Microbiologia Celular 1ª parte The phylogenetic tree of life as defined by comparing rRNA gene sequencing Procaryotes Eukaryotes Eukarya Bacteria Archaea Universal ancestor (adaptado de Prescott, Harley, Klein, “Microbiology”, 5th ed.) Ribosomal RNA (rRNA) – evolutionary chronometer Microrganismos estão distribuidos pelos três domínios: Eukarya - Microrganismos: protozoários, microalgas, fungos - Organismos superiores: animais, plantas, algas multicelulares - Maior parte são bactérias extremófilas, isto é vivem em ambientes extremos; por exemplo: - bactérias que necessitam de níveis elevados de sal – vivem em lagos Lago salgado no Quenia salgados, salinas, etc.; Proliferação de halobactérias vermelhas - outras que necessitam de temperaturas elevadas – vivem em fontes Archaea termais em regiões com actividade vulcânica, etc.) - Bactérias produtoras de gás metano (metanogénicas; vivem em habitats anóxicos como rumen/animais, sedimentos de lagos, campos de arroz, Regiões vulcânicas etc.) (Temperaturas altas e/ou pH ácido) (Aberturas hidrotermais fundos marinhos, Açores, Yellowstone park, EUA, Islândia) Bacteria Todas as outras bactérias, incluindo maior parte das bactérias ambientais (p.ex., do solo,da água, da microflora natural de animais e plantas), bactérias patogénicas para o ser humano, animais e plantas, bactérias fotossintéticas, etc. “Extremozymes” Microrganismos extremófilos - Termófilos ou Hipertermófilos - Acidófilos ou alcalófilos - Halófilos Enzimas que funcionam em condições ambientais extremas (p.ex., a Temperatura elevada, a pH ácido ou alcalino, ou na presença de concentrações elevadas de sal) São activas e estáveis em condições ambientais extremas Potencial uso na industria (ex. biocatálise em condições extremas); Aplicações no processamento de alimentos, em materiais de limpeza, etc. ; Investigação, etc. Exemplos: - Proteases, amilases, celulases, xilanases, etc. termoestáveis (para a industria alimentar, têxtil ou de detergentes, etc.) - Taq DNA polimerase, Pfu DNA polimerases, etc. aplicação na técnica da Reacção de Polimerização em Cadeia do DNA (PCR- Polymerase Chain Reaction), com aplicações em microbiologia ambiental, microbiologia clínica, engenharia genética, etc. (Taq = Thermus aquaticus; Pfu = Pyrococcus furiosus) Microrganismos procariotas Estruturas e função nas células de bactérias Formas e tamanho das células de bactérias (Cocos) (Bacilos ou bastonetes) (Espiroquetas hélices flexíveis) (Bactérias com caule ou apêndice) (Espirilos hélices rígidas) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, th edition,Mc GrawHill, 2002 Formas pleiomórficas – formas variáveis (Micélio – rede de filamentos multinucleados) • The largest bacteria known has ~ 750 µm dimeter (Thiomargarita namibiensis – isolated from a oceanic sediment in the Namíbia Coast, 1997; Epulopiscium fishelsoni – isolated from the gut of the surgeonfish, Red Sea) • The smallest bacteria known has 0.2 µm of diameter (Mycoplasma pneumoniae) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, 5th edition,Mc GrawHill, 2002 Alguns PROCARIOTAS FAMOSOS (domínio Bacteria) Escherichia coli (bactéria natural do intestino; coliforme) Bacillus anthracis (ANTRAX – bioterrorismo) Endósporo Cianobactéria (fotossíntese oxigénica; Fitoplankton ambientes aquáticos) Pseudomonas sp. (biodegradação de compostos orgânicos poluentes no Ambiente) Staphylococcus aureus (Patogéneo humano; infecções em feridas, abcessos, choque tóxico) Lactobacillus acidophilus (fermento lácteo do Iogurte) Some famous Archaea Pyrococcus furiosus Isolated from marine sediments near volcanos; rapid growth at 100ºC (duplicates in ~37 min); also resistent to radiation; contain enzymes with tungsten. Pfu DNA Polymerase is comercially availabe for use in PCR (in vitro Polymerase Chain Reaction) Thermoplasma acidophilum Grows optimally at 59ºC and pH 1.8; lacks a cell wall → various shapes Methanobrevibacter smithii dominant archaeon in the human gut ecosystem (large bowel); influences the digestion of polyssacharides by consuming end-products of bacterial fermentation Archaeal Lipids: Innovative Materials for Biotechnological Applications In European Journal of Organic Chemistry, 2008 Development of biomimetic materials, drug-delivery systems, etc. Procaryotic cell organization Ribossomes Cytoplasm Nucleoid Plasmid Flagellum Plasma membrane Cell wall Inclusion bodies A parede celular de procariotas (“Cell Wall”) • É uma estrutura rigida situada externamente à membrana plasmática Funções da parede celular • Dá forma e integridade à célula • Protege a célula da lise osmótica ( ) • Contribui para a patogenicidade de algumas bactérias • Protege a célula de substâncias tóxicas A parede celular e a protecção osmótica • osmose – movimento de água através de uma membrana selectivamente permeável, de soluções mais diluídas para mais concentradas • As células estão frequentemente em soluções hipotónicas [soluto]fora da célula < [soluto]dentro da célula A parede celular protege contra a lise osmótica • Lise osmótica – Pode ocorrer quando as células estão em soluções hipotónicas ([solutos]fora da célula < [solutos]dentro da célula) - O movimento de água para o interior das células causa aumento de volume que culmina na lise da célula devido à diferença de pressão osmótica. A parede celular não protege contra a plasmólise • Plasmólise – Ocorre quando as células estão em soluções hipertónicas [solutos]exterior da célula > [solutos]interior da célula – A água sai da célula causando o encolhimento do citoplasma, que resulta em perda de viabilidade da célula. – Importância prática da plasmólise - Útil na conservação de alimentos (ex: alimentos secos e geleias) Coloração de Gram (“Gram stain”) Gram+ Ex. Clostridium GramEx. Escherichia coli Taxonomic importance Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 As bactérias dividem-se em dois grupos com base na estrutura e composição da parede celular: bactérias Gram positivas e Gram negativas As bactérias Gram positivas e Gram negativas distinguem-se com base na resposta à coloração de Gram (observação microscópica). Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Coloração de Gram Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Peptidoglicano (mureína) • É um componente muito importante da parede de bactérias Grampositivas e Gram-negativas (do domínio Bacteria) • Polissacárido formado por unidades repetitivas; insolúvel na água • A unidade repetitiva é formada por - N-acetilglucosamina (NAG) – ácido N-acetilmurâmico (NAM) que aparecem alternados. • O ácido N-acetilmurâmico possui no grupo hidroxilo do C3 um substituinte tetrapéptido (normalmente, constituido por 4 aminoácidos; participa no estabelecimento de pontes entre duas cadeias -NAG-NAMNAG-NAM-). • São conhecidos mais do que 100 tipos diferentes de peptidoglicano em espécies bacterianas diferentes (variam principalmente na composição das cadeias peptídicas que estabelecem as pontes entre cadeias de NAG e NAM) Peptidoglycan (mureín) (Polissacaride layer; very similar in Gram-positive and Gram negative Bacteria) Diversity between bacteria observed mainly in the composition of the peptide chain and interbridge. Staphylococcus aureus (Gram-positive) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 (►) Gram-negativas (ligação peptídica directa entre as duas cadeias) Gram-positivas A ligação entre duas cadeias é feita por um pentapéptido – cross linking. (P. ex. cadeia pentaglicínica em Staphylococcus aureus) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Ligação glicosídica β (1, 4), entre NAM e NAG. É sensível à acção da lisozima Alguns dos aminoácidos não são encontrados em proteínas Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Lisozyme - Present in animal secretions (tears, saliva), in the egg white, etc. (Line of defense against bacterial infection ?!) - Action of lisozyme (breaks the • Hipotonic extracelullar medium • Isotonic extracelullar medium (p.ex. saline solution 0.9% NaCl, sucrose 10%) β1-4 glycosidic bond in peptidoglycan) - Acção do antibiótico penicilina e derivados, p.ex. cefalosporinas, bacitracina . (inibem a síntese de peptidoglicano - ao nível do estabelecimento da ponte entre péptidos) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 • protoplasto – célula sem parede celular (p.ex. Células Gram positivas - suspensas em meio isotónico ou ligeiramente hipertónic e tratadas com penicilina, não possuem parede celular) • esferoplasto – células sem peptidoglicano mas com parte da parede celular (p.ex. Células Gram negativas - suspensas em meio isotónico ou ligeiramente hipertónico e tratadas com penicilina mantém uma parte da parede celular, i.e., a membrana externa) . Protoplastos e esferoplastos são sensíveis a modificações da pressão osmótica do meio extracelular (quando suspensos em meios diluídos (hipotónicos) sofrem lise em resultado da entrada descontrolada de água). Parede celular de bactérias Gram positivas Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Contém essencialmente peptidoglicano e ácidos teicóicos Ácidos teicóicos • são polímeros de glicerol ou ribitol ligados por grupos fosfato (Polialcoóis) - podem ter açúcares ou D-alanina ligados - conferem carga negativa à superfície celular e ligam catiões divalentes (p.ex. Ca2+) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Parede celular de bactérias Gram negativas Parede celular Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Consiste numa fina camada de peptidoglicano rodeada por uma membrana externa A membrana externa é composta por lípidos, lipoproteínas, e lipopolissacáridos (LPS) Lipopolissacárido (LPS) nas bactérias Gram negativas • Consiste em três partes: – Lípido A (hidrófobo) – Região central polissacarídica (hidrófila) – Polissacarídeo lateral O (composição varia entre espécie bacterianas) Importância do LPS • • • • Contribui para a especificidade antigénica da espécie bacteriana (cadeia lateral O); Contribui para a carga negativa da superfície da célula (região central polissacarídica) Ajuda a estabilizar a estrutura da membrana externa (lípido A) Pode ser uma endotoxina (lípido A) (em algumas bactérias Gram negativas que causam infecções, p.ex. Géneros Salmonella, Escherichia, Shigella → sintomas no hospedeiro) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Ligações entre estruturas (Bactérias Gram negativas) • As lipoproteínas de Braun ligam a membrana externa ao peptidoglicano (fortemente) • Locais de adesão – Locais de contacto directo entre a membrana plasmática e a membrana externa – Algumas substâncias podem entrar e sair directamente da células nestes locais de adesão Outras características da membrana externa • É relativamente permeável a compostos químicos e péptidos devido à presença de porinas – As porinas formam canais através dos quais pequenas moléculas (600-700 daltons) são capazes de passar Estruture of Pseudopeptidoglycan (Ex. em Methanobacterium species) Em algumas bactérias do domínio Archaea, o componente principal da parede celular é o pseudopeptidoglicano. - os açúcares da unidade repetitiva são a N-acetilglucosamina e o ácido Nacetiltalosaminurónico (não possui ácido murâmico) - as ligações glicosídicas são do tipo β-1,3 (não são sensíveis à acção da lisozima) - a ponte entre duas cadeias é feita por um resíduo de glutamato Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Em outras espécies Archaea, a parede celular consiste em camadas de polissacáridos, glicoproteinas ou proteínas. Tipo de parede celular mais comum em Archaea - camada superficial paracristalina (“Slayer”), composta por subunidades de proteínas ou glicoproteínas; tem simetria cristalina (hexagonal, tetragonal, etc.). Também presente em algumas bactérias do domínio Bacteria. Espaço Periplasmático • É o espaço entre a membrana plasmática e a parede celular (em bactérias grampositivas) ou entre a membrana plasmática e a membrana externa (em bactérias gram-negativas) • Periplasma - substância que ocupa o espaço periplasmático ENZIMAS PERIPLASMÁTICAS - Encontradas no periplasma de bactérias gram-negativas - Funções principais - Aquisição de nutrientes - Síntese de peptidoglicano - Modificação de compostos tóxicos O citoplasma • Encontra-se entre a membrana e o nucleoide • Contém ribossomas e corpos de inclusão Corpos de inclusão • grânulos de materiais orgânicos ou inorgânicos produzidos pela célula; • frequentemente usados como materiais de reserva energética ou reserva de materiais estruturais. • quantidade depende do estado nutricional da célula. Exemplos de corpos de inclusão orgânicos Grânulos de Glicogénio (reserva de Carbono e energia) - Polímero de glucose (ex: bactérias E. coli, Salmonella, Bacillus; também em fungos) Grânulos de Amido (reserva de Carbono e energia) - Polímero de glucose (amilose, amilopectina) ex: géneros Clostridium,Acetobacter Grânulações lipídicas de poli-β-hidroxibutirato (PHB) (reserva de Carbono e energia) – polímero de β-hidroxibutirato (ex: géneros Alcaligenes, Bacillus) Corpos de inclusão inorgânicos • Grânulos de polifosfato – São polímeros lineares de ortofosfato também chamados grânulos de volutina ( na espécie ex: Spirillum volutens) – Constituem reserva de fósforo para a síntese de ácidos nucleicos e fosfolípidos • Grânulos de enxofre - material de reserva energética em bactérias que oxidam compostos de enxofre reduzidos (como o H2S) e acumulam temporariamente S0 (no citoplasma e/ou no espaço periplasmático) Deposição de grânulos de enxofre no interior de células de Chromatium •Magnetossomas (em algumas espécies de bactérias aquáticas) – contêm ferro sob a forma de magnetite (Fe3O4) – são usados para orientar as células no campo magnético terrestre (magnetotaxia). Migração de bacterias em onda, quando expostas a campo magnético Magnetossomas isolados (morfologia depende da espécie) magnetossomas Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Aquaspirillum magnetotacticum Vacúolos gasosos Presentes em bactérias aquáticas (ex: cianobactérias, bactérias púrpura e verdes e algumas bactérias aquáticas não-fotossintéticas; em lagos) Permitem às células regular a profundidade a que vivem numa coluna de água (conferem capacidade para flutuar consoante as necessidades de luminosidade óptimas para fotossíntese) Heterociste (site of N2 fixation) P. ex. Anabena (cyanobacteria) Gas vacuoles (clusters of hollow structures made of protein and filled with gas) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Ribossomas • São estruturas complexas constituídas por proteínas e RNA • É o local onde se realiza a síntese de proteínas • São mais pequenos que os ribossomas de eucariotas – Ribossomas de procariotas ⇒ 70S (sub-unidades 50S e 30S) (Ribossomas de eucariotas ⇒ 80S) • S = unidade Svedburg (sedimentação) NUCLEÓIDE É uma região com forma irregular • É onde se localiza o cromossoma (molécula de DNA em cadeia dupla, geralmente, em conformação circular fechada) - normalmente, 1 / célula O cromossoma procariotico •É uma molécula de DNA cadeia dupla e geralmente circular •Tamanho variável entre 0,5 e 10 Mpb (pb – pares de bases) •Em muitos casos, uma só cópia por célula •90% do genoma de E. coli codifica para proteínas Plasmídeos • São pequenas moléculas de DNA cadeia dupla • Existem e replicam independentemente do cromossoma • Não são necessários para o crescimento e reprodução da célula • Podem conter genes que conferem vantagem selectiva às células que os albergam (ex: resistência a drogas; transformação e/ou degradação de compostos tóxicos) Componentes exteriores à parede celular “CAPSULE AND SLIME LAYERS” Cápsula - Geralmente formada por polissacáridos; ou por proteínas, em alguns casos - É dificilmente removida da célula; - É observável no microscópio óptico, por coloração negativa. FUNÇÕES: - favorece a adesão a superfícies (ex. infecção de tecidos por bactérias patogénicas; formação de biofilmes na Natureza); - protege a bactéria de condições ambientais desfavoráveis como a desidratação; protecção do stresse osmótico; - protege a bactéria das defesas do organismo hospedeiro que infecta (p.ex. da fagocitose) - protege a bactéria de infecções por virus “PILLI AND FIMBRIAE” Virus-covered pillus (microscopia electrónica de transmissão) FIMBRIAS - Apêndices pequenos e finos, constituidos por proteínas (até 1000 / célula); - Medeiam a adesão a superfícies (p.ex. reconhecem receptores nas células dos tecidos infectados; também, na formação de biofilmes) PILLI - Semelhantes às fimbrias, mas mais grossos e menos numerosos (1-10/célula); - Necessários para a conjugação entre bactérias (Transferência horizontal de plasmídeos e partes de cromossomas entre bactérias) Flagelo (“Flagellum”; plural Flagella) • 3 partes: - filamento – cilindro rígido e oco, composto por sub-unidades proteicas - flagelina; • - gancho – liga o filamento ao corpo basal; • - corpo basal – série de anéis que provocam o movimento flagelar (funciona como motor) Em bactérias Gram negativas Em bactérias Gram positivas Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Possible mechanism for Flagellar movement In Gram negative bacteria (“proton turbine” model) Mot proteins function as the flagellar motor Energy source: proton-motive force ~ 1000 protons / single rotation of flagellum (?) Esquema da construção do filamento do flagelo numa bactéria Gram negativa Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 FLAGELOS – permitem a locomoção das células Monótriquico e polar (1 flagelo numa extremidade da célula ) lofotríquico Peritríquico (Vários flagelos à volta de toda a superfície da célula) lofotríquico (tufos de vários flagelos numa ou ambas as extremidades da célula) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Movimento Flagelar O flagelo roda como uma ventoinha, no sentido ou contra o movimento dos ponteiros do relógio Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Quimiotaxia (“Chemotaxis”) • Movimento das células na direção de um composto químico atractivo ou para longe de um repelente • A concentração destes compostos químicos é detectada por quimioreceptores existentes na superfície das células • É complexo mas rápido – As respostas ocorrem em menos de 20 milisegundos Phototaxia (“Phototaxis”) • Movimento das células na direção da luz (em microrganismos fototróficos) O ENDÓSPORO BACTERIANO - É produzido por certas bactérias Gram positivas (p.ex. dos géneros Bacillus, Clostridium, Sporosarcina, Sporolactobacillus, etc.) quando sujeitas a condições ambientais extremas (p.ex. ausência de nutrientes, desidratação); - É uma estrutura dormente - É resistente a agressões ambientais (calor, radiação Ultra-Violeta, desinfectantes químicos, desidratação); ajuda à sobrevivência da espécie bacteriana em condições ambientais adversas. Não tem actividade metabólica. Esporulação (quando fonte de C ou N se esgota) Libertação do esporo maduro Geralmente, 10-15 horas após início da esporulação Formação de endósporo em Clostridium pascui (microfotografia obtida por Microscopia de contraste de fase) FORMA E LOCALIZAÇÃO NA CÉLULA - tem valor taxonómico Terminal Central Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Sub-terminal ESPORO MADURO (Envólucro do endosporo - composto por várias camadas de Exosporium proteínas; impermeável e responsável pela resistência do endosporo à entrada de compostos químicos). (camadas de peptidoglicano intercruzadas) Núcleo do endosporo (“core or spore protoplast”) contém algumas estruturas celulares da célula vegetativa (p.ex. ribossomas e ácidos nucleicos.) Constituinte principal – dipicolinato de cálcio Estrutura do ácido dipicolinico Dipicolinato de cálcio complexo formado entre o ácido dipicolínico e iões Ca2+ (BrocK – biology of microorganisms,Prentice-Hall) O que torna o endósporo tão resistente? • Presença de cálcio complexado com ácido dipicolínico intercalado nas bases do DNA, estabilizando-o; • Desidratação do interior do endósporo (somente 10-15% H2O), inactivando enzimas (ausência de actividade metabólica) • Camada espessa a proteger o interior do endósporo • Rico em enzimas de reparação de DNA • Contém muitas proteínas de pequena dimensão (“small acidsoluble proteíns”, SASPs) que: - protegem o DNA da radiação UV, secagem e calor (DNA em forma mais compactada); - podem funcionar como fonte de C e energia para a nova célula vegetativa que virá a resultar da germinação do endosporo. ESPOROGÉNESE - Começa normalmente quando o crescimento da célula vegetativa pára devido a falta de nutrientes (normalmente, falta de fonte de C ou de N); - Processo complexo; - demora entre 8 e15 h, dependendo da bactéria em causa Produção de SASPs e ácido dipicolinico Incorporação de Ca2+ Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 em Bacillus subtilis GERMINAÇÃO DOS ENDOSPOROS Germinação: - endosporo absorve água e incha - ácido dipicolínico é excretado - inicia-se a síntese de macromoléculas - inicia-se actividade enzimática e actividade metabólica - protopasto do endósporo sintetiza componentes novos, emerge do envólucro do endosporo e entra no ciclo de vida vegetativo. Activação da germinação de endósporos - indução da germinação; normalmente, por acção do calor (p.ex. 60ºC ou em água em ebulição durante 5 min – dependendo da espécie bacteriana) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002 Germinação é inibida em ambientes ácidos (aplicação na conservação de alimentos) Prescott, Harley & Klein, Microbiology, Mc GrawHill, 2002