ha, o Piauí com 184.615ha e o Rio Grande do Norte com
125.842ha, respondem por 93% da área cultivada no Brasil. A expansão da cultura
nesses três estados, a partir da segunda metade da década de 1960, deveu-se,
principalmente, às condições climáticas favoráveis, ao baixo preço das terras, à maior
concentração de indústrias de beneficiamento de castanhas e pedúnculos e aos grandes
incentivos proporcionados pelo Governo Federal e Estadual nesses estados
(CRISÓSTOMO et al., 2001).
15
A partir da década de 1980, de acordo com Cavalcanti júnior; Chaves (2001), o
melhoramento da base genética natural possibilitou a clonagem de indivíduos que
apresentavam características desejáveis tais como porte da planta, precocidade,
produtividade e qualidade do pedúnculo e, a partir daí, a propagação vegetativa através
da enxertia, possibilitando a produção de mudas, utilizando-se material genético
proveniente de um mesmo clone.
Nesse sentido, a cajucultura vem se destacando dentre as frutíferas cultivadas
no Nordeste brasileiro, pois a maioria dos plantios é explorada por pequenos
agricultores, gerando emprego e divisas, absorvendo grande parte da mão-de-obra
disponível no campo, principalmente durante a estação seca.
Estima-se que o
agronegócio do caju gera, só no campo, um emprego permanente para cada 6 ha e mais
dois temporários durante os 3 a 4 meses de safra (OLIVEIRA, 2002).
No processo de produção de mudas, podem ser empregados diversos métodos
de propagação vegetativa, no entanto, por apresentarem maior viabilidade técnica e
econômica, segundo Cavalcanti júnior; Chaves (2001), as enxertias por borbulhia em
placa e garfagem em fenda lateral ou cheia são mais utilizadas. No entanto, para se
obter sucesso nesse procedimento é indispensável à utilização de portas enxertos
vigorosos provenientes de sementes que apresentem boas características fisiológicas.
A preservação da qualidade das sementes durante o armazenamento requer a
integração das condições ambientais de temperatura, umidade relativa, tipo de
embalagem e grau de umidade das sementes (SILVA et al.; 2007), além das
características genéticas da espécie ou cultivar, vigor da planta mãe e condições
climáticas predominantes durante a maturação das sementes (AZEVEDO et al.; 2003).
Segundo o Comitê de Vigor Internacional de Analista de Sementes (ISTA), o
vigor da semente é a soma de todas as propriedades da semente que determinam o
nível de atividade e o desempenho da mesma, durante a germinação e a emergência de
plântulas. Sementes que tenham um bom desempenho são classificadas como
16
vigorosas e as de baixo desempenho são chamadas de sementes de baixo vigor (ISTA,
1981).
A Association of Official Seed Analystis (AOSA, 1983) definiu o vigor de
sementes como aquelas propriedades que determinam o potencial para uma emergência
rápida e uniforme e para o desenvolvimento de plântulas normais, sob uma ampla faixa
de condições ambientais.
Diante o exposto, este trabalho foi desenvolvido com o objetivo de avaliar a
influência da forma de colheita e o tempo de armazenamento sobre a qualidade
fisiológica de sementes de cajueiro, utilizando-se sementes fisiologicamente maduras
coletadas na copa das plantas e sementes caídas sobre o solo, armazenadas em
temperatura ambiente de laboratório por um período de 180 dias.
17
2 REVISÃO DE LITERATURA
2.1 ASPECTOS GERAIS DO CAJUEIRO
Originário da América Tropical, o cajueiro encontra-se disperso numa extensa
faixa compreendida entre os paralelos 27ºN, no Sudeste da Flórida e, 28ºS, na África
do Sul (CRISSÓSTOMO et al.; 2001; FROTA; PARENTE, 1995). No Brasil, a maior
diversidade de cajueiro, única espécie cultivada e a de maior dispersão do gênero,
encontram-se na região Nordeste, em diversos ecossistemas, especialmente nas zonas
costeiras, compondo a vegetação de praias, dunas e restingas (SANTOS, 2011;
BARROS, 1995).
O cajueiro é uma planta perene, de ramificação baixa e porte médio, cuja copa
atinge, no tipo comum, altura média de 5 a 8 metros e diâmetro médio (envergadura)
entre 12 e 14 metros. Excepcionalmente, atinge até 15 m de altura e diâmetro da copa
superior a 20 m, dependendo do genótipo e das condições de clima e solo. No caso do
cajueiro anão precoce, a altura média não ultrapassa 4 metros e a envergadura varia
entre 6 e 8 metros. As folhas são simples, inteiras, alternas, de aspecto subcoriáceo,
glabras e curto-pecioladas, medindo de 10 a 20 cm de comprimento por 6 a 12 cm de
largura (BARROS, 2002).
O cajueiro é uma planta andromonóica, ou seja, o seu sistema reprodutivo
constitui-se de flores masculinas (estaminadas) e hermafroditas na mesma planta. A
inflorescência é uma panícula onde se encontram os dois tipos de flores, em
quantidades e proporções que variam muito, tanto entre plantas como entre panículas
de uma mesma planta (CRISÓSTOMO et al., 2001; TODA FRUTA, 2010).
Com relação ao porte, Barros (2002), descreve a existência de dois tipos bem
definidos, o tipo comum e anão precoce. O cajueiro comum apresenta porte elevado,
18
grande variação na distribuição dos ramos e formatos da copa, apresenta grande
variabilidade para os principais caracteres de interesse econômico, com relação à
castanha e pedúnculo. A maioria das plantas produz menos de 5 kg de castanha por
safra, no entanto, encontram-se plantas com produção próxima a 200 kg e sua
produção não estabiliza antes dos 8 anos (BARROS, 2002).
O tipo anão precoce caracteriza-se pelo porte baixo, copa homogênea,
diâmetro do caule e envergadura da copa bem inferior ao tipo comum. A maioria da
plantas é propagada por sementes ou por enxertia, as quais iniciam a floração já no
primeiro ano e apresentam características com menor variabilidade em relação ao tipo
comum (BARROS, 2002).
2.2 ASPECTOS SOCIOECONÔMICOS
A cajucultura ocupa no mundo, uma área estimada de 3,39 milhões de
hectares, com uma produção mundial estimada em 3,1 milhões de toneladas. Os
principais países produtores são o Vietnã, a Índia, o Brasil e a Nigéria (OLIVEIRA,
2008). Portanto, o Brasil é considerado o terceiro produtor mundial de castanha de
caju, possuindo uma área cultivada superior a 740.000 ha, com uma produção de 250
mil toneladas da castanha e dois milhões de toneladas de pedúnculo, gerando em média
divisas da ordem de U$ 225 milhões anuais (OLIVEIRA, 2008).
Alem da amêndoa da castanha do caju (ACC), produto de maior interesse pela
aceitação em diferentes mercados e expressão econômica (ODUWOLE et al., 2001),
outros dois subprodutos são extraídos do caju: o líquido da castanha de caju (LCC),
que demonstra seu potencial na indústria química (SANTOS; MAGALHÃES, 1999) e
o pseudofruto, que pode ser consumido in natura ou utilizado na fabricação de doces,
sucos e bebidas.
19
A cultura do cajueiro representa para o Nordeste brasileiro uma alternativa
viável na geração de emprego e renda (CRISÓSTOMO et al.,2001). Impulsionado pela
crescente demanda de seus produtos principais tanto no mercado interno, como externo
e, por ser uma planta adaptada às condições climáticas adversas com enorme potencial
de desenvolvimento em regiões semiáridas (BARROS, 2002), o cultivo do cajueiro é
uma das atividades agrícolas com maior potencial de crescimento sustentável
(FERNANDES et al., 2009).
A cultura é de grande importância econômica e social, traduzindo-se pelos
recursos financeiros que movimenta e o número de empregos diretos e indiretos que
gera em toda sua cadeia produtiva, destacando-se principalmente os gerados no campo,
que coincidem com a entressafra das culturas de subsistência (OLIVEIRA, 2002).
Atualmente, a cadeia produtiva da cajucultura vem se consolidando como uma
atividade de grande significado socioeconômico para o Nordeste brasileiro,
principalmente para a agricultura familiar, pela relevante ocupação de mão-de-obra no
campo e nas cidades, pela arrecadação de impostos, pela geração de divisas cambiais,
através da exportação, bem como pela diversidade de produtos e subprodutos
(BARROS, 2002).
2.3 O CULTIVO DO CAJUEIRO
Na região Nordeste, concentra-se a maior produção nacional de castanha de
caju onde se destacam os estados do Ceará, Piauí e Rio Grande do Norte como maiores
produtores (IBGE, 2010). Embora o Estado do Ceará detenha a liderança na produção
de castanha de caju, estudo pedoclimático demonstra que os estados do Piauí e do
Maranhão possuem maior volume de áreas aptas para o cultivo dessa cultura na região,
20
com amplas perspectivas de tornarem-se os maiores produtores nacionais (AGUIAR et
al., 2000).
Inicialmente, a expansão da cajucultura na região nordeste foi caracterizada pela
presença de material genético de baixa qualidade (ROSSETI; AQUINO, 2002),
plantados por sementes sem nenhum processo de seleção, contribuindo para a
formação de pomares heterogêneos (NADGARIDA et al., 2005) e desuniformes,
afetando a produtividade da cultura e as características relacionadas a castanha
(CAVALCANTI et al., 2009).
Destaca-se neste gênero o cajueiro comum e o cajueiro anão-precoce. Cada
ecótipo apresenta adaptações agronômicas próprias. O cajueiro anão-precoce apresenta
diferenciações das do cajueiro comum e tem como principais vantagens o porte
reduzido, a precocidade e a maior duração do período de floração, sendo o cajueiro
anão precoce a espécie de maior importância econômica (MITCHELL; MORI, 1987).
Com a introdução do cajueiro-anão precoce, o sistema de produção baseado no
emprego de clones melhorados e cultivo adensado, a cajucultura tem evoluído
significativamente. Vários produtores estão utilizando, inclusive, a irrigação.
Conjuntamente, esses fatores podem promover aumento da produtividade, menor risco
de perda de produção, ampliação do período de colheita e melhoria da qualidade da
castanha e do pedúnculo (OLIVEIRA, 2008).
Segundo Souza et al. (2005), o cajueiro tem capacidade adaptativa a diferentes
ecossistemas, este fato tem despertando interesse em outras regiões, ampliando as
possibilidades de crescimento de sua cadeia produtiva, tornando-a mais lucrativa.
Atualmente, essa cultura vem se destacando como uma das principais atividades
agrícolas sustentável, com amplas possibilidades de crescimento (FERNANDES et al.,
2009).
Essa cultura ocupa lugar de destaque entre as plantas frutíferas tropicais do
Nordeste. Porém, para áreas novas, existem alguns entraves no tocante à obtenção de
mudas para o plantio que precisam ser superados, passando pela disponibilidade de
21
sementes de boa qualidade fisiológica, obtenção de porta enxerto e mudas mais
vigorosas e precoces no âmbito de viveiristas (ARAÚJO et al., 2009).
Mesmo com tanto destaque, observa-se que a produtividade ainda é
extremamente baixa, em média de 245 kg.ha-1, uma vez que o campeão em
produtividade mundial, o Vietnã produz 2.761 kg.ha-1 (FAO, 2010). Tal fato verificase, além de outros fatores, por serem a maioria dos pomares nordestinos, provenientes
de mudas de “pé franco” e cultivados em regime de sequeiro (RAMOS et al., 1996).
Segundo Cavalcanti Júnior; Chaves, (2001), a produtividade e a qualidade dos frutos
produzidos em pomares de pé-franco variam de planta para planta. Entretanto, as novas
áreas cultivadas com cajueiro anão precoce são mais uniformes e alcança
produtividades maiores, em torno de 1.000 kg.ha-1 (IBGE, 2007).
Considerando a disponibilidade de áreas para a expansão da cultura, a
possibilidade de recuperação dos pomares existentes e o elenco de tecnologias
disponíveis (ainda com pouca apropriação pelos agricultores familiares), esperam-se
que o cajueiro, em função desses fatores, possa ter um crescimento considerável com
ampliação dos benefícios econômicos e sociais distribuídos por todos os segmentos da
cadeia produtiva (FERNANDES et al., 2009).
2.4 PROPAGAÇÃO DO CAJUEIRO
A propagação do cajueiro pode ser feita pelo método sexuado ou assexuado. A
propagação sexuada é feita através do plantio de sementes, enquanto que a propagação
assexuada é feita utilizando-se as partes vegetativas da planta. A propagação assexuada
ou vegetativa é a mais recomendada porque assegura a obtenção de plantios mais
uniformes, com a manutenção das características produtivas (OLIVEIRA, 2008).
22
O plantio de mudas através de sementes, tem alta variabilidade genética,
reduzindo o potencial de produção dos plantios comerciais. Por isso, recomenda-se que
os plantios de cajueiro sejam feitos através de mudas enxertadas, o que permite manter
a identidade genética do clone, uniformidade das plantas e alto potencial produtivo
(SANTOS; COELHO, 2001).
Dadas as características de reprodução do cajueiro e a elevada segregação
genética resultante do plantio de sementes, reduzindo o potencial de produção dos
pomares, tem sido recomendado o plantio de clones selecionados de cajueiro anão
precoce enxertado (BARROS et al., 1993). Para produção de porta enxerto, os mais
indicados são os originários de sementes dos clones CCP 06 (CAVALCANTI
JÚNIOR; CHAVES, 2001), CCP 1001, CCP 76 ou CCP 09 (SÁ et al., 2000).
Para os portas-enxerto, as sementes devem ser coletadas de plantas de cajueiroprecoce produtivas, vigorosas e livres de doenças e pragas; além disso, no caso de
sementes armazenadas, recomenda-se fazer o processo de pré-embebição por 24 horas,
e a semeadura da mesma deve ser realizada diretamente no saco de plástico, na posição
vertical, com a ponta voltada para baixo e enterrada a uma profundidade máxima de 3
cm abaixo da superfície do substrato (BARROS et al., 1993).
Quando a semeadura é realizada superficial, a posição da semente não interfere
na emergência da plântula, mas à proporção que vai aprofundando, a semente deve ser
posicionada na vertical com o ponto de inserção do pedúnculo voltado para cima
(CAVALCANTI JÚNIOR; BARROS, 2002).
A propagação assexuada, através da enxertia, apresenta inúmeras vantagens,
sobretudo no que se refere à formação de pomares em que a produtividade e a
qualidade dos frutos são fundamentais na viabilização técnica e econômica do cultivo.
O cajueiro, sendo uma planta heterozigótica, quando propagado por sementes,
proporciona plantas com genótipos e fenótipos diferentes, mesmo originadas de uma
mesma planta matriz (CAVALCANTI JÚNIOR; CHAVES, 2001).
23
Na cajucultura, para que sejam mantidas as características do clone, ou seja, da
planta que se deseja produzir, recomenda-se cultivar mudas oriundas de propagação
vegetativa, através da estaquia, alporquia ou enxertia por borbulhia em placa ou
garfagem. Dentre estes métodos de propagação, por apresentarem maior viabilidade
técnica, econômica e índice de pegamento, para o cajueiro, os métodos por garfagem
em fenda lateral e borbulhia em placa são os mais utilizados (CAVALCANTI
JÚNIOR; CHAVES, 2001).
2.5 GERMINAÇÃO
A germinação é definida como a capacidade da semente produzir uma plântula
que, pelas características das estruturas essenciais do embrião, demonstra aptidão para
produzir uma planta normal sob condições de campo (BRASIL, 2009). É a reativação
do crescimento do embrião resultando no rompimento do tegumento da semente e na
emergência da plântula (OLIVEIRA et al.; 2008; MALAVASI, 1988). Sob condições
apropriadas, quando começa a reembebição, o eixo embrionário dá prosseguimento ao
seu crescimento, que havia sido paralisado por ocasião da maturação (FOSSATI, 2007;
CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
A velocidade da absorção da água pela semente varia com a espécie,
permeabilidade do tegumento, disponibilidade de água, temperatura, pressão
hidrostática, área de contato semente e água, forças intermoleculares, composição
química e condição fisiológica (CABRAL et. al.; 2003; NASSIF et al.; 1998). Os
estudos de germinação de sementes são geralmente realizados, dentre outros objetivos,
para ampliar os conhecimentos sobre o comportamento fisiológico da espécie e suas
respostas aos fatores ambientais. Também são usados visando definir metodologias
24
para avaliação da viabilidade de sementes sob condições favoráveis (CARVALHO;
NAKAGAWA, 2000).
De acordo com Kramer; Kozlowski (1972), germinação pode ser
definida como o processo que inicia com a retomada do crescimento pelo
embrião das sementes, desenvolvendo-se até o ponto em que forma uma nova
planta com plenas condições de nutrir-se por si só, tornando-se independente. Já
do ponto de vista fisiológico, segundo Nassif et al. (1998),
germinar é
simplesmente sair do repouso e entrar em atividade metabólica.
O processo de germinação do cajueiro inicia-se com a absorção de água
terminando com a emergência da radícula, sendo que, as etapas posteriores até o
estabelecimento da plântula são denominadas como as de crescimento do eixo
embrionário. Para assegurar uma germinação satisfatória e um bom estabelecimento da
plântula, utiliza-se como critério prático a densidade da castanha. Aquelas que
apresentam maior densidade proporcionam uma maior taxa de germinação, melhor
crescimento da parte aérea, maior peso de massa seca e favorece também a formação
de mudas mais vigorosas, com rápido crescimento e florescimento, produzindo mais
nos três primeiros anos consecutivos (BARROS, 2002; CAVALCANTI JÚNIOR,
1994). Ferraz (1996) observou em pesquisa que desenvolveu com classes de castanhas,
que aquelas que apresentam maior densidade, apresentarem melhor velocidade de
emergência, porcentagem de germinação e vigor.
A temperatura também é um dos fatores que tem grande influência sobre o
processo de germinação, pois esta compromete tanto a germinação total, como a
velocidade de germinação, uma vez que ela influencia na absorção de água, como
também sobre as reações bioquímicas que determinam todo o processo. A germinação
só ocorrerá dentro de determinados limites de temperatura, no qual o processo ocorre
com a máxima eficiência, ou seja, obtém-se o máximo da germinação no menor
período possível (NAZÁRIO, 2006).
25
Segundo Cavalcanti Júnior; Chaves (2001), sementes tratadas e selecionadas
em substratos desinfetados, iniciam a germinação a partir do 10º dia após a semeadura,
prolongando-se até o 25º dia, contudo, 80% da germinação ocorrem entre o 12º e 20º
dia após a semeadura. Fatores como temperatura e umidade podem alterar esses
limites, sendo que, a faixa de temperatura ideal para a germinação está entre 30ºC e
35ºC, temperatura acima de 40ºC as sementes não germinam ou germinam com
anomalias. Caso as sementes não germinem até 25 dias, deve-se desenterrá-las e
proceder a um novo plantio, pois, provavelmente, as que germinarem com atraso são
de baixo vigor.
Com relação ao substrato, Barros (2002), descreve que independentemente da
espécie da semente, para uma germinação satisfatória, a interferência do substrato nos
fatores que afetam a germinação do cajueiro deve ser o mínimo possível, sendo que em
sementeiras, os solos minerais são bons substratos por causa da alta capacidade de
infiltração, adequada aeração e por permitir um contato mais estreito entre as partículas
do solo e a semente. Substratos vegetais decompostos também podem formar
excelentes sementeiras por sua capacidade de retenção da umidade.
Embora exista uma preferência pelo emprego de areia como substrato na
germinação das sementes de cajueiro, ensaios visando testar diferentes materiais
mostram que o melhor ambiente para a germinação e o crescimento das plântulas do
cajueiro é uma composição entre solos minerais e matérias orgânicas (BARROS,
2002).
2.6 COLHEITA E ARMAZENAMENTO DE SEMENTES
A colheita da semente, geralmente se inicia com sessenta a noventa dias após a
antese, onde, geralmente de forma manual, coletam-se as sementes maduras caídas
26
sobre o solo. A periodicidade da colheita, que pode ser uma vez por semana, também,
pode ser realizada de acordo com a disponibilidade de mão-de-obra do produtor, no
entanto, quando se deseja aproveitar o pedúnculo para o consumo humano ou fazer seu
processamento, a colheita é feita diretamente na planta, por ocasião da maturação
fisiológica. Pode-se utilizar também o método da varredura, onde, coletam-se todas as
sementes de uma só vez no final da safra (CAVALCANTI JÚNIOR, 1994).
O estudo da maturação fisiológica tem por objetivo definir o momento ideal de
colheita e o estádio de máxima qualidade das sementes, que varia de espécie para
espécie e das condições ambientais, sendo necessário estabelecer parâmetros para a
correta definição da época de colheita. É teoricamente a época mais indicada para
colheita, pois representa o momento em que a semente atinge o máximo potencial de
germinação e vigor (BRAGA JÚNIOR, 2009; POPINIGIS, 1985).
As sementes, geralmente, apresentam, por ocasião da maturidade fisiológica, a
máxima qualidade, em termos de peso de matéria seca, germinação e vigor. A partir
deste período, tende a ocorrer uma queda progressiva da qualidade das mesmas,
através do processo de deterioração (FIGLIOGLIA, 1993).
Dentre as fases de um sistema de produção, o momento da colheita é muito
relevante; quando as sementes atingem o ponto de maturação fisiológica, já está
praticamente desligada da planta mãe e dependendo das condições climáticas
predominantes, o processo de deterioração é acelerado, com conseqüente perda da
qualidade, germinação e vigor (VIEIRA, 2004).
Para a produção de sementes de cajueiro, recomenda-se que elas sejam
colhidas de forma manual diretamente na planta mãe ou entre as caídas no solo, sob as
copas das árvores. Quando se pretende utilizar as sementes para a produção de porta
enxerto, geralmente, colhem-se as castanhas diretamente na planta ou aquelas caídas
sob o solo no mesmo dia da colheita. Em seguida, as castanhas são secadas a sombra
por 7 a 8 dias. Esse procedimento assegura uma melhor qualidade fisiológica das
sementes (BARROS, 2002).
27
Segundo Barros (2002), as sementes ao se desprenderem das plantas, ainda
contem alto teor de umidade, entre 18% a 22% do peso do fruto médio, este teor de
umidade depende das condições climáticas da região, da umidade do solo sob as copas
das plantas, da densidade populacional das plantas invasoras e do tempo de
permanência das mesmas no solo, antes da colheita.
O comportamento das sementes durante o armazenamento é função dos fatores
que afetam sua conservação, tais como a temperatura, umidade relativa do ar, grau de
umidade das sementes e tipo de embalagem utilizada (CARNEIRO; AGUIAR, 1993).
O armazenamento tem por objetivo conservar as sementes, preservando suas
qualidades físicas, fisiológicas e sanitárias, para posterior semeadura e obtenção de
plantas sadias após a germinação. Dependendo do objetivo, pode ser necessária a sua
conservação por períodos curtos ou longos (BENEDITO, 2010).
O elevado teor de umidade acelera a deterioração da castanha, através da ação
de enzimas endógenas, fungos e bactérias, provocando perdas da qualidade e do poder
germinativo da semente (BARROS, 2002). De acordo com Cavalcanti Júnior (1994), o
alto teor de umidade da castanha compromete o armazenamento, podendo gerar
consequências danosas durante a germinação e o estabelecimento da plântula do
cajueiro, portanto, recomendada a secagem das sementes sobre telas de arame ou de
polietileno, a sombra, por um período de cinco a dez dias, reduzindo a umidade para
próximo do equilíbrio higroscópico, em torno de 12,5%.
Para o armazenamento de sementes de cajueiro, recomendam-se locais
cobertos, secos e ventilados, acondicionadas em sacos de pano ou papel
(CAVALCANTI JÚNIOR, 1994). Para períodos mais longos, de seis a doze meses, é
aconselhável que as sementes sejam armazenadas em temperaturas amenas, em torno
de 20°C, se possível em recipientes herméticos, sendo possível obter uma germinação
próxima a 95% (BARROS, 2002). Segundo, Benedito (2010); Almeida; Morais
(1997), o armazenamento em condições impróprias contribui para a redução da
qualidade fisiológica das sementes.
28
2.7 CONDIÇÕES AMBIENTAIS DE ARMAZENAMENTO
As
sementes
durante
o
armazenamento
continuam
respirando
continuamente, consumindo suas reservas e transformando-as em água, calor e
dióxido de carbono, contudo, a perda desses compostos químicos deve ser
reduzida ao mínimo durante o armazenamento, através de processos de
manuseio que assegurem a qualidade da semente armazenada, tendo em vista
que a qualidade das condições de armazenamento é necessária desde o
armazenamento em condições ambientais ou altamente controlado. O
armazenamento adequado evita perdas qualitativas e quantitativas das sementes
(FIGUEIREDO, 2006; BAUDET; VILLELA, 2006; PEDROSA et al.; 1999).
A umidade relativa do ar e a temperatura são os principais fatores que
influenciam a manutenção da qualidade fisiológica da semente, em particular, do vigor,
durante o armazenamento. A umidade relativa do ar tem relação com o grau de
umidade das sementes, além de controlar a ocorrência dos diferentes processos
metabólicos que ela pode sofrer, enquanto a temperatura influencia a velocidade dos
processos bioquímicos e interfere indiretamente no grau de umidade das sementes.
Dessa forma, as melhores condições para a manutenção da qualidade de sementes, são
baixa umidade relativa do ar e baixa temperatura, porque mantêm o embrião em sua
mais baixa atividade metabólica (CORLETT, 2004).
As consequências danosas do aumento do processo respiratório num lote de
sementes são o umedecimento e a elevação da temperatura, agravando-se ainda,
quando é considerada a respiração dos microrganismos, bem como dos insetos que
podem vir junto com as sementes. O resultado disso é um rápido declínio da
germinação e do vigor das sementes. O aumento do processo respiratório das sementes
29
implica também no aumento do consumo de reservas, com a consequente perda de
peso e vigor das sementes (BAUDET; VILELLA, 2006).
Baseado na sensibilidade das sementes ao dessecamento, Roberts (1974),
classificou-as em ortodoxas e recalcitrantes. As ortodoxas suportam a desidratação a
níveis de 2% a 5% de umidade sem qualquer dano, podendo ser armazenadas sob
baixas temperaturas por períodos de 100 ou mais anos, sobrevivem de forma
previsível, apresentando uma relação logarítima negativa entre o grau de umidade e a
longevidade. As recalcitrantes são sementes que não suportam a desidratação abaixo de
uma umidade entre 12% a 30%, perdendo sua viabilidade rapidamente, variando entre
poucas semanas a alguns meses, mesmo armazenadas em condições úmidas. Segundo
Puzzi (2000), sementes com baixo teor de umidade podem ser armazenadas por longos
períodos sem grandes perdas, mesmo sob condições em que o armazenamento não seja
o ideal.
Comparando diversos ambientes de armazenamento, dentre eles o ambiente
natural, na conservação de sementes de pau-de-jangada (Apeiba tibourbou Aubl.),
Matos et al. (2008), concluíram que as sementes armazenadas em ambiente natural de
laboratório apresentaram maior germinação durante 225 dias de armazenamento.
Souza et al. (2005), avaliando o vigor de sementes armazenadas de ipê amarelo
(Tabebuia serratifolia), também em diversos ambientes controlado ou não, dentre eles
o ambiente natural de laboratório, observaram que as sementes provenientes do
ambiente de laboratório perderam mais rapidamente o vigor ao longo do
armazenamento durante 150 dias. Já Bulow et al. (1994) realizaram ensaios para testar
a longevidade de sementes de pitangueira (Eugenia calycina), em distintos ambientes
de armazenamento e concluíram que as sementes recém-colhidas apresentaram
aproximadamente 97% de germinação, no entanto, sua viabilidade reduziu rapidamente
quando as sementes eram armazenadas em laboratório.
30
2.8 DETERIORAÇÃO DE SEMENTES
O processo de deterioração da semente é contínuo, iniciando logo após a
maturação fisiológica e continuando até a perda da viabilidade da mesma (SILVA,
2005). De acordo com Delouche; Baskin (1973) é uma sequência hipotética de
eventos, que se inicia com a desorganização de membranas e a perda da sua
seletividade, culminando com a redução do vigor e morte da semente.
O termo deterioração refere-se a toda e qualquer alteração degenerativa
que ocorre com a qualidade das sementes em função do tempo, é um processo
irreversível, contudo, o grau de prejuízo pode ser controlado, mantendo-se um
mínimo, através do armazenamento adequado das sementes (FLORIANO,
2004; TOLEDO; MARCOS FILHO, 1977).
O período que uma semente pode viver é determinado por suas características
genéticas, e recebe o nome de longevidade, enquanto que o período que a semente
realmente vive é determinado pela interação entre os fatores genéticos e ambientais.
Esse período recebe o nome de viabilidade. O verdadeiro período de longevidade das
sementes de uma espécie qualquer é praticamente impossível saber com exatidão, no
entanto, o tempo de vida que uma semente efetivamente vive dentro de seu período de
longevidade é em função dos seguintes fatores: características genéticas da planta mãe;
vigor das plantas progenitoras e das condições climáticas durante a maturação
(CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
Pesquisas comprovam que os próprios constituintes da semente podem
influenciar de maneira intensiva ou menos intensiva em sua longevidade. As
substâncias de reserva presentes nas sementes, como óleos, que são mais instáveis que
o amido, podem fazer com que a semente se auto-deteriore mais rapidamente, Muitas
espécies
apresentam
sementes
que
são
envolvidas
por
frutos
carnosos,
estrategicamente importantes para sua dispersão e germinação na natureza, contudo,
31
podem atuar como meio de cultura para a propagação de microrganismos que as
deterioram quando as queremos conservar (KRAMER; KOZLOWSKI, 1972).
Teoricamente, do ponto de vista fisiológico, o processo de deterioração
das sementes tem início na maturidade fisiológica e pode ser acelerada em
qualquer uma das etapas pós-maturidade, podendo se estender até o período de
pós-semeadura, contudo, é detectada, com maior frequência, durante o
armazenamento (MARCOS FILHO, 2005). A perda do poder germinativo é a
consequência final da deterioração das sementes, ou seja, ocorre considerável
deterioração antes que haja diminuição na percentagem de germinação.
O processo de maturação fisiológica é atingido quando a semente
apresenta o máximo conteúdo de matéria seca e água, este processo é
acompanhado de alterações visíveis no aspecto externo das sementes
(POPINIGIS, 1985; CARVALHO; NAKAGAWA, 2000). Geralmente, as
sementes apresentam maior qualidade quando ainda contém elevados teores de
umidade e, a partir desse ponto, com a queda do teor de umidade, a qualidade
das mesmas tende a declinar por causa de sua deterioração e consequente perda
de vigor (POPINIGIS, 1985).
Após a maturação fisiológica da semente, não há qualquer procedimento que
possa melhorar seu potencial fisiológico, considera-se que, até atingir o ponto de
maturação fisiológica, a semente não tenha capacidade para iniciar o processo de
deterioração, devido, ainda não constituir uma unidade biológica independente da
planta mãe (MARCOS FILHO, 1998).
Durante o armazenamento, toda e qualquer semente sofre deterioração que
pode ser de pequena ou longa intensidade, dependendo das características ambientais e
da própria semente. Geralmente, a redução da luminosidade, da temperatura e da
umidade, faz com que seu metabolismo seja reduzido, aumentando assim, sua
viabilidade (VIEIRA et al., 2002).
32
2.9 VIGOR DE SEMENTES
A primeira tentativa de classificar os métodos para avaliação do vigor foi
efetuada por Isely (1957), indicando que o vigor seria o resultado da ação conjunta de
todos os atributos da semente que permitem a obtenção de um estande ideal de
plântulas, sob condições favoráveis. Separou em testes diretos e indiretos. Com o
passar do tempo e a sedimentação da comunidade científica, concluíram que o vigor
compreende um conjunto de características que determinam o potencial para
emergência e o rápido desenvolvimento de plântulas normais, sob ampla diversidade
de condições ambientais.
Os testes de vigor são utilizados para diferenciar os níveis de qualidade entre
as sementes, distinguindo-as também entre seus lotes. Estes testes são classificados em
métodos diretos e métodos indiretos. Os diretos seriam os métodos que procuram
simular as condições adversas que ocorrem no campo e os indiretos procuram avaliar
atributos que indiretamente se relacionam com vigor, como atributos físicos,
biológicos e fisiológicos (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
O vigor da semente detecta as modificações deletérias mais sutis resultantes do
avanço da deterioração, não revelados pelo teste de germinação. Observa-se que muito
antes que a germinação seja afetada, o vigor da semente sofre reduções significativas.
A queda do vigor precede à germinação, de modo que lotes com germinação
semelhante podem diferir quanto ao nível de deterioração e, portanto, ao vigor e ao
potencial de desempenho em campo e armazenamento (HILHORST et al., 2001).
O vigor de uma semente, durante a maturação, é uma característica que
acompanha, de maneira geral na mesma proporção, o acumulo de matéria seca.
Assim, uma semente atingiria seu máximo vigor quando se apresentasse com
sua máxima massa de matéria seca, podendo, é claro, haver defasagens entre as
curvas, em função da espécie e condições ambientais que prejudiquem o correto
33
desenvolvimento da semente, tais como temperatura, água, luminosidade, solo,
etc. Desse ponto em diante, contudo, a evolução dessa característica se faria de
maneira semelhante a característica da germinação, isto é, tenderia se manter no
mesmo nível, ou decresceria, na dependência de fatores ambientais e do modo e
momento da colheita (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
A ocorrência da deterioração das sementes pode ser considerada como o
principal causa da redução do vigor. A deterioração das sementes durante a colheita,
beneficiamento e armazenamento ocorre numa taxa fortemente influenciada pela
genética, fatores produtivos e ambientais. Esse tempo pode levar poucos dias a muitos
anos, sendo geralmente progressivo e sequencial, embora seja muito difícil a distinção
das causas primárias e efeitos secundários (CARVALHO; NAKAGAWA, 2000).
O elevado vigor de sementes é um fator importante para que se tenha uma
germinação uniforme, garantindo um estande ideal de plantas. Por isso, se faz
necessário cada vez mais o aprimoramento dos testes de vigor (OLIVEIRA et al,
2009).
Avaliar a qualidade de um lote de semente em termos de predizer com que
sucesso ele estabelecerá uma população vigorosa de plântulas sob uma variável
condição ambiental, a nível de campo, é de grande importância para atingir eficiência
numa agricultura moderna (ARTHUR; TONKIN, 1991).
34
3 MATERIAL E MÉTODOS
3.1 CONDUÇÃO DO EXPERIMENTO
Dois ensaios foram conduzidos, um no Laboratório de Análise de Sementes e
outro na Casa de Vegetação na Universidade Federal Rural do Semi-Árido – UFERSA,
Mossoró-RN, no período de setembro de 2009 a julho de 2010.
Os ensaios foram instalados simultaneamente a cada 30 dias, tanto em
laboratório, como em casa de vegetação. Em laboratório, foram avaliados a
porcentagem de germinação e o índice de velocidade de germinação. Em casa de
vegetação, foram avaliadas a porcentagem de emergência, o índice de velocidade de
emergência, a altura de plantas, o diâmetro do caule, o número de folhas, a área foliar e
a massa seca da parte aérea (FIGURA 01).
A
B
Figura 01. Ensaio instalado no laboratório de sementes (A) e ensaio instalado em casa
de vegetação (B) com sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.), coletadas na
copa das plantas e caídas no solo. Mossoró – RN, 2010.
35
3.2 MATERIAL GENÉTICO UTILIZADO
Foram utilizadas sementes fisiologicamente maduras, coletadas manualmente
na copa das plantas e sementes caídas sobre o solo durante os 30 dias seguintes à coleta
na copa. As sementes foram obtidas durante a safra 2009 de 140 plantas adultas do
Clone CCP-76, de um pomar em plena produção, localizado no Assentamento
Maracaí, município de Ipiranga do Piauí – PI, (FIGURA 02).
Antes de iniciar os ensaios, as sementes foram beneficiadas manualmente,
onde se eliminou as sementes chochas, mal formadas e/ou com ataques de pragas ou
doenças.
A
B
Figura 02. Sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas na planta
(A) e caídas no solo (B) durante o período de 30 dias. Mossoró – RN, 2010.
36
3.3 DETERMINAÇÃO DO GRAU DE UMIDADE
O grau de umidade foi determinado logo após a coleta das sementes e a cada
30 dias do armazenamento antes da instalação dos ensaios em laboratório e casa de
vegetação, tanto das sementes coletadas na planta como caídas no solo, pelo método
estufa a 105 ±3°C, durante 96 horas, conforme metodologia recomendada por
Cavalcanti Júnior (1994), utilizando-se seis repetições de seis sementes.
3.4 ARMAZENAMENTO DAS SEMENTES
Após a colheita, beneficiamento manual das sementes e determinação do grau
de umidade, as sementes foram acondicionadas em sacos de juta e armazenadas em
ambiente natural de laboratório a uma temperatura de ± 27°C, durante o período de
armazenamento estudado.
3.5 TESTE DE DENSIDADE
Antes da instalação de cada ensaio, as castanhas eram colocadas em baldes de
polipropileno com capacidade para 15 litros, contendo água até sua metade, onde,
descartavam-se aquelas menos densas, baseado em informações de Ferraz (1996).
37
3.6 PRÉ-EMBEBIÇÃO
A pré-embebição foi realizada por um período de 24 horas, antes da instalação
de cada ensaio, utilizando-se balde de polietileno com capacidade para 15 litros
contendo água até 3/4 de sua capacidade, baseado em informações de Araújo et al.
(2009); Ferraz (1996).
3.7 DELINEAMENTO EXPERIMENTAL
Adotou-se o delineamento inteiramente casualizado (DIC), em esquema
fatorial 7 x 2 com quatro repetições de 25 sementes. O primeiro fator foi constituído
pelo tempo de armazenamento das castanhas (0; 30; 60; 90; 120; 150 e 180 dias) e o
segundo fator pelo local de coletas das castanhas (P = coleta na planta e S = coleta no
solo), perfazendo 14 tratamentos assim denominados: P1, P2, P3, P4, P5, P6, P7, S1,
S2, S3, S4, S5, S6 e S7.
3.8 CARACTERISTICAS AVALIADAS
3.8.1 Germinação (G)
Foram utilizados quatro repetições de 25 sementes, dispostas em bandejas de
polipropileno com as seguintes dimensões 25cm x 30cm x 20cm (largura x
38
comprimento x altura), contendo substrato vermiculita de granulométrica média,
umedecida com água destilada na proporção 2:1 (v/v). Em seguida, as bandejas foram
colocadas em bancadas e mantidas em temperatura ambiente de aproximadamente
27°C. A avaliação foi feita no vigésimo quinto dia após a instalação do experimento,
quando foi observada estabilidade nos resultados obtidos, estes resultados foram
expressos em porcentagem de plântulas normais, de acordo com Brasil (2009).
3.8.2 Índice de velocidade de germinação (IVG)
Realizado simultaneamente com o teste de germinação, as plântulas foram
avaliadas diariamente, à mesma hora, a partir do dia em que surgiram as primeiras
plântulas normais. As avaliações foram feitas até o dia da última contagem e para o
cálculo foi utilizada a fórmula proposta por Maguire (1962).
IVG= G1/N1+ G2/N2+...+ Gn/Nn
Onde:
IVG= Índice de velocidade de germinação
G1, G2, Gn= número de plântulas normais computadas na primeira, na segunda e na
última contagem.
N1, N2, Nn= número de dias de semeadura à primeira, segunda e última contagem.
39
3.8.3 Emergência de plântula (EP)
O teste de emergência, em casa de vegetação, as sementes foram dispostas em
sacos de polipropileno preto com as seguintes dimensões (15cm x 28cm x 0,15mm),
largura, altura e espessura, utilizando-se uma semente por saco, contendo solo arenoargiloso (0,82% de areia total; 0,11% de argila; 0,07% de silte; pH 6,2; conforme
amostra de solo nº 224, realizada no Laboratório de Fertilidade do Solo e Nutrição de
Plantas da UFERSA, em 24 de maio de 2011, os quais foram irrigados duas vezes ao
dia com o auxílio de um regador até atingir a capacidade de campo. A avaliação foi
feita no vigésimo quinto dia após a instalação do experimento, os resultados foram
expressos em porcentagem de plântulas normais de acordo Labouriau; Valadares
(1976).
3.8.4 Índice de velocidade de emergência (IVE)
O (IVE) foi calculado pelo somatório das razões do número de plântulas
emergidas no período pelo número de dias da semeadura à emergência, usando-se a
fórmula proposta por Maguire (1962).
IVE= E1/N1+ E2/N2+...+ Gn/Nn
Onde:
IVE= Índice de velocidade de emergência
E1, E2, Gn= número de plântulas normais computadas na primeira, na segunda e na
última contagem.
N1, N2, Nn= número de dias de semeadura à primeira, segunda e última contagem.
40
3.8.5 Altura de planta (AP)
Avaliadas aos 60 dias após a semeadura, usando uma régua graduada de 0 a 50
cm a partir do colo da planta até a base da folha mais jovem, baseado em informações
de Ferraz (1996). O valor do comprimento médio das plantas foi obtido pela média
aritmética do número de plântulas emergidas para cada repetição.
3.8.6 Diâmetro do caule (DC)
Mensurado aos 60 dias após a semeadura através de um paquímetro digital aos
sete centímetros a partir do colo do caule, no ponto da enxertia, com base nas
informações de Ferraz (1996).
3.8.7 Número de folhas (NF)
Determinado aos 60 dias após a semeadura, através da contagem manual,
considerando-se toda e qualquer folha com cinco ou mais centímetros de comprimento,
presa a planta.
41
3.8.8 Área foliar (AF)
Calculada também aos 60 dias após a semeadura, através de um aparelho
integrador de área foliar, marca Licor, modelo LI-3100, o qual permitiu a obtenção da
área foliar real em cm2. A área foliar média foi obtida pela média aritmética do número
de plântulas avaliadas para cada repetição.
3.8.9 Massa seca da parte aérea (MSPA)
Feitas as mensurações, a parte aérea de todas as plantas foram colocadas em
sacos de papel e postas para secar em estufa regulada a 65°C (±1ºC), até obter a massa
constante, o que aconteceu no oitavo dia. A massa seca total foi obtida através da
média aritmética do número de repetições e os resultados expressos em grama.
3.9 PROCEDIMENTO ESTATÍSTICO
A análise estatística foi feita utilizando o programa SISVAR versão 4.2
(FERREIRA, 2003). A comparação entre as médias foi feita utilizando o teste de
Tukey a 5% de probabilidade. Foram utilizados os ajustamentos de curva para os dados
quantitativos, utilizando-se o programa Table curve 2D (JANDEL SCIENTIFIC,
1991).
42
4 RESULTADOS E DISCUSSÃO
4.1 GRAU DE UMIDADE
Observou-se que as sementes quando recém colhidas apresentava alto grau de
umidade, 15,5% para as coletadas na planta e 13,9% para as coletadas no solo
(TABELA 01). O grau de umidade foi sendo modificado no decorrer do período de
armazenamento de 180 dias para ambos os locais de coletas das sementes, através das
determinações realizadas a cada 30 dias antes da instalação dos ensaios em laboratório
e em casa de vegetação (TABELA 01).
Tabela 01. Grau de umidade de sementes de (Anacardium occidentale L.)
armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010
Grau de umidade (%)
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
15,5
11,3
10,9
11,6
11,4
10,6
10,4
Solo
13,9
10,7
10,6
10,4
10,2
10,3
10,6
Durante o período de 180 dias de armazenamento, tanto para as sementes
coletadas na planta, como para as coletadas caídas no solo durante o período de 30 dias
após a coleta na planta, foi observada uma diminuição do grau de umidade, chegando
ao final do experimento com 10,40% e 10,6% de umidade, respectivamente. Esse
comportamento observado durante o armazenamento ocorreu devido o alto grau de
umidade das sementes por ocasião da colheita, sendo que posteriormente, as mesmas,
43
foram armazenadas em sacos de juta, em ambiente natural de laboratório com uma
temperatura média de 27ºC, portanto, submetida a oscilações diárias de temperatura e
umidade relativa do ar, provocando assim uma perda diária de umidade para o
ambiente. De acordo com Carvalho; Nakagawa (2000), mudanças na temperatura e
umidade relativa provocam constantes ajustes no grau de umidade das sementes
armazenadas em embalagem permeável ao vapor de água.
4.2 ANÁLISE DE VARIÂNCIA
Os resultados da análise de variância mostraram interação significativa entre o
tempo de armazenamento e os tipos de coleta das sementes para todas as variáveis
estudadas (TABELA 02).
Tabela 02. Resumo da análise de variância para germinação (G), índice de velocidade
de germinação (IVG), emergência (E), índice de velocidade de emergência (IVE),
altura de planta (AP), diâmetro do caule (DC), número de folhas (NF), área foliar (AF),
massa seca da parte aérea (MSPA), obtidas de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.), coletadas na planta e caídas no solo e armazenadas em ambiente
natural de laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Fonte
Variação
Coleta
G (%)
n.s
7,14
IVG
n.s
0,003
E (%)
n.s
18,28
IVE
0,05
*
AP(cm)
76,58
*
DC(mm)
0,77
*
AF (cm2)
NF
15,12
*
MS (g)
10275431,14*
*
3091938,18
*
710,43*
Armaz.
222,95*
0,17*
376,95*
0,07*
75,39*
2,19*
4,85
Col*Armaz.
0,47*
0,0001*
0,95*
0,008*
4,34*
0,05*
0,87*
405873,60*
12,25*
CV (%)
3,77
2,65
5,53
4,60
7,82
2,28
5,74
5,93
5,58
Média
95,07
1,81
1,81
1,59
37,96
4,73
11,94
5874,89
44,86
** e * significativo a 1% e 5% de probabilidade pelo teste F respectivamente
n.s
– Não significativo
44
147,99*
4.3 GERMINAÇÃO
Observou-se interação significativa entre o tempo de armazenamento e os tipos
de coleta. No início do armazenamento, a germinação foi de 100% tanto para as
sementes coletadas na planta como para as coletadas no solo. A partir dos 30 até 180
dias de armazenamento, verificou-se uma redução da porcentagem de germinação das
sementes.
Verificando-se o desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de
armazenamento, observou-se que não houve diferença significativa entre os dois tipos
de coleta durante o tempo de armazenamento estudado, ou seja, de 180 dias (TABELA
03).
Tabela 03. Porcentagem de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.) coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural
de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Germinação (%)
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
100 a
100 a
99 a
98 a
94 a
90 a
87 a
Solo
100 a
99 a
98 a
97 a
94 a
89a
86 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Borges et al. (2003), avaliando a influência do período de armazenamento das
sementes na germinação e crescimento de mudas de mangueira, observaram que o
45
armazenamento afetou negativamente a germinação. Já Silva et al. (2007), estudando a
germinação e sensibilidade ao armazenamento de sementes de jaqueira, concluíram
que o armazenamento reduziu progressivamente a germinação, onde a mesma foi nula
aos 60 dias.
Através do desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de
coleta, observou-se que não houve redução significativa entre as médias até 90 dias de
armazenamento tanto para as sementes coletadas na planta como para as coletadas no
solo. A partir dos 120 dias, o armazenamento começou a influenciar negativamente a
germinação, portanto, sementes recém colhidas devem ser preferidas por apresentarem
Germinação (%)
menor deterioração e provavelmente maior vigor (FIGURA 07).
2
102
100
98
96
94
92
90
88
86
84
82
80
y = -0,0005x + 0,0095x + 100,14
2
R = 0,9878 (Planta)
2
y = -0,0004x + 0,0024x + 99,762
2
R = 0,9878 (Solo)
0
30
Planta
Solo
60
90
120
150
Tempo de Armazenamento (dias)
180
Figura 03. Porcentagem de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
46
Embora não se tenha verificado grande variação da germinação, segundo
Carvalho; Nakagawa (2000), a redução da capacidade germinativa é uma das
consequências do avanço do processo de deterioração das sementes, sendo que
pequenas diferenças na porcentagem de germinação podem representar grandes
diferenças com relação ao processo de deterioração.
4.4 ÍNDICE DE VELOCIDADE DE GERMINAÇÃO
Observou-se também interação significativa entre o tempo de armazenamento
e os tipos de coleta, havendo uma redução do índice de velocidade de germinação ao
longo dos 180 dias de armazenamento das sementes.
Através do desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de
armazenamento, observou-se também que não houve diferença significativa entre as
sementes coletadas na planta e as coletadas no solo (TABELA 04).
Tabela 04. Índice de velocidade de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.
IVG
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
2,09 a
1,90 a
1,86 a
1,80 a
1,74 a
1,70 a
1,67 a
Solo
2,09 a
1,88 a
1,85 a
1,77 a
1,72 a
1,68 a
1,65 a
Médias seguidas da mesma Letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
47
Borges et al. (2003), com o objetivo de avaliar o efeito do período de
armazenamento na germinação e crescimento de mudas de mangueira, observaram que
o comportamento mostrou-se quadrático, assim como para a porcentagem de
germinação. Os resultados mostraram que as sementes tiveram desempenho
semelhante até os 7,5 dias. A partir desse ponto, o armazenamento começou a afetar
negativamente o índice de velocidade de germinação, se acentuado a partir dos 14 dias
de armazenamento das sementes.
Desdobrando-se o tempo de armazenamento dentro de cada local de coleta,
observou-se que não houve redução significativa do IVG a partir dos 30 dias de
armazenamento, tanto para as sementes coletadas na planta quanto no solo. A partir
dos 60 dias, as sementes coletadas na planta apresentaram maiores médias com relação
às coletadas no solo até o final do armazenamento de 180 dias (FIGURA 08).
Desempenho contrário ao encontrado por Duarte et al. (2006), avaliando a influência
do tipo de coletas de frutos de cagaita (Eugenia dysenterica MART, ex DC) sobre a
sua germinação e vigor, onde observaram que o índice de velocidade de germinação
das sementes coletadas na superfície do solo, apresentaram médias superiores que as
sementes coletadas na copa das árvores.
48
IVG
2,10
2,05
2,00
1,95
1,90
1,85
1,80
1,75
1,70
1,65
1,60
1,55
1,50
2
y = 1E-05x - 0,0044x + 2,0581
2
R = 0,9644 (Solo)
Solo
2
y = 1E-05x - 0,004x + 2,0612
Planta
2
R = 0,9698 (Planta)
0
30
60
90
120
150
Te mpo de Armazename nto (dias)
180
Figura 04. Índice de velocidade de germinação de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Segundo Vieira; Carvalho (1994), a deterioração da semente é um processo
que se evidencia primeiro, com a redução do índice de velocidade de germinação
(IVG).
4.5 EMERGÊNCIA DE PLÂNTULAS
O tempo de armazenamento influenciou negativamente a emergência das
plântulas a partir dos 60 dias, tanto para as sementes coletadas na planta quanto no
solo, permanecendo o decréscimo do (IVE) até os 180 dias de armazenamento.
49
De acordo com o desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de
armazenamento, observou-se que não houve diferença estatística entre os dois tipos de
coleta para a emergência de plântulas, durante o tempo de armazenamento estudado,
ou seja, 180 dias (TABELA 05).
Tabela 05. Emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.)
coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por 180
dias. Mossoró-RN, 2010.
Emergência (%)
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
100 a
100 a
98 a
96 a
95 a
87 a
82 a
Solo
100 a
98 a
96a
95a
94 a
86 a
81 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Oliveira et al. (2006), avaliando o efeito das condições e tempo de
armazenamento das sementes, sobre a emergência de plantas de doviális (Dovyalis
caffra), observaram que a porcentagem média de emergência das plântulas foi
significativamente influenciada pelo tempo de armazenamento das sementes.
Pelo desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de
coleta, observou-se que a partir do 60 dias de armazenamento houve redução
significativa entre as médias de emergência, tanto para as sementes coletadas na planta
quanto no solo, permanecendo o decréscimo até os 180 dias de armazenamento,
evidenciando que sementes de cajueiro com tempo zero de armazenamento, propiciam
melhor emergência de plântula (FIGURA 09).
50
Emergência (%)
2
102
100
98
96
94
92
90
88
86
84
82
80
78
y = -0,0007x + 0,0274x + 99,738
2
R = 0,9772 (Planta)
2
y = -0,0006x + 0,0083x + 99,071
2
R = 0,9619 (Solo)
Planta
Solo
0
30
60
90
120
150
180
Tempo de Armazenamento (dias)
Figura 05. Emergência de sementes de cajueiro (Anacardium occidentale L.) coletadas
na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de laboratório, por180 dias.
Mossoró-RN, 2010.
Segundo Oliveira et al. (2009), a porcentagem de emergência parte do
princípio que as sementes que apresentarem um maior percentual de plantas emergidas
em condições de campo, são consideradas mais vigorosas pois, proporcionam uma
maior taxa de crescimento e acúmulo de matéria seca.
51
4.6 ÍNDICE DE VELOCIDADE DE EMERGÊNCIA
O armazenamento afetou negativamente o índice de velocidade de emergência
a partir dos 30 dias, permanecendo ao longo dos 180 dias de armazenamento das
sementes.
Através do desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de
armazenamento observou-se que houve diferença significativa entre as sementes
coletadas na planta e no solo a partir dos 150 dias de armazenamento, sendo que, as
sementes coletadas na planta apresentaram maiores médias (TABELA 06). Resultados
semelhantes foram observados por Oliveira et al. (2006), avaliando o efeito das
condições e tempo de armazenamento sobre a emergência de plantas de doviális
(Dovyalis caffra), onde, observaram que a evolução do tempo de armazenamento
resultou em efeito significativo sobre o índice de velocidade de emergência (IVE).
Tabela 06. Índice de velocidade de emergência de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
IVE
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
1,74 a
1,67 a
1,65 a
1,63 a
1,58 a
1,56 a
1,53 a
Solo
1,72 a
1,65 a
1,63 a
1,61 a
1,54 a
1,45 b
1,34 b
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
52
Desdobrando-se o tempo de armazenamento dentro de cada tipo de coleta,
observou-se que houve redução significativa do índice de velocidade de emergência
(IVE) a partir dos 30 dias de armazenamento tanto para as sementes coletadas na
planta como no solo. A partir dos 150 dias, embora continuasse decrescendo, as
sementes coletadas na planta apresentaram maiores médias em relação às coletadas no
solo até o final do armazenamento de 180 dias. (FIGURA 10). Também observado por
Oliveira et al. (2005), avaliando a germinação de sapota preta (Diospyros digyna),
registraram diferenças significativas, com a redução do índice de velocidade de
emergência (IVE) em função do tempo de armazenamento das sementes.
1,80
2
y = 2E-06x - 0,0014x + 1,7298
1,70
2
R = 0,9781 (Planta)
IVE
1,60
2
y = -9E-06x - 0,0004x + 1,6988
1,50
2
Planta
R = 0,9801 (Solo)
1,40
Solo
1,30
1,20
0
30
60
90
120
150
Tempo de Armaze name nto (dias)
180
Figura 06. Índice de velocidade de emergência de sementes de cajueiro (Anacardium
occidentale L.) coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por180 dias. Mossoró-RN, 2010.
53
4.7 ALTURA DE PLANTA
A partir de 30 dias até 150 dias houve um decrescimento acentuado na altura
das plantas, tanto para as sementes coletadas na copa das plantas como caídas no solo,
no entanto, somente após 150 dias de armazenamento verificou-se que as sementes
coletadas na copa das árvores, apresentam maiores médias de altura de planta
(TABELA 07). Resultados semelhantes foram encontrados por Borges et al. (2003),
trabalhando com mudas de manga espada, verificando que os valores de altura da
muda foram influenciados negativamente pelo tempo de armazenamento das sementes.
Tabela 07. Altura de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de
sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Altura de Plantas (cm)
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
44,65 a
40,40 a
40,10 a
37,58 a
38,28 a
37,87 a
35,38 a
Solo
41,66 a
38,55 a
37,64 a
37,26 a
36,45 a
34,75 a
30,94 b
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
No desdobramento do tempo de armazenamento dentro dos tipos de coletas,
foi observada uma diminuição da altura de planta à medida que aumentou o tempo de
armazenamento das sementes, sendo que as sementes coletadas na planta apresentaram
maiores médias e foram estatisticamente superiores as coletadas no solo a partir de 150
54
dias de armazenamento (FIGURA 11). Comportamento semelhante foi observado por
Silva (2010), trabalhando com propagação e armazenamento de sementes de
mangabeira, onde observou que o armazenamento das sementes em ambiente natural,
Altura de planta (cm )
influenciou negativamente a altura das plantas.
45
43
41
39
37
35
33
31
29
27
25
y = 0,1749x2 - 2,2882x + 43,771
R2 = 0,8796 (Planta)
Solo
y = -0,0632x2 - 1,1189x + 40,786
R2 = 0,9333 (Solo)
0
30
60
90
120
Planta
150
180
Tempo de armazenamento (dias)
Figura 07. Altura de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de
sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Segundo Oliveira et al. (2009), sementes que produzem plantas com maior
altura, são considerados mais vigorosas, pois, originam plantas com maiores taxas de
crescimento, em razão de apresentarem maior capacidade de translocação de suas
reservas e maior assimilação destas pelo eixo embrionário.
55
Nakagawa (1999) observou que o tempo de armazenamento e a exposição das
sementes a fatores adversos do meio ambiente aceleram o processo de deterioração,
diminuem o vigor e contribuem para a diminuição da altura das plantas.
4.8 DIÂMETRO DO CAULE
O diâmetro do caule em relação aos locais de coleta, já aos 30 dias de
armazenamento diferiram estatisticamente. As plantas originadas de sementes
coletadas na planta apresentaram maior diâmetro, porém aos 150 e 180 dias não mais
diferiram.
Verificando-se o desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de
armazenamento, observou-se que houve diferença significativa entre os dois tipos de
coleta das sementes durante o tempo de armazenamento, observado já a partir dos 30
dias, sendo que, as sementes coletadas na copa da planta apresentaram maiores médias
de diâmetro do caule. (TABELA 08). O mesmo comportamento foi observado por
Borges et al. (2003), estudando a influência do armazenamento de sementes de manga
espada na germinação e crescimento de mudas de mangueira, observaram que o
armazenamento influenciou negativamente o diâmetro do caule das mudas. Já Oliveira
et al. (2009), comenta que o diâmetro do caule é um parâmetro bastante utilizado para
indicar o vigor de plantas, portanto, sementes que originam plantas com maior
diâmetro do caule, são consideradas mais vigorosas.
56
Tabela 08. Diâmetro do caule de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),
oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente
natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Diâmetro de caule (mm)
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
5,42 a
5,39 a
5,22 a
4,97 a
4,58 a
4,19 a
4,15 a
Solo
5,40 a
5,09 b
4,82 b
4,56 b
4,25 b
4,11 a
4,05 a
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Através do desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de
coleta, observou-se que o diâmetro do caule para as sementes coletadas no solo foi
menor a partir a partir de 30 dias de armazenamento, apresentando valores
intermediários para sementes armazenadas entre 30 a 60 dias e as armazenadas por
mais de 60 dias apresentaram valores menores em relação aos demais tempos de
armazenamento. Já para as sementes coletadas na copa das árvores, o diâmetro do
caule só sofreu redução a partir de 90 dias de armazenamento, as sementes
armazenadas entre 90 e 120 dias apresentaram valores intermediários e as armazenadas
por mais de 120 dias apresentaram valores menores (FIGURA 12), evidenciando que
plantas originadas de sementes coletadas na copa da árvore são mais vigorosas.
Resultados diferentes foram encontrados por Duarte et al. (2006), estudando a
germinação e vigor de sementes de cagaita (Eugenia dysenterica MART, ex DC), onde
observaram que as sementes obtidas de frutos caídos sobre o solo, apresentam
melhores índices para o diâmetro do caule com relação as sementes obtidas de frutos
coletados na copa das plantas.
57
Diâmetro do caule (mm)
6
5,5
y = -0,017x2 - 0,1425x + 5,4945
R2 = 0,9626 (Planta)
5
4,5
y = 0,0214x2 - 0,3636x + 5,4236
R2 = 0,9941 (Solo)
4
Solo
Planta
3,5
0
30
60
90
120
150
180
Te mpo de armaze name nto (dias)
Figura 08. Diâmetro do caule de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),
oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural
de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
4.9 NÚMERO DE FOLHAS
O tempo de armazenamento influenciou negativamente o número de folhas das
plantas, tanto para as sementes coletadas na planta como no solo, permanecendo o
decréscimo até os 180 dias de armazenamento. No geral, concordando com Borges et
al. (2003), que observaram uma redução progressiva no número de folhas de mudas de
mangueira em função do tempo de armazenamento das sementes.
De acordo com o desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de
armazenamento, observou-se que houve diferença estatística entre os dois tipos de
coleta das sementes a partir de 180 dias de armazenamento, onde sementes originadas
58
da coleta na planta apresentaram maior número de folhas em relação às sementes
coletadas no solo (TABELA 09). Oliveira et al. (2009), trabalhando com teste de vigor
em sementes, cita que quanto maior o número de folhas das plantas, implica-se em
dizer que mais vigoroso é o lote de sementes estudado.
Tabela 09. Número de folhas de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),
oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural
de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Número de folhas
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
13,5 a
13,1 a
13,1 a
11,9 a
11,9 a
11,8 a
11,7 a
Solo
12,2 a
12,1 a
11,7 a
11,6 a
11,4 a
11,3 a
9,5 b
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Pelo desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de
coleta, observou-se que não houve diferença estatística entre os locais de coleta até os
150 dias de armazenamento, porém, aos 180 dias, essa diferença se evidencia em favor
das plantas originárias de sementes coletadas na planta. (FIGURA 13). Resultados
contrastantes aos de Duarte et al. (2006), trabalhando com sementes de cagaita
(Eugenia dysenterica MART, ex DC), onde observaram que as sementes obtidas de
frutos caídos sobre o solo apresentam melhores índices de números de folhas com
relação as sementes obtidas de frutos coletados na copa das plantas.
59
15
Núm ero de folhas
14
y = 0,0833x2 - 0,8214x + 13,952
R2 = 0,9359 (Planta)
13
12
11
Solo
y = -0,1429x2 + 0,4286x + 11,857
R2 = 0,9231 (Solo)
10
Planta
9
8
0
30
60
90
120
150
180
Tempo de armazenamento (dias)
Figura 09. Número de folhas de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.),
oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural
de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
4.10 ÁREA FOLIAR
No tempo zero de armazenamento e até os 60 dias a área foliar não sofreu
redução. A partir dos 90 dias até os 180 dias de armazenamento, verificou-se uma
redução da área foliar média das plantas.
Pelo desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de armazenamento,
verificou-se que a área foliar das plantas provenientes de sementes coletadas no solo
diferiu estatisticamente das oriundas de sementes coletadas nas plantas. Estas
apresentaram uma área foliar média superior às coletadas no solo. (TABELA 10),
60
comprovando a eficiência do tipo de coleta na planta, provavelmente devido à maior
deterioração das sementes coletadas no solo. Taiz; Zeiger (2004) descrevem que
quanto maior a área foliar das plantas, mais rápido ela se desenvolverá e assim ficará
pronta para ser levada ao campo, isso se deve à maior capacidade da planta em
transformar os nutrientes absorvidos em substâncias necessárias à sua manutenção e
para o acúmulo destas nos seus órgãos de reserva.
Tabela 10. Área foliar de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de
sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Área foliar (cm2)
Locais de
Tempo de armazenamento (dias)
coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
6714,7 a
6629,0 a
6579,7 a
6486,5 a
6271,5 a
5803,2 a
5638,0 a
Solo
6214,5 b
6126,0 b
5934,5 b
5581,2 b
5477,7 b
4966,5 b
3825,2 b
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Considerando o tempo de armazenamento, constatou-se que este influenciou
negativamente a área foliar nos dois locais de coleta (solo e planta), porém, no caso do
solo, essa influência foi mais evidente, sobretudo a partir dos 120 dias de
armazenamento (FIGURA 14). Nakagawa (1999) descreve que as diferenças entre
plântulas são, na maioria das vezes, bastante visíveis, todavia há necessidade de
valores numéricos para separar aquelas mais vigorosas. Para isso, a determinação da
área foliar média das plantas é realizada, tendo em vista que os lotes de sementes que
apresentam os maiores valores médios de área foliar são mais vigorosos.
61
Área foliar (cm2)
y = -32,573x2 + 10,082x + 6696,4
R2 = 0,9741 (Planta)
6600
6350
6100
5850
5600
5350
5100
4850
4600
4350
4100
3850
3600
y = -75,749x2 + 99,361x + 6133,2
R2 = 0,9629 (Solo)
Solo
Planta
0
30
60
90
120
150
180
Tempo de armazename nto (dias)
Figura 10. Área foliar de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale L.), oriundas de
sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente natural de
laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
4.11 MASSA SECA DA PARTE AÉREA
O armazenamento influenciou negativamente a massa seca para as sementes
coletadas no solo a partir de 30 dias. Para as sementes coletadas na copa das plantas só
foi observada diferença significativa após 150 dias de armazenamento, permanecendo
o decréscimo das médias para ambos os tipos de coleta até o fim do armazenamento de
180 dias.
Pelo desdobramento dos tipos de coleta dentro do tempo de armazenamento,
observou-se que a massa seca da parte aérea das plantas provenientes de sementes
62
coletadas no solo diferiu estatisticamente das oriundas de sementes coletadas nas
plantas, apresentando valores mais elevados de massa seca de plantas oriundas de
sementes coletadas na planta (TABELA 11), mais uma vez comprovando que sementes
de cajueiro coletadas no solo apresentam maior deterioração e consequentemente
menor vigor. Fato esse confirmado por Oliveira et al. (2009), onde afirmam que
sementes que apresentam maiores pesos médios da matéria seca são consideradas mais
vigorosas, pois proporcionam maior transferência de massa seca de seus tecidos de
reserva para o eixo embrionário na fase de germinação, originando plantas com maior
peso, em função do maior acúmulo de matéria seca.
Tabela 11. Massa seca da parte aérea de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale
L.), oriundas de sementes coletadas na planta e caídas no solo, armazenadas em
ambiente natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
Massa Seca da parte aérea (g)
Locais
Tempo de armazenamento (dias)
de coleta
0
30
60
90
120
150
180
Planta
52,51 a
49,46 a
49,69 a
49,58 a
48,17 a
47,04 a
42,49 a
Solo
47,36 b
44,29 b
43,97 b
42,94 b
41,33 b
38,91 b
30,29 b
Médias seguidas da mesma letra não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
Através do desdobramento do tempo de armazenamento dentro de cada tipo de
coleta, verificou-se que o armazenamento afetou negativamente a massa seca da parte
aérea das plantas para ambos os locais de coletas das sementes. Sem armazenamento,
as sementes coletadas na copa das plantas já foram superiores às sementes coletadas
sobre o solo (FIGURA 15). Resultado semelhante foi observado por Silva (2010),
63
trabalhando com sementes de mangaba, onde observou que o armazenamento das
sementes influenciou negativamente a massa seca da parte aérea das plantas.
Massa seca da parte aérea (g)
55
y = -0,2012x2 - 0,0936x + 51,316
R2 = 0,8769 9 (Planta)
50
45
40
y = -0,4692x2 + 0,5075x + 45,875
R2 = 0,9187 (Solo)
Solo
Planta
35
30
25
0
30
60
90
120
150
180
Tempo de armazenamento (dias)
Figura 11. Massa seca da parte aérea de plantas de cajueiro (Anacardium occidentale
L.), oriundas de sementes coletadas na planta e no solo, armazenadas em ambiente
natural de laboratório, por 180 dias. Mossoró-RN, 2010.
64
5 CONCLUSÕES
O armazenamento influencia negativamente a qualidade fisiológica de
sementes de cajueiro, independentemente se coletadas na copa das plantas ou coletadas
caídas sobre o solo.
Sementes de cajueiro recém colhidas na copa das plantas apresentam melhores
características fisiológicas e maior vigor, proporcionando um maior índice de
velocidade de emergência, diâmetro do caule, número de folhas, altura de planta, área
foliar e massa seca da parte aérea.
65
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