Capítulo – III A TEORIA DOS DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS 3. 1 - Introdução 6 6 6 3. 2 - Princípios da Mecânica Quântica 7 3.2.1 - Princípio da Incerteza e a dualidade onda-partícula 3.2.2 - O modelo atômico dos Níveis de Energia e as transições eletrônicas 3.2.3 - A regra da quantização de Einstein-Planck 3. 3 - Átomo de hidrogênio e a teoria quântica dos níveis de energia 7 8 8 10 3.3.1 - Níveis de Energia 3.3.2 - Números quânticos 3. 4 - Átomos maiores- níveis de energia mais complexos 10 11 12 3. 5 - O cristal 12 3.5.1 - Rede de Bravais. 3.5.2 - Níveis de energia muito próximos em uma rede e Bandas de Energia 3.5.3 - Princípio da Exclusão de Pauli 3. 6 - Estatística Fermi - Dirac 12 13 14 15 3. 7 - Física dos Semicondutores 18 3.7.1 - Densidade de Portadores 3. 8 – Condução em Semicondutores 18 21 Condutores, Semicondutores e Isolantes 3.8.1 - Faixas ou Bandas de Energia Estrutura de um Semicondutor 3.8.2 - Cálculo da Corrente Máxima para o Germânio Condutibilidade Intrínseca 3.8.3 - Semicondutor (Silício) Intrínseco e Extrínseco 3.8.3 - Fabricação do Semicondutor (Silício) Tipo - N O Cristal N Condução em um Cristal N 3.8.4 - Fabricação do Semicondutor (Silício) Tipo – P. O Cristal P 32 Condução em um Cristal P 3.8.5 - Emissão por Semicondução 3.8.6 - Correntes nos Semicondutores 3.8.7 - Correntes Deriva em uma Junção 3.8.8 - Correntes de Difusão em uma Junção 3.8.9 - Geração e combinação Junção PN 37 Efeito de uma Tensão sobre a Junção 3. 9 - Dispositivos eletrônicos 21 22 23 25 26 27 27 29 30 30 3. 10 – Diodos semicondutores 39 3.10.1 – Diodo semicondutor de junção - PN 3.10.2 – Características da junção - PN 39 40 1 33 34 35 36 36 37 38 38 3.10.3 - Polarização Direta 3.10.4 - Polarização Inversa Curva característica do Diodo 3. 11 – Diodo Zener 45 42 43 44 3.11.1 - Regulador de tensão a diodo zener 3. 12 – Diodos Especiais 46 47 3. 7.1 - LED - Diodo Emissor de Luz 3. 7.2 - Limitações de um LED 3. 13 – Diodos Emissores De Luz ( LEDs ) 47 50 52 Dimensionamento do Resistor Limitador de Corrente & Característica I X V do Led 3. 14 – Foto-emissão e foto-recepção em junções pn 55 57 Absorção e Emissão de Luz em Materiais com Impurezas Fotodetetores Fotodiodos 3.12.1 - Diodo Tunel 3.12.2 - Diodo Varactor 3.12.3 - Diodo PIN 3.12.4 - Diodo Impatt ( Impact Avalanch Transit Time) 3.12.5 - Diodo Hot Carrie ou Diodo Schottky 3.12.6 - Diodo Lambda 3.12.7 - Diodo Gunn 3. 15 - Retificadores 64 57 57 58 59 60 61 61 62 62 63 Definições 64 3. 16 - Tipos de Retificadores: 65 Retificadores (monofásicos) de Meia Onda 65 Retificador de Onda Completa (em ponte) ou Retificador (monofásico) de onda completa 65 Retificador de Onda Completa (Trafo com Tomada Central (C.T.)) 66 3. 17 – Transistor 68 3.17.1 - Antecedentes e ambiente histórico 3.17.2 - Biografia dos Inventores 3.17.3 – Tipos de Transistores 3. 18 – Transistor de Junção 68 69 72 73 3.12.1 - Construção do Transistor de junção Bipolar 3.12.2 – Teste do Transistor de Junção Bipolar 3.12.2 - Polarização de Transistores de Junções 3. 19 – Funcionamento do transistor 73 75 76 79 Transistor NPN Transistor PNP 3.13.4 - Efeito transistor 3.13.6 - Potências dissipadas: 3. 20 – Tipos de Montagens ou Configurações Básicas do Transistor Bipolar 80 81 82 85 88 2 a) Montagem ou Configuração Base-Comum (Amplificador de Tensão) b) Montagem ou Configuração Emissor-Comum (Amplificador de Potência) c) Montagem ou Configuração Coletor-Comum: Seguidor Emissor (Amplificador de Corrente) 92 3. 21 – Transistor de Junção em Baixas Freqüências – Modelo Híbrido 88 89 O Transistor de Efeito de Campo - FET 101 3. 22 - Introdução aos Tiristores, SCR, TRIAC 107 Trava ideal a transistores Funcionamento SCR: 108 SCS: 111 Diodo de quatro camadas: GTO: 111 Foto-SCR: DIAC: 111 TRIAC: 112 Disparo dos tiristores Funcionamento do UJT 3. 23 - Exercícios e Problemas 107 107 3. 24 - Referências Bibliográficas 115 Capítulo – IV A TEORIA DOS CIRCUITOS ELETRÔNICOS 4. 1 – Objetivos do Capítulo 117 117 117 94 111 111 112 113 114 4. 2 - Introdução 118 4. 3 – Determinação do ponto de operação de polarização do Transistor 119 4.3.1 - Características do transistor 4. 4 – Circuitos Básicos de Polarização do Transistor 119 122 4.4.1 - Circuitos com Transistor 4.4.2 - Polarização Simples – na Montagem Emissor-Comum 4.4.3 - Exemplos de Cálculo de Polarização do Transistor 4. 5 – Amplificadores Lineares 122 122 126 131 4.5.1 - Definições Fundamentais 4.5.2 - Amplificação 4.5.3 – Amplificador de Áudio 4. 6 – Características dos Amplificadores Lineares 131 132 133 134 4.6.1 - Impedância de Entrada 4.6.2 - Sensibilidade 4.6.3 - Impedância de Saída 4.6.4 - Potência ou amplitude do Sinal 4.6.5 - Pré-Amplificadores 4.6.6 - Drivers 134 134 134 134 135 136 3 4.6.7 - Amplificadores de Potência 4. 7 – Circuitos Práticos de Polarização do Transistor na Montagem Emissor-Comum 137 138 4.7.1- Polarização por corrente de Base constante ( I B cte ou polarização fixa) 138 4.7.2 - Polarização por corrente de Emissor constante I E cte com realimentação paralela 139 4.7.2 - Polarização por corrente de Emissor constante I E cte com realimentação em série 140 4.7.2 - Polarização por corrente de Emissor constante I E cte com realimentação mista 143 4. 8 – Exemplos de Cálculo de Amplificadores Lineares 145 4.8.1- Determinação da reta de carga do transistor da polarização por corrente de Base constante ( I B cte ou polarização fixa) 145 4.8.2 - Determinação da reta de carga do transistor da polarização por corrente de Emissor constante ( I E cte ou realimentação paralela) 155 4.8.3 - Determinação da reta de carga do transistor da polarização por corrente de Emissor constante ( I E cte ou realimentação em série) 158 4. 9 – Amplificadores Lineares – Circuitos Básicos 170 Acoplamento RC Acoplamento por Transformador Acoplamento Direto 4. 10 – Classificação dos Amplificadores lineares 174 175 175 176 4.10.1- Amplificador Classe A 4.10.2 - Amplificador Classe B 4.10.3 - Amplificador Classe AB 4.10.4 - Amplificador Classe C 4.10.5 - Amplificador Classe D 4.10.6 - Amplificador Classe G 4. 11 – Amplificadores Operacionais 176 177 177 177 178 178 180 4.11.1 – Amplificador Operacional Ideal 4.11.2 - Montagens Básicas 4.11.3 - Montagem Inversora 4.11.4 - Montagem Não-Inversora 4.11.5.- Circuitos com AmpOps 4.11.6 - Seguidor de Tensão 4.11.7 - Somador Inversor 4.11.8 - Amplificador Inversor 4.11.9 - Amplificador da Diferença ou Amplificador Deiferencial 4.11.10 - Amplificador de Instrumentação 4.11.11 - Filtros Ativos 4.11.12 - Conversores de Impedâncias e de Tensão-Corrente 4. 12 – Osciladores 191 181 182 183 183 184 184 185 185 186 187 188 189 4 4.12.1 - Circuitos Osciladores Eletrônicos 4.12.2 - Tipos de Osciladores 4. 13 – Inversores 196 193 195 4. 14 - Comandos eletrônicos 197 4. 15 – Circuitos Integrados 198 4. 16 - Projetos de Circuitos Eletrônicos 199 4. 17 – Exercícios e Problemas 200 4. 18 – Referências Bibliográficas 201 Capítulo – V TEORIA DAS MEDIDAS ELÉTRICAS E ELETRÔNICAS, RUÍDOS E TRANSDUTORES 5. 1 – Objetivos do Capítulo 202 202 202 5. 2 – Introdução 203 5. 3 – Ruído- Definição e Medida 204 5. 4 – Análise Espectral 205 5. 5 – Filtros Ativos 206 5. 6 – Amplificadores Lock-in 5. 7 – Box-Car 207 208 5. 8 – Transdutores 209 5. 9.1 – Sensores de Temperatura 5. 10.2 – Sensores de Intensidade Luminosa 5. 11.3 – Sensores de Tensão Mecânica 5. 12.4 – Sensores de Campo Magnético 5. 13.5 – Sensores de Vácuo 5. 14.6 – Sensores Acústicos de Vibração 5. 15.7 – Sensores de Partículas e Radiação atômica 5. 16.8 – Sensores de Microondas Microfone 215 Caixa de som Termopar 215 Cristal Piezoelétrico 5. 17 – Conversor Analógico-Digital 209 212 212 213 214 214 214 215 5. 18 – Exercícios e Problemas 218 5. 19 – Referências Bibliográficas 219 5 215 216 217 Capítulo – III A TEORIA DOS DISPOSITIVOS ELETRÔNICOS RESUMO Neste capítulo faremos um estudo da estrutura eletrônica dos átomos em um sólido e estudaremos a teoria das bandas de energia com a finalidade de explicar as propriedades eletrônicas dos materiais, em particular entender o funcionamento dos diodos e dos transistores, dos tiristores, e circuitos integrados. 3. 1 - Introdução A Mecânica Quântica e a Teoria do Estado Sólido proporcionaram ao homem as descobertas mais importantes no campo da matéria sólida. A partir do desenvolvimento dessas duas áreas da ciência foi possível explicar as propriedades de condutividade elétrica dos materiais, utilizando o modelo de Bandas de Energia. Este modelo permitiu classificar os materiais existentes na natureza como condutores, semicondutores e isolantes dando origem ao que chamamos hoje em dia de Eletrônica do Estado Sólido em contraposição a precedente Eletrônica das Válvulas. A partir daí, os dispositivos eletrônicos passaram a ser fabricados a partir de elementos de estado sólido. Como conseqüência do desenvolvimento científico, particularmente, houve a invenção do diodo e dos transistores, atualmente, fabricados a partir de elementos semicondutores de Silício e Germânio, 6 3. 2 - Princípios da Mecânica Quântica O desenvolvimento da Mecânica Quântica se deve a diferentes cientistas que viveram em diferentes épocas entre eles estão o Matemático, Gauss - os Físicos TeóricoExperimentais, Ernst Rutherford e Albert Einstein - os Físicos Teóricos, Niels Bohr e Paul M. Dirac - e o Físico Teórico, Erwin Shröedinger. Este último foi o principal responsável por esta moderna teoria. A Mecânica Quântica é a área da física que trata das partículas no microcosmo no interior dos átomos e das moléculas. Ela foi estabelecida a partir de uma série de postulados e também por meio de uma equação fundamental chamada de Equação de Schröedinger, a qual será vista rapidamente a seguir. Um dos postulados da Mecânica Quântica é o chamado princípio da Incerteza de Heisenberg. 3.2.1 - Princípio da Incerteza e a dualidade onda-partícula Uma das descobertas mais chocantes dentro da Mecânica Quântica foi a do principio da incerteza de Heisenberg. Este principio pode se ilustrado através de um experimento de dupla fenda conforme veremos a seguir. Física Estatística (“Física não determinista”) Figura - 3. 1. Experiência de difração de elétrons em dupla fenda. 7 Figura - 3. 2. Experiência de difração de elétrons em dupla fenda. 3.2.2 - O modelo atômico dos Níveis de Energia e as transições eletrônicas De acordo com o modelo de Ruhterford e Bohr os elétrons no interior de um átomo estão distribuídos órbitas semelhantes as órbitas planetárias do sistema solar. Portanto os elétrons de uma órbita estão distanciados desigualmente do núcleo. Cada elétron ocupa seu lugar fixo em sua órbita, ou seja, mantém uma distância fixa do núcleo. Logo, a trajetória descrita por cada elétron possui seu próprio nível de energia. Desta forma os átomos em um material possuem níveis de energia na distribuição dos seus elétrons. Quando um elétron se move de uma órbita mais distante a uma mais próxima do núcleo, ele libera energia. Para que um elétron possa se mover de uma órbita mais próxima do núcleo a uma órbita mais distante, ele necessita receber uma determinada quantidade de energia. Portanto, a energia de ligação dos elétrons é negativa e, se for dada a um elétron uma energia de igual magnitude mas de sinal contrário, isto é positiva, o átomo libera o elétron de sua órbita deixando-o livre. 3.2.3 - A regra da quantização de Einstein-Planck Max Planck descobriu que a energia absorvida ou emitida pelos elétrons na forma de calor ou luz (fótons) em um átomo acontece somente em quantidades múltiplas de um valor fundamental, hv, dado por: 8 E = nhv (3. 1) onde h 6,67 1034 J .s e v é a freqüência da radiação emitida ou absorvida pelo átomo. A unidade usada para medir a quantidade de energia necessária para que um elétron se mova de um a outro nível de energia, se chama quantum ou fóton. Estes elétrons podem transitar de um nível para o outro por efeitos de calor ou temperatura e luz e campos elétricos e magnéticos. Nós sabemos que, quando uma quantidade de energia na forma de um campo elétrico, E, é aplicado a um material, este produz o movimento das suas cargas elétricas. A variação da energia cinética dessas cargas pode ser associada ao trabalho realizado pelo campo elétrico, isto é, uma quantidade de energia injetada em um sistema produz trabalho, cuja unidades são: Joules ( J ) Unidades ergs (ergs ) elétron volt (eV ) (3. 2) Os átomos em um material possuem níveis de energia na distribuição dos seus elétrons. Estes elétrons podem transitar de um nível para o outro por efeitos de calor ou temperatura e luz e campos elétricos e magnéticos. 9 3. 3 - Átomo de hidrogênio e a teoria quântica dos níveis de energia O átomo mais simples que se conhece é o átomo de hidrogênio. Ele foi o primeiro a ser explicado pela Mecânica Quântica pelo cientista Erwin Schröedinger quando na ocasião propôs a sua equação fundamental. A equação de Schröedinger é dada por: 2 2 V (r ) n (r ) E n n (r ) 2m (3. 3) De acordo com a Mecânica Quântica a energia do átomo de hidrogênio é dada por: En me 4 2 2 n 2 (3. 4) A energia necessária para se ionizar o átomo de hidrogênio que contém apenas um único elétron, desde sua posição orbital até o infinito é dado pela expressão (3. 4) acima e vale E n 13,6eV (3. 5) 3.3.1 - Níveis de Energia Um diagrama esquemático dos níveis de enrgia do átomo de hidrogênio de acordo com a expressão (3. 4) é mostrado na Figura - 3. 3. 10 Figura - 3. 3. Níveis de energia do átomo de hidrogênio de acordo com a Mecânica Quântica 3.3.2 - Números quânticos Ao se distribuir os elétrons no átomos de acordo com os princípios da MQ estes elétrons passam a ocupar níveis de energia bem definidos por meio dos números quânticos fornecidos pela solução da equação de Schröedinger para aquele átomo em particular. Os diferentes números quânticos existentes os quais são chamados de: n – Principal; l – Azimutal; ml - Magnético; ms – Spin, determinam o estado energético de uma partícula em um átomo. Seus intervalos de variação são dados por: n = 1,2,3, ... (3. 6) para o número quântico principal l = 0, 1, ..., n-1 (3. 7) para o número quântico azimutal ml = -l, ..., +l (3. 8) para o número quântico magnético, e ms = - ½ ; + ½ para o número quântico spin. 11 (3. 9) 3. 4 - Átomos maiores- níveis de energia mais complexos O nivel de energia dos elétrons no interior dos átomos em um material definem além das propriedades elétricas as propriedades óticas desse material. Conforme for a radiação eletromagnética incidente sobre o átomo do material será a sua transição desde um nível mais baixo de energia para um nível mais alto de energia. Se a radiação incidente possui uma valor de energia diferente daquele do intervalo determinado pelos níveis de energia do átomo, este pode não perceber esta radiação sendo totalmente transparente a ela, caso contrário, isto é quando a radiação incidente é igual a algum intervalo dos níveis de energia do átomo, a energia incidente é totalmente absorvida. Por exemplo, o vidro bloqueia a radiação ultravioleta mas deixa passar a radiação infravermelha. Aos níveis de energia estão também associados ao tamanho dos átomos, isto é, átomos maiores apresentam níveis de energia mais complexos. Contudo, os átomos na natureza não aparecem isoladamente, eles estão presentes em um material sólido na forma de um cristal. 3. 5 - O cristal O cristal na verdade é um arranjo ordenado de átomos (sólido) de maneira periódica, os quais podem apresentar diferentes geometrias classificadas pelas 14 redes de Bravais. 3.5.1 - Rede de Bravais. Na natureza existem 14 diferentes tipos de redes cristalinas nas quais os átomos ou as moléculas das substâncias podem se ordenar para formar uma estrutura periódica. Exemplos: 3 tipos de geometria que são comuns nos sólidos. Esta geometria, dependente das ligações que por sua vez dependem dos elétrons de valência. a) cúbicas simples (CS) 12 b) cúbico de corpo centrado (CCC) c) cúbico de Face centrada (CFC) O monocristal – é quando a organização é perfeita por todo o cristal e o policristal – consiste de grande número de pequenos cristais orientados aleatoriamente. O arranjo geométrico é chamada de rede cristalina. A estrutura cristalina do silício e do germânio, que são os materiais mais comumente utilizados na fabricação de dispositivos eletrônicos é a cúbica de face centrada com dois átomos por sítio da rede formando uma estrutura semelhante a do diamante. fcc diamante (3. 10) 3.5.2 - Níveis de energia muito próximos em uma rede e Bandas de Energia Ao se reunir um número enorme de átomos numa rede cristalina os níveis de energia de átomos vizinhos se sobrepõem uns aos outros formando uma faixa quase contínua, a qual é denominada de Bandas de Energia, ou seja, essas bandas são formadas de níveis de energia muito próximos. Há basicamente dois tipos de bandas de energia. Uma formada pela aproximação dos níveis de energia de valência do material da qual faz parte a ligação química que mantém os átomos unidos formando a rede cristalina, chamada de banda de valência e outra formada pelos níveis de energia disponíveis para a condução de elétrons ao redor da rede cristalina, chamada de banda de condução. 13 Figura - 3. 4. Bandas de energia presente em uma estrutura cristalina qualquer. A largura do Gap de energia do Silício é de 1,09eV e do Germânio é de 0,72eV. ligações (sigma) – banda de valência. (3. 11) ligações (pi) – banda de condução. (3. 12) Figura - 3. 5. Fusão de orbitais atômicos na formação das ligações químicas dos sólidos. 3.5.3 - Princípio da Exclusão de Pauli O princípio da exclusão de Pauli permite distinguir as partículas que seguem a estatística de Fermi-Dirac daquelas que seguem a estatística de Bose-Einstein. Ele estabelece que uma partícula, no caso um elétron, não pode possuir o mesmo estado quântico determinado pelos número quânticos: n, l, ml, ms, ou seja, 14 “Um ou mais elétrons não podem ter o mesmo conjunto de n.º quânticos” Uma conclusão importante que pode ser tirada desse fato é que uma banda de energia completa não conduz. Por outro lado, a ativação térmica dos elétrons nos materiais também produz um movimento destes, da banda de valência para a banda de condução. Conforme é ativação térmica ou a radiação fornecida ao átomo é também a transição dos seus elétrons. Uma forma de se medir este grau de agitação dos átomos e da transição dos seus elétrons devido a temperatura é por meio da unidade de energia fornecida pelo teorema da eqüipartição térmica de Boltzmann, ou seja, este teorema diz que para cada grau de liberdade de uma partícula esta recebe uma quantidade de energia dada por ½KT de energia, conforme o exemplo abaixo: KT 1 0,025 eV; 40 (3. 13) onde K = 1,38 10-23 Joules/Kelvin é a constante de Boltzmann e T é a temperatura ambiente em Kelvin (300oK) 3. 6 - Estatística Fermi - Dirac É importante saber quantos elétrons estão na banda de condução. Devemos calcular a probabilidade de um nível de energia. “E” está realmente ocupado e será chamado F(E). Seja agora N(E)dE o número de elétrons por unidade de volume entre E e E + dE, então N(E)dE pode ser escrito como o produto de (E)dE, ou seja, dos estados de energia permitidas por unidade de volume (densidade de estados) vezes a probabilidade que o nível esteja preenchido, ou seja F(E). no no vagas dE E N (E) F ( E ) dE 3 cm cm 3 vagas 15 (3. 14) E 7 22 3 m2 h 1 E2 (3. 15) 3 Para as bandas de valência e de condução , onde m massa do elétron; h constante de Planck. Quanto a F(E), chega-se a: f E 1 E Ef e kt (3. 16) 1 onde Ef é uma constante chamada energia de Fermi e corresponde a metade da energia do gap. Figura - 3. 6. Nível de energia de Fermi par um material sólido. A medida que se aumenta a temperatura os elétrons vão ganhando energia e vão passando para um nível de energia maior que a “Energia de Fermi”. 16 Figura - 3. 7. Distribuição de spins eletrônicos nos níveis de energia atômico conforme a estatística de Fermi-Dirac para T 0 K . Figura - 3. 8. Distribuição de spins eletrônicos nos níveis de energia atômico conforme a estatística de Fermi-Dirac para T 0 K Um rigoroso tratamento matemático leva a um resultado entre a Energia de Fermi, Ef, e a Energia do Gap, Eg, dado por: Ef = ½ Eg onde Eg é a energia do gap. 17 (3. 17) Figura - 3. 9. Esquema da banda de valência e da banda de condução em um semicondutor. 3. 7 - Física dos Semicondutores Vamos a partir de agora aplicar os conhecimentos da MQ, da Mecânica estatística e da Física do Estado Sólido para explicar o comportamento dos eletros no interior dos semicondutores. 3.7.1 - Densidade de Portadores Supondo a energia na Banda igual ao potencial elétrico, E = na camada superior de valência teremos que a densidade de portadores, (E), é dado por: E 7 22 3 m2 1 E Eg 2 h3 (3. 18) O número de elétrons será entre (E, E + dE) N(E)dE = (E) F(E)dE 18 (3. 19) Figura - 3. 10. Gráfico da energia, E, em função da função, F(E), e da densidade de energia, (E). Figura - 3. 11. Gráfico do número de portadores, N(E), na banda de condução em função da energia, E, desses portadores. 19 7 N ( E )dE 3 1 2 2 m 2 (E E g ) 2 3 h (E) . 1 dE EE f (3. 20) KT e 1 F (E) 1 1 N ( E )dE C ( E E g ) 2 . e EE f KT 1 2 N ( E )dE C ( E E g ) .e dE (3. 21) 1 EE f KT dE (3. 22) Sendo Ef = Eg/2 5 3 Eg 2 2 (mKT ) 2 2 kt N N ( E )dE e 3 h Eg Eg (3. 23) N AT 3 / 2 .e 2 KT (3. 24) 2 5 / 2 (mK ) 3 / 2 A h3 (3. 25) onde ou A 4,6.1015 eletrons o 3 / 2 ( K) cm 3 (3. 26) logo Eg N AT 3/ 2 e 2 KT (3. 27) Na temperatura ambiente o número de portadores, N, na Banda de Condução para o Silício é: 20 Ns = 1010 elétrons/cm3 (3. 28) Ng = 1013 elétrons/cm3 (3. 29) E para o Germânio é: 3. 8 – Condução em Semicondutores De acordo com a condutividade elétrica dos materiais estes podem ser classificados em: Condutor (Metal) - é aquele que oferece maior facilidade a passagem de corrente elétrica Semicondutores - é um material que apresenta uma condutividade entre a alta condutividade dos condutores e a baixa condutividade dos isolantes. Isolante - é aquele que oferece maior dificuldade a passagem de corrente elétrica. Contudo, o isolante sob certas condições específicas pode se tornar um condutor. Ex. vidro quente. Isto pode ser explicado por meio do Modelo das Faixas de Energia ou Teoria da Bandas. Condutores, Semicondutores e Isolantes Os materiais encontrados na natureza podem ser classificados, segundo o comportamento elétrico, em: isolantes, condutores e semicondutores. Os condutores são materiais que apresentam grande número de elétrons livres, por exemplo: cobre, alumínio, ouro, etc. Os isolantes são materiais que não apresentam elétrons livres, por exemplo: mica, papel, plástico, etc. Os semicondutores são materiais que não apresentam comportamento de isolante nem de condutores, isto é, não são nem bons isolantes nem bons condutores. A resistividade de um condutor, à temperatura ambiente, é da ordem de 10 -5 cm e de um isolante é aproximadamente 107 cm. Nos semicondutores a resistividade varia de 10-3 cm a 105 cm. O fator que influencia muito a estrutura dos semicondutores é a temperatura. Ao contrário do que se observa nos condutores, a resistividade de um semicondutor diminui com o aumento da temperatura pois com o acréscimo da energia térmica mais elétrons livres são obtidos. 21 Outra propriedade interessante que os semicondutores apresentam é a fotocondutividade, que é a propriedade que um material possui de produzir maior ou menor quantidade de elétrons livres, e, portanto maior ou menor resistência à corrente elétrica, em função da intensidade luminosa incidente. Nos semicondutores a fotocondutividade aumenta com o aumento da intensidade da iluminação incidente, pois elétrons são liberados pelas interações fotoelétricas com os átomos da rede cristalina. 3.8.1 - Faixas ou Bandas de Energia Geralmente em um sólido observa-se 3 faixas de energia principais. No primeiro gráfico apresenta-se um semicondutor onde a Energia do Gap (Banda Proibida) está entre as energias do condutor e do isolante. No segundo gráfico apresenta-se um metal ou condutor onde a Energia do Gap (Banda Proibida) é muito estreita. No terceiro gráfico apresenta-se um isolante onde a Energia do Gap (Banda Proibida) é muito grande quando comparada com a dos outros materiais nesta classificação. De acordo com o Modelo de Bandas um material pode ser classificado em condutor, semicondutor, e isolante conforme é a largura do seu Gap de energia em relação a escala de temperatura, KT. A Figura - 3. 12. Figura - 3. 12. Classificação dos materiais quanto a sua característica elétrica intrínseca. De acordo com a Figura - 3. 12 temos que: A energia luminosa ou térmica gera um número igual de elétrons e lacunas na estrutura atômica de uma substância semicondutora. O número de elétrons e lacunas 22 presentes em uma substância, em qualquer momento, é diretamente proporcional à quantidade de energia luminosa ou térmica presente. O número de elétrons na banda de condução para o Germânio é da ordem de NCB = 1,5 1013 elétrons/cm3 (Ge) (3. 30) NCB = 8,6 109 elétrons/cm3 (Si) (3. 31) e para o Silício Figura - 3. 13. Estrutura atômica do cristal semicondutor intrínseco de Silício puro. Estrutura de um Semicondutor Um átomo se compõe de um núcleo e de uma eletrosfera. Cada elétron possui carga negativa e se move, dentro da eletrosfera, em trajetórias médias denominadas órbitas eletrônicas. Os elétrons da camada externa são os responsáveis pelas ligações entre os átomos do material. O átomo de silício possui três camadas nas quais 14 elétrons estão distribuídos da seguinte forma: 2 elétrons na primeira camada, 8 elétrons na segunda camada e 23 4 elétrons na terceira camada. O átomo assim constituído se apresenta neutro e, para simplificarmos a sua representação, utilizaremos o esquema apresentado pela figura 1 que evidencia os quatro elétrons de valência. Essa representação pode ser utilizada também para o átomo de germânio pois apresenta a seguinte distribuição eletrônica: 2, 8, 18, 4. Figura - 3. 14. Elétrons e estados de valência de um átomo de Silício. Os elétrons de valência podem ser afastados do átomo através de acréscimos de energia, por exemplo, térmica, luminosa, elétrica, aumentando o número de elétrons livres e variando a condutividade do cristal. O silício cristaliza-se no sistema cúbico e apresenta quatro elétrons na última camada, cada um dos quais, combinando com um elétron de quatro átomos adjacentes, constitui por sua vez elétrons de configuração energética muito estável que recebem o nome de ligação covalente, conforme mostra a figura 2. Figura - 3. 15. Compartilhamento dos elétrons de valência entre as ligações covalente de átomos de Silício. 24 Dessa forma, cada átomo é associado àquele que o circunda. O cristal é um isolante perfeito à temperatura de zero absoluto, 00k = -2730c, não apresentando nenhum elétron livre, entretanto tal fato não é verificado à temperatura ambiente. Por elevação da temperatura ou por incidência de radiação luminosa aparecem vibrações entre os átomos que podem causar rupturas das ligações covalentes. Esta ruptura provoca a liberação de um elétron assim como deixa uma falha com o surgimento de uma ligação incompleta. O elétron se transforma em elétron livre e a falha pode simbolizar uma carga positiva (ausência de carga negativa) que é denominada lacuna. 3.8.2 - Cálculo da Corrente Máxima para o Germânio O movimento irregular dos elétrons e das lacunas em uma substância semicondutora, como resultado da excitação luminosa ou térmica, se chama “corrente intrínseca”. A corrente intrínseca contribui para o fluxo da corrente eletrônica quando se aplica uma diferença de potencial elétrico à substância semicondutora. Supondo-se, para o Germânio, uma velocidade de aproximadamente, V 4 104 cm/s e um campo elétrico, E = 10 V/cm, em uma área = 1 mm1 mm = 1 mm2 temos uma corrente, I, de aproximadamente I 0,96mA (3. 32) Ao se considerar a condutividade elétrica dos materiais semicondutores é preciso imaginar soluções para aumentar os portadores de carga na banda de condução com a finalidade de aumentar a corrente e dar ao material as aplicações necessárias. As possíveis soluções para isso são: 1) Aumentar a temperatura – não é uma solução viável visto que não é permanente, pois depende das condições externas. 2) Excitação com ondas eletromagnéticas, E = hv, (radiação, luz, etc). Esta solução só é utilizada em casos especiais 3) Dopagem com elementos de valência. Esta é a solução adotada na construção de dispositivos eletrônicos. 25 Condutibilidade Intrínseca Quando uma diferença de potencial é aplicada em um semicondutor, as lacunas se movem em direção oposta à dos elétrons livres e com a mesma velocidade praticamente. Esse deslocamento é na realidade o deslocamento de elétrons livres no sentido da tensão aplicada; aparentemente as lacunas se deslocam em sentido contrário à da tensão aplicada, conforme mostre a figura 3. Figura - 3. 16. Percurso de um elétron entre os potenciais de polarização de um semicondutor À temperatura ambiente existe um determinado número de elétrons livres e de lacunas móveis. A velocidade de produção de elétrons livres e de lacunas móveis depende da temperatura e a condutividade do cristal depende do número de elétrons e de lacunas. A condutividade de um cristal de silício à temperatura ambiente é pequena poisa aparição de um elétron livre implica imediatamente uma lacuna e a taxa de recombinação é extremamente grande. Com a adição controlada de determinadas impurezas, a condutividade do cristal de silício ou de germânio pode ser bem controlada. Figura - 3. 17. Denomina-se dopagem o processo de adição controlada de impurezas específicas ao cristal puro do semicondutor. 26 As dopagens podem ser do tipo N ou do tipo P. No cristal do tipo N foram injetadas impurezas que favoreceram o aparecimento de elétrons livres e no cristal de tipo P foram colocadas impurezas que favoreceram o surgimento de lacunas. As impurezas que produzem o cristal de tipo N são impurezas pentavalentes, por exemplo: arsênico, antimônio ou fósforo. Para a produção do cristal do tipo P são utilizadas as impurezas trivalentes, por exemplo: boro, alumínio ou índio. Nos cristais do tipo N a condução é feita, essencialmente, por elétrons livres e nos cristais de tipo P a condução é feita por lacunas móveis. 3.8.3 - Semicondutor (Silício) Intrínseco e Extrínseco Os cristais de germãnio ou silício quando encontrados em seu estado natural, recebe a denominação de intrínseco. Após passarem pelo processo de dopagem, a fim de se obter os cristais tipo-N e tipo-P, passam a ser denominados de extrínsecos. Os átomos que perdem elétrons passam a ser denominados íons positivos (cátions) e os átomos que recebem elétrons se tornam íons negativos (anions). São os átomos das impurezas ou dopantes que fornecerão os íons para a estrutura do material. As lacunas são portadores majoritários no cristal tipo-P e portadores minoritários no cristal tipo-N e vice-versa. Os elétrons são portadores majoritários no cristal tipo-N e portadores minoritários no cristal tipo-P e vice-versa. 3.8.3 - Fabricação do Semicondutor (Silício) Tipo - N O material semicondutor tipo-N é obtido introduzindo-se impurezas pentavalentes na estrutura cristalina do silício ou do germânio. Impurezas pentavalentes são aqueles elementos químicos adicionados a estrutura cristalina do semicondutor (natural ou intrínseco), que apresentam 5 elétrons na sua última camada de valência. O material tipo N (germânio ou silício) ou doador é aquele que apresenta um excesso de elétrons em sua estrutura cristalina. Os elementos químicos ou impurezas pentavalentes comumente usados como doadores são: O Antimônio (Sb), Boro (B), o Arsênio (As) e o Fósforo (P). 27 Figura - 3. 18. Estrutura atômica do cristal semicondutor extrínseco tipo-N. Silício dopado com Arsênio. Obs.: O “gap” do Germânio é menor do que o do Silício. A 70ºC o Germânio tem uma corrente reversa da ordem de 100 mA. Figura - 3. 19. Níveis de energia dos cristais de Silício puro e do Silício dopado com Arsênio. 28 Figura - 3. 20. Níveis de energia do cristal semicondutor extrínseco tipo-N. Silício dopado com Arsênio. Como os portadores da maioria das cargas em um semicondutor tipo-N são os eletrons, quando se aplica uma diferença de potencial ao mesmo, falamos do fluxo da corrente como sendo o movimento dos elétrons entre os pólos negativo e positivo da fonte de potencial. O Cristal N Considerando um cristal de germânio puro e injetemos átomos de arsênio nesse cristal. Sendo o arsênico um elemento pentavalente, ao se fixar na estrutura do cristal, por meio de quatro ligações covalente, aparecerá um quinto elétron fracamente ligado ao seu núcleo, conforme mostra a figura 4. Figura - 3. 21. Compartilhamento de elétrons entre os átomos de Germânio dopado com Arsênio. 29 O arsênico recebe a denominação de doador. Uma vez fixo as estrutura, o quinto elétron fracamente ligado será deslocado e a região ficará ionizada positivamente. Assim o cristal N apresentará regiões positivas fixas e elétrons livres. Em um típico cristal semicondutor de tipo N, os portadores majoritários são elétrons livres. Condução em um Cristal N Consideremos o cristal de germânio de tipo N nas condições da Figura - 3. 22. Figura - 3. 22. Polarização de um cristal semicondutor tipo-N. Ao ligarmos o interruptor, verificaremos a passagem de uma corrente de elétrons livres em direção ao pólo positivo da bateria, não importando se houve ou não inversão de polaridade. Não ocorre nenhum fenômeno de retificação em cristal de germânio de tipo N. 3.8.4 - Fabricação do Semicondutor (Silício) Tipo – P. O material semicondutor tipo-P é obtido introduzindo-se impurezas trivalentes na estrutura cristalina do silício ou do germânio. Impurezas trivalentes são aqueles elementos químicos adicionados a estrutura cristalina do semicondutor (natural ou intrínseco), que apresentam 3 elétrons na sua última camada de valência. O material tipo - P (germânio ou silício) ou aceitador é aquele que apresenta uma falta ou uma deficiência de elétrons em sua estrutura cristalina. Os elementos químicos ou impurezas trivalentes comumente usados como aceitadores são: O Alumínio (Al), o Gálio (Ga), e o Índio (In). 30 Figura - 3. 23. Estrutura atômica do cristal semicondutor extrínseco tipo-P. Silício dopado com Boro. GaAs : (Arseneto de Gálio) tem resposta melhor que o Silício em altas freqüências (muito usado em microondas). Figura - 3. 24. Níveis de energia dos cristais de Silício puro e do Silício dopado com Boro 31 Figura - 3. 25. Níveis de energia do cristal semicondutor extrínseco tipo-P. Silício dopado com Boro. Como os portadores da maioria das cargas em um semicondutor tipo-P são as lacunas, quando se aplica uma diferença de potencial ao mesmo, falamos do fluxo da corrente como sendo o movimento das lacunas entre os pólos positivo e negativo da fonte de potencial. Na prática imagina-se a corrente no germânio tipo-N como sendo um fluxo de elétrons, e a corrente no germânio tipo-P como sendo um fluxo de lacunas. Contudo, tanto a substância tipo-P quanto a tipo-N são eletricamente neutras. O Cristal P Consideremos um cristal de germânio puro e injetemos átomos de índio nesse cristal. Sendo um elemento trivalente, o índio só poderá oferecer três elétrons para as ligações covalentes da estrutura, originando portanto uma lacuna. O índio recebe o nome de aceitador. A temperatura ambiente são produzidos elétrons intrínsecos e estes são presos nas lacunas produzidas pelas impurezas, fechando a última camada em oito elétrons e fazendo com que a região fique ionizada negativamente, conforme Figura - 3. 26. 32 Figura - 3. 26. Movimentação de elétrons e lacunas em um cristal de Germânio dopado com Índio. As lacunas aparecem na captura do elétron intrínseco, pois este ao ser liberado produz uma lacuna. Em um típico cristal P, cujos portadores majoritários são lacunas móveis e apresenta regiões negativas fixas na estrutura. Condução em um Cristal P Consideremos a situação apresentada pela Figura - 3. 27. Figura - 3. 27. . Polarização de um cristal semicondutor tipo-P. 33 Ao ligarmos o interruptor S, verificaremos a passagem de uma corrente de lacunas móveis em direção ao pólo negativo da bateria, não levando em conta se houve ou não inversão da polaridade da bateria. Não ocorre nenhum fenômeno de retificação em um cristal de germânio de tipo P. 3.8.5 - Emissão por Semicondução Os metais possuem uma condutividade elétrica muito elevada, isto, é conseqüência do acentuado grau de liberdade de seus átomos periféricos e também, função da concentração de elétrons livres. Para os condutores esta concentração é muito elevada, sendo da ordem de 1022 elétrons/cm3. Para os isolantes ou não condutores, a concentração de elétrons é da ordem de 1012 elétrons/cm3. Figura - 3. 28. Emissão por semicondução com eletros e buracos em sentidos opostos. 34 O elétron que abandona um determinado átomo desloca-se deixando uma lacuna conforme mostra a Figura - 3. 28. Este mesmo elétron vai ocupar mais adiante outra lacuna, surgida com o deslocamento de outro elétron de covalência de outro átomo e assim por diante. Desta forma, enquanto os elétrons (carga negativa) vão se deslocando para um lado, para a direita por exemplo, as lacunas ou buracos (cargas positivas) deslocam-se em sentido contrário, para a esquerda. Em um semicondutor puro, ou intrínseco o número de lacunas é igual ao número de elétrons livres. Os elétrons são os portadores de cargas negativas e as lacunas são portadoras de cargas positivas. Tomando-se por base o germânio ou silício e empregando-se uma técnica altamente especializada, consegui-se elaborar dois tipos de cristais, um deles rico de elétrons altamente livres denominado cristal tipo-N e o outro rico em lacunas denominado cristal tipo-P. Cristal tipo-N: elétrons portadores majoritários e buracos ou lacunas portadores minoritários. Cristal tipo-P: elétrons portadores minoritários e buracos ou lacunas portadores majoritários. 3.8.6 - Correntes nos Semicondutores O processo de condução de corrente elétrica envolve o movimento de cargas elétricas sob a ação de algum tipo de força. É necessário que; para que um material possa conduzir corrente elétrica ele deve conter cargas elétricas livres, isto é, cargas que tenham mobilidade. A corrente será tanto maior quanto maior for a quantidade de cargas livres em movimento e quanto maior for a sua velocidade. I q ;[ A] t (3. 33) Ou seja, q, é o numero de cargas que atravessam um volume no intervalo de tempo, t, que é o tempo que a carga leva para atravessar este volume dado por uma determinada secção transversal de área A. 35 3.8.7 - Correntes Deriva em uma Junção Se a força aplicada ao material for devida a um campo elétrico fornecido por uma fonte de alimentação, dizemos que a corrente é da deriva (ou condução). 3.8.8 - Correntes de Difusão em uma Junção Existem outras possibilidades de manter as cargas em movimento. Como por exemplo, quando elas se espalham procurando uniformizar a densidade numa determinada região. Figura - 3. 29. Processo de difusão, em um material homogêneo, ativada por uma diferença de temperatura, T, entre os ponto A e B do material esquematizado acima. Figura - 3. 30. Processo de difusão, em um material homogêneo, ativada por uma diferença de temperatura, T, entre os ponto A e B do material esquematizado acima. 36 Considere os lados opostos A e B de um material. Se temos muitas cargas no lado A e poucas no lado B, então teremos movimento de cargas de A para B, tendendo a uniformizar as concentrações, logo essa corrente é chamada de corrente de difusão. 3.8.9 - Geração e combinação Fornecendo-se energia (luz, calor, campo elétrico, etc) ao semicondutor, alguns elétrons soltam-se dos seus átomos e formam os chamados elétrons livres, que passam da banda de valência para a banda de condução. Certas ligações são desfeitas e a falta de elétrons de uma ligação é chamada lacuna ou buraco. Quanto mais energia é fornecida, maior é o número de ligações desfeitas. Esse processo chama-se geração (aparecimento de elétrons e lacunas correspondentes). Ao fazermos cessar a energia do material os elétrons voltam para a ligação e desaparecem tanto os elétrons como as lacunas. Esse processo chama-se recombinação. Junção PN Junção PN é uma região muito fina de um monocristal na qual a condutividade passa da condutibilidade de tipo P à condutibilidade de tipo N. Consideremos um monocristal de germânio que contenha as dopagens de tipo P e tipo N, como mostra a Figura - 3. 31. Figura 8 Figura - 3. 31. Polarização de uma junção P-N de um cristal semicondutor. 37 Ao serem colocados em contato os cristais P e N, ocorrerá uma difusão de lacunas móveis e de elétrons livres. Os elétrons livres da região N, ao se encontrarem com as lacunas móveis da região P, farão a recombinação dos pares elétron-lacuna e farão também com que surja uma região essencialmente positiva fixa no cristal n e uma região essencialmente negativa fixa no cristal P. A tensão existente entre essas duas regiões recebe o nome de barreira de potencial. Efeito de uma Tensão sobre a Junção - Sentido de Condução: Ao ser estabelecido um circuito onde a região N é submetida a um potencial positivo de uma bateria e a região P ao negativo, observa-se que a tensão externa e se opõe à barreira de potencial da junção PN. Esta oposição enfraquece a barreira e faz com que elétrons passem da região N à região P, estabelecendo-se uma corrente no circuito. Podemos, portanto concluir que, quando a região P estiver em potencial mais alto do que a região N, a junção é dita polarizada diretamente e o cristal permite a passagem da corrente, isto é, ele conduz. - Sentido de Bloqueio: Se as regiões N e P forem ligadas a uma bateria com a polaridade inversa ao descrito acima, a tensão externa estará reforçando a barreia de potencial. Desse modo os elétrons não atingirão a região P se esta estiver em potencial mais baixo que a região N. A junção estará polarizada inversamente e o cristal não conduzirá. Na prática, porém, aparece uma corrente muito pequena proveniente de lacunas e elétrons livres produzidos por agitação térmica próximos da junção PN. Essa corrente é da ordem de 10µA no silício, porém será tanto maior quanto maior for a temperatura. Essa corrente recebe o nome de corrente de saturação inversa ou corrente de fuga. 3. 9 - Dispositivos eletrônicos Vamos agora estudar os diferentes dispositivos eletrônicos construídos de material sólido semicondutor 38 O embasamento teórico feito até agora nos permitirá a partir de agora entender o funcionamento eletrônico dos dispositivos semicondutores. Portanto, vamos estudar os diferentes dispositivos eletrônicos construídos de material sólido semicondutor. Os diodos e transistores são feitos de material semicondutor tais como o silício e o germânio. 3. 10 – Diodos semicondutores A palavra diodo significa di = dois e odos = pólos ou eletrodos este nome provém da válvula eletrônica que consistia em uma ampola de gás utilizada com a mesma finalidade que o diodo semicondutor de estado sólido inventado anos mais tarde. Figura - 3. 32. Equivalência entre o diodo de ampola de gás (válvula eletrônica) e o diodo semicondutor. 3.10.1 – Diodo semicondutor de junção - PN Devemos lembrar que, quando os átomos da impureza substituem os átomos de germânio ou silício, apenas os elétrons praticamente livres fornecidos pelas impurezas pentavalentes e os buracos fornecidos pelas impurezas trivalentes podem se deslocar sob o efeito de um campo elétrico. 39 Figura - 3. 33. Estrutura atômica da junção No cristal-N existem muito mais elétrons que no tipo-P, assim como no cristalP existem mais buracos ou lacunas que no lado N. Consequentemente, terá início um processo de difusão dos elétrons do cristal-N para o cristal-P, e de lacunas do cristal-P para o cristal-N. Figura - 3. 34. Junção PN e a formação da barreira de potencial Os elétrons e os buracos que se recombinam deixaram próximos a junção, íons positivos e íons negativos resultantes do arrancamento dos elétrons e dos buracos, respectivamente. Estes íons são chamados de cargas descobertas e a região em torno da junção onde se formarem estas cargas descobertas é denominada de região de transição ou região de barreira de potencial. 3.10.2 – Características da junção - PN Logo que é formada a junção-PN, tem-se início o processo de difusão das cargas elétricas. À medida que os elétrons e buracos vão se recombinando na junção, vão surgindo as cargas descobertas que tendem a impedir a passagem de novos portadores e este processo continuará até que haja um equilíbrio termoquímico entre os cristais. Lembrando-se que tanto na região-P como na região-N pares de elétronsburacos estão sempre sendo gerados por quebra de ligações covalentes, e sempre se 40 recombinado, completando as ligações covalentes descobertas. As cargas descobertas dão origem a uma d.d.p. de valor Vo. Esta d.d.p. pode ser esquematicamente representada por uma bateria. A medida que as cargas descobertas vão se formando e aglomerando-se em torno da junção, elas começam a repelir a injeção de novos portadores. Esta é a causa, porque o processo de difusão não prossegue indefinidamente. Os átomos das impurezas do lado-P tornam-se não neutro, tendo em excesso uma carga negativa para cada átomo, logo ele passa a ser um íon negativo. Quando os elétrons do lado-N vão para o lado-P, eles deixam as impurezas com um elétron a menos e daí o átomo deixa de ser neutro, passando a ter mais carga positiva, então ele se torna um íon positivo. Essas cargas elétricas criam um campo elétrico e esse campo elétrico tem um sentido dirigido das cargas positivas para as negativas. Esse campo elétrico irá empurrar os elétrons de P para N e lacunas de N para P criando uma corrente de deriva. Aparece então uma situação de equilíbrio dinâmico, em que cada vez que passar um eletron a mais para o lado P ele irá aumentar a carga fixa e isto aumentará o campo que irá dificultar a passagem de elétrons de N para P. Conclusão sem fornecer energia externa a corrente resultante neste caso é zero. Conclusão, sem fornecer energia externa (bateria) a corrente resultante é nula (zero). Figura - 3. 35. Camada de depleção formada em uma junção semicondutora. Ed d = V 41 (3. 34) Ge 0,2 V (3. 35) Si 0,6 V (3. 36) dP = dN (3. 37) d P [ n] d N [ p] (3. 38) Concentrações iguais: Em geral: Onde [n] é a concentração de portadores N e [p] é a concentração de portadores P. Figura - 3. 36. Efeito da polarização reversa e direta sobre a camada de depleção em uma junção P-N. 3.10.3 - Polarização Direta Com recursos externos, pode-se neutralizar facilmente a ação da barreira de potencial na junção-PN. Para isso, basta aplicar uma fonte, isto é, uma bateria com seus terminais ligados às extremidades da junção. Na polarização direta liga-se o pólo negativo 42 da bateria no cristal-N e o pólo positivo no cristal-P. Ao se ligar a fonte, os portadores começarão a se deslocar na junção da seguinte maneira. Os elétrons livres do cristal-N são repelidos pelo pólo negativo da bateria e se deslocam para a junção, enquanto que as lacunas do cristal-P são repelidos pela ação do pólo positivo da bateria, e se deslocam em sentido contrário aos elétrons em direção à junção. Para que haja injeção dos portadores é necessário que o potencial da bateria seja maior que o efeito produzido pela barreira de potencial. Uma vez que os elétrons do lado-N serão repelidos pelo terminal negativo da bateria e os buracos do lado-P serão repelidos pelo terminal positivo da bateria em direção à junção, isto fará com que o efeito de barreira de potencial seja diminuído consideravelmente. Diminuído o efeito da barreira, a corrente aumentará bastante. O número de portadores que na maioria tenderão a atravessar a junção para este tipo de ligação (polarização direta) nos fornecerá uma corrente de valor alto a qual denominamos de corrente direta. 3.10.4 - Polarização Inversa Na Figura - 3. 36 vemos que: E d = VT = 0,6 V + 10 V (3. 39) Corrente reversa na temperatura ambiente IR = 10-6 A - Ge (3. 40) IR = 10-8 A - Si (3. 41) 70°C 100 A p/ o Ge (3. 42) 70°C 1A p/ o Si (3. 43) e 43 A corrente intrínseca cria na junção-PN uma região de “esvaziamento” ou “ depressão”, a qual esta constituida de portadores da maioria das cargas. Na junção-PN do germânio, a região de depressão resulta do movimento de elétrons e lacunas através da junção. O campo elétrico que se estabelece na região de depressão impede o movimento de elétrons e lacunas através da junção. Quando se aplica uma diferença de potencial á junção-PN dizemos que a mesma está polarizada. Quando se liga o terminal positivo da bateria no semicondutor tipo-N e o terminal negativo no semicondutor tipo-P da junção-PN dizemos que a mesma está polarizada inversamente e o contrário dizemos que a junção-PN está polarizada diretamente. Curva característica do Diodo Figura - 3. 37. Curva característica do diodo semicondutor. A corrente elétrica em um material é dada pela lei de ohm, na seguinte versão: 44 J E (3. 44) onde J é o fluxo de corrente elétrica, , é a condutividade elétrica e E é o campo elétrico aplicado. Considerando que o fluxo é também dado por: J nev (3. 45) onde n é a densidade volumétrica de portadores de cargas e v é a velocidade destes portadores, igualando-se (3. 44) com (3. 45) temos que a condutividade elétrica pode ser expressa como: v ne E (3. 46) v E (3. 47) Definindo-se a grandeza: Como sendo a mobilidade dos portadores, tem-se que: ne (3. 48) Considerando que um cristal semicondutor tipo-P (dopado com impureza pentavalente) onde os portadores majoritários são as lacunas e os portadores minoritários são os elétrons, podemos escrever a condutividade elétrica como sendo: ne p ne n (3. 49) Onde p e n são as mobilidades elétricas dos portadores majoritários (lacunas) e minoritários (elétrons), respectivamente. 3. 11 – Diodo Zener Diodos Zener são semicondutores especialmente construídos para trabalhar com tensão reversa igual ou maior que a tensão de ruptura da junção-PN. 45 Uma alta tensão de polarização reversa faz com que o diodo alcance a região de ruptura e conduza uma alta corrente reversa. Após o ponto de ruptura, uma pequena variação na tensão reversa ocasiona grandes variações na corrente reversa. Ultrapassando esse ponto, diz-s e que o diodo está operando em sua “região de ruptura zener”. Nesse caso a corrente que passa pelo diodo é inferida como a “corrente zener”, IZ. Os valores típicos de tensão zener (Vz) podem variar desde alguns volts até centenas de volts. Os mais comuns de baixa tensão são de 3,1V; 4,7V; 5,1V; 6,2V; 9,1V. Estes representam os valores nominais de tensão reversa sobre o diodo, quando a corrente zener é um valor especificado, chamado de corrente de teste zener (IZt). È necessário especificar os valores máximos e mínimos da tensão de ruptura. O que é dado em porcentagem de tolerância com 20%, 10%, 5%, 1%. As especificações de potência são dadas a uma dada temperatura, por exemplo, a 25oC a capacidade de dissipação de potência é de 400mW. Existem diodos zener com capacidade de dissipação de até 50W. A capacidade de potência diminui para uma maior temperatura e aumenta para baixa temperatura. É necessário se limitar também a corrente reversa máxima que pode fluir em um diodo zener chamada “máxima corrente zener”, IZmax. I Z max Potência Tensão zener (3. 50) Outra importante característica é a impedância zener Zz. ZZ V 0 I (3. 51) A variação de corrente considerada deve está acima e abaixo do valor da corrente de teste, IZt. 3.11.1 - Regulador de tensão a diodo zener Geralmente os circuitos de estado sólido requerem tensões contínuas constante sem qualquer variação. 46 Uma fonte de tensão alimentada pela rede de C. A. apresenta variação de tensão de saída quando tensão da rede varia, ou ainda, quando são ligados cargas de diferentes valores de resistência. Um diodo zener polarizado reversamente incluído no circuito de saída da fonte mantém a tensão de saída em um valor constante igual a tensão zener, VZ. O valor do resistor em série, RS, permite um fluxo de corrente suficiente para o diodo zener trabalhar em sua região de ruptura. A tensão C. C. não regulada precisa ser maior que a tensão de ruptura zener do diodo utilizado. Após ligada a carga, RL, a corrente através de RS será a soma das correntes pelo diodo IZ e pela carga IL (L = load = carga). IS IZ IL (3. 52) A corrente de carga é determinada pelo valor da tensão zener e da resistência RL. IL VZ RL (3. 53) Se a carga, RL, aumenta a tensão sobre RL tenderá a aumentar mas o diodo mantém constante a tensão sobre RL e assim, quando RL cresce de valor a corrente IL diminui e IZ aumenta mantendo constante a corrente através de RS (IS = IL + IZ), logo VRL RL .I L (3. 54) O regulador de tensão a diodo zener mantém, assim uma tensão de saida relativamente constante, ainda que ocorrerá uma mudança na tensão de entrada ou na corrente de carga (corrente de saída). 3. 12 – Diodos Especiais 3. 7.1 - LED - Diodo Emissor de Luz O led (light emitter diode - diodo emissor de luz), como o próprio nome já diz, é um diodo (junção P-N) que quando energizado emite luz visível. A luz é monocromática 47 e é produzida pelas interações energéticas do elétron. O processo de emissão de luz pela aplicação de uma fonte elétrica de energia é chamado "eletroluminescência". Em qualquer junção P-N polarizada diretamente, dentro da estrutura, próximo à junção, ocorrem recombinações de lacunas e elétrons. Essa recombinação exige que a energia possuida por esse elétron, que até então era livre, seja liberada, o que ocorre na forma de calor ou fótons de luz. No silício e no germânio, que são básicos nos diodos e transistores, entre outros componentes eletrônicos, a maior parte da energia é liberada na forma de calor, sendo insignificante a luz emitida, e os componentes que trabalham com maior capacidade de corrente chegam a precisar de irradiadores de calor (dissipadores) para ajudar na manutenção dessa temperatura em um patamar tolerável. Já em outros materiais, como o arseneto de gálio (GaAs) ou o fosfeto de gálio (GaP), o número de fótons de luz emitido é suficiente para constituir fontes de luz bastante visíveis. A figura 6 apresenta de forma simplificada uma junção P-N de um led e demonstra seu processo de eletroluminescência. O material dopante de uma área do semicondutor contém átomos com um elétron a menos na banda de valência em relação ao material semicondutor. Na ligação, os íons desse material dopante (íons "aceitadores") removem elétrons de valência do semicondutor, deixando "lacunas", portanto, o semicondutor torna-se do tipo P. Na outra área do semicondutor, o material dopante contém átomos com um elétron a mais do que o semicondutor puro em sua faixa de valência. Portanto, na ligação esse elétron fica disponível sob a forma de elétron livre, formando o semicondutor do tio N. Na região de contato das duas áreas, elétrons e lacunas se recombinam, criando uma fina camada isenta de portadores de carga, a chamada barreira de potencial, onde temos apenas os íons "doadores" da região N e os íons "aceitadores" da região P, que por não apresentarem portadores de carga "isolam" as demais lacunas do material P dos outros elétrons livres do material N. Um elétron livre ou uma lacuna só pode atravessar a barreira de potencial mediante a aplicação de energia externa (polarização direta da junção). Aqui é preciso ressaltar um fato físico do semicondutor: nesses materiais, os elétrons só podem assumir 48 determinados níveis de energia (níveis discretizados), sendo as bandas de valência e de condução as de maiores níveis energéticos para os elétrons ocuparem. A região compreendida entre o topo da de valência e a parte inferior da de condução é a chamada "banda proibida". Se o material semicondutor for puro, não terá elétrons nessa banda (daí ser chamada "proibida"). Como mostra a figura 7, a recombinação entre elétrons e lacunas, que ocorre depois de vencida a barreira de potencial, pode acontecer na banda de valência ou na proibida. A possibilidade dessa recombinação ocorrer na banda proibida se deve à criação de estados eletrônicos de energia nessa área pela introdução de outras impurezas no material. Como a recombinação ocorre mais facilmente no nível de energia mais próximo da banda de condução, pode-se escolher adequadamente as impurezas para a confecção dos leds, de modo a exibirem bandas adequadas para a emissão da cor de luz desejada (comprimento de onda específico). A luz emitida é monocromática, sendo a cor, portanto, dependente do cristal e da impureza de dopagem com que o componente é fabricado. O led que utiliza o arseneto de gálio emite radiações infravermelhas. Dopando-se com fósforo, a emissão pode ser vermelha ou amarela, de acordo com a concentração. Utilizando-se fosfeto de gálio com dopagem de nitrogênio, a luz emitida pode ser verde ou amarela. Na figura 8, encontra-se o aspecto físico de alguns leds e o seu símbolo elétrico. Em geral, os leds operam com nível de tensão de 1,6 a 3,3V, sendo compatíveis com os circuitos de estado sólido. A potência necessária está na faixa típica de 10 a 150 mW, com um tempo de vida útil de 100.000 ou mais horas. Como o led é um dispositivo de junção P-N, sua característica de polarização direta é semelhante à de um diodo semicondutor (figura 9). Sendo polarizado, a maioria dos fabricantes adota um "código" de identificação para a determinação externa dos terminais A (anodo) e K (catodo) dos leds. Nos leds redondos, duas codificações são comuns: identifica-se o terminal K como sendo aquele junto a um pequeno chanfro na lateral da base circular do seu invólucro ("corpo"), ou por ser o terminal mais curto dos dois. Existem fabricantes que adotam simultaneamente as duas formas de identificação. 49 Nos leds retangulares, alguns fabricantes marcam o terminal K com um pequeno "alargamento" do terminal junto à base do componente, ou então deixam esse terminal mais curto. Essas identificações são notadas na figura 10. Mas, pode acontecer do componente não trazer qualquer referência externa de identificação dos terminais. Nesse caso, se o invólucro for semitransparente, pode-se identificar o catodo (K) como sendo o terminal que contém o eletrodo interno mais largo do que o eletrodo do outro terminal (anodo). Além de mais largo, às vezes o catodo é mais baixo do que o anodo (figura 11). Os diodos emissores de luz são empregados também na construção dos displays alfa-numérico (figura 12). Há também leds bicolores, que são constituídos por duas junções de materiais diferentes em um mesmo invólucro, de modo que uma inversão na polarização muda a cor da luz emitida de verde para vermelho, e vice-versa. Existem ainda leds bicolores com três terminais, sendo um para acionar a junção dopada com material para produzir luz verde, outro para acionar a junção dopada com material para gerar a luz vermelha, e o terceiro comum às duas junções. O terminal comum pode corresponder à interligação dos anodos das junções (leds bicolores em "anodo comum") ou dos seus catodos (leds bicolores em "catodo comum"). Embora normalmente seja tratado por led bicolor (vermelho+verde), esse tipo de led é na realidade um "tricolor", já que além das duas cores independentes, cada qual gerada em uma junção. Essas duas junções podem ser simultaneamente polarizadas, resultando na emissão de luz alaranjada. Geralmente, os leds são utilizados em substituição às lâmpadas de sinalização ou lâmpadas pilotos nos painéis dos instrumentos e aparelhos diversos. Para fixação nesses painéis, é comum o uso de suportes plásticos com rosca. 3. 7.2 - Limitações de um LED Como o diodo, o led não pode receber tensão diretamente entre seus terminais,uma vez que a corrente deve ser limitada para que a junção não seja danificada. Assim, o uso de um resistor limitador em série com o led é comum nos circuitos que o utilizam. 50 Tipicamente, os leds grandes (de aproximadamente 5 mm de diâmetro, quando redondos) trabalham com correntes da ordem de 12 a 20 mA e os pequenos (com aproximadamente 3 mm de diâmetro) operam com a metade desse valor (de 6 a 10 mA). Vamos dimensionar o resistor limitador de corrente para "acender" dois leds, um grande e um pequeno, com uma fonte de 12V, como mostra a figura 13. Independentemente do led, note que a tensão sobre ele é da ordem de 2V,conforme a curva característica da figura 9. Assim: R1 12 2 12 2 , R2 I1 I2 (3. 55) Adotamos I1 15mA e I 2 8mA , logo: R1 12 2 10 680 * 0,015 0,015 (3. 56) R1 12 2 10 1, 2 K 0,008 0,008 (3. 57) e * aproximamos os resultados para os valores comerciais mais próximos. Os leds não suportam tensão reversa (Vr) de valor significativo, podendo danificarem-se com apenas 5V de tensão nesse sentido. Por isso, quando alimentado por tensão C.A., o led costuma ser acompanhado de um diodo retificador em antiparalelo (figura 14), com a finalidade de conduzir os semi-ciclos nos quais ele - led - fica no corte, limitando essa tensão reversa em torno de 0,7V (tensão direta máxima do diodo), ou seja, em um valor suficientemente baixo para que sua junção não se danifique. 51 Figura - 3. 38. LED- Diodo emissor de luz. 3. 13 – Diodos Emissores De Luz ( LEDs ) A conversão de um sinal elétrico em um sinal luminoso é uma função de grande importância na eletrônica. Sua aplicação mais elementar é em indicadores e mostradores luminosos usados em equipamentos eletrônicos, aparelhos de som e vídeo, equipamentos científicos e industriais, relógios, etc. Outra aplicação importante é na geração de imagens a partir de um sinal eletrônico, como em cinescópios de computadores e aparelhos de televisão. A partir da década de 1980, esta função adquiriu importância ainda maior com a disseminação da comunicações ópticas. Nos sistemas de comunicação óptica, um sinal elétrico que contém a informação a ser transmitida é convertido em sinal luminoso num diodo emissor de luz ou num laser semicondutor. Este propaga através de uma fibra óptica até o receptor, onde é convertido outra vez em sinal elétrico num fotodetector, reproduzindo a informação original. A emissão de luz numa lâmpada incandescente ocorre divido ao aquecimento, um processo físico clássico. Os modernos dispositivos opto-eletrônicos operam com base em processos quânticos de emissão de radiação, chamados processos de luminescência. A luminescência é a emissão de fótons que ocorre quando um sistema quântico, como o átomo, passa de um nível excitado para outro de menor energia. O sistema pode ser colocado no estado excitado através de diversos métodos, tais como: absorção de luz ( fotoluminescência ); bombardeio com feixe de elétrons ( catodo-luminescência ); aplicação de um campo ou corrente elétrica ( eletroluminescência ). A fotoluminescência é a base de operação dos lasers de estado sólido. A catodo luminescência é o processo pelo qual os 52 cinescópios de aparelhos de TV e computadores produzem a luz, enquanto a eletroluminescência ocorre nos diodos emissores de luz. O funcionamento no diodo emissor de luz, o LED ( Light Emitting Diode ), é baseado numa forma especial de eletroluminescência, produzida pela injeção de portadores numa junção p-n. Quando uma junção p-n é polarizada no sentido direto, os buracos do lado p e os elétrons do lado n movem-se em sentidos opostos em direção à região de depleção. Os buracos injetados no lado n recombinam com elétrons que estão chegando na região de depleção, enquanto os elétrons injetados no lado p recombinam com buracos que lá se encontram. Desta forma, todos os elétrons e buracos que participam da corrente recombinam nas imediações da região de depleção, numa camada de espessura Lp do lado de p e Ln do lado de n. Se o semicondutor da junção tiver gap indireto, como Si ou Ge, além dos fótons a recombinação produz fônons e, portanto, calor. Estão torna a emissão de luz muito pouco eficiente nos semicondutores de gap indireto. Por outro lado se o semicondutor tiver gap direto, a recombinação de cada par elétron-buraco resulta na emissão de um fóton. A figura abaixo ilustra o processo de injeção de portadores minoritários nos dois lados de uma junção p-n, produzindo recombinação de pares e emissão de fótons por transições inter-banda. Este processo é extensamente eficiente na conversão de energia elétrica em luz. Figura - 3. 39. Aceleração do elétrons e dos buracos for efeito de absorção de um fóton na região da camada de depleção de uma junção P-N. Os LEDs que operam no visível são muito utilizados para fazer lâmpadas indicadoras para painéis de equipamentos eletro-eletrônicos. Estas lâmpadas são feitas com 53 uma grande variedade de formatos e cores. A figura 2 mostra uma estrutura típica de uma lâmpada de LED. Figura - 3. 40. Esquema de montagem de um LED. O chip do LED é montado sobre um dos pinos metálicos utilizados como terminal externo. O contato com o outro terminal é feito por um fio soldado no filme metálico no lado da janela do LED. O conjunto é encapsulado num plástico colorido, cuja parte superior forma uma lente para colimar parcialmente a radiação. Os LEDs de infravermelho são utilizados em sistemas de comunicações ópticas. Estes sistemas são baseados na transmissão de informação por meio de um feixe de luz infravermelho, que propaga confinado em uma fibra óptica com diâmetro de alguns m. Os LEDs com essa finalidade são feitos com uma estrutura conhecida pelo nome do inventor, Burrus. Na estrutura do Led tipo Burrus, o contato metálico com o semicondutor é confinado a uma região de diâmetro semelhante ao da fibra óptica. Isso faz com que a região ativa de emissão de luz seja pequena, resultando num eficiente acoplamento com a fibra óptica. A fibra é montada rigidamente na estrutura epoxi, como mostrado na Figura - 3. 41. 54 e presa por meio de resina de Figura - 3. 41. Esquema de construção de um LED a partir de um semicondutor de GaAs. O circuito de alimentação dos LEDs são bastantes simples. Para a emissão de luz com intensidade constante basta fazer circular no sentido direto do diodo uma corrente constante. Nos sistemas de comunicações ópticas é preciso incorporar um circuito de modulação da corrente para produzir as variações correspondentes na intensidade da luz. Dimensionamento do Resistor Limitador de Corrente & Característica I X V do Led Uma vez conhecido os limites de operação informados pelo fabricante ou obtidos experimentalmente em laboratório, podemos, em uma etapa específica do projeto do circuito determinar qual o resistor ideal a ser empregado para limitação da corrente no LED. Na prática, podemos adotar o seguinte procedimento: Especifica-se qual o brilho desejado em função de um brilho referencial, o que é possível através de um gráfico característico do componente, relacionado a corrente através do LED ( ID ) e brilho relativo do componente; Uma vez identificado o Id associado ao brilho desejado, verifica-se a queda de tensão no LED ( VD ) associada àquela corrente; Calcula-se o valor da resistência R associada para um dado nível de tensão de alimentação ( VA ) do conjunto LED-resistor, como ilustra a figura abaixo 55 Figura - 3. 42. Esquema de um circuito de uma LED. onde obtemos VA pela seguinte relação: R VA VD ID (3. 58) É válido lembrar que, para cada valor de R em série ao LED, teremos uma curva característica tensão corrente com grandes alterações na região de condução, situação onde a resistência do LED começa a representar valores muito baixos em relação ao resistor. Nesta região, o gráfico assume a inclinação característica da curva tensão corrente do resistor ( a diferença é a não linearidade imposta pelo LED que possui um VD aproximadamente constante). Na região de polarização reversa o gráfico não sofre grandes alterações, pois, os níveis de corrente são muito baixos para se notar a queda de tensão no resistor. A figura a seguir mostra o tipo de alteração sofrida no aspecto do gráfico. Figura - 3. 43. Curvas de tensão-corrente de um diodo. 56 3. 14 – Foto-emissão e foto-recepção em junções pn Absorção e Emissão de Luz em Materiais com Impurezas Em cristais semicondutores contendo impurezas, a presença de níveis discretos de energia entre as bandas de valência e de condução dá origem a importantes processos de absorção e emissão de fótons. A Figura - 3. 44 ilustra processos de emissão em semicondutores tipo p e tipo n. Figura - 3. 44. Emissão de um fóton na transição eletrônica em um semicondutor. Em a um elétron da banda de condução passa para um nível vazio de impureza aceitadora emitindo um fóton de energia ( Ec – Ea ). Em b um elétron no nível de impureza doadora recombina com um buraco da banda de valência emitindo fóton de energia ( E d – Ev ). Apesar do número de impurezas num sólido ser muito pequeno comparado com o dos íons de cristal, os processos de emissão e absorção de fótons envolvendo níveis de impurezas são muito importantes, especialmente nos semicondutores de gap indireto. Devido a facilidade dos elétrons e buracos se recombinarem por este processo de emissão de fótons, as impurezas são chamadas de centros de recombinação. Fotodetetores Fotodetectores são dispositivos que convertem luz num sinal elétrico. O desenvolvimento dos fotodetectores e dos fotoemissores de semicondutor permitiu a substituição das válvulas e lâmpadas a vácuo e deu um enorme impulso à opto-eletrônica. os fotodetectores mais utilizados atualmente nas regiões visível e infravermelho próximo são os fotodiodos e os foto-resistores de semicondutor. Nestes dois dispositivos, o 57 mecanismo fundamental de conversão de luz em corrente elétrica é a geração de pares elétron-buraco por absorção de fótons. Este processo provoca uma diminuição na intensidade da luz a medida que esta penetra no material. Considerando que o semicondutor tem espessura tal que toda a radiação é absorvida, a taxa de criação de pares elétron-buraco é determinada pela intensidade inicial I0 da luz. Fotodiodos Fotodiodos são detectores de radiação nos quais o sinal elétrico é produzido pela geração de pares elétron-buraco causada por absorção de fótons nas imediações da região de depleção de uma junção p-n. Os elétrons e os buracos dos pares criados pela radiação são acelerados em sentidos opostos pelo campo elétrico da junção. Como o campo tem sentido do lado n para o lado p, os buracos são acelerados no sentido de n para p, enquanto os elétrons movem-se no sentido p para n, como ilustrado na Figura - 3. 45. Figura - 3. 45. Aceleração do elétrons e dos buracos for efeito de absorção de um fóton na região da camada de depleção de uma junção P-N. Isto resulta numa corrente gerada pela radiação no sentido n para p, que é o sentido reverso da corrente na junção. Uma grande diferença dos fotodiodos para os foto-resistores é que neles a foto-corrente é produzida sem a necessidade da aplicação de uma tensão externa. 58 A detecção da radiação nos fotodiodos pode ser feita em dois modos distintos de operação: no modo fotovoltaico o fotodiodo opera com circuito aberto, e quando a junção é iluminada aparece uma tensão entre os lados p e n que pode ser medida externamente; no modo fotocondutivo o dispositivo é curto-circuitado, ou opera sob uma tensão externa no sentido reverso. Nesta situação uma corrente flui no sentido reverso quando a junção é iluminada. A escolha do modo de operação do fotodiodo depende de sua aplicação. Em qualquer modo de operação, o fotodiodo sob radiação comporta-se como uma junção p-n cuja corrente tem duas componentes: a primeira é aquela que existe sem a geração de pares por absorção de fótons. Ela é chamada de corrente de escuro e é dada por I e I s (e eV / k bT 1) (3. 59) onde Is é a corrente de saturação reversa, e V a tensão na junção; a outra componente é aquela produzida pelos pares elétron-buraco gerados pelos fótons absorvidos nas proximidades da junção. 3.12.1 - Diodo Tunel Ë utilizado em circuitos osciladores e seus símbolos são mostrados na Figura - 3. 46. Figura - 3. 46. Símbolos utilizados para o diodo túnel. A construção deste diodo é feita de forma que a variação de tensão positiva produz uma corrente negativa (sentido contrario ao que deveria ser) possibilitando assim uma resistência negativa. 59 R V I (3. 60) Ele utiliza o efeito quântico chamado de tunelamento de barreira de potencial pelos portadores de carga e sua curva característica é mostrada na Figura - 3. 47. Figura - 3. 47. Símbolo de um diodo varactor 3.12.2 - Diodo Varactor É um diodo que funciona em termos de sua capacitância. Ele é utilizado em circuito de sintonia e seu símbolo é mostrado na Figura - 3. 48. Figura - 3. 48. Diodo varactor ou varicap 60 A construção deste dispositivo permite que ele se comporte como um diodo em função de sua capacitância. A partir de agora estudaremos os diodo utilizados em altas freqüências. 3.12.3 - Diodo PIN É utilizado em geradores de altas freqüências e seu símbolo é mostrado na Figura - 3. 49. Figura - 3. 49. Esquema e símbolo de um diodo PIN. A construção deste diodo é feita acrescentando-se um material (cristal semicondutor puro) intrínseco entre as junções p e n convencionais de um diodo comum. Figura - 3. 50. 3.12.4 - Diodo Impatt ( Impact Avalanch Transit Time) Este diodo é utilizado em geradores de altas freqüências ( 6,0GHz ou mais) e seu símbolo é mostrado na Figura - 3. 51. 61 Figura - 3. 51. Símbolo do diodo IMPATT. A construção deste diodo permite a pasagem de ... 3.12.5 - Diodo Hot Carrie ou Diodo Schottky É utilizado em geradores de altas freqüências e su símbolo é mostrado na Figura - 3. 52. Figura - 3. 52. 3.12.6 - Diodo Lambda Ë utilizado em circuitos de alta freqüência como fusível eletrônico e també em circuitos de chaveamento, como monitor automático de tensão de bateria e como memória, etc. Seu símbolo é mostrado na Figura - 3. 53. Figura - 3. 53. 62 A construção deste diodo é feita de forma que ele apresente uma tensão de ruptura quando a polarização é direta. Sua curva característica é mostrada na Figura - 3. 54. Figura - 3. 54. 3.12.7 - Diodo Gunn Ë utilizado como geradores de RF e de microondas e seu símbolo é mostrado na Figura - 3. 55. Figura - 3. 55. A construção deste diodo é feita de Arsenito de Gálio e produz o efeito GUNN (efeito de ....) que é semelhante aos diodos de junção. 63 3. 15 - Retificadores Definições Eletrônica: Dispositivo termiônico ou semicondutor que apresenta condutibilidade unilateral. Eletrotécnica: Transdutor de energia elétrica que transforma um sistema de Corrente Alternada (C.A.) em Corrente Unidirecional (Corrente Continua (C.C.)). Retificadores são circuitos que têm a função de transformar uma corrente alternada em contínua, através de dos dispositivos chamados diodo, o diodo é um componente construído com um semicondutor (silício ou germânio); Ele possui certas características (diodo polarizado direta ou indiretamente) que atuam na onda alternada, transformando-a em contínua. Os retificadores são conversores com semicondutores tanto válvulas não controláveis (diodos munidos de dois eletrodos; um anodo e um catodo), como válvulas controláveis (tiristores e transistores, que possuem um terceiro eletrodo, chamado de porta, no caso do tiristor, ou de base, num transistor).As montagens são monofásicas para as instalações de baixa potência (carga de acumuladores), ou polifásicas, para as instalações de maior potência (comando de motores; alimentação de redes de transporte de corrente continua). Os diodos possuem propriedades retificadoras. Mas na verdade o que é que isso significa?. Isso quer dizer que eles só deixam a corrente fluir em um único sentido, sendo que o contrário é “impossível”. Essa propriedade dos diodos é largamente utilizada nos retificadores. 64 3. 16 - Tipos de Retificadores: Retificadores (monofásicos) de Meia Onda Partindo de um transformador simples, basta acrescentar-lhe um diodo para retificar a corrente em meia onda, onde só os semiciclos positivos são aproveitados e transformados em uma corrente constante (contínua)A saída é uma tensão retificada de meia onda. Figura - 3. 56. Retificador de Onda Completa (em ponte) ou Retificador (monofásico) de onda completa Trata-se do tipo mais comum de circuitos retificadores. Apresenta quatro diodos, dois dos quais conduzem ao mesmo tempo.Para um dado transformador ele produz a maior tensão C.C. de saída com a menor ondulação (Ripple).Com o mesmo transformador do exemplo anterior é possível fazer um retificador de onda completa. Sua vantagem é que ele conduz os semiciclos positivos e os negativos, de um modo que haja uma tensão contínua positiva durante os dois semiciclos. Durante cada semiciclo, sempre dois diodos estão em condução e dois em corte: 65 Figura - 3. 57. Retificador de Onda Completa (Trafo com Tomada Central (C.T.)) Trata-se de um retificador com derivação central no enrolamento do secundário e dois diodos que funcionam como dois retificadores de meia onda “um de costas para o outro”.Um diodo controla um semiciclo da saída e o outro o outro semiciclo. Outro método usado para retificar uma corrente alternada é através de um transformador que possua tomada central. Esses transformadores são facilmente encontrados atualmente. Neles estão geralmente gravados "12 V + 12 V", por exemplo, o que indica a tensão e o que não quer dizer que ele seja equivalente a um de 24 V. Para realizar a retificação, basta colocar um diodo em cada um dos terminais e reservar o terminal central para o negativo.A saída é uma tensão retificada de onda completa: Figura - 3. 58. Concluindo, retificadores são artifícios utilizados na eletrônica para transformar a Corrente Alternada (C.A.) em Corrente Contínua (C.C.). Isso pode se dar de diversas 66 maneiras. Seja através de retificadores de meia onda ou de onda completa. Os retificadores de onda completa dividem-se em dois tipos: Os que precisam de tomada central no transformador e os que não a necessitam. 67 3. 17 – O Transistor O transistor é um dispositivo eletrônico construído de material sólido semicondutor em três camadas e duas junções, usado para controlar fluxo de elétrons livres por meio de tensões elétricas aplicadas aos três elementos dos materiais que formam suas camadas. Ele foi inventado por volta da década de 50 pelos cientistas Bardeen e W. Schockley nos laboratórios da Bell System Eletronics. O nome transistor deriva-se da junção de duas palavras da língua inglesa, a saber: Transistor Trans istor Transfer resistor (3. 61) Este nome é atribuído por causa da sua principal propriedade de apresentar uma baixa resistência de entrada, quando a junção correspondente se encontra polarizada diretamente e uma alta resistência de saída, quando a junção correspondente se encontra polarizada reversamente. Portanto, ele é um resistor não-ôhmico capaz de transferir tensão da sua entrada para a sua saída de forma amplificada. 3.17.1 - Antecedentes e ambiente histórico Antes de 1950 todo equipamento eletrônico utilizava válvulas, aquelas com bulbo de baixo brilho que numa determinada [época dominaram a nossa indústria. O aquecedor de uma válvula típica consumia muitos watts de potência. Por isso, os equipamentos a válvula exigiam uma fonte de alimentação robusta e criavam uma boa quantidade de calor que constituíam um problema a mais para os projetistas. O resultado eram os equipamentos pesados e antiquados tão difundidos naquela época. Em 1951, William Shockley, juntamente com Jonh Bardeen e Walter H. Brattain, inventou o primeiro transistor de junção. Foi um desses grandes acontecimentos que mudam todas as regras. Todos estavam ansiosos na época e previam que grandes acontecimentos estavam para acontecer. Quando os fatos se concretizaram, as previsões mais ousadas não estavam nem perto do novo mundo que estava para vir. O impacto do transistor na eletrônica foi enorme. Além de iniciar a indústria dos multibilhões de dólares dos semicondutores, o transistor contribuiu para todas as invenções relacionadas, como os circuitos integrados, 68 componentes optoeletrônicos e microprocessadores. Praticamente todos os equipamentos eletrônicos projetados hoje em dia usam componentes semicondutores. As mudanças foram mais perceptíveis nos computadores. O transistor não revisou a indústria dos computadores, ele a criou. Antes de 1950 um computador ocupava uma sala inteira e custava milhões de dólares. Hoje, um bom computador cabe numa escrivaninha e custa, às vezes, menos de mil dólares. 3.17.2 - Biografia dos Inventores William Shockley nasceu em Londres, Inglaterra, em 13 de fevereiro de 1910. Filho de Hillman Shockley, um engenheiro de Massachusetts e sua esposa Mary. Figura - 3. 59. WILLIAM SHOCKLEY A família retornou aos Estados Unidos em 1913 e William Jr. Foi educado na California, onde obteve seu doutorado em 1932. Estudou no Instituto de Tecnologia de Massachusetts onde obteve seu Ph.D. em 1936 com sua tese sobre a estrutura da banda de energia do cloreto de sódio. No mesmo ano, trabalhou nos laboratórios da Bell Telephone em um grupo liderado pelo Dr. C.J. Davissom, onde permaneceu até 1955. Demitiu-se do cargo de diretor do departamento de física do transistor para começar como diretor do laboratório de semicondutores Shockley da Beckman Instruments na Califórnia, onde pesquisou o desenvolvimento e a produção de novos transistores e outros dispositivos semicondutores. 69 As pesquisas de Shockey foram centradas nas bandas de energias dos sólidos, teoria dos tubos de vácuo, alto difusão de Cooper, experimentos e teoria no domínio ferromagnético, vários tópicos na física do transistor etc. Seu trabalho rendeu-lhe muitas honras. Recebeu a medalha do mérito em 1946 pelo seu trabalho no Departamento de Guerra; o Morris Leibmann Memorial Prize do Instituto de Engenharia de Radio em 1952; no ano seguinte o prêmio Oliver E. Buckley Solid State Physics da Sociedade Americana de Física, dentre muitos outros. Em adição a numerosos artigos científicos, Shockleu escreveu Elétrons and Holes in Semiconductors (1950) e publicou Imperfections of Nearly Perfect Crystals (1952). Também patenteou mais de 50 invenções. Jonh Bardeen nasceu em Madison, Winsconsim em 23 de maio de 1908. Filho do Dr. Charles R. Bardeen e Althea Harmer. Figura - 3. 60. JONH BARDEEN Bardeen freqüentou a Universidade de Madison por vários anos, mas após graduar-se foi freqüentar um curso de engenharia elétrica na Universidade de Winsconsin onde participou de vários trabalhos nas áreas de física e matemática. Após formado, trabalhou no departamento de engenharia da Western Eletric Company em Chicago e ao mesmo tempo em que prosseguiu seus estudos. Em Winsconsin trabalhou como assistente de pesquisa na área de engenharia elétrica por dois anos, dedicando-se a problemas matemáticos aplicados à geofísica e a 70 radiação de antenas. Foi durante esse período que obteve conhecimento da teoria quântica através do professor J.H. Van Vleck. Mais tarde trabalhou no Gulf Reserach Laboratories em Pittsburg, Pensilvânia no desenvolvimento de métodos de interpretação de medidas magnéticas e gravitacional. Este foi um período estimulante no qual os métodos geofísicos foram pela primeira vez aplicados para prospecção de petróleo. Devido ao seu interesse mas na ciência pura que aplicada, Bardeen deixou seu trabalho no Gulf Laboratories em 1933 para fazer um trabalho de graduação em física matemática na Universidade de Princeton. Sob a liderança do professor E.P. Wigner, interessou-se primeiro pela física do estado sólido. Os próximos três anos ele passou trabalhando como o professores Van Vlerck e Bridgman em problemas de coesão e condutividade elétrica nos metais. Obteve seu Ph.D. em Princeton em 1936. Os principais campos de pesquisa desde 1945 eram a condução elétrica em semicondutores e metais, teoria da supercondutividade e difusão dos átomos em sólidos. Em 1957, Bardeen e dois colegas, L.N.Cooper e J.R. Schrieffer, propuseram a primeira explicação bem sucedida da supercondutividade. Walter H. Brattain nasceu em Amoy, China em fevereiro de 1902. Filho de Ross R. Brattain e Ottilie Houser, ele passou sua infância no estado de Washington e graduou-se no Whitman College em 1924. Figura - 3. 61. WALTER H. BRATTAIN 71 O Dr. Brattain foi membro da equipe técnica do Bell Laboratóries desde 1929. O alvo principal das suas pesquisas foram as propriedades superficiais dos sólidos. Desde cedo seu trabalho foi voltado para emissão termiônica e absorção de camadas no tungstênio. Continuou no campo da retificação e foto-efeitos na superfície de semicondutores, iniciando com o estudo da retificação na superfície do óxido de cobre. Estudos similares foram feitos com o silício. Após a segunda guerra ele continuou na mesma linha de pesquisa com o silício e o germânio. O Dr. Brattain recebeu o título honorário de doutor em ciência da Universidade de Portland em 1952, do Whitman College e Union College em 1955 e da Universidade de Minesota em 1957. Em 1952 foi homenageado com a medalha Stuart Ballantine do Franklin Institute, e em 1955 com a medalha Honh Scott. Dr. Brattain é um membro da National Academy of Science e do Franklin Institute; um associado da Sociedade de Física Americana e da Associação Americana para o Avanço da Ciência. 3.17.3 – Tipos de Transistores Existem diferentes tipos de transistor quanto a sua construção física e funcionamento. Dentre eles podemos citar: O transistor de junção ou bipolar, o transistor de unijunção ou monopolar, o transistor de efeito de campo ou FET (Field Effect Transistor) e o Transistor MOSFET ( Oxide Silicon Field Effect Transistor). Todos eles serão estudados neste curso em uma oportunidade conveniente ao longos dos capítulos que se sucederão. Por enquanto vamos continuar a descrever as propriedades e o funcionamento do transistor bipolar. 72 3. 18 – Transistor de Junção Trata-se de um dispositivo eletrônico constituído de três camadas e duas junções de materiais semicondutores, usado para controlar o fluxo de elétrons através das tensões aplicadas aos 3 elementos. São empregados materiais semicondutores, Silício – Si e Germânio – Ge , que adquirem estrutura cristalina no processo de fabricação. 3.12.1 - Construção do Transistor de junção Bipolar Basicamente existem dois tipos de junção uma chamada NPN e outra chamada de PNP, representados conforme a Figura - 3. 62. Figura - 3. 62. Construção e representação esquemática dos transistores de junção bipolares. Na formação da pequena pastilha, 3 regiões semicondutores distintas são agrupadas de duas maneiras diferentes. Uma camada semicondutora tipo N entre duas tipo P, formam o Transistor PNP. O meio ou região “N” é chamado base e as regiões “P” formam o Emissor e o Coletor. No Transistor NPN, a camada do meio é a Base, tipo P, e os extremos tipo N, são Emissor e Coletor. O Transistor assim construído, é controlado pela corrente que flui por seus terminais e esta, por sua vez, é controlada pela variação da tensão de entrada. 73 Figura - 3. 63. A construção destes dois tipos de junções é feita dopando-se o material semicondutor (tetravalente) com impureza trivalente (Boro, etc), para obtenção do material tipo-P, como aquele do emissor e do coletor do transistor PNP, ou dopando-se o material semicondutor com impureza pentavalente (As, etc) para obtenção do material tipo-N como aquele do emissor e do coletor do transistor NPN. Sendo que no transistor PNP a dopagem P do emissor é maior do que a dopagem-P do coletor e no transistor NPN a dopagem-N do emissor é maior do que a dopagem-N do coletor. Para lembrar fixemos as equações abaixo: Pnp: Dopagem-P do emissor > Dopagem-P coletor (3. 62) DE P DC P Npn:Dopagem-N do emissor > Dopagem-N coletor (3. 63) DE N DC P Obs.: No transistor o emissor é sempre mais dopado que o coletor (PNP; NPN). 74 Figura - 3. 64. Símbolo do transistor NPN e PNP respectivamente Nos transistores, os elétrons ora são portadores majoritários e ora são portadores minoritários dependendo do lado da junção que está sendo considerada. O controle da corrente de elétrons determina o uso como: Amplificador, Oscilador, Comutador, etc. Há outras denominações para o transistor; além de Bipolar ou Transistor de Junção, ele pode ser chamado Transistor Uni-junção ou UJT, Transistor de Efeito de Campo ou FET, Transistor de Efeito de Campo Metal Óxido Silício ou MOSFET, etc; cada denominação caracteriza aplicações diversas conforme a sua construção. 3.12.2 – Teste do Transistor de Junção Bipolar Na prática, usando-se um multímetro, para se descobrir se um transistor é PNP, ou NPN, deve-se satisfazer a seguinte tabelas de polarização Tabela de Polarização do Transistor PNP NPN Pólo + Pólo - Resistência () Emissor Base baixa Coletor Base baixa - + Resistência () Emissor Base baixa Coletor base baixa 75 3.12.2 - Polarização de Transistores de Junções Polarizar um transistor é impor o valor da corrente de coletor, IC. Essa polarização será estabilizada se for feita imune a variações de suas características e imune a influência de temperatura. Como o transistor possui duas junções e cada bateria possui dois pólos, portanto, há quatro maneiras diferentes de aplicarmos tensões elétricas externas, mas existe uma só forma de polarizar o transistor de maneira que ele opere nas condições desejadas, conforme mostra a Figura - 3. 65. Figura - 3. 65. Diferentes formas de se polarizar um transistor a) forma correta para o transistor PNP; b) ; c) e d) forma errada para o transistor PNP. 76 Figura - 3. 66. Diferentes formas de se polarizar um transistor a) ; b) c) forma errada para o transistor NPN ; d) forma correta para o NPN. Para o transistor ampliar uma dada corrente, seja transistor NPN, ou PNP, é necessário polarizar diretamente a junção Base-Emissor e inversamente a junção BaseColetor. Portanto, a partir das Figuras Figura - 3. 65 e Figura - 3. 66 conclui-se que a junção Emissor-Base deve ser polarizada diretamente e a junção Base-Coletor deve ser polarizada reversamente. Figura - 3. 67. Polarização: Base - Emissor - polarização direta e Base - Coletor - polarização reversa. 77 Supondo-se inicialmente que a junção Emissor-Base é polarizada diretamente e a junção Base-Coletor é polarizada reversamente, conforme mostra a Figura - 3. 68, onde os resistores R1 e R2 servem para limitar a corrente a fim de não danificar o transistor. Figura - 3. 68. Polarização: Base - Emissor - polarização direta e Base - Coletor - polarização reversa. Na prática usamos apenas uma bateria e as tensões para polarizar as duas junções são conseguidas por divisores resistivos de tensão. Polarizar o transistor é, pois, determinar essas tensões e de modo que ele trabalhe com segurança, em sua região ativa. O processo consiste em se escolher ou impor o valor da corrente de Coletor, IC, e o valor da tensão Coletor-Emissor, VCE, a partir das condições de trabalho do circuito desejado e dos dados do transistor, fornecidos pelo fabricante em forma descritiva ou por curvas características. O ponto de operação do transistor (VCE, IC), também chamado ponto de polarização ou ainda ponto quiescente, é tomado sobre a curva característica de saída do transistor. 78 3. 19 – Funcionamento do transistor Uma figura que ajuda a entender o funcionamento do transistor de junção bipolar é a alavanca, conforme mostra a Figura - 3. 69. Figura - 3. 69. Comparação do funcionamento do transistor de junção bipolar com a alavanca mecânica. Assim como a alavanca mecânica, para pequenas oscilações de um lado, produz grandes oscilações do outro; o transistor também para pequenas flutuações de tensão de entrada produz grandes flutuações de tensão de saída, conservando a potencia, P = VI, nos dois lados, assim como alavanca mecânica conserva o torque, T = F.l, onde F é a força e l é o braço da alavanca. A “entrada” e a “saída” de um transistor é chamada de emissor e coletor respectivamente. O ponto de apoio da alavanca é chamado de base. Sua construção ou montagem definitiva deve-se a Lee de Forest. 79 Transistor NPN Assumindo inicialmente a junção Base-Coletor, ou junção de Coletor, e polarizando-a reversamente, esta conduzirá uma mínima corrente de fuga, mantida pelos portadores minoritários nas regiões da Base e do Coletor. Retirando a tensão aplicada à junção de Coletor e aplicando-a à junção de Emisor, ou seja, entre a Base e O Emissor, de modo a polarizar diretamente esta junção, uma certa quantidade de corrente direta atravessará a junção. Embora na junção os elétrons e lacunas sejam forçados pela tensão externa aplicada, a se recombinarem, ficará um excesso de elétrons do Emissor que é fortemente dopado, enquanto a Base é levemente dopada. Esse excesso de elétrons, portadores majoritários do material tipo N, é responsável pela corrente direta. Somente quando polarizado ao mesmo tempo as duas junções, se obterá o efeito “transistor” – TRANSfer + resISTOR. Figura - 3. 70 80 Como a junção de Emissor está polarizada diretamente, os portadores majoritários (elétrons) do Emissor se deslocam no sentido da Base, mas, por construção, a Base é feita muito fina e pouco dopada, de modo que muitos elétrons vindos de Emissor não se recombinam com as lacunas da Base, que são poucas, mas alcançam a região de Coletor e seguem atraídos pelo pólo positivo da bateria. O número de elétrons que cruzam a junção é determinado pela reduzida região da barreira Emisor-Base, cuja largura é determinada pela amplitude de polarização direta (VBE), Se for aumentada a tensão de polarização direta, a barreira Emissor-Base diminuirá, a corrente de Emissor aumentará e, conseqüentemente, aumentarão as correntes de base e de Coletor. Figura - 3. 71 Transistor PNP A análise feita para o transistor NPN vale para o Transistor PNP, apenas necessitando-se inverter o sentido das correntes, das baterias e considera que agora os portadores majoritários são as lacunas. 81 Figura - 3. 72 3.13.4 - Efeito transistor Nas duas montagens, a corrente de Emissor é grande, a corrente de Base é muito pequena e a corrente de Coletor também é grande, mas menor que a de Emissor, que é a soma de IB com IC. Logo, pela lei de Kirchhoff temos que: VCEB = VCB + VBE (1. 1) I E = IB + IC (3. 64) e Por exemplo, considerando que 98 a 99% das lacunas vindas do emissor vão para o coletor, logo dividindo a equação (3. 64) pela corrente total vinda do emissor, temos que: I B IC 1 IE IE (3. 65) As correntes de Coletor, Emissor e base saem das relações dadas pelos parâmetros alfa () e beta (). O chamado parâmetro alfa () pode ser definido como a relação entre a corrente de Coletor, IC, e a corrente de Emissor, IE: 82 IC IE (3. 66) Sendo a corrente de Coletor menor que a corrente de Emissor, mas quase iguais, a relação é menor que a unidade e próxima desta: < 1. O chamado parâmetro Beta () pode ser definido como sendo a relação entre a corrente de Coletor, IC, e a corrente de Base, IB e por ser esta relação entre as correntes de saída e entrada, , é o próprio valor da amplificação de corrente do transistor, geralmente chamado de ganho de Corrente. IC IB (3. 67) Destas relações concluímos que: IC = IE (1. 2) IC =IB (1. 3) e Substituindo IB e IE na última relação, obteremos a relação entre e 1 1 (1. 4) 1 1 (1. 5) Analogamente Se for considerada a corrente de fuga da junção de Coletor, denominada ICO, a expressão de IC será acrescida esta parcela: I’C = IC + ICO (1. 6) Esta pequena corrente de fuga não poderá ser desprezada se o transistor for submetido a grandes variações de temperatura, porque ICO dobra de valor a cada 10ºC de acréscimos de temperatura. 83 Conclui-se que: I B + IC = IE I C (1. 7) Portanto quando IC >> IB devido ao pequeno comprimento da base e a maior densidade de portadores majoritários no emissor. 98% a 99% das lacunas do emissor vão para o coletor. Logo 1 a 2% dos portadores majoritários do emissor forma a corrente de base. podemos escrever: IB 1 IE (3. 68) ou ainda usando (3. 66) em (3. 79) temos que: IC I B IC (3. 69) IC IB 1 (3. 70) 1 (3. 71) Logo temos que Portanto para = 0,98 a 0,99, temos: p/ = 0,99 = 99 (3. 72) p/ = 0,98 = 49. (3. 73) Ou seja, o ganho de corrente base-coletor é grande para uma taxa de recombinação fixa. Isto é obtido desde que se tenha uma corrente de emissor, IE, considerável. Por exemplo, para IE < 1mA temos uma grande variação de . Portanto, é bem possível que a lacuna que chegar na base se recombine na base, ou se não, passa para o coletor. Logo se as oscilações 84 de tensão são introduzidas entre o emissor e a base, elas se reproduzirão de forma amplificada entre o coletor e o emissor gerando assim o efeito transistor. Para que isto aconteça as características físicas do transistor devem ser: IC >> IB (3. 74) i) base estreita (ou fina). Devido ao pequeno comprimento da base em relação ao emissor ii) a dopagem do emissor deve ser alta para que haja uma maior densidade volumétrica de portadores majoritários neste emissor, lacunas ou buracos no caos do transistor PNP e elétrons no caso do transistor NPN, iii) O coletor deve ser grande em relação a base de tal forma que as potências dissipadas, PCB >> PBE A taxa de recombinação (é fixa) desde que se tenha um IE considerável. Para IE < 1mA temos uma grande variação no . Portanto e bem possível que a lacuna que passar se recombine na base se passar para o coletor. 3.13.6 - Potências dissipadas: PBE = VBE.IE (3. 75) PCB = VCB.IC, (3. 76) e onde a potência de saída é muito mais alta. PCB >> PBE. 85 (3. 77) Figura - 3. 73. Si Ge VALORES TÍPICOS DE TENSÃO NO TRANSISTOR TRANSIÇÃO ATIVA SATURAÇÃO CORTE VBET VBEA VBESat VCESat VBECorte VCECor te 0,5 0,6 0,7 0,3 0,0 0,1 0,2 0,3 0,1 -0,1 Nomenclatura dos Semicondutores Nacionais RSxZW 1º Letra 2º Letra 3º, 4º e 5º Letras A = Germânio A = Diodo B = Silício B = Varicap Indicativos de série O = Vávulas sem C = Transistor de 3 algarismos = pré-aquecimento baixa Potência semicondutores para D = Transistor de uso geral em Rádio e Potênca Televisão F = Transisotr de RF U = Transistor de 1 Letra e 2 Potência para algarismos = computação semicondutores para Y = Diodo retificador equipamentos Z = Diodo Zener industriais e profissionais 86 USO e TIPO Áudio NPN Baixa Potência Ligações - Invólucro Métalico Plástico Áudio PNP Baixa Potência RF NPN Baixa Potência BC - 107 BC - 108 BC - 109 BC - 157 BC - 158 BC - 159 BF - 184 Exemplos BC - 147 BC - 237 BC - 148 BC - 238 BC - 149 BC - 239 BC - 177 BC - 307 BC - 178 BC - 308 BC - 179 BC - 309 BF - 194 BF - 254 BC - 547 BC - 548 BC – 549 BC - 557 BC - 558 BC -559 BF - 494 BF - 185 BF - 195 BF – 495 Áudio NPN Média Potência AC 187 Áudio PNP Média Potência AC 188 Áudio PNP Potência Áudio NPN Potência AD 149 AD 148 2N 3055 Áudio NPN PNP Média Potência BD 135 BD 136 87 BF - 255 3. 20 – Tipos de Montagens ou Configurações Básicas do Transistor Bipolar Existem três formas de montagens básicas para que um transistor possa funcionar como amplificador de tensão, corrente e de potência, conforme a função desejada o transistor pode ser montado de três maneiras diferentes, válidas tanto para o transistor NPN, como o PNP, os quais veremos a seguir. Os circuitos amplificados com transistor pode ser montados nas seguintes configurações: 1) Base comum; 2) Emissor comum; 3) Coletor comum; a) Montagem ou Configuração Base-Comum (Amplificador de Tensão) Nesta montagem, a Base é usada como ponto comum de referência, ou seja, está ligada de forma comum à entrada e à saída. O sinal de entrada é aplicado entre o Emissor e a Base, aparecendo o sinal de saída entre o Coletor e a Base. Esta configuração é usada apenas em aplicações de altas freqüências. Os terminais de referência são o Emissor e o |Coletor. Figura - 3. 74 88 Figura - 3. 75. Configuração Base-Comum, com resistências R1 e R2 para limitar a corrente, afim de não danificar o Transistor. O circuito Base Comum apresenta amplificação ou ganho de tensão grande e ganho em corrente aproximadamente unitário, menor que 1 (um), conseqüentemente, o ganho em potência assume valor médio, entre 20 e 30dB. GI IE 1 ( ganho de corrente) IS (1. 8) A resistência de entrada, nesta montagem, é pequena da ordem de 50, pois a junção Emissor-Base está polarizada diretamente. Como a saída (Coletor-Base) está polarizada reversamente, a resistência de saída é grande, da ordem de 50K. O sinal de saída está em fase com o sinal de entrada. b) Montagem ou Configuração Emissor-Comum (Amplificador de Potência) A montagem Emissor-Comum tem o Emissor como terminal comum de referência; o sinal de entrada é aplicado entre a base e o Emissor e o sinal de saída é obtido entre o Coletor e o Emissor. Aqui o sinal controlado é a corrente de Base. Esta baixa corrente de Base é usada para controlar uma alta corrente de Coletor, o que faz desta montagem um amplificador de corrente, com ganho em corrente grande. Um sinal de tensão na entrada do circuito Emissor Comum ou se soma ou se opõe à polarização da Base, fazendo aumentar ou diminuir a corrente de Base, de Emissor e de Coletor. O efeito é, pois, amplificação de tensão e o circuito apresentam ganho de tensão grande. Em conseqüência, o ganho em potência é ainda muito maior, da ordem de 40 a 50 dB. GV 1 ; GI 1 GP 1 89 (3. 78) GI : ganho de corrente; GV : ganho de tensão; GP : ganho de potência As resistências de entrada re saída alcançam valores médios (aproximadamente 1K na entrada e 55K na saída). O sinal da Base (entrada) para o Coletor (saída) se defasa em 180º, ou seja, a uma entrada positiva correspondente uma sida negativa e viceversa. Figura - 3. 76 De uma forma apropriada a configuração de Emissor-Comum pode ser estabelecida conforme mostra a Figura - 3. 77, onde o terra fica no ponto comum do circuito. Referência 0 Volts Figura - 3. 77. Configuração Emissor-Comum, com resitências R1 e R2 para limitar a corrente, afim de não danificar o Transistor. Funcionamento: Esta configuração funciona da seguinte forma: Consideremos aqui o transistor PNP onde o sentido adotado para as correntes é o sentido convencional, isto é, do pólo positivo para o pólo negativo e supondo portanto que são as lacunas (ou buracos) que se movem formando uma “correntes de lacunas”. Quando essas lacunas provenientes do emissor se dirigem para a base, elas entram na base e 90 uma parte delas se recombina na própria base e uma outra parte vai para o terminal da base. O restante daquelas que não se recombinam formam um saldo de corrente, chamado de corrente de base, IB. Ao chegarem na base elas atingem a camada de depleção formada entre a base e o coletor e portanto são aceleradas para o coletor, formando a corrente de coletor, IC. Isto acontece porque a tensão V2 no coletor é muito maior do que V1 a tensão na base (V2 >> V1). Logo para que a corrente de coletor, IC, seja muito maior do que a corrente de base, IB, (IC >> IB), a base tem que ser muito fina em relação as junções do emissor e do coletor, conforme mostra a Figura - 3. 78, para que haja uma maior densidade de portadores majoritários (buracos) no emissor. Figura - 3. 78. “Correntes” de lacunas 1º) Entra na base e vai para o terminal da base. ( recombina-se no terminal) IB 2º) Recombina-se na base 3º) Atinge a camada de depleção e é aí acelerada para o coletor IC 91 V2 >> V1 (3. 79) Para IC >> IB a base tem que ser muito fina em relação as junções de coletor e emissor. c) Montagem ou Configuração Coletor-Comum: Seguidor Emissor (Amplificador de Corrente) O circuito o Transistor nesta montagem, está ligado de maneira que o Coletor é ponto comum de referência, porque o sinal de entrada é aplicado entre a Base e o Coletor, e a saída se obtém entre o Emissor e o Coletor. A corrente de Emissor (saída) é muito maior que a corrente de Base (entrada) e portanto, há amplificação de corrente GI 1 . Entretanto, a tensão de saída é ligeiramente menor que a tensão de entrada, não havendo amplificação de tensão; a tensão de saída tende a seguir a tensão de entrada, pelo que esta montagem é chamada de “Seguidor de Emissor”. Amplifica apenas corrente enquanto que o ganho de tensão Av = 1. GV 1 ; GI 1 GP 1 (3. 80) GI : ganho de corrente; GV : ganho de tensão; GP : ganho de potência Por ser polarização reversa na entrada e direta na saída, a resistência de entrada é grande e a de saída é pequena. Figura - 3. 79 92 Figura - 3. 80. Configuração Coletor-Comum, com resitências R1 e R2 para limitar a corrente, afim de não danificar o Transistor. Figura - 3. 81. Montagem Coletor Comum ou Seguidor de Emissor O ganho em Potência é pequeno, entre 10 e 20dB, e é devido apenas á amplificação de corrente. 93 3. 21 – Transistor de Junção em Baixas Freqüências – Modelo Híbrido Para o estudo do transistor como amplificador é necessário criar um modelo que mostre a configuração interna, de modo que suas características de entrada e saída sejam justificadas matematicamente. Figura - 3. 82. Curva característica de entrada do Transistor Figura - 3. 83. Curva característica de saída do Transistor Analisando os gráficos das curvas características, constatamos que a queda de tensão entre a Base e o Emissor é uma função da corrente de Base e do valor da queda de tensão entre o Coletor e o Emissor é dado por: 94 VBE f I B ,VCE (3. 81) A corrente de Coletor varia em função dos valores da corrente de Base e da tensão Coletor-Emissor I C f I B ,VCE (3. 82) Mesmo não sendo conhecidas as expressões destas funções, podemos escrever as correspondentes igualdades para variações apenas, usando-se coeficientes de proporcionalidade: VBE h11iB h12VCE I C h21iB h22VCE (3. 83) As letras minúsculas indicam grandezas variáveis. Os coeficientes hij são parâmetros híbridos. As equações mostram que o transistor pode ser representado por um dispositivo de quatro pólos, dois de entrada e dois de saída, ou seja, um dispositivo ativo de “duas portas”. VBE h11iB h12VCE I C h21iB h22VCE Figura - 3. 84. Seguindo um modelo genérico, válido para qualquer dispositivo de duas entradas e duas saídas, portanto, um modelo genérico para o transistor em qualquer montagem, designaremos as correntes por i1 , i2 e as tensões por v1 , v2 . 95 Figura - 3. 85. Sistema com entrada e saída Escolhendo as variáveis i2 , v1 , podemos escrever: v1 h11i1 h12v2 (3. 84) i2 h21i1 h22 v2 Os parâmetros hij , são assim definidos: h11 v1 i1 v h12 2 v1 v2 0 i2 i1 i1 0 i h22 2 v2 h21 v2 0 (3. 85) i1 0 h11 representa a relação entre a tensão de entrada e a corrente de entrada, quando a saída é curto-circuitada v2 0 . Portanto, este parâmetro tem dimensão de resistência e representa a resistência de entrada com a saída em curto-circuito. h12 representa a relação entre a tensão de saída e a tensão de entrada, quando a entrada está em circuito aberto i1 0 . Portanto, este parâmetro não tem dimensão física e representa o fator de amplificação de tensão reversa com a entrada em aberto. h21 representa a relação entre a corrente de saída e a corrente de entrada, quando a saída é curto-circuitada v2 0 . Portanto, este parâmetro não tem dimensão física e representa o fator de amplificação de amplificação de corrente com a saída em curto-circuito. h22 representa a relação entre a corrente de saída e a tensão de entrada, quando a entrada está em aberto i1 0 . Portanto, este parâmetro tem dimensão de condutância 96 (inverso da resistência) e representa a condutância de saída com a entrada em circuito aberto. Os índices 11,12, 21, 22 são subscritos respectivamente com as letras: “i” (input = entrada) “r” (reverse transfer = transferência reversa, da entrada para a saída) “f” (foward transfer = transferência direta, de saída para a entrada) “o” (output = saída) Estes índices serão seguidos da letra “e” se o circuito for de configuração Emisor comum; letra “b” se for Base comum; letra “c” se for Coletor comum. Temos assim, para um circuito: Emissor comum: hie , hre , h fe , hoe Base comum: hib , hrb , h fb , hob Coletor comum: hic , hrc , h fc , hoc Desta forma, para a configuração Emissor comum, as equações correspondentes são: v1 hiei1 hre v2 ou vBE hieiB hrevCE i2 h fei1 hoe v2 ou iC h feiB hoe vCE (3. 86) O significado físico destas expressões pode ser mostrado pelo circuito abaixo que é um modelo para o transistor com parâmetros híbridos. Figura - 3. 86. Sistema com entrada e saída Estes parâmetros híbridos podem ainda ser determinados diretamente das equações tensão-corrente, consideradas para variações do sinal. O desenvolvimento será 97 feito aqui para a configuração Emissor-Comum. As expressões das demais configurações são análogas. Sabendo que a tensão Base-Emissor e a corrente de Coletor são funções da corrente de Base e da tensão Coletor-Emissor, podemos obter as expressões dessas variáveis a partir das derivadas parciais em relação à tensão Coletor-Emissor e à corrente de Base. VBE f (iB ,VCE ) f1 f iB 1 VCE iB VCE (3. 88) VBE V iB BE VCE i B VCE (3. 89) VBE VBE (3. 87) Portanto, VBE hie i B hre VCE (3. 90) e iC f 2 (iB ,VCE ) (3. 91) iC f 2 f iB 2 VCE i B VCE (3. 92) iC ic i iB c VCE i B VCE (3. 93) Portanto, 98 VBE h fe iB hoe VCE (3. 94) is h fe ie is ie h fe (3. 95) Resumindo temos: hie VBE iB hre VCE 0 VBE VCE iB 0 VBE i B VCE cte VBE i B iB cte (3. 96) (3. 97) e h fe hoe is i h fe C ie iB VCE 0 iC i hoe C VCE iB iC i B iB 0 df T dt t 99 VCE cte iC i B iC h fe iB hoe VCE EC: h fe e (3. 98) (3. 99) iB cte (3. 100) Circuito Esquema Modelo Híbrido Equações Tensão Corrente (V-I) CONFIGURAÇÃO BASE-COMUM vBE hieiB hre vCE iC h fe iB hoe vCE CONFIGURAÇÃO EMISSOR-COMUM vBC hic iB hrc vCE iE h fc iB hoc vCE CONFIGURAÇÃO COLETOR-COMUM vBE hibiB hrb vCE iC h fbiB hob vCE Valores comparativos entre os parâmetros Emissor-Comum Coletor-Comum Base-Comum h11 hi 1,1K 1,1K 21, 6K h12 hr 2,5 104 1 2,9 10 4 h21 hf 50 -51 0,98 h22 ho 40K 1 40K 100 1 2, 04M 1 O Transistor de Efeito de Campo - FET O transistor de efeito de campo (Field Effect Transistor - FET) possui uma montagem diferente do transistor do transistor de junção. O Emissor é substituído pelo Dreno (Drain), a bate é substituído pelo Porta (Gate) e o Coletor é substituído pela Fonte ou Supriouro (Source). Sua montagem física está mostrada na Figura - 3. 87. Figura - 3. 87. Transistor de Efeito de Campo (FET) FET de Junção = JFET FET de Gate Isolado – IGFET=MOSFET MOS = metal Oxide Silicon Os símbolos desses transistor são mostrados na Figura - 3. 88 Figura - 3. 88. Símbolos dos Transistores de Efeito de Campo (FET) a) JFET canal N; b) JFET canal P; c) FET canal N; d) FET canal P. 101 Figura - 3. 89. Símbolos dos Transistores de Efeito de Campo (MOSFET) a) MOSFET canal N; b) MOSFET canal P. O MOSFET como amplificador Análise gráfica Como os MOSFETs são bem caracterizados por equações, raramente é necessário aplicar técnicas gráficas na análise de circuitos com FET. Todavia, é ilustrativo iniciar o estudo de amplificadores usando FET com a análise gráfica do circuito amplificador conceitual com MOS mostrado na figura 1. (a) t (b) Figura - 3. 90. 102 O MOSFET tipo crescimento canal n é mostrado polarizado com uma bateria VGS, um arranjo claramente impraticável, mas que é útil para o presente propósito. Sobreposto à tensão cc de polarização da porta V GS, está um sinal que varia com o tempo vgs que desejamos amplificar; logo, a tensão instantânea total porta-fonte é: (3. 101) VGS = VGS + vgs (1) Em qualquer instante o ponto de operação será localizado sobre a curva iD – vDS correspondendo a um valor específico de vGS. Em que ponto ele estará sobre aquela curva será determinado por VDD e RD a partir de (3. 102) VDS = VDD - RDiD que pode se reescrita como: (2) (3. 103) iD = VDD 1 v DS RD RD (3) Essa é uma equação linear nas variáveis iD e vDS e pode ser representada por uma linha reta no plano iD – vDS. Essa linha intercepta o eixo vDS em VDD e tem uma inclinação igual a –1/RD. Como RD representa a resistência de carga do amplificador, a linha reta representando a equação (3) é chamada de reta de carga. O ponto de operação instantâneo do MOSFET estará na interseção da reta de carga e a curva iD – vDS correspondendo aos valores instantâneos de v GS. As coordenadas do ponto de operação são os valores instantâneos de iD e vDS. Para tornar nossa análise mais concreta, vamos usar valores numéricos. O MOSFET é especificamente suposto como tendo uma tensão de limiar V t = 2V e um parâmetro de condutância K = 1 mA/V2. Conforme indicado na figura 1(a), o transistor está polarizado com VGS = 5V e seu dreno está conectado a uma alimentação positiva VDD = 20V através de uma resistência RD = 1,33k. O sinal a ser amplificado tem uma forma de onda triangular com 1V de pico a pico de amplitude. A figura 1(b) mostra as características iD – vDS do MOSFET junto com a reta de carga correspondendo a RD = 1,33k. Na ausência do sinal de entrada vgs, o MOSFET irá operar no ponto denominado por Q, que é a 103 enterseção da curva para vGS = 5V e a reta de carga. Esse é o ponto de polarização cc, ponto de operação cc ou ponto quiescente, como é às vezes chamado. As coordenadas de Q determinam a corrente de dreno cc, ID = 9mA, e a tensão de dreno cc, VDS = 8V. Quando o sinal vgs com forma de onda triangular for aplicado, o ponto de operação se moverá ao longo da reta de carga em correspondência com a tensão instantânea total vGS. Isso está mostrado na figura 1(b), na qual observamos que, por exemplo, no pico positivo do sinal de entrada, vgs = 0,5V, vGS = 5 + 0,5V, a corrente de dreno correspondente é de 12,25mA e a tensão de dreno correspondente é de 3,7V. Isso implica que a corrente de dreno instantânea total iD e a tensão de dreno instantânea total vDS podem ser determinadas do mesmo modo, ponto a ponto. A figura 1(b) mostra as formas de onda resultantes. Observamos que, sobreposta à triangular. Além disso, sobreposta à tensão cc, v DS, obtemos um componente do sinal da tensão de saída e, exceto pela inversão de fase, é uma réplica amplificada do sinal de entrada: ela tem uma amplitude de pico a pico de cerca de 8V, e portanto o ganho do amplificador é de –8V/V. No exemplo acima estávamos em condições de obter uma amplificação quase linear a partir de um MOSFET não-linear pela escolha apropriada do ponto Q de polarização cc e por manter o sinal de entrada com uma amplitude pequena. Porém é importante observar que o ponto de operação instantâneo foi confinado à região de saturação. Isso é feito de modo que o MOSFET opere como uma fonte de corrente cujo valor é controlado por vgs. Se fosse permitido ao ponto de operação instantâneo sair da região de saturação, o FET não operaria mais como uma fonte de corrente controlada linear e poderia resultar numa forte distorção não-linear. Isso está ilustrado na figura 1(c), onde o MOSFET ainda está polarizado com VGS = 5V mas agora está sendo usada uma resistência de carga de RD = 1,78 k. Como resultado do uso desse valor baixo de resistência de carga, o ponto de operação instantâneo entra na região de triodo durante mais da metade do valor positivo de vgs. Conforme pode ser visto, o componente do sinal iD e o sinal de tensão na saída vds são fortemente distorcidos. Para o FET operar como amplificador linear ele precisa estar polarizado com um ponto no centro da região de saturação, o ponto de operação instantâneo deve estar o tempo todo confinado na região de saturação e o sinal de entrada deve ser mantido suficientemente pequeno. 104 Análise algébrica A seguir apresentamos uma análise algébrica do circuito amplificador conceitual da figura 1(a). Com o sinal de entrada vgs ajustado para zero, obtemos para a corrente cc de dreno ID e para a tensão cc de dreno VDS (ou simplesmente VD visto que a fonte está aterrada) as relações: (3. 104) ID = K VGS – vT)2 (4) (3. 105) VD = VDD – RDID (5) onde desprezamos o efeito da modulação do comprimento do canal. Com o sinal v gs sobreposto a VGS, a tensão instantânea total porta-fonte vGS é dada por: (3. 106) vGS = VGS + vgs (6) Correspondentemente, a corrente instantânea total iD será: (3. 107) iD = k(Vgs –Vt)2 (3. 108) iD = K(VGS +vgs –Vt)2 (3. 109) iD = KVGS –Vt)2 + 2K(VGS – Vt)vgs + Kv2gs (7) O primeiro termo da lado direito da equação (7) pose ser reconhecido como a corrente cc ou corrente quiescente ID. O segundo termo representa um componente de corrente que é diretamente proporcional ao sinal de entrada vgs. O último termo é um componente de corrente que é proporcional ao quadrado do sinal de entrada. Esse último componente é indesejável porque ele representa a distorção linear. Para reduzir a distorção linear introduzida pelo MOSFET, o sinal de entrada deve ser mantido pequeno, 105 (3. 110) Vgs << 2(VGS – Vt) (8) Se essa condição de pequeno sinal for satisfeita, podemos desprezar o último termo na equação (7) e expressar iD por: (3. 111) iD = ID + id onde o sinal da corrente id é dado por: (9) (3. 112) id = 2K (VGS –Vt)vgs A constante da relação id por vgs é a transcondutância gm, (3. 113) gm = 2K VGS – Vt) (10) A figura 2 apresenta uma interpretação gráfica da operação em pequeno sinal do amplificador com MOSFET de crescimento. Observe que gm é igual à inclinação da característica iD – vGS no ponto de operação: (3. 114) gm = i D para vGS = VGS vGS Separando a análise cc e a análise de sinal Da análise anterior vimos que com a aproximação para pequeno sinal, os valores do sinal são sobrepostos aos valores cc. Por exemplo, a corrente de dreno total i D é igual à corrente cc ID mais a corrente do sinal id, a tensão de dreno total vD = VD + vd etc. Isso significa que a análise e o projeto podem ser muito simplificados pela separação dos cálculos da polarização cc dos cálculos do pequeno sinal. Isto é, uma vez que um ponto de operação estável cc tenha sido estabelecido e todos os valores cc calculados, podemos então executar a análise do sinal ignorando os valores cc. 106 3. 22 - Introdução aos Tiristores, SCR, TRIAC São os componentes básicos da Eletrônica Industrial, chaveando grandes cargas, como motores, eletroímãs, aquecedores, convertendo CA em CC, CC em CA e gerando pulsos de controle para outros tiristores. Trava ideal a transistores A estrutura semicondutora comum (com variações) dos tiristores é PNPN. A trava ideal é um circuito que permite compreender o funcionamento dos tiristores. Figura - 3. 91. Funcionamento No circuito, a base do transistor NPN é alimentada pelo coletor do PNP, e viceversa. Não há inicialmente corrente de coletor alimentando o outro transistor, e ambos estão no corte. Figura - 3. 92. 107 Mas se aplicarmos um pulso positivo na base do NPN, ou negativo na do PNP, o transistor será ativado, fornecendo uma corrente amplificada na base do outro, que amplificará esta corrente fornecendo uma corrente ainda maior à base do transistor que recebeu o pulso. O processo leva rapidamente os transistores à saturação, fornecendo corrente somente limitada pela carga, o resistor. Uma vez disparada, a trava só se desliga quando a corrente for limitada a um valor a um valor mínimo, corrente de manutenção, que não permite manter os transistores na saturação. Isto pode ser conseguido desligando o circuito, ou curto-circuitando os emissores. A trava também pode ser disparada por avalanche, aplicando-se uma sobre tensão entre os emissores, que inicia a ruptura em um dos transistores, alimentando a base do outro, o que leva à saturação como no caso do pulso, anterior. SCR: É o principal dos tiristores, pelo número de aplicações. A sigla significa retificador controlado de silício (Sillicon Controlled Rectificier). Ele é um diodo controlado por pulso, aplicado no gatilho (gate). Sua estrutura PNPN é igual à da trava ideal, sendo o pulso positivo aplicado no terminal que corresponde à base do transistor NPN, o gatilho. O emissor do PNP é o anodo e o do NPN, o catodo do diodo. Figura - 3. 93. Trava ideal e estrutura 108 Figura - 3. 94. Curva característica do SCR Figura - 3. 95. Curva característica do SCR 109 Figura - 3. 96. Tiristor SCR usado como Chave CC em um circuito Figura - 3. 97. Tiristor SCR usado como Chave CA em um circuito Figura - 3. 98. Tiristor SCR usado como controlador de fase de 0º a 180º . 110 SCS: É um tiristor semelhante ao SCR, mas com dois terminais de disparo, correspondentes às bases dos transistores da trava ideal, gatilho de anodo, Ga, e g. de catodo, Gc, permitindo disparo por pulsos negativo ou positivo, respectivamente. Não é muito comum, sendo geralmente de baixa potência. A sigla significa chave controlada de silício (S de Switch). Diodo de quatro camadas: É um tiristor de avalanche, sendo disparado com tensões de algumas dezenas de V. Seu dois terminais são o catodo e o anodo, não há gatilho. É usado em geradores de pulso de disparo de SCR e osciladores dente-de-serra. GTO: Todos os tiristores só se desligam quando a corrente cai abaixo da corrente de manutenção, o que exige circuitos especiais de desligamento em certos casos. O GTO permite o desligamento pelo gatilho, por pulso negativo de alta corrente, daí o nome (Gate Turn Off, desligamento pelo gatilho). Estruturalmente, é similar ao SCR, mas a dopagem e a geometria da camada do gatilho permitem minimizar o sobre aquecimento no desligamento (que destruiria um SCR). O desligamento é feito em geral através de descarga de um capacitor. Foto-SCR: Se expusermos a junção NP central da trava ideal à luz, através de uma janela e lente, esta se comportará como um fotodiodo, fornecendo uma corrente de base ao transistor NPN, e disparando o SCR. Isto permite isolar o circuito de disparo, feito por um LED, do circuito de potência. DIAC: Pode ser entendido como dois diodos Schokley em antiparalelo. O seu disparo ocorre quando se atinge a tensão de bloqueio em qualquer sentido, da ordem de 25 a 40 V. É usado em geral para disparar o TRIAC, em circuitos de controle de tensão CA por ângulo 111 de disparo. Sua estrutura é PNP, e funciona como um transistor cuja base só é alimentada quando se atinge a tensão de ruptura, o que leva à saturação, caindo a tensão nos terminais para uns 0.2 V. TRIAC: É o equivalente ao SCR, para operação em CA. A sua estrutura é a mais complexa entre os tiristores, contendo diversas regiões PNPN que atuam como travas ideais interligadas, o que permite que o disparo seja feito com tensão + ou -, e a polarização entre terminais principais 1 e 2 (análogos ao K e A do SCR) + ou - , o que é chamado operação em 4 quadrantes. A corrente de disparo é menor no quadrante 1 (gatilho e terminal principal 2 - MT2 - positivos em relação ao terminal principal 1- MT1) e maior no quadrante 4, (G + e MT2 -). O TRIAC seria mais comum em aplicações CA se não fosse menos robusto e sensível (exige bem maior corrente de disparo), além de mais caro que 2 SCR’s ou GTO’s em antiparalelo de grandes correntes. É usado em controle de lâmpadas e motores universais, e chaveamento de cargas até uns 50A. Disparo dos tiristores Os tiristores podem ser disparados de diversos modos: através de pulso, por ângulo de fase em CA e por CC. O disparo por CC é usado em chaveamento de cargas por longos períodos, como lâmpadas, calefatores, eletroímãs e motores, em sistemas de controle tipo liga-desliga e por ciclos. Nestes casos manter a alimentação de gatilho, apesar do consumo de energia desnecessário e o aquecimento da junção, simplifica o circuito de comando. O disparo por ângulo de fase é típico de controle de luminosidade de lâmpadas em CA (dimmer), e de velocidade de motores universais ou de CC. Nestes, a cada ciclo da tensão CA de alimentação, é gerada uma tensão defasada por uma ou duas redes de atraso RC, e quando a tensão atingir a tensão necessária ao disparo do SCR ou TRIAC (mais a do DIAC, se estiver em série), num dado ângulo de fase, o tiristor é disparado. O processo se repete a cada ciclo (ou sericícola, em onda completa), e variando o valor do(s) resistor(es), varria-se a porção do ciclo em que é alimentada a carga (ângulo de condução do tiristor), variando a tensão média e eficaz, e a potência na carga. O disparo por pulsos é o mais sofisticado e preciso, e o mais empregado. Usa um gerador de pulsos, freqüentemente com 112 transistor unijunção, UJT, que é outro tiristor, constituído de uma barra de material N, com uma porção lateral tipo P próxima do centro. A região P é o emissor, E, e os extremos da barra as bases 1 e 2, B1 e B2. estrutura do UJT símbolo Funcionamento do UJT O UJT atua como uma trava ideal com a base do PNP polarizada por um divisor de tensão, que é o efeito da barra N dividida pela região P. Quando a tensão no emissor for 0.6 V acima da tensão fornecida pelo divisor, o PNP é ativado, que polariza o NPN, disparando a trava. Quando a corrente cair abaixo do valor de manutenção, a trava se desliga. Circuito equivalente Gerador de pulsos O UJT é usado como gerador de pulsos, conforme o circuito à direita. O capacitor se carrega através do resistor e quando a tensão no E do UJT ultrapassa a tensão de disparo do UJT, fornecida pel0a fonte e resistores, ele se dispara, descarregando o capacitor e fornecendo um pulso curto ao resistor de carga, ligado à B1. O valor da tensão de disparo está entre 0.55 e 0.8 vezes a tensão de alimentação, conforme o UJT. O período 113 dos pulsos é próximo de T = RC e a freqüência de f = 1 / RC, o resistor e o capacitor ligados ao emissor, variando um pouco com o UJT. 3. 23 - Exercícios e Problemas 1) O que é um cristal tipo p, e um tipo n? 2) Quais os principais elementos químicos usados como semicondutores ? 3) O que é um diodo e como funciona polarizado diretamente e reversamente? Como é sua curva característica 4) Explique como funciona um retificador de meia corrente, então complete e tipo ponte(faça desenhos e mostre os sentidos da corrente) 5) O que é um transistor e qual é sua utilidade? 6) Como funciona o efeito transistor? 7) Quais são as três principais configurações que podem ser associadas num transistor e onde elas se aplicam (vantagem e desvantagem)? 8) Como funciona um amplificador? 9) Detalhe o cálculo matemático da ponte de operação de um transistor no circuito abaixo 10) O que são os seguintes dispositivos e para que servem a) Tiristores; b) SCR; c)TRIAC 114 3. 24 - Referências Bibliográficas 115 116 Capítulo – IV A TEORIA DOS CIRCUITOS ELETRÔNICOS RESUMO 4. 1 – Objetivos do Capítulo 117 4. 2 - Introdução 118 4. 3 – Determinação do ponto de operação de polarização do Transistor A determinação da curva característica de saída é feita para cada tipo de polarização, por exemplo, para o transistor na montagem Emissor-Comum, a corrente de Base é mantida fixa enquanto que a corrente de coletor varia em função da tensão EmissorColetor, VCE. Para um outro valor de IB, a curva VCE x IC será diferente, e assim obtém-se uma família de curvas. 4.3.1 - Características do transistor Base fixa; Dopagem do emissor alta; Coletor grande. Três importantes regiões são definidas observando-se as limitações de: - Tensão inversa máxima Base-Emissor - Corrente máxima Coletor-Emissor - Tensão máxima Coletor-Base - Potência máxima - Temperatura máxima Figura - 4. 1. Reta de carga da configuração Emissor-Comum 119 A região de trabalho, também conhecida como região ativa ou linear, compreende uma região na qual o transistor trabalho sem distorções. Dentro dessa região devam ficar a reta de carga e o ponto de operação. Figura - 4. 2 Figura - 4. 3 Saturação – Duas junções polarizadas diretamente. Polarização direta por junções de Emissor e Coletor. 120 I E 0 SATURAÇÃO I C ~ I Grande B VCE VCE min e I C elevada (4. 1) A região de saturação introduz distorção no sinal de entrada, pelo ceifamento dos semiciclos negativos na saída, e isso ocorre para uma polarização com baixos valores de VCE, menores que VCEmin, chamado tensão de saturação, VSAT. Corte – Polarização reversa para duas junções. Polarização reversa da junção do Emissor I E 0 CORTE I C I CO I I I B C CO (4. 2) Valores elevados de VCE VCE VCC, IE = 0 e IC = ICO Quando a distorção sofrida pelo sinal de entrada corresponde a um ceifamento dos semiciclos positivos, a polarização é feita na região de corte e corresponde a valores altos de VCE. Figura - 4. 4 121 4. 4 – Circuitos Básicos de Polarização do Transistor 4.4.1 - Circuitos com Transistor Os equipamentos ou circuitos eletrônicos podem ser entendidos como sistemas que realizam uma operação através de uma entrada e uma saída, conforme mostra a Figura 4. 5. Neste caso os transistores podem exercer diferentes aplicações em sistemas elétricos que transformam um sinal elétrico de entrada, fornecendo um sinal modificado em uma saída. Figura - 4. 5. Sistema com entrada e saída O transistor pode ser utilizado em circuitos amplificadores de sinal elétrico, chaveadores, osciladores, etc., conforme veremos a seguir 4.4.2 - Polarização Simples – na Montagem Emissor-Comum Considere a curva característica do transistor dada pelo gráfico de I C versus VCE mostrada na Figura - 4. 6. 122 Figura - 4. 6. Curva característica de um transistor cuja montagem é mostrada na Figura - 4. 7 Figura - 4. 7 Para encontrar o ponto Q de operação devemos equacionar a malha de saída da seguinte forma: VCC VCE VRC (4. 3) VCC VCE RC I C (4. 4) Logo 123 Portanto, IC VCC VCE RC (4. 5) Nesta equação nós temos duas incógnitas I C e VCE . A solução deste impasse é impor valores extremos para VCE e I C , da seguinte forma: Se VCE 0 I C VCC RC (4. 6) que corresponderá ao ponto superior da reta de carga no gráfico da Figura - 4. 8 Se I C 0 VCE VCC (4. 7) que corresponderá ao ponto inferior da reta de carga no gráfico da Figura - 4. 8. Figura - 4. 8 Logo ligando os pontos extremos obtemos a reta de carga e sua intersecção com a curva de trabalho do transistor, permite nos obter o ponto Q (quiescente, central) de operação do transistor, conforme mostra o gráfico da Figura - 4. 8. 124 Para o cálculo da região de potência de trabalho, PQ f I CQ ,VCEQ que uma função das coordenadas do ponto Q, ou seja, da corrente I CQ e da tensão VCEQ , temos: IC P VCE (4. 8) sendo P cte temos que: VCE min P I C max (4. 9) e VCE max P I C min Logo teremos no gráfico da Figura - 4. 9 a seguinte curva: Figura - 4. 9. 125 (4. 10) 4.4.3 - Exemplos de Cálculo de Polarização do Transistor 1a) Calcule RB e RC no circuito amplificador a corrente de base constante, para um transistor com 100 e VBE 0, 7V , I CQ 10mA , VCC1 5V e VCC 2 10V . Figura - 4. 10. Polarização básica de um transistor com corrente de base constante na Montagem Emissor-Comum Pela Lei de Kirchoff para a Malha de saída temos: VCC 2 VRC VCE 0 (4. 11) VRC RC I C (4. 12) VCC 2 RC I C VCE 0 (4. 13) Sabendo que Temos: Logo RC VCC 2 VCE IC Usando o fato de que 126 (4. 14) VCC 2 2 (4. 15) 10V 5V RC 500 10.103 A (4. 16) VCEQ Substituindo os valores temos: RC Pela Lei de Kirchoff para a Malha de entrada temos: VCC1 VBC VBE 0 (4. 17) VRB RB I B (4. 18) VCC1 RB I B VBE 0 (4. 19) Sabendo que Temos: Logo VCC VBE IB (4. 20) I C 102 A 0, 7V e I B I B 104 A 100 (4. 21) RB Usando o fato de que VBE Substituindo os valores temos: RB 5V 0, 7V 4,3V 4 RB 43k 4 10 A 10 A 127 (4. 22) 1b) Repita os cálculos para o mesmo circuito com um resistor de 100 no Emissor. Figura - 4. 11. Polarização básica de um transistor com corrente de base constante na Montagem Emissor-Comum Pela Lei de Kirchoff para a Malha de saída temos: VCC 2 VRC VCE VRE 0 (4. 23) VRC RC I C (4. 24) VRE RE I E (4. 25) VCC 2 VRC RC I C RE I E 0 (4. 26) Sabendo que e Temos: Logo RC VCC 2 VCE VRE IC Usando o fato de que 128 (4. 27) VCEQ VCC 2 2 (4. 28) e I EQ I CQ 10.103 A I EQ 102 A (4. 29) Substituindo os valores temos: 10V 5V 100.102 A 10V 5V 1V RC 10.103 A 102 A 14V RC 2 RC 400 10 A (4. 30) Pela Lei de Kirchoff para a Malha de entrada temos: VCC1 VBC VBE VRE 0 (4. 31) VRB RB I B (4. 32) VCC1 RB I B VBE RE I E 0 (4. 33) Sabendo que Temos: Logo RB VCC VBE RE I E IB (4. 34) Usando o fato de que VBE 0, 7V e I B I C 102 A I B 104 A 100 Substituindo os valores temos: 129 (4. 35) 5V 0, 7V 100.10 2 A 5V 0, 7V 1V 104 A 10 4 A 3,3V RB 4 RB 33k 10 A RB 130 (4. 36) 4. 5 – Amplificadores Lineares Em vários equipamentos como: computadores, rádios, periféricos, aparelhos de som e equipamentos médicos encontramos transistores usados como amplificadores. Configurações diversas amplificam sinais que podem ser desde baixas freqüências, como as correspondentes aos sons captados por um microfone para a placa de som de seu PC, até freqüências muito altas como num receptor de rádio de ondas muito curtas. A seguir veremos diversos tipos de amplificadores, dando mais ênfase aos amplificadores de áudio e rádio freqüências. 4.5.1 - Definições Fundamentais Um amplificador é um dispositivo que amplifica um sinal tornando sensível a uma medida audível, por exemplo, conforme mostra a Figura - 4. 12.. Figura - 4. 12. Sinal amplificado proveniente de um microfone com saida em um alto-falante. Um amplificador é dito linear, se ele se comporta como um circuito eletrônico que multiplica a amplitude de uma tensão ou corrente alternada qualquer por uma constante. Figura - 4. 13. Qudripolo representado um amplificador linear 131 No quadripolo visto acima, representando um amplificador linear podemos defnir: V f : tensão alternada da fonte de sinal rf : resistência interna da fonte de sinal Ve : tensão de entrada do amplificador Vs : tensão de saída do amplificador ie : corrente de entrada do amplificador is : corrente de saída do amplificador RL Ze Ve : impedância de entrada de um amplificador, quando a carga está ligada ie Zs Vs : impedância de saída de um amplificador, com a entrada curto-circuitada is Ai is : ganho de corrente; ie Av Vs : ganho de tensão Ve Ap Ps AV Ai : ganho de potência Pe 4.5.2 - Amplificação Amplificação é o fenômeno no qual a d.d.p. ou a corrente de um circuito é amplificada, ainda que mantendo-se a potencia inalterada, isto é constante, por causa da conservação da energia no circuito. Os tipos de amplificação em circuitos elétricos podem acontecer em termos de tensão, corrente e potência. Em tensão: Vout = AvVin 132 (4. 37) se Av > 1 amplificação (4. 38) AV Vout Vin (4. 39) AI I out I in (4. 40) Em corrente: 4.5.3 – Amplificador de Áudio A finalidade de um amplificador de áudio é aumentar a intensidade de um sinal de baixa freqüência, normalmente entre 15 e 15000Hz. Dpendendo das características do sinal com que este amplificador deve trabalhar e da potência de saída que deve fornecer, temos diversas possibilidades de configurações. Em muitos casos um único transistor não consegue fornecer a potência necessária à finalidade desejada, de modo que o amplificador deve ter diversas etapas que fazem a amplificação sucessiva dos sinais. Figura - 4. 14. Funcionamento de uma Rádio-Transmissão de Modulação de Amplitude (AM) 133 4. 6 – Características dos Amplificadores Lineares Analisemos agora algumas características do amplificador 4.6.1 - Impedância de Entrada Esta característica nos diz com que tipo de sinal o amplificador trabalha. Os sinais que devem ser amplificados por um amplificador podem ter diversas origens, provindo de dispositivos que tenham impedâncias diversas. 4.6.2 - Sensibilidade Para que uma etapa amplificadora transistorizada ou mesmo um amplificador completo funcione, é preciso que o sinal aplicado a sua entrada tenha uma intensidade mínima, normalmente expressa em termos de volts, isso além de haver um casamento de impedância. Se um amplificador tiver uma grande sensibilidade e a fonte de sinal fornecer uma tensão maior do que ele precisa para completa excitação, a diferença pode compensar um eventual descasamento de impedâncias 4.6.3 - Impedância de Saída Essa característica nos diz o que podemos ligar na saída do amplificador. Para que possamos ligar um alto-falante, por exemplo, o amplificador deve ter uma baixa imped6ancia de saída. A impedância é expressa em Ohms. 4.6.4 - Potência ou amplitude do Sinal Nos amplificadores que se desejam reproduzir um sinal de áudio, costuma-se indicar a sua potência de saída, o que de certo modo nos permite avaliar o volume de som que teremos para um ambiente. Essa potência é medida em Watts e existem designações adicionais que nos dizem o modo como estes watts são obtidos. Assim, podemos falar em watts RMS, se levarmos em conta que o amplificador está reproduzindo um som puro ou um sinal senoidal. Se dermos a potência de pico, para o mesmo amplificador, teremos um valor maior, conforme mostra a Figura - 4. 15. 134 Figura - 4. 15. Mesmo sinal especificado de maneiras diferentes. Podemos falar em lugar de potência de pico, falarmos em potência pico a pico, a qual dará um valor maior, mas que corresponde a mesma coisa. Ë por esse motivo, em lugar de falar potência real ou RMS para amplificadores que daria um número pequeno, muitos fabricantes preferem especificar seus aparelhos em termos de pico a pico ou mesmo potencial musical o que faz crescer os números, dando a falsa impressão de que temos aparelhos mais potentes. Em função das características analisadas , veremos que os amplificadores que trabalham com sinais de áudio podem ser divididos em diversos grupos que analisaremos a seguir. 4.6.5 - Pré-Amplificadores Estes amplificadores que podem ter uma ou mais etapas de amplificação se destinam a amplificar sinais de pequena intensidade como os de microfone e saídas de rádio, etc. Normalmente são usados transistores de baixo n’vel de ruído e alto ganho como os de BC549. Na Figura - 4. 16 temos um circuito deste tipo para uma configuração de Emissor-Comum. Figura - 4. 16 135 Uma característica importante deste tipo de circuito é que sendo projetado para trabalhar com sinais de muito pequena intensidade e apresentando um alto ganho, ruídos que sejam induzidos nos fios podem ser amplificados juntamente com o sinal 4.6.6 - Drivers Antes de chegarmos a potência máxima que desejamos para um sinal, para que ele possa ser usado para excitar um alto-falante, pode ser necessário o uso de uma etapa de amplificação intermediária. Esta etapa é denominada driver ou excitadora, conforme mostra a Figura - 4. 17. Figura - 4. 17 Dependendo do amplificador considerado esta etapa pode ter potências das mais variadas. Num grande amplificador que tenha uma potência de saída de dezenas de watts, a etapa de excitação pode ter alguns watts de saída, o que corresponde a um verdadeiro amplificador de potência de pequeno porte. Figura - 4. 18 136 4.6.7 - Amplificadores de Potência Estes são amplificadores dotados de uma ou mais etapas cuja finalidade é excitar alto-falantes, por exemplo, com sinais de grande intensidade que podem ir desde 100mW para amplificadores alimentados por pilhas em sistemas de multimídia, até mais de 50W para amplificadores de sonorização de grandes ambientes. Para estes amplificadores de maior potência ou ainda para suas etapas finais são usados transistores de potência montados em radiadores de calor apropriados, conforme mostra a Figura - 4. 19. Figura - 4. 19. Transistor de potência montado em radiador de calor Assim as configurações para todos os tipos de amplificadores que vimos tem pontos em comum em que se refere ao princípio de funcionamento mudando apenas o tipo de sinal trabalhado, a potência e as características de entrada e saída. 137 4. 7 – Circuitos Práticos de Polarização do Transistor na Montagem Emissor-Comum Existem três circuitos básicos de polarização do transistor na montagem Emissor-Comum com realimentação, os quais são: A polarização pode ser feita por realimentação em série (ou auto-realimentação real de tensão), por realimentação paralela (ou auto-realimentação real de corrente) e por realimentação mista (auto-realimentação mista de corrente e tensão). 4.7.1- Polarização por corrente de Base constante ( I B cte ou polarização fixa) Devemos polarizar o transistor da seguinte forma: Figura - 4. 20 Vantagem – Oferece maior ganho possível Desvantagem – Este circuito é pouco estável. Sua instabilidade é por causa da variação de temperatura que afeta o ganho de corrente I C / I B e a potência varia. A corrente de Base é sempre constante nesta polarização, mas é pouco usada porque, sendo o circuito depende de I C / I B , a variação de temperatura provoca variação no ganho de corrente. 138 4.7.2 - Polarização por corrente de Emissor constante I E cte com realimentação paralela A polarização por realimentação em paralelo (ou auto-realimentação real de tensão), não dá bom ganho e também é dependente de I C / I B e apresenta pouca estabilidade. A estabilização se verifica pela realimentação negativa de corrente pelo coletor. Figura - 4. 21. Circuito amplificador I E cte com realimentação paralela (ou realimentação de tensão); apresenta-se pouco estável. 139 4.7.2 - Polarização por corrente de Emissor constante I E cte com realimentação em série A polarização por realimentação em série (ou auto-realimentação real de corrente) apresenta-se estável, com boa estabilidade e resulta em um ganho grande. Figura - 4. 22. Circuito amplificador I E cte com realimentação série (ou realimentação de corrente); apresenta-se boa estabilidade 140 Figura - 4. 23. Figura - 4. 24 141 Figura - 4. 25. As vantagens deste circuito são: 1) Controle de ganho; 2) Estabilidade térmica. OBSERVAÇÃO: O ganho já não depende mais do transistor como no 1º caso. Ele depende das relações entre as resistências g = 2k/1k = 2. - Ganho de tensão; - Ganho de corrente; - Inversão do sinal; - Impedância de entrada baixa; - Impedância de saída alta. 142 4.7.2 - Polarização por corrente de Emissor constante I E cte com realimentação mista A polarização por realimentação mista também é estável e apresenta grande ganho. Figura - 4. 26. Circuito amplificador I E cte tensão e corrente); apresenta-se boa estabilidade. 143 com realimentação mista (realimentação de PR VR .I L (4. 41) PZ VZ .I Z (4. 42) e e R VDL VZ IZ (4. 43) Sendo VDL VE e R RS I Z 1,1I S (4. 44) Logo RS VE VZ 1.1I S (4. 45) e RS 1.1I S VE VZ (4. 46) VE RS 1.1 I S VZ (4. 47) VZ VE RS 1.1I S (4. 48) Pmax VZ I Z VE I Z RS .1,1I S .I Z (4. 49) Emax EEficaz .1, 41 (4. 50) e e e e 144 4. 8 – Exemplos de Cálculo de Amplificadores Lineares 4.8.1- Determinação da reta de carga do transistor da polarização por corrente de Base constante ( I B cte ou polarização fixa) Considere o circuito da Figura - 4. 27. Figura - 4. 27 Figura - 4. 28 Polarização por corrente de Base constante – Montagem Emissor Comum 145 Nas curvas características de saída (ou de Coletor), para esta montagem, a reta de carga estática, ou reta de carga em c.c. será traçada pelos pontos: PX = (IC = 0, VCE = VCC) e PY = (0, IC=VCC/RC) (4. 51) pois se deduz que VCC = VCE + VRC = VCE + ICRC (4. 52) O ponto de Operação, ou ponto quiescente, Q, é escolhido de forma a dividir VCC em duas partes iguais. VCE(Q) ½VCC (4. 53) A tensão de fonte, VCC, é escolhida. Escolhe-se ainda uma corrente de Coletor, IC(Q) e se calcula RC = VRC ICQ (4. 54) VRC = VCB - VCE(Q) (4. 55) Sendo onde IC(Q) é lida na curva e RB é calculado a partir da equação VCC = VRB VBE = RBIB +VBE (4. 56) Como VBE é muito menor que VCC, pode-se desprezá-la nos cálculos: VCC RB IB (4. 57) RB = VCC/IB (4. 58) A corrente IB ou é lida nas curvcas características ou é calculada pela relação: IB = IC 146 (4. 59) Polarização por corrente de Base constante – Montagem Emissor Comum VCC V RC VCE 0 (4. 60) VCC V RC VCE RC I C VCE (4. 61) VCC V RB V BE 0 (4. 62) VCC V RB V BE R B I B V BE 0 , 3Ge 0 , 7 Si (4. 63) Nas curva características de saída (ou de Coletor), para esta montagem, a reta de carga estática, ou reta de carga em C.C. será traçada pelos pontos: VCE 0 PY VCC I C RC I C 0 PX VCE VCC (4. 64) Pois se deduz que VCC VCE V RC VCE I C RC (4. 65) O ponto de operação, ou ponto quiescente, Q, é escolhido de forma a dividir a VCC em duas partes iguais. VCEQ VCC 2 (4. 66) A tensão de fonte, VCC é escolhida. Escolhe-se ainda uma corrente de Coletor, ICQ e se calcula RC V RC I CQ 147 (4. 67) Sendo V RC VCC VCEQ (4. 68) ICQ é lida na curva característica do transistor e RB é calculado a partir da equação VCC V RB V BE R B I B V BE (4. 69) Como VBE é muito menor que VCC, pode-se desprezá-la nos cálculos: VCC R B I B (4. 70) Logo RB VCC IB (4. 71) A corrente IB ou é lida nas curvas características ou é calculada pela relação IB IC (4. 72) C B CC 1F C B ; C C 10 F VCB VCC 148 (4. 73) (4. 74) Figura - 4. 29 Exemplo: Determine a polarização do circuito dado abaixo, a partir dos valores: VCC 12V , I CQ 3mA e 200 . Figura - 4. 30. Circuito amplificador por corrente de Base constante fixa. 149 I B cte ou polarização i) Utilizando lei de Kirchoff para a malha de saída temos: VCC VRC VCE 0 (4. 75) VRC RC I C (4. 76) VCC RC I CQ VCEQ 0 (4. 77) Sendo temos: e considerando VCEQ VCC 6V 2 (4. 78) Substituindo os valores 12V RC 3.103 6V 0 (4. 79) 6V RC 2k 3.10 3 (4. 80) Logo RC ii) Utilizando lei de Kirchoff para a malha de entrada temos: VCC VRB VBE 0 (4. 81) VRB RB I B (4. 82) VCC RB I B VBE 0 (4. 83) VBE 0, 7V (4. 84) Sendo temos: e considerando e sabendo que: 150 IB I C 3mA 3.10 3 A I B 1,5.10 5 A 200 200 (4. 85) Substituindo os valores 12V RB 1,5.105 0, 7V 0 (4. 86) Logo RC 11,3V RC 750k 1,5.105 151 (4. 87) Exemplo: No circuito abaixo, calcule o valor de RB , para 50 , VCC 12V , I CEQ 2mA , VBE 0, 7V . Figura - 4. 31. Circuito amplificador por corrente de Base constante I B cte ou polarização fixa. Sabendo que I C / I B temos: IB I C 2mA I B 40 A 50 (4. 88) Mas pela lei de Kirchoff para a malha de saída tem-se: VCC VRC VCE (4. 89) I C 0 VCE VCC (4. 90) VCE 0 I C VCC / RC (4. 91) onde para e para A partir do gráfico da curva característica do transistor tem-se: 152 Figura - 4. 32. Curva característica de um transistor Sendo I CQ 2mA e VCE 6V temos: VRC VCC VCEQ VRC 12V 6V (4. 92) VRC 6V Logo RC VRC I CQ 6V 2.103 A RC 3k RC (4. 93) Agora pela lei de Kirchoff para a malha de entrada tem-se: VCC VRB VBE (4. 94) e VRB VCC VBE VRB 12V 0, 7V VRB 11,3V Logo 153 (4. 95) RB VRB 11,3V I B 40.106 A (4. 96) RB 280 Sendo ainda VRB VRB VBC (4. 97) e VBC VRB VRC VBC 11,3V 6V (4. 98) VBC 5,3V Ou de outra forma VCE VBC VBE (4. 99) e VBC VCE VBE VBC 6V 0, 7V VBC 5,3V 154 (4. 100) 4.8.2 - Determinação da reta de carga do transistor da polarização por corrente de Emissor constante ( I E cte ou realimentação paralela) Exemplo: No circuito abaixo, calcule o valor de RB , para 45 , VCC 24V , RC 10k , RE 270 , VBE 0, 7V , VCE 5V . Figura - 4. 33. Circuito amplificador I E cte com realimentação paralela (ou realimentação de tensão); Polarização por corrente de Emissor constante – Montagem Emissor Comum VCC V RC VCE V RE 0 (4. 101) VCC V RC VCE V RE (4. 102) VCC RC I C ; VRE RE I E (4. 103) ou Sendo logo 155 VCC RC I C VCE R E I E (4. 104) Substituindo os valores temos: 24V 10.103 I C 5V 270I E (4. 105) Considerando I C I E temos: 24V 10k I C 5V 270I C (4. 106) Logo IC 24V 5V 19V I C 0, 00185 A 10270 10270 (4. 107) I C 0, 00185 A I B 41,11 A 45 (4. 108) Sendo IB Considerando ainda que VCC VRC VRB VBE VRE 0 (4. 109) VCC VRC VRB VBE VRE (4. 110) VRB RB I B ; VRE RE I E (4. 111) VCC RC I C RB I B VBE RE I E (4. 112) ou Sendo logo Substituindo os valores temos: 24V 10.103 0, 00185 A RB 41,11 A 0, 7V 2700, 00185 A Logo 156 (4. 113) 24V 19V RB 41,11 A 0, 7V (4. 114) 24V 19V 0, 7V 24,3V 41,11 A 41,11 A RB 107,5k (4. 115) Ou RB 157 4.8.3 - Determinação da reta de carga do transistor da polarização por corrente de Emissor constante ( I E cte ou realimentação em série) Figura - 4. 34. Circuito amplificador I E cte com realimentação série (ou realimentação de corrente); Polarização por corrente de Emissor constante – Montagem Emissor Comum VCC V RC VCE V RE 0 (4. 116) VCC V RC VCE V RE (4. 117) VCC RC I C VCE R E I E (4. 118) VCC VCE V RE (4. 119) 158 Nesta polarização deve-se observar que: - RC será maior possível para melhorar o ganho; - RE será tão pequeno quanto possível, pois um valor elevado de RE reduz a excursão de tensão de saída; - RB será pequeno para melhorar a estabilidade, mas grande o suficiente para não haver redução no ganho Seqüência de Cálculos: 1) Escolher VCC 2) 2) Escolher o Transistor 3) Fazer VC V 1 VCC V RC CC 2 2 4) Escolher I C I E I C 5) R E V RE VCC 10 6) Calcular RB1 e RB2 RB usando o Teorema de Thevenin onde R B 10 R E Figura - 4. 35 R B 10 R E 159 (4. 120) R B1 R B 2 R B1 R B 2 (4. 121) RB2 VCC R B 2 R B1 (4. 122) IC (4. 123) RB VT Figura - 4. 36 IB Figura - 4. 37 160 VT R B 2 R B1 V R B 2 R B1 R B1 CC (4. 124) VT RB VCC R B1 (4. 125) R B1 RB VCC VT (4. 126) R B R B1 VCC R B R B1 (4. 127) RB2 161 4) Calcule a polarização do circuito amplificador estabilizado dado a seguir, com: VCC 10V , VRE 1V , I E I C 1mA , 200 . Figura - 4. 38. Circuito amplificador I E cte com realimentação série (ou realimentação de corrente); Usando a Lei de Kirchoff VC VCE VRE (4. 128) VCE VC VRE (4. 129) VCC 2 10 VC VC 5V 2 (4. 130) ou Considerando VC Logo VCE 5V 1V VCE 4V 162 (4. 131) Usando novamente a Lei de Kirchoff VCC VRC VCE 0 (4. 132) VCC VRC VCE (4. 133) ou Substituindo os valores temos: VRC 10V 5V VRC 5V (4. 134) Sendo VRC RC I C (4. 135) logo RC VRC 5V I C 1.10 3 A (4. 136) RC 5k Sendo VRE RE I E RE I C (4. 137) VRE 1V I C 1.103 A (4. 138) logo RE RE 1k Agora vamos calcular RB1 , RB 2 , redesenhando o circuito conforme mostra a : VCC VRB1 VRB 2 0 (4. 139) VRB1 RB1.i ; VRB 2 RB 2 .i (4. 140) sendo temos: 163 VCC RB1 RB 2 i (4. 141) Logo i VCC RB1 RB 2 (4. 142) Portanto substituindo ( ) e ( ) temos: VRB 2 RB 2 V RB1 RB 2 CC (4. 143) VRB 2 VT (4. 144) Figura - 4. 39 Sendo então RB R B1 R B 2 R B1 R B 2 (4. 145) Considerando que: R B 10 R E Então 164 (4. 146) RB 10.1000 (4. 147) RB 10k (4. 148) RB VCC RB1 (4. 149) RB2 VCC R B 2 R B1 (4. 150) R B 2 R B1 V R B 2 R B1 R B1 CC (4. 151) VT RB VCC R B1 (4. 152) R B1 RB VCC VT (4. 153) R B R B1 VCC R B R B1 (4. 154) Logo e VT então VT VT RB2 Calculando o circuito equivalente 165 Figura - 4. 40 I C 1.10 3 A 5.106 A 200 I B 5 A IB (4. 155) Logo VRB RB I B 10k .5.106 A VRB 10.103.5.106 10.5.10 3 (4. 156) VRB 0, 05V e VT VRB VBE VRE 0 (4. 157) Substituindo os valores temos: VT 0, 05V 0, 7V 1 VT 1, 75V 166 (4. 158) Figura - 4. 41 A partir de ( ) temos: RB1 RB VCC VT 10.103 105 10V 1, 75V 1, 75 RB1 57 k RB1 (4. 159) E a partir de ( ) temos que: RB1 RB RB RB 2 RB1 RB 2 0 RB1 RB RB RB1 RB 2 0 (4. 160) RB1 RB RB1 RB RB 2 Ou RB 2 RB1 RB RB1 RB (4. 161) Substituindo os valores temos: RB 2 10.10357.103 10 133 .103 RB 2 570.103 RB 2 8, 4k 67 167 (4. 162) 5) Para o circuito da figura, calcular a amplificação de tensão, a amplificação de corrente, a amplificação de potência, a resistência de entrada e a resistência de saída. 1 Dados: hie 2k ; hre 0 ; h fe 100 ; hoe 50k ; Z C 168 1 0 C 6) Determinar a polarização do circuito dado abaixo, para os valores de: VCC 15V , I CQ 3mA e 200 . A seguir, calcular as amplificações de tensão, de corrente e de potência; calcular ainda a resistência de entrada e saída 169 4. 9 – Amplificadores Lineares – Circuitos Básicos Uma amplificador linear se caracteriza por fornecer à saida um sinal sem distorções, como sendo um retrato ampliado do sinal de entrada. Qualquer montagem poderá definir um amplificador linear, sede que a correspondente polarização situe o transistor em sua região linerar ou região de trabalho. Diz-se amplificador de um estágio quando for constituido por um único transistor, por exemplo: Figura - 4. 42. Amplificador de tensão No circuito: VCC = tensão da bateria de polarização RC, RE, R1, R2 = resistência de polarização CB e CC = capacitores de acoplamento CE = capacitor de desacoplamento (“by pass”) 170 MONTAGEM Emissor – Comum EC Base – Comum BC Coletor- Comum CC Médio 1K Pequeno 55 Grande Grande 55K Grande 50K Pequeno Grande Pequeno < 1 Grande Grande Grande Pequeno < 1 Grande: 40 a 50 dB Médio: 20 a 30 dB Médio: 10 a 20 dB Entre a Base e o Emisor Entre o Coletor e o Emissor 180º Entre o Emissor e a Base Entre o Coletor e a Base 0º Entre a Base e o Coletor Entre o Emissor e o Coletor 0º PROPRIEDADE Resistência de Entrada - RE Resistência de Saída - RS Amplificação de corrente - AI Amplificação de Tensão - AV Amplificação de Potência - AP ENTRADA SAÍDA Defasagem Esquema simplificado Amplificador de vários estágios são constituidos por mais de um transistor, sendo estágios interligados em cascata, no modo diferencial, no modo seguidor de emissor, etc. Diz-se em cascata, quando o estágio seguinte ligado em série com o anterior, como visto neste exemplo: 171 Figura - 4. 43. Amplificador de tensão de dois estágios Ainda em cascata pode-se fazer a montagem a seguir, que apresenta uma amplificação em larga faixa, com elevada tensão de saída: Figura - 4. 44. Amplificador com elevada tensão de saída Para se obter o produto das correntes, pode-se fazer conexão “Darlington” com a qual se consegue alto ganho de corrente: Figura - 4. 45. Amplificador Darlington alto ganho de corrente 172 Também em cascata obtém-se um amplificador de dois estágios, tipo “par complementar”. Figura - 4. 46. Amplificador par complementar Outro exemplo de amplificador de dois estágios pode ser o conhecido amplificador diferencial, que exerce várias funções, de acordo com amontagem, entre ele citamos duas: a) amplificar uma diferença entre dois sinais de entrada (Figura – a) b) fornecer dois sinais defasados em 180o, amplificados, a partir de um único sinla de entrada (Figura – b). Figura - 4. 47. Amplificador 173 Figura - 4. 48. Amplificador O acoplamento entre os estágios amplificadores, ou entre o último estágio e a carga, precisa ser escolhido de modo a fazer um perfeito casamento de impedâncias, a fim de se garantir a máxima transferência de energia de um circuito para o outro. Acoplamento RC Este tipo de acoplamento é feito por meio da associação de um capacitor e um resistor; é usado quando a impedância de saída de um circuito é praticamente igual á impedância de entrada do circuito (estágio) seguinte. Figura - 4. 49. Amplificador de tensão de dois estágios 174 Acoplamento por Transformador Neste caso, uma alta impedância de saída de amplificador pode ser casada com a carga de baixa impedância, através de relações diferentes de impedâncias de entrada e saída do transformador. Figura - 4. 50. Amplificador de tensão de dois estágios Acoplamento Direto Para circuitos que exigem resposta em baixas frequencias não se usam capacitores nem transformadores, pois estes componentes podem cortar os sinais de mais baixa frequencia. O acoplamento direto é também chamado de acoplamento CC, porque a componente de corrente contínua usada na polarização não é bloqueada, como ocorre nos outros casos. Figura - 4. 51. Amplificador de tensão de dois estágios 175 4. 10 – Classificação dos Amplificadores lineares Podemos classificar um amplificador com respeito a a) CONFIGURAÇÃO DO CIRCUITO: i) Amplificador “push-pull” balanceado ou parafase ii) Amplficador “push-pull”não balanceado ou de simetria complementar iii) Amplificador em ponte b) SINAL DE SAIDA: i) Amplificador de Tensão ii) Amplificador de Corrente iii) Amplificador de Potência c) POLARIZAÇÃO: i) Amplificador Classe A, B, C, D, AB, e G. d) FREQUENCIA DE OPERAÇÃO: i) Ampificador de Baixa Frequencia ou de Aúdio (BF) ii) Amplificador de Alta Frequencia (R.F.) 4.10.1- Amplificador Classe A O que caracteriza um amplificador operando em classe A é ESTÁ POLAIZADO NA REGIÃO ATIVA, em um ponto no qual há simetria so sinal de saída, ou seja, O TRANSISTOR CONDUZ DURANTE TODO O PERIODO DO SINAL DE ENTRADA; o ânglo de condução é, pois de 360º. A principal desvantagem deste amplificador é a dissipação de potência mesmo quando em repouso; mesmo sem sinal na entrada há dissipação, devido ao consumo de corrente contínua de polarização, equivalente a P = IC.VCE. Por este motivo, o seu rendimento está entre 20 e 30%. A principal vantagem é a grande linearidade do amplificador clase A, o que torna indicado somente para sistemas de alta fidelidade em média e baixa potência. A figura mostra um amplificador classe A com acoplamento a transformador e suas respectivas curvas características. 176 4.10.2 - Amplificador Classe B Este tipo de amplificador é sempre constiuída por dois estágios operando em “contrafase” (push-pull). Cada transistor é polarizado na região de corte ou próxima dela, de modo que só há condução de um semi-ciclo, ora em um transistor, ora em outro, determinando assim um ângulo de condução de 180º para cada transistor e de 360º para todo amplificador. A grande vantagem desta classe é que na ausência de sinal nào há condução, e o consumo é nulo ou quase nulo, obtendo-se rendimento entre 60% e 70%, à potência máxima. A principal desvantagem é a distorção de “crossover” resultante dos períodos de transição entre o corte e a condução que nem sempre são iguais. Classe B, simetria complementar 4.10.3 - Amplificador Classe AB Obtém-se esta classe com dois transistores em contrafase, mas polarizados ainda na região ativa, embora que próximo ao corte. O ângulo de condução poderá varia entre 180º e 360º. A vantagem deste amplificador é seu baixo consumo quando sem sinal e pouca distorçãode “crossover”, pois apesar da tensão VCE ser grande a corrente IC é muito pequena (corrente limiar). 4.10.4 - Amplificador Classe C Quando o transistor é polarizado de modo a conduzir durante menos de meio cilco de n sinal de entrada, diz-se que o amplificador opera em classa\e C, na qual é obtido apenas uma pacela de sinal de entrada. Esta classe é empregada para sinais de R.F., em que o sinal pode ser completado ou “integrado” pelos filtros LC associados. Outra aplicação usual é em megafones, para que com pequenas baterias se obtenha uma potência elevada. A vantagem deste amplificador é o elevao rendimento, alcançado até 90%. 177 4.10.5 - Amplificador Classe D Esta é uma classe de amplificadores diferente, que transforma os sinais áudio, baixa frequência, em pulsos com elevada frequência, fazendo uma amostragem do sinal de entrada em frequência muito superior. Os transistores utilizados são do tipo de comutação rápida, e o sinal de saída é reintegrado por filtros especiais de nivelamento, obtendo-se um sinal muito semelhante ao de entrada. Pocesso conhecido como PWM (Pulse Width Modulated). O rendimeno deste amplificador chega a 95%. 4.10.6 - Amplificador Classe G Se constitui este amplificador de pares duplos de transistores operando em contra-fase. Observa-se na prática, que o amplificador funciona durante a maior parte do tempo, com as tensões V1 e V’1, na figura (cerca de 90% de cada ciclo), enquanto os outros 10% ficam reservados às tensões V2 e V’2. Mesmo sendo este amplificador, em principio, semelhante ao de Classe B, seu rendimento se eleva a 80% na maior parte do tempo de repodução e não apenas para máxima dissipação. Com o emprego de transisores especiais, adistorção de “crossover”se reduz ao mínimo. 178 Quadro comparativo entre as diversas classes de amplificadores Ângulo de Circuito Rendimento A Um transistor 20 a 30%; à polarizada na máxima potência: região ativa 50%; cons. fidelidade em Elevado áudio B condução 360º Crossover Linearidade Não Muito boa Emprego ou Tipo Aplicação Pré amplificador: apresenta sistema de alta 2 transistores em 60 a 70% à 180º cada Grande a Nào linear na Amplificador contrafase, maxima potência: transistor qualquer transição deelvado ganho em ambos 80% consumo polarizados no reduzido nível de sinal áudio. corte AB Um transistor 60% consumo De 180º a pequena polarizado na médio 360º Um transistor 90% consumo Menor que Não poarizado muito mínimo 180º apresenta regular Amplificador de potência de áudio região linear e dois em contra fase C boa Amplificador de potência de R.F. e abaixo D G Megafone Gerador Muito elevada 360º Depende do modulador por acima de 90% pulsados projeo regular Amplificador de potência elevada largura de em Baixa pulsoss ou frequencia ou C. P.W.M. W. Pares duplos de Elevada, 80% 360º para o transistores para qualquer conjunto reduzida boa Amplificador de potência de áudio nível NOTA: um pré-amplificador é constituído de amplificadores em classe A, de perfeita linearidade e estabilidade, com ganho fixado em função da tensão da fonte de sinal e da entrada máxima permissível para o amplificador de potência. Se comporta como casador de impedância. Se comporta como “casadaor de impedância”e levador de nível. 179