Ellen Medeiros

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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
ELLEN MEDEIROS DE SOUZA
O EFEITO DO FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS ATRAVÉS
DE UM PROTOCOLO CINESIOTERAPÊUTICO SOBRE A DINÂMICA DA
M USCULATURA INSPIRATÓRIA, AVALIADO ATRAVÉS DA PRESSÃO
INSPIRATÓRIA MÁXIMA E DA CIRTOMETRIA DINÂMICA.
TRABALHO DE CONCLUSÃO DE CURSO
Cascavel- PR
2004
Monografias do Curso de Fisioterapia da Unioeste
n. 02-2004
ISSN 1678-8265
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UNIVERSIDADE ESTADUAL DO OESTE DO PARANÁ
CENTRO DE CIÊNCIAS BIOLÓGICAS E DA SAÚDE
CURSO DE FISIOTERAPIA
ELLEN MEDEIROS DE SOUZA
O EFEITO DO FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS ATRAVÉS
DE UM PROTOCOLO CINESIOTERAPÊUTICO SOBRE A DINÂMICA DA
MUSCULATURA INSPIRATÓRIA, AVALIADO ATRAVÉS DA PRESSÃO
INSPIRATÓRIA MÁXIMA E DA CIRTOMETRIA DINÂMICA.
Trabalho de Conclusão de Curso apresentado
ao Curso de Fisioterapia da Universidade
Estadual do Oeste do Paraná Campus
Cascavel como requisito parcial para
obtenção do título de Graduação em
Fisioterapia.
Orientador(a): Profa . Keila Okuda Tavares
Cascavel - PR
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2004
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TERMO DE APROVAÇÃO
ELLEN MEDEIROS DE SOUZA
O EFEITO DO FORTALECIMENTO DOS MÚSCULOS ABDOMINAIS ATRAVÉS
DE UM PROTOCOLO CINESIOTERAPÊUTICO SOBRE A DINÂMICA DA
MUSCULATURA INSPIRATÓRIA, AVALIADO ATRAVÉS DA PRESSÃO
INSPIRATÓRIA MÁXIMA E DA CIRTOMETRIA DINÂMICA.
Trabalho de Conclusão de Curso aprovado como requisito parcial para obtenção do
título de Graduado em Fisioterapia, na Universidade Estadual do Oeste do Paraná.
Profª . Josiane Rodrigues da Silva
Coordenadora do Curso
BANCA EXAMINADORA
........................................................................................
Orientador(a): Profª .Keila Okuda Tavares
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
..........................................................................................
Profª . Francyelle Pires Suzin
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
..........................................................................................
Prof. Carlos Eduardo de Albuquerque
Colegiado de Fisioterapia - UNIOESTE
Cascavel, 11 novembro de 2004.
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Dedico este trabalho à pessoa que
mais amo e admiro, pois é graças a
ela que eu estou aqui: minha mãe.
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AGRADECIMENTOS
A DEUS pela minha vida, saúde e inteligência que foram fatores essenciais para
enfrentar esta caminhada.
A minha mãe pelo seu sacrifício que tornou possível o aproveitamento desta grande
oportunidade oferecida a mim, pela sua presença nos momentos mais difíceis da minha vida e
ainda pela partilha de suas experiências.
A minha irmã, pelo auxílio quando o TCC foi esquecido em Paranavaí.
A todos meus familiares que permaneceram ao meu lado, me incentivando a vencer os
obstáculos desta jornada.
A todos meus amigos, mesmo aqueles que estiveram mais distantes, mas que de
alguma forma me auxiliaram em momentos difíceis e fizeram-se presentes nos momentos de
descontração.
Especialmente aos meus amigos de faculdade, e principalmente Moni, Fer, Ci, Thi,
Mari B, Ká, Ro, que estavam na luta ao meu lado durante esta etapa.
Amigos.....CONSEGUIMOS!!
Aos professores que durante esta longa caminhada acadêmica compartilharam seus
conhecimentos para minha formação profissional.
A professora Keila pela paciência e pelo tempo dispensando na orientação deste
trabalho, além de despertar meu interesse na área de Pneumologia.
Ao professor Carlos, que além de compartilhar seus conhecimentos sempre que fosse
preciso, me ajudar na produção deste trabalho, mostrou-se um grande amigo me auxiliando a
vencer meus obstáculos pessoais.
A todos os participantes deste projeto, sem vocês isso não seria possível.
Aos meus pacientes, que além da paciência e confiança do tratamento, dispensaram
muitos carinhos a minha pessoa....
MUITO OBRIGADA
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RESUMO
O diafragma, principal músculo inspiratório, e os músculos abdominais que auxiliam na
expiração, atuam de maneira sinérgica durante os ciclos respiratórios. Os músculos
abdominais auxiliam na fixação do diafragma, impedindo que a massa abdominal se desloque
para frente e para baixo, melhorando a eficácia do diafragma, fato que demonstra o
sinergismo entre eles. Partindo deste princípio, o objetivo deste estudo é avaliar se o
fortalecimento da musculatura abdominal, através de um protocolo cinesioterapêutico,
influencia a dinâmica da musculatura inspiratória. A amostra foi composta de 16 pessoas, com
idade entre 20 a 27 anos, de ambos os sexos, dividida aleatoriamente em dois grupos, um
controle e um tratamento. Este último recebeu a intervenção do protocolo de
condicionamento, aplicado duas vezes por semana, totalizando 20 sessões de 30 minutos cada.
Foram realizadas as avaliações das Pressões Respiratórias Máximas, da Força dos
Abdominais e Diafragma e da Cirtometria Dinâmica antes da primeira e após a última sessão
do protocolo. Os resultados deste estudo demonstraram o aumento dos parâmetros avaliados
do grupo tratado. A Pimáx obteve aumento de 28,57%, a Pemáx de 30,64%, a força
diafragmática de 100% e a força do abdominal inferior de 25%; todos os resultados são
considerados estaticamente significantes. A força do abdominal superior e a expansibilidade
torácica
também
obtiveram
aumentos,
porém
não
alcançaram
significância
estatística.Concluiu-se que o protocolo cinesioterapêutico aplicado, para o condicionamento
abdominal, demonstrou a influência que os músculos abdominais exercem sobre a dinâmica
da musculatura inspiratória.
Palavras Chaves: Músculos abdominais, Diafragma, Inspiração.
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ABSTRACT
Still that the diaphragm assumes breath part and the abdominal muscles act in the
expiration, both act in synergic way during the breath. The abdominal muscles assist in the
setting of the diaphragm, hindering witch the mass abdominal mass be dislocated for front
and down, improving the effectiveness of diaphragm. The objective of this study is to
evaluate if to strengthen the abdominal muscles, through kinesiotherapy protocol,
influences in the dynamics of the breath muscles. The sample was composed of 16 people,
with age between 20 and 27 years, they are female and male, divided randomly in two: a
control group an a treat group that received the from the conditioning protocol, applied
twice in a week, totalizing 20 sessions of 30 minutes. It was made evaluations through the
Maximum Respiratory Pressures, Tests of Force of Abdominal and Diaphragm and
Dynamic Cirtometria before and after the application of the protocol. The results of this
study had demonstrated the increase of the evaluated parameters. The Pimáx increased 28,
57%, the Pemáx increased 30, 64%, the diaphragm force increased 100% and the force of
the abdominal inferior was 25%, all this statics are significant. The force of the abdominal
superior and the thorax expand had also gotten increases, however they didn’t have
significance statistics. It was concluded that the applied kinesiotherapy protocol for the
abdominal conditioning had effectiveness in the biggest part of the evaluated parameters,
demonstrating the influences that the abdominal muscles exert on the dynamics of the
inspiration muscles.
Key Words: Abdominal muscles, Diaphragm, Breath.
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SUMÁRIO
LISTA DE FIGURAS ..................................................................................................... 08
LISTA DE GRÁFICOS................................................................................................... 09
LISTA DE TABELAS..................................................................................................... 10
1 INTRODUÇÃO............................................................................................................ 11
2 FUNDAMENTAÇAO TEÓRICA...............................................................................
2.1 Anatomia Fisiológica Do Músculo Esquelético.......................................................
2.2 Junção Neuromuscular.............................................................................................
2.3 Fisiologia da Contração Muscular...........................................................................
2.4 Propriedades do Tecido Muscular...........................................................................
2.5 Tipos de Fibras Musculares......................................................................................
2.6 Tipos de Contração....................................................................................................
2.7 Anatomofisiologia da Respiração.............................................................................
2.7.1 Músculos da Respiração...........................................................................................
2.8 Relação Sinergista entre o Diafragma e os Abdominais........................................
2.9 Força Muscular..........................................................................................................
2.10 Avaliação de Força dos Músculos Respiratórios..................................................
2.10.1 Cirtometria dinâmica..............................................................................................
2.10.2 Avaliação de força dos músculos abdominais superiores e inferiores...................
2.10.3 Avaliação de força do músculo abdominal.............................................................
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3 METODOLOGIA.........................................................................................................
3.1 Tipo de Estudo...........................................................................................................
3.2 Amostra......................................................................................................................
3.3 Avaliações...................................................................................................................
3.4 Análise de Dados........................................................................................................
3.5 Materiais.....................................................................................................................
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47
47
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4 ANÁLISE DOS RESULTADOS................................................................................. 53
5 DISCUSSÃO................................................................................................................. 61
6 CONCLUSÃO............................................................................................................... 64
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS....................................................................... 65
APENDICES E ANEXOS............................................................................................... 70
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LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Estrutura do Músculo Esquelético.....................................................................
Figura 2:Anatomia
........................................................................
da Fibra Muscular...............................................................................
Figura 3: Moléculas de Actina e Miosina..........................................................................
Figura 4: Processo da Expiração.......................................................................................
Figura 5: Processo da Inspiração.......................................................................................
........................................................................................
Figura
6: Manuovacuometria.............................................................................................
Figura 7:
................................................................................................
Teste do Abdominal...........................................................................................
Superior................................................................................
Figura 8: Teste Manual da Força.......................................................................................
Diafragmática...................................................................
Figura
9: Exercício 1 da Série...........................................................................................
1............................................................................................
Figura 10: Exercício 2 da Série.........................................................................................
1..........................................................................................
Figura
11: Exercício 3 da Série.........................................................................................
1..........................................................................................
Figura 12: Exercício 4 da Série.........................................................................................
1..........................................................................................
Figura
13: Exercício 1 da Série.........................................................................................
2..........................................................................................
Figura
14: Exercício 2 da Série.........................................................................................
2..........................................................................................
Figura
15: Exercício 3 da Série.........................................................................................
2..........................................................................................
Figura
16: Exercício 4 da Série.........................................................................................
2..........................................................................................
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LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Comparação da Pimáx entre G1 e G2...............................................................
Gráfico 2: Comparação da Pemáx entre G1 e G2...............................................................
Gráfico 3: Comparação da Força Diafragmática entre G1 e G2.........................................
Gráfico 4: Comparação da Força do Abdominal Superior entre G1 e G2..........................
Gráfico 5: Comparação da Força do Abdominal Inferior entre G1 e G2............................
Gráfico 6: Comparação da Expansibilidade Axilar entre G1 e G2.....................................
Gráfico 7: Comparação da Expansibilidade Mamilar entre G1 e G2.................................
Gráfico 8: Comparação da Expansibilidade Xifoídea entre G1 e G2.................................
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LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Apresentação das Características da Amostra.......................................................
Tabela 2: Apresentação da Pimáx do G1 e G2......................................................................
Tabela 3: Apresentação da Pemáx do G1 e G2......................................................................
Tabela 4: Apresentação da Força do Diafragma do G1 e G2................................................
Tabela 5: Apresentação da Força do Abdominal Superior do G1 e G2................................
Tabela 6: Apresentação da Força do Abdominal Inferior do G1 e G2..................................
Tabela 7: Apresentação da Expansibilidade Torácica do G1 e G2.......................................
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1 INTRODUÇÃO
Um dos processos fundamentais à sobrevivência dos seres aeróbicos é a
respiração, assegurada por músculos esqueléticos que se contraem constantemente ao longo
da vida, movimentando a caixa torácica, promovendo a entrada e saída de ar do organismo
humano. O padrão normal da respiração resulta de uma ação sinérgica, onde existe a
participação do diafragma e de todos os outros músculos respiratórios, primários ou
acessórios (AZEREDO, 2002).
O padrão normal da respiração resulta de uma ação sinérgica, onde existe a
participação do diafragma e de todos os outros músculos respiratórios, primários ou
acessórios (AZEREDO, 2002).
O ciclo respiratório é constituído por duas fases: a inspiração e a expiração. Na
inspiração, um processo ativo, há a contração dos músculos inspiratórios, principalmente do
músculo diafragma, responsável pelo aumento dos três diâmetros da caixa torácica
(AZEREDO, 2002).
Na expiração, o diafragma se relaxa, ocorrendo a diminuição do volume pulmonar
adquirido durante a inspiração (KENDAL e MCCREARY e PROVANCE, 1995). Este é
um processo passivo possibilitado pela restituição da energia elástica acumulada durante a
inspiração em algumas estruturas da caixa torácica. Em uma expiração forçada os
abdominais tracionam a caixa torácica para baixo e forçam o deslocamento para cima das
vísceras abdominais, conseqüentemente empurrando o diafragma para cima. (GUYTON e
HALL, 1998).
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Analisando desta maneira, parece que estes músculos atuam de formas
divergentes demonstrando a ocorrência de um trabalho antagonista entre eles. Entretanto, a
contribuição dos abdominais para respiração está além da expiração forçada, pois estes
também são atuantes durante a inspiração.
Ainda que o diafragma seja o principal músculo respiratório, com a ausência da
pressão abdominal adequada, oferecida pela musculatura abdominal, o conteúdo abdominal
estaria sem suporte, permitindo que a massa visceral fosse deslocada anteriormente e para
baixo, alterando a dinâmica diafragmática (AZEREDO, 2002; PAULA, 1984, KAPANDJI,
2000). Se isto ocorresse, possibilitaria o tracionamento do esterno e dos arcos costais para o
interior
do
tórax,
ocasionando
uma
atitude
anti-inspiratória, durante o trabalho
diafragmático na inspiração (PAULA, 1984).
Partindo deste princípio, os exercícios de fortalecimento da musculatura
abdominal, podem ser utilizados com intuito de colaboração no
sua
funcionalidade.
(KENDALL,
e
posicionamento
diafragmático,
beneficiando
MCCREARY
e
PROVANCE,
1995). Assim com adequação da musculatura expiratória, pode-se
proporcionar um melhor trabalho agonista-sinergista entre a musculatura inspiratória,
proporcionando a melhora da funcionalidade da inspiração.
•
Justificativa
A reeducação muscular respiratória é um assunto que vem ganhando espaço entre
as literaturas fisioterapêuticas, pois é utilizada tanto na prevenção quanto no tratamento de
patologias que acometem o sistema respiratório. Mesmo que existam vários métodos para
reeducação dos músculos respiratórios, ainda não está classificada qual é a técnica mais
eficaz.
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Justifica-se o presente estudo na tentativa de avaliar a eficácia da utilização de um
protocolo cinesioterapêutico para o fortalecimento dos músculos abdominais sobre a
dinâmica
inspiratória.
Através
do
fortalecimento
abdominal
busca-se melhorar a
funcionalidade da musculatura inspiratória bem como a expansibilidade torácica.
Espera-se também, com os resultados do estudo, contribuir com maiores
informações sobre o tema abordado, procurando expandir ainda mais a utilização da
reeducação muscular respiratória de maneira menos empírica.
•
Objetivos
O intuito geral desta pesquisa é avaliar o efeito do fortalecimento dos músculos
abdominais através de um protocolo cinesioterapêutico sobre a função da musculatura
inspiratória.
Indiretamente
almeja-se comprovar o aumento da força da musculatura
inspiratória, a melhora da força dos músculos abdominais, bem como comprovar a melhora
da expansibilidade torácica.
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2 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
2.1 Anatomia Fisiológica do Músculo Esquelético
Os músculos esqueléticos são conhecidos também como estriados, ou seja,
quando observados em microscópio podem ser visualizadas suas estriações que surgem a
partir dos arranjos das estruturas subcelulares (POWERS e HOWLEY, 2000).
Para Powers e Howley (2000), os músculos esqueléticos se fixam ao arcabouço
ósseo e recebem inervação voluntária. Suas células individuais são organizadas e orientadas
em paralelo, funcionando de maneira independente, e a força produzida pelo músculo é a
soma das forças produzidas por cada célula. O músculo esquelético é responsável pela
geração de força para locomoção, respiração e sustentação postural e são agrupados em
grupos musculares de acordo com a sua função.
Os grupos musculares são arranjados de modo a contribuir individualmente ou
coletivamente para a criação de algum movimento. Eles permanecem contidos em
compartimentos denominados de fáscia, membrana constituída por tecido conjuntivo, que
dividem os músculos em grupos funcionais (HAMILL e KNUTZEN, 1999).
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Cada músculo individualmente também possui tecido conjuntivo que atua na
organização das suas fibras musculares. Existem três camadas de tecido conjuntivo
envolvendo o músculo esquelético, a mais externa é a chamada de epimísio. O perimísio
reveste as fibras musculares individualmente, formando feixes que são conhecidos como
fascículos. Cada fibra deste fascículo é recoberta pela camada conjuntiva denominada de
endomísio. Estas estruturas estão representadas na figura 1 (POWERS e HOWLEY, 2000;
GUYTON e HALL, 1998).
As fibras musculares são cilindros finos e seu tamanho varia conforme o
comprimento do músculo a qual pertence. A membrana celular que envolve a célula
muscular é conhecida como sarcolema, e está unida às fibras tendinosas nas extremidades
dos músculos, que formam os tendões para a inserção nos ossos. Sob o sarcolema existe o
sarcoplasma, local onde são encontradas proteínas, organelas e as miofibrilas. Estas
estruturas podem ser visualizadas na figura 1 (POWERS e HOWLEY, 2000; GUYTON e
HALL, 1998; ENOKA, 2000).
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Figura 1: Estrutura do Músculo Esquelético
Fonte: POWERS, S. K; HOWLEY, 2000.
Guyton e Hall (1998), relatam que as miofibrilas são as estruturas que contém as
proteínas contráteis. Estas são constituídas por dois tipos de filamentos, responsáveis pela
estriação muscular. As estriações escuras ocorrem na região onde estão localizados os
filamentos grossos, este local também é conhecido como faixa A, pois quando o músculo é
observado em microscópio, tem-se a aparência anisotrópica (escura). A segunda grade,
composta por filamentos finos e corada de escuro, é a linha Z. Os filamentos finos
localizam-se entre duas faixas Z. As áreas que possuem os filamentos finos e a faixa Z são
chamadas de faixas I, porque são alvas (isotrópicas) quando analisadas no microscópio.
Estas zonas estão visíveis na figura 2.
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Figura 2: Anatomia da Fibra Muscular
Fonte: Powers, S. K; Howley, 2000.
Esta disposição dos filamentos é conhecida como sarcômero, a unidade contrátil
básica dos músculos, possui duas proteínas fundamentais em sua composição: a miosina e a
actina. O sarcômero é composto por duas metades da faixa I, com a faixa A disposta
centralmente. Este tem uma região menos densa (zona H), onde não existe a sobreposição
de filamentos. Esta zona pode ser dividida em duas partes iguais por uma linha M,
representadas na figura 2 (GUYTON e HALL, 1998; POWERS e HOWLEY, 2000).
Os filamentos grossos do sarcômero são compostos por uma proteína grande,
denominada de miosina. Esta possui estrutura helicoidal, onde surgem protusões dobráveis
ao longo da proteína, responsáveis pela inteiração da actina com a miosina no período da
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contração muscular. A miosina pode ser visualizada na figura 3 (SMITH, WEISS e
LEHMKUHL, 1997; POWERS e HOWLEY, 2000).
Os filamentos finos são compostos principalmente pela actina, que forma duas
cadeias enroladas como hélice (GUYTON e HALL, 1998). Wilmore e Costill (2001),
acrescentam que cada molécula de actina tem um sítio ativo para integração com a cabeça
da miosina, e tem como função a estruturação de suporte do filamento.
Localizados na molécula de actina existem duas proteínas, a tropomiosina e a
troponina. A tropomiosina estende-se ao longo de cada filamento fino, encaixando-se na
incisura entre as cadeias da actina, podendo ser ligada a seis ou sete actinas. A troponina
encontra-se fixada tanto na actina quanto na tropomiosina, e por sua vez é responsável pela
regulação do mecanismo de contração, pois esta proteína apresenta grande afinidade pelos
íons cálcio. A actina e suas proteínas podem ser visualizadas na figura 3.
Para que ocorra a contração, existe a necessidade da estabilização da miosina em
seu eixo longitudinal, e esta é garantida pela a titina (WILMORE e COSTILL, 2001). A
proteína titina estende-se da linha Z até a linha M, e suas porções da banda A estão
firmemente ligadas ao filamento grosso. Assim, quando o sarcômero é alongado, a região
da molécula da titina localizada na banda A apresenta-se fortemente unida com o filamento
grosso. Entretanto, as regiões ligadas à linha Z assumem a característica elástica, devido a
presença da proteína prolina, responsável pela lise das cadeias á -helicoidais, presentes nos
polipeptídios, além disso, a titina não possui estrutura helicoidal. Portanto, quando é
aplicado um alongamento ao músculo, o segmento da titina é o principal contribuinte para o
aumento em comprimento do sarcômero (ALTER, 1999).
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Figura 3: Moléculas de Actina e Miosina
Fonte: Disponível em: <http://fisio.icb.usp.br>. Acesso em 06 jun 04.
No sarcoplasma dos músculos, existe o sistema sarcotubular, que possui dois
componentes. O primeiro deles é uma rede de canais, onde está armazenado o cálcio,
importante íon da contração; este local é conhecido como retículo sarcoplasmático, que
envolve cada miofibrila e é longitudinal a mesma. O segundo componente é o sistema T,
que consiste em canais membranosos chamados de túbulos transversos que atravessam toda
a fibra muscular. Este local tem como função armazenar o cálcio. Os túbulos têm conexões
com regiões alargadas do retículo sarcoplasmático, nomeados de cisternas terminais
(ALTER, 1999; POWERS e HOWLEY, 2000).
2.2 Junção Neuromuscular
A célula muscular é controlada pelo sistema nervoso através dos nervos motores
cujos corpos celulares estão localizados na extremidade ventral da medula espinhal. Cada
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fibra muscular tem conexão com o ramo de uma fibra oriunda de uma célula nervosa. Estas
células nervosas são nomeadas de motoneurônios, que partem da medula espinhal e
alcançam o músculo, através dos nervos periféricos. Como todos os músculos têm seus
nervos motores, o motoneurônio dividi-se em vários ramos, viabilizando dessa forma, o
controle de todas as células musculares.
O motoneurônio e todas as fibras inervadas pelo mesmo formam a unidade
motora, o local de encontro entre o motoneurônio e a fibra muscular é denominado de
junção neuromuscular (DANGELO e FATTINI 1998, POWERS e HOWLEY, 2000).
A estimulação do motoneurônio acontece pela passagem de um impulso nervoso,
ou seja, uma carga elétrica que atinge o músculo e retorna ao sistema nervoso central.
Antes de iniciar esta transmissão de impulsos, conhecida como potencial de ação, este
estímulo deve ultrapassar o potencial elétrico de repouso da membrana celular do neurônio
(WILMORE e COSTILL, 2001).
O potencial de membrana em todas as células do ser humano apresenta-se
negativo durante o repouso, ele é gerado pela separação de cargas realizada pela membrana.
Quando há desigualdades das cargas entre o meio interno e o meio externo da célula, e seu
interior está positivo em relação ao repouso, diz-se que a célula encontra-se polarizada
(WILMORE e COSTILL, 2001; GUYTON e HALL, 1998).
Esta diferença de cargas acontece pela divergência das concentrações iônicas dos
líquidos intra e extracelulares, onde o potássio (K+) assume um caráter positivo, e o sódio
(Na+) uma característica negativa. No líquido intracelular nota-se a alta concentração de
íons K+, e baixa concentração de íons Na+; e fora das células observa-se a alta concentração
de íons Na+, e baixa concentração de íons K+ (WILMORE e COSTILL, 2001; GUYTON e
HALL, 1998).
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Apesar da tendência dos íons em seguir o sentido de maior concentração, para o
de menor concentração, é necessário a manutenção do desequilíbrio das cargas. Wilmore e
Costill (2001), descrevem que o desequilíbrio entre os íons é mantido de duas formas.
Primeiro, devido à alta permeabilidade da membrana celular ao íon K+, que se move
livremente, seguindo seu gradiente de concentração, indo para o meio extracelular, gera a
negatividade no interior da célula. Entretanto, o Na+ não possui alta permeabilidade a
membrana, e necessita de artifícios para que ocorra sua passagem através dela. Portanto,
seu transporte não ocorre a favor do gradiente de concentração, impedindo o equilíbrio das
cargas entre os meios intra e extracelular.
Outro mecanismo que evita o equilíbrio entre as faces interna e externa da
membrana, é a bomba de sódio-potássio do neurônio. Ela transporta ativamente sódio e
potássio, através da membrana, carregando o exterior da célula positivamente e seu interior
negativamente, criando a diferença de potencial (WILMORE e COSTILL, 2001).
Para o impulso ser transmitido até a fibra muscular, existe a atuação dos
mediadores químicos, uma vez que o motoneurônio não entra em contato com a fibra
muscular, pois estão separados por um espaço ínfimo, denominado de fenda
neuromuscular. Desta forma quando há o estímulo do motoneurônio e o impulso chega até
a extremidade do nervo motor, um mediador químico conhecido como acetilcolina é
liberado, caindo na fenda sináptica e após conecta-se aos sítios receptores da placa motora.
A acetilcolina associa-se com os canais receptores na membrana da fibra muscular
e esta interação permite que o sarcolema torne-se permeável ao sódio, promovendo a
despolarização da placa motora (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997, POWERS e
HOWLEY, 2000).
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Smith, Weiss E Lehmkuhl relataram em 1997, que após ocorrer o aumento da
permeabilidade ao cálcio, a acetilcolina é inibida pela colinestarase, uma enzima que
degrada a acetilcolina ou a transporta ativamente até o interior dos terminais pré-sinápticos
para ser reciclada.
2.3 Fisiologia da Contração Muscular
A contração é um processo que envolve várias proteínas e sistemas de produção
de energia. Ela ocorre como resultado do deslizamento entre as moléculas de actina e
miosina, encurtando o músculo e criando tensão. Assim há a redução da distância entre uma
linha Z e outra. Os filamentos de actina e miosina deslizam uns sobre os outros, devido as
protusões da miosina que se ligam ao sítio ativo da actina, formando as pontes cruzadas
(POWERS e HOWLEY, 2000; WILMORE e COSTILL, 2001).
O trabalho muscular é um processo ativo, pois envolve gasto de energia. Esta
energia é gerada pela depleção de adenosina tri-fosfato (ATP) através da enzima miosina
adenosina tri-fosfatase (ATPase), que se encontra na cabeça da ponte cruzada. Quando
ocorre a quebra do ATP em adenosina difosfato (ADP) e fosfato (Pi) há liberação de
energia para as pontes (WILMORE e COSTILL, 2001).
Quando o potencial de ação atingir o retículo sarcoplasmático, após a estimulação
do motoneurônio, o cálcio é liberado e se liga a troponina. A tropomiosina que bloqueava o
sítio de ativação da actina é deslocada pela troponina e assim permite-se a interação entre a
actina e miosina, formando as pontes cruzadas. Esta ponte ativa a ATPase da miosina e
degrada o ATP, com a presença de ADP e Pi, ocorre a flexão das pontes cruzadas, que
traciona o filamento de actina. A partir do momento que as pontes são recarregadas com
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ATP, os filamentos de actina estão aptos para deslizarem pela miosina. Todo esse processo
ocorre centenas de vezes a cada segundo (WILMORE e COSTILL, 2001; SMITH, WEISS
e LEHMKUHL, 1997; POWERS e HOWLEY, 2000).
A partir do momento que ocorre a repolarização celular, o cálcio retorna ao
sarcolema, e a tropomiosina volta a inibir os sítios ativos da actina, promovendo o
relaxamento muscular (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997).
2.4 Propriedades do Tecido Muscular
O músculo esquelético apresenta as propriedades de irritabilidade, contratilidade,
extensibilidade e elasticidade. Estas características estão presentes apenas no tecido
muscular, garantindo grande resistência e eficiência, ou seja, o músculo pode sofrer
alterações de comprimento com velocidade ou cargas variáveis sem danificar suas
estruturas (HAMILL e KNUTZEN, 1999; LIPPERT, 1996).
A irritabilidade é a capacidade do músculo em reagir a determinados estímulos,
que podem ser mecânicos e eletroquímicos. Uma vez que o tecido muscular esquelético
possui
grande
sensibilidade,
uma
estimulação
mínima
como
a
realizada
pelo
neurotransmissor químico é suficiente para produção de estímulos musculares (HAMILL e
KNUTZEN, 1999).
A contratilidade refere-se à capacidade do encurtamento ou contração do músculo
quando for estimulado de forma suficiente. Alguns músculos esqueléticos conseguem
reduzir seu comprimento em até 70% do seu comprimento em repouso, contudo, a média de
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encurtamento dos músculos esqueléticos é de aproximadamente 57%, pois o encurtamento
recebe restrições pelas estruturas do corpo humano.
Por exemplo, o músculo sartório, presente nos membros inferiores, tem habilidade
de contrair-se em até metade de seu comprimento quando removido e estimulado em
laboratório, entretanto, no corpo humano as articulações do quadril e a posição do tronco e
da coxa, impedem este encurtamento (HAMILL e KNUTZEN, 1999; HALL, 2000).
Hammil e Knutzen (1999), descrevem que a extensibilidade é a capacidade que o
músculo tem de ser estirado, promovendo um aumento em seu comprimento, a partir de
uma força externa exercida sobre ele. Esta característica é influenciada pelo tecido
conectivo existente no músculo encontrado no perimísio, epimísio e fáscia.
Os mesmo autores e Hall (2000), relatam que a elasticidade é a capacidade da
fibra muscular voltar ao seu comprimento inicial, depois que o estímulo é retirado. O
músculo pode ter estímulos eletroquímicos como potencial de ação vindo do nervo
correspondente, ou ainda mecânico, quando o músculo é atingido por algum golpe externo.
Esta característica também pode ser determinada pelo tecido conectivo. Esta propriedade
aliada a extensibilidade promove os mecanismos de proteção muscular.
2.5 Tipos de Fibras Musculares
Alguns pesquisadores como Burke apud Smith, Weiss e Lehmkuhl (1997),
relatam a existência de mais de três tipos de fibras musculares. Entretanto, há dois tipos de
fibras musculares esqueléticas comprovadas: as fibras de contração lenta e as fibras de
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contração rápida. Foi identificado apenas um tipo de fibra de contração lenta, também
chamada tipo I, e dois tipos de contração rápida, também conhecidas como tipo II,
classificadas em tipo II A e tipo II B. A diferença das velocidades das ações das fibras, são
os fatores utilizados para esta classificação (WILMORE e COSTILL, 2001).
Apesar da maioria dos músculos esqueléticos possuírem os dois tipos de fibras, de
contração lenta e rápida, geralmente há a predominância de uma delas, o que permite
classificar músculo conforme a característica da fibra predominante (SMITH, WEISS e
LEHMKUHL, 1997).
A fibra de contração lenta possui a coloração escura devido ao grande número de
mitocôndrias e a alta concentração de mioglobina (hemoglobina responsável por armazenar
o oxigênio muscular). As fibras tipo I apresentam uma enzima ATPase que atua de maneira
lenta. Esta enzima é responsável pela lise do ATP e pela liberação de energia para
contrações e relaxamento, sua disponibilização de energia é mais vagarosa. Ao analisar a
morfologia desta fibra nota-se o pequeno corpo celular de seu motoneurônio que inerva
menos fibras em relação às fibras do tipo II (WILMORE e COSTILL, 2001; SMITH,
WEISS e LEHMKUHL, 1997).
A fibra de contração rápida tem a coloração esbranquiçada, pois apresenta menor
quantidade de mitocôndrias e mioglobina. Este tipo de fibra apresenta uma enzima ATPase
mais rápida em relação ao primeiro tipo. Outra característica que torna este tipo de fibra
mais rápida que a anterior é que seu retículo sarcoplasmático possui maior facilidade para a
liberação do cálcio no interior das células musculares. A fibra do tipo II A tem maior
diâmetro em relação ao tipo I, conseguindo desenvolver maior força de contração, porém,
se fadigando mais rapidamente. A tipo II B é chamada de oxidativa rápida-glicolítica, e
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suas características são intermediárias entre as fibras anteriormente descritas (SMITH,
WEISS e LEHMKUHL, 1997).
Outra divergência entre os dois tipos de fibra é quanto à presença das enzimas nas
mitocôndrias. As fibras de contração lenta têm a predominância de enzimas oxidativas nas
mitocôndrias que estão relacionadas com o metabolismo aeróbico. As fibras de contração
rápida apresentam maior quantidade de enzimas glicolíticas, associadas com o metabolismo
anaeróbico. Portanto, pode-se concluir que as fibras do tipo I são mais resistentes à fadiga
em relação ao tipo II (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997; POWERS e HOWLEY,
2000; WILMORE e COSTILL, 2001).
2.6 Tipos de Contrações
A contração muscular pode ser classificada em três tipos: isométrica, concêntrica
e excêntrica. A contração isométrica ou estática é vista quando ocorre a contração muscular
e a força produzida não realiza a movimentação da articulação, ou seja, não há mudança no
comprimento do músculo (LIPPERT, 1996; SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997).
Na contração concêntrica ou dinâmica, nota-se a diminuição do comprimento
frente à força produzida, ocorrendo a movimentação articular (WILMORE e COSTILL,
2001).
A contração excêntrica ou de alongamento, ocorre quando os músculos
conseguem produzir força durante o alongamento. Este tipo de contração também promove
a movimentação da articulação, evidenciada pelo afastamento das fixações musculares. A
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maioria dos músculos antagonistas tem ação muscular excêntrica, pois desaceleram os
segmentos do corpo e auxiliam na absorção do choque durante a marcha (LIPPERT, 1996;
SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997; WILMORE e COSTILL, 2001).
As contrações musculares excêntricas e concêntricas podem ser nomeadas de
contrações isotônicas, pois nos dois casos há movimento ocorrendo (MCARDLE, 1998).
Além desta classificação anteriormente explicada, existe também aquela que
enfatiza a atuação do músculo durante o movimento de uma articulação, influenciada pela
direção do movimento e pela resistência oferecida ao músculo (LIPPERT, 1996).
O músculo pode ser designado agonista, quando é o responsável direto pelo
movimento, contraindo-se ativamente para realização da contração concêntrica, isométrica
ou excêntrica. (SMITH, WEISS e LEHMKUHL, 1997).
O músculo pode assumir uma postura antagonista, quando exerce uma ação
contrária ao músculo agonista. Geralmente, o antagonista não prejudica o movimento, ele
pode encontrar-se relaxado durante a atuação do agonista, permitindo que ocorra a função
do músculo primário do movimento (LIPPERT, 1996; SMITH, WEISS e LEHMKUHL,
1997).
O antagonista do movimento, usualmente é mais susceptível a lesões musculares e
em suas inserções, pois no mesmo período em que ele deve contrair-se para permitir que o
movimento não ocorra de maneira brusca, ele é encontrado na posição de relaxamento
(HAMILL e KNUTZEN, 1999).
O músculo pode ainda ser classificado como sinergista, quando apresenta as
mesmas funções do músculo responsável pelo movimento, e quando auxiliam na
estabilização de partes corporais, neutralizando atitudes indesejáveis (WILMORE e
COSTILL, 2001).
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2.7 Anatomofisiologia Da Respiração
Segundo Costa (1999), o sistema respiratório não funciona de maneira
independente, mas através da interação entre órgãos e sistemas. Funcionalmente, o sistema
respiratório está unido ao coração, interagindo com o sistema circulatório através das trocas
gasosas.
A função primordial do sistema respiratório é a troca de gases, provendo oxigênio
(O 2 ) para o organismo e removendo o gás carbônico (CO2) do mesmo. Assim, pode-se dizer
que durante a respiração ocorre um processo de purificação sangüínea com a troca contínua
dos gases entre o organismo e o meio externo; além da contribuição da manutenção da
homeostase do sistema corporal, ou seja, o equilíbrio entre os gases do meio interno, a
temperatura e o potencial hidrogeniônico (pH). Desta maneira é permitido que outras
funções essenciais à vida continuem acontecendo (BETHLEM, 2000).
O sistema respiratório pode ser definido resumidamente, como um sistema de vias
áreas, conectados a um par de pulmões, que por sua vez são revestidos pela pleura
pulmonar e estão contidos na caixa torácica (COSTA, 1999).
As vias aéreas são responsáveis pela condução do ar do meio externo até os
alvéolos; elas se dividem em dois tipos, as superiores e as inferiores. As vias aéreas
superiores englobam as fossas nasais, nasofaringe, orofaringe, laringe e a parte superior da
traquéia. As vias aéreas inferiores são compostas pela parte inferior da traquéia, brônquios,
bronquíolos e as unidades mais distais do pulmão, denominadas de alvéolos, local onde
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ocorre a troca de gases, processo conhecido como hematose (BETHLEM, 2000; COSTA,
1999).
A caixa torácica é responsável pela proteção dos órgãos internos da respiração,
serve como local de inserção dos músculos respiratórios e dos músculos dos membros
superiores e auxilia na fixação da coluna vertebral na parte posterior do tronco (KISNER e
COLBY, 1998; LIPPERT, 1996). É composta por ossos (esterno, costelas, cartilagens
costais e vértebras torácicas) e músculos esqueléticos, responsáveis pela mobilização do
gradil costal (LIPPERT, 1996).
O esterno delimita o tórax anteriormente, funciona como local de inserção para
músculos, costelas e as cartilagens costais. O esterno é um osso ímpar, mediano e achatado,
dividido em três partes (manúbrio, corpo e processo xifóide) permanece palpável por toda
sua extensão. Seu segmento superior é denominado de manúbrio, que se apresenta num
plano ligeiramente diferente da posição principal do osso (RICIERI, 2001).
A união do manúbrio com corpo do esterno forma o ângulo esternal, também
conhecido como ângulo de Louis. Na extremidade inferior do externo, observa-se a incisura
infraesternal, posicionada entre as conexões esternais das sétimas cartilagens costais. O
processo xifóide pode ser palpado na depressão triangular abaixo da incisura, formando
uma depressão, delimitada pelo ângulo infraesternal ou de Charpy (RICIERI, 2001).
Existem 24 costelas, 12 de cada lado. Uma costela típica apresenta divisões
regionais, denominadas cabeça, colo, tubérculo e corpo. Inferiormente, em cada uma delas,
está o sulco costal, que protege as estruturas de irrigação, drenagem e inervação, que
seguem o trajeto subcostal (RICIERI, 2001). As sete primeiras costelas são denominadas de
costelas verdadeiras, as três seguintes de falsas e as duas últimas de flutuantes (DANGELO
e FATTINI, 1998).
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As costelas verdadeiras são assim denominadas pela sua inserção direta entre o
esterno e as vértebras torácicas. As três seguintes, são denominadas de falsas por
articularem-se de maneira indireta ao esterno, pois suas cartilagens unem-se a cartilagem da
sétima costela. A união destas cartilagens forma a borda ou margem costal, delimitando o
tórax inferiormente. As duas últimas costelas são conhecidas como flutuantes, pois são
curtas e rudimentares, não possuem cartilagens e nem as fixações anteriores. O tórax é
limitado posteriormente pelas 12 vértebras torácicas (DANGELO e FATTINI, 1998). A
forma e a posição da coluna vertebral, a integridade das vértebras e articulações é
importantes para que seja mantida a orientação adequada das costelas (BETHLEM, 2000).
As cartilagens costais são constituídas de cartilagem hialina, uma alteração do
tecido conjuntivo em uma organização densa e modelada, semelhante àquela verificada nos
tendões musculares. Estas cartilagens são estruturas que unem as costelas ao osso esterno,
permitindo melhor mobilidade ao conjunto. É fato notório que as cartilagens costais de
adultos jovens fornecem elasticidade à caixa torácica, e que com o passar dos anos, sofrem
um processo de calcificação superficial, resultando na perda parcial de sua elasticidade
(RICIERI, 2001).
O processo cíclico da respiração envolve trabalho mecânico devido à ação dos
músculos
respiratórios.
Uma
pessoa
saudável
em
repouso
efetua
tal
processo
involuntariamente, ou seja, não toma a consciência do movimento realizado. Contudo, se
houver a necessidade de exceder o trabalho realizado, o indivíduo percebe alterações e
voluntariamente pode recrutar mais músculos para realizar o trabalho com eficácia
(BETHLEM, 2000).
Involuntariamente o indivíduo respira graças à disposição do arcabouço
osteomuscular e de sua inter-relação com as forças elásticas do pulmão, que torna viável os
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movimentos do gradil costal, assegurando uma constante renovação do ar alveolar
(SOUCHARD, 1989; TARANTINO, 1997; SILVA, 1983).
Os músculos são classificados conforme sua atuação nas fases da respiração, em
músculos inspiratórios, expiratórios e acessórios, estes últimos são auxiliares aos músculos
primários e recrutados, quando necessário, para manutenção de uma respiração mais
eficiente (SOUCHARD, 1989; TARANTINO, 1997).
Quando ocorre a inspiração, o gradil costal move-se para cima e para fora,
tornando maior o diâmetro da caixa torácica, permitindo que ocorra a distensão e o
aumento do calibre das vias áreas, dos vasos pulmonares e dos alvéolos. Logo, a pressão
intrapulmonar tornar-se negativa, viabilizando a entrada do ar para os pulmões
(BETHLEM, 2000; LIPPERT, 1996; CARVALHO e COSTA, 1976). Para que este
fenômeno ocorra, a pressão gerada pela contração muscular deve vencer as forças elásticas
e de resistência para conseguir encher os pulmões de ar e movimentar a caixa torácica
(BETHLEM, 2000).
Para Lippert (1996) a inspiração pode ocorrer de três formas de acordo com o
esforço realizado: calma, profunda e forçada. A inspiração calma ocorre quando a pessoa
está em repouso; a profunda acontece quando a inspiração calma é intensificada, devido a
maior necessidade de oxigênio; e a inspiração forçada ocorre quando a pessoa realiza um
esforço pesado como uma atividade física, tornando-se necessária a atividade da
musculatura acessória (SOUCHARD, 1989).
A inspiração é seguida imediatamente pela expiração, que representa a retração
elástica e muscular deste processo, ocorrendo a redução do volume pulmonar e
conseqüentemente gerando uma pressão intrapulmonar positiva, permitindo que o ar seja
expelido do pulmão (BETHLEM, 2000; CARVALHO e COSTA, 1976).
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Assim como a inspiração, a expiração também pode ser classificada conforme o
esforço realizado sendo nomeada de calma ou forçada. A expiração calma é totalmente
passiva, ocorrendo em conseqüência do relaxamento muscular inspiratório e da restituição
da energia elástica acumulada no pulmão e no tórax durante a inspiração. A expiração
forçada pode ser vista após a realização de um trabalho pesado, exercício, sopro, canto e
tosse, ou ainda quando existe alguma obstrução impedindo a sua realização. Esta ocorre
devido à ação dos músculos que empurram para baixo as costelas, e músculos que
comprimem o abdômen, forçando o diafragma para cima (LIPPERT, 1996; SLONIM e
HAMILTON, 1984).
Os músculos inspiratórios são os supracostais, intercostais externos, paraesternais
e
o
diafragma.
Os
músculos
acessórios
acionados
na
inspiração
são
os
esternocleidomastóideos, escalenos, serrátil anterior, trapézio superior, peitorais e o grande
dorsal (SOUCHARD, 1989; TARANTINO, 1997). E entre aqueles que auxiliam em uma
expiração forçada estão os músculos abdominais, o triangular do esterno e os intercostais
internos (SOUCHARD, 1989; TARANTINO, 1997).
Entretanto, essa divisão não significa que os músculos desempenham sua função
apenas em determinada fase respiratória, mas sim que seu trabalho é preponderante nesta
fase. Por exemplo, os músculos abdominais desempenham funções durante a inspiração e o
diafragma colabora com a expiração (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995).
De acordo com Kendall, Mccreary e Provance (1995), dos músculos citados
acima, apenas os intercostais e o diafragma são músculos exclusivamente respiratórios, ou
seja, os outros músculos além da estabilização de partes ósseas, podem auxiliar em
movimentos dos membros superiores, e podem ser acionados em qualquer fase da
respiração, dependendo da demanda respiratória. Entretanto, antes de participar deste
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processo fisiológico, os músculos devem ser aptos a realizarem sua função primordial,
estabilizar as estruturas ósseas.
2.7.1 Músculos da Respiração
O diafragma é um músculo ímpar e assimétrico, servindo de separação
musculotendínea em forma de cúpula entre as cavidades torácica e abdominal
(SOUCHARD, 1989; MOORE, 1994).
Existem duas cúpulas, uma direita e outra esquerda, a primeira está posicionada
mais acima em indivíduos normais que estão em repouso, devido à localização do fígado
(COSTA, 1999). Assim a cúpula direita é observada na altura da nona vértebra torácica, e a
do lado esquerdo ao nível da décima vértebra (SCALAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
O diafragma delimita o assoalho da cavidade torácica e o teto da cavidade
abdominal. Durante a respiração, movimenta-se para baixo na inspiração e para cima na
expiração (MOORE, 1994).
É o músculo principal para a realização dos movimentos inspiratórios, pois é
responsável por 2/3 a 3/4 da ventilação, ou seja, aproximadamente 70% de todo o ar
mobilizado na respiração em repouso (CARVALHO e COSTA, 1976; AZEREDO, 2002).
O diafragma é constituído por 55% de fibras musculares oxidativas aeróbicas do
tipo I, apresentando assim resistência à fadiga, conferindo ao músculo a capacidade de
trabalho por 24 horas contínuas (AZEREDO, 2002).
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Sua inervação origina-se das raízes anteriores 4º, 5º e 6º segmentos cervicais, que
entram em contato com o diafragma através dos nervos frênicos. (CARVALHO e COSTA,
1976).
Este músculo é composto de uma porção muscular periférica e outra porção
aponeurótica central, também denominada de centro tendíneo. As fibras que formam a
porção muscular do diafragma convergem radialmente para o tendão central (MOORE,
1994). A região muscular é por sua vez dividida em porção vertebral, costal e esternal,
devido as diferentes origens do músculo (SOUCHARD, 1989).
A parte central do diafragma é formada pelas fibras musculares que convergiram
radialmente, como descrito anteriormente, unindo-se ao centro tendíneo, que não possui
fixações ósseas (MOORE, 1994; SOUCHARD, 1989).
Para Souchard (1989), a porção vertebral é formada por dois pilares, ou seja, dois
grossos feixes de fibras de comprimentos diferentes, originados nas vértebras lombares. O
pilar direito insere-se sobre os discos intervertebrais L1-L2 e L2-L3 descendo às vezes até
L3-L4, e o pilar esquerdo insere-se sobre o disco L2-L3.
Moore (1994), descreve que a parte costal constituí-se por largas fitas musculares
originadas das faces internas das seis costelas inferiores e cartilagens costais. Estas faixas
entremeiam-se no músculo transverso do abdômen. As partes costais formam as cúpulas
direita e esquerda. Souchard (1989), relata a constituição da porção esternal da seguinte
maneira: por um ou dois feixes musculares divergentes e originados na face posterior do
processo xifóide.
O diafragma pode ter sua eficiência reduzida por diversas alterações clínicas que
podem levar a lesões musculares ou nervosas. Outras patologias que podem alterar a
mecânica do diafragma são: intoxicações, tetania, atelectasias, derrames pleurais de grande
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extensão, tumores pulmonares, paralisias do plexo braquial, traumatismos cervicais,
gravidez e doenças neurológicas (AZEREDO, 2002).
Ainda que o diafragma seja um músculo primordial da respiração, este não é
essencial para a sobrevivência. Pois a ventilação pode ser mantida de maneira suficiente
com a utilização dos músculos acessórios quando o diafragma encontra-se paralisado
(SCALAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
Os intercostais externos auxiliam o diafragma durante a inspiração, pois elevam
os arcos costais na inspiração (CARVALHO e COSTA, 1976). Estes se originam das
bordas inferiores das costelas e se inserem nas bordas superiores. Estes músculos além de
respiratórios, auxiliam na estabilização postural, pois, realizam a manutenção da forma da
caixa torácica através da manutenção dos espaços intercostais (KENDALL, MCCREARY e
PROVANCE, 1995; SOUCHARD, 1989).
Os supracostais participam da inspiração calma, pois efetuam a elevação das
costelas. Segundo Kapandji (2000), sua origem é no vértice da apófise transversa e sua
inserção na margem superior da costela subjacente.
Também participam da inspiração calma os paraesternais, que atuam na prevenção
do deslocamento do tórax para baixo e para dentro, devido a queda da pressão intra-pleural
provocada pela contração do diafragma (PINHEIRO, 2001).
O esternocleidomastóideo (ECOM) atua como um músculo acessório na
inspiração. Tem como origem o processo mastóideo e linha nucal superior, e como pontos
de inserção a clavícula e o manúbrio do esterno (SOUCHARD, 1989). É recrutado durante
a inspiração profunda, pois eleva a primeira costela e o esterno, colaborando para a
ascensão do diâmetro antêro-posterior do tórax (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE,
1995; SCALAN, WILKINS e STOLLER, 2000).
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Sob o esternocleidomastóideo existem três músculos escalenos. O músculo
escaleno anterior origina-se no processo transverso de C3 até C6 e insere-se na superfície
superior da primeira costela. O escaleno médio origina-se no processo transverso de C2 a
C7 e tem a mesma inserção do escaleno anterior. O posterior é o menor, origina-se de C5
até C7 e tem como inserção a segunda costela (LIPPERT, 1996).
Os músculos escalenos têm a mesma função e unem-se para melhor eficácia
durante seu funcionamento na inspiração (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE,
1995). Estes músculos são densos, fibrosos, reforçados pela aponeurose cervical profunda
(SOUCHARD, 1989). Realizam a elevação da 1º e 2º costela, promovendo a inspiração
profunda (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995).
Outro músculo acessório é o serrátil anterior, Kendall, Mccreary e Provance
(1995), descrevem a origem deste músculo na 8º e 9º costela e sua inserção na superfície
costal da borda medial da escápula. Quando a escápula está estável em adução pela ação
dos rombóides, o serrátil ajuda na inspiração forçada.
O trapézio é um grande músculo com o formato de diamante que se localiza na
região dorsal superior da coluna. Devido as diferentes orientações de suas fibras, e
conseqüentemente das linhas de tração, este músculo é dividido em três: trapézio superior,
médio e o inferior (LIPPERT,1996).
O trapézio superior se origina na linha nucal superior, protuberância occipital
externa e ligamento nucal superior e insere-se no terço externo da clavícula (SOUCHARD,
1989). Kendall, Mccreary e Provance (1995), acreditam que o papel deste músculo na
respiração é assistir na inspiração forçada auxiliando a elevação da caixa torácica.
O músculo grande dorsal participa na inspiração profunda, pois suas fibras
posteriores ativam-se durante a extensão de tronco (KENDALL, MCCREARY e
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PROVANCE, 1995).
As origens deste músculo são: na margem lateral da escápula, em contato com o
rombóide, e sua porção superior eleva-se até o ângulo superior da escápula, e a porção
inferior desce até o ângulo inferior. Insere-se na porção lateral entre as nove ou dez
primeiras costelas através de fibras que penetram entre as fibras do oblíquo externo do
abdômen. Este músculo pode efetuar a elevação das quatro últimas costelas, sobre as quais
está sua inserção, quando o membro superior apresenta-se fixo (SOUCHARD, 1989).
Os peitorais também são enquadrados como músculos colaboradores para
eficiência do processo inspiratório. Para Kendall, Mccreary e Provance (1995), os peitorais
são divididos em dois músculos, devido as suas origens e inserções diferentes.
Lippert (1996) descreve o peitoral maior como um músculo largo que também
possui linhas de tração desiguais, podendo desta forma ser dividido em duas partes: a
porção clavicular e a esternal. A primeira porção tem origem no terço medial da clavícula e
insere-se no lábio lateral do sulco biccipital do úmero. A segunda porção apesar de possuir
a inserção semelhante à primeira, origina-se no esterno e na cartilagem costal das seis
primeiras costelas.
O músculo peitoral maior é recrutado durante uma inspiração forçada ou
profunda, pois com braços e ombros fixos, sua inserção torna-se o ponto origem; desta
forma ele realiza a tração do tórax, conseqüentemente elevando as costelas e ascendendo o
diâmetro antêro-posterior (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995),
O músculo peitoral menor origina-se no processo coracóide e insere-se na terceira,
quarta e quinta costela (SOUCHARD, 1989). Este colabora na inspiração forçada, elevando
as costelas. (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995). Souchard, (1989), acredita
que sua função é prolongar a função dos músculos escalenos.
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Os intercostais internos atuam na expiração forçada e originam-se nas superfícies
internas das costelas e cartilagens costais e inserem-se nas bordas superiores das costelas
inferiores (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995). São ativados frente a uma
contração abdominal e atuam na depressão das costelas (SOUCHARD, 1989; KISNER e
COLBY 1998).
A contração dos cinco feixes do triangular do esterno permite a descida das
cartilagens costais em relação ao esterno, demonstrando a sua atuação durante a atitude
expiratória. Kapandji (2000), descreve suas fibras, que se inserem nas cartilagens da
segunda a sexta costela, com a disposição oblíqua para baixo e para dentro.
Entre os músculos acessórios da expiração, os mais discutidos são os abdominais.
Para Kapandji (2000), os abdominais contraídos abaixam a parte inferior do tórax,
reduzindo os diâmetros transversais e antêro-posterior do tórax. Estes atuam também no
aumento da pressão intra-abdominal, deslocando as vísceras para cima e permitindo a
ascensão do centro frênico, ocorrendo a diminuição do diâmetro vertical do tórax. São
divididos em:
• Oblíquo interno: originado na aponeurose lombar e crista ilíaca ântero-superior,
inserindo-se nas três ou quatro últimas costelas, linha alba, ligamento inguinal e no
púbis (SOUCHARD, 1989).
• Oblíquo externo: originado no púbis, ligamento inguinal, crista ilíaca e linha alba.
Insere-se sobre as oito últimas costelas através de inserções imbricadas com o serrátil
anterior e o grande dorsal (SOUCHARD, 1989). Quando contraído reduz o diâmetro
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transversal do tórax, auxiliando na desinsuflação dos pulmões (SCALAN, WILKIN S e
STOLLER, 2000). Realiza um trabalho antagonista ao diafragma.
• Transverso do abdômen: originado na aponeurose lombar, processos transversos das
vértebras lombares, crista ilíaca e ligamento inguinal. Tem inserção na face interna das
seis últimas cartilagens costais, através das digitações cruzadas com o diafragma,
aponeurose anterior do transverso e também sobre a linha alba (SOUCHARD, 1989)
• Reto do abdômen: originado na crista púbica e inserido na quinta, sexta e sétima
cartilagens costais (SOUCHARD, 1989).
2.8 Relação Sinergista entre o Diafragma e os Abdominais
O padrão normal da respiração resulta de uma ação sinérgica, onde existe a
participação do diafragma e de todos os outros músculos respiratórios. Na inspiração há a
contração dos músculos inspiratórios, e o diafragma é considerado o de maior importância,
visto que, sozinho, amplia os três diâmetros do volume torácico.
No momento da contração deste músculo, devido as suas inserções, o centro
frênico desce até o encontro das vísceras abdominais, aumentando o diâmetro no sentido
longitudinal, sendo esta fase da contração diafragmática conhecida como insercional. Neste
momento a pressão intratorácica é reduzida e a pressão intra-abdominal aumentada
(SCALAN, WILKINS e STOLLER, 2000). Pode-se comparar o diafragma com o êmbolo
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de uma seringa, deslizando no interior desta (MOORE, 1994; TARANTINO, 1997;
SOUCHARD, 1989; KAPANDJI, 2000). Os supracostais atuam também no aumento deste
diâmetro (KAPANDJI, 2000).
A partir deste instante, onde a massa das vísceras abdominais oferece uma
resistência à descida do centro frênico, este se converte em ponto fixo. As fibras
musculares, que agem a partir da periferia do centro frênico, elevam as costelas inferiores
aumentando o diâmetro transversal do tórax inferior. Simultaneamente, em relação à
obliqüidade das costelas, há a mobilização da cartilagem costal e conseqüentemente do
esterno. Logo, também ocorre a elevação das costelas superiores e o aumento do diâmetro
antêro-posterior, esta fase é denominada de justaposicional (KENDALL, MCCREARY e
PROVANCE, 1995; SOUCHARD, 1989; KAPANDJI, 2000).
Os músculos intercostais externos servem para colaborar no aumento do diâmetro
antêro-posterior, pois a orientação oblíqua de suas fibras e a forma das costelas permite sua
ação no ato inspiratório (SLONIM e HAMILTON, 1984). Este processo é representado na
figura 4.
Figura 4: Processo da Inspiração
Fonte: Disponível em: <www.interfisio.com.br>. Acesso em 01 de mai de 04.
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Figura 5: Processo da Expiração
Fonte: Disponível em: <www.interfisio.com.br>. Acesso em 01 de mai de 04.
Na expiração, os músculos inspiratórios se relaxam, ocorrendo a redução do volume
pulmonar adquirido durante a inspiração (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE,
1995). Em uma expiração forçada os abdominais tracionam a caixa torácica para baixo e
forçam o deslocamento para cima das vísceras abdominais, conseqüentemente empurrando
o diafragma para cima (GUYTON e HALL, 1998). O processo é representado na figura 5.
Anteriormente foi descrita a importância do diafragma na mecânica inspiratória,
assim como dos abdominais na expiração forçada, demonstrando a idéia do trabalho
antagonista entre eles. Entretanto, existem alguns momentos onde parecem assumir o
posicionamento sinergista, por exemplo, na manutenção do posicionamento do centro
tendíneo, que ocorre na contração do diafragma, e é executada pelos abdominais,
melhorando a eficácia diafragmática (KAPANDJI, 2000; PRYOR e WEBBER, 2002;
AZEREDO, 2002; DAVIES, 1996; COSTA, 1999).
Kapandji (2000), acredita que durante a inspiração é vista a contração do
diafragma através do abaixamento do centro frênico, que promove o aumento do diâmetro
vertical do tórax; neste momento existe a resistência ao movimento, que advém
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principalmente das massas das vísceras abdominais. Esta massa é contida pelos músculos
abdominais.
Se estes músculos não realizassem essa função, o conteúdo abdominal seria
empurrado para baixo e para frente, e o centro frênico não poderia tornar-se um ponto fixo
e assim dar continuidade à inspiração, pois não ocorreria a elevação das costelas inferiores
e o aumento do diâmetro transversal do tórax. Paula (1984), relata que se isto ocorresse
existiria uma atitude anti-inspiratória, pois ocorreria o tracionamento dos arcos costais e do
esterno para o interior do tórax.
Azeredo (2002), Martin e De Troyer (1982), descreveram que a contração
abdominal contribui para o aumento em comprimento do diafragma, uma vez que ocorre
um melhor posicionamento do centro tendíneo, assim o diafragma inicia a inspiração com o
comprimento maior. Kapandji (2000) e Azeredo (2002), defendem que as ações dos
músculos abdominais reduzem a carga sobre o diafragma, pois aumentam sua velocidade
de contração.
Desta forma melhora-se a eficácia deste músculo, simultaneamente seu raio de
curvatura diminui, desenvolvendo uma pressão transdiafragmática maior. Quando o
diafragma se contrai, a pressão abdominal aumenta, e a pressão intrapleural por sua vez
diminui, fica negativa, permitindo que ocorra a expansão da parede anterior abdominal
(AZEREDO, 2002).
Portanto, nota-se a contração de ambos de maneira permanente, divergindo apenas
na quantidade de força da contração exercida. Isto é observado durante o ato inspiratório,
onde a tensão do diafragma é maior e a dos abdominais reduzidas, enquanto na expiração o
abdominal assume maior poder de contração em relação ao diafragma (KAPANDJI, 2000).
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2.9 Força Muscular
Quando um músculo é submetido a um protocolo com repetições e cargas,
previamente estipuladas, pode-se produzir hipertrofia muscular, força ou resistência do
músculo esquelético (AMONETTE e DUPLER, 2002). McArdle (1998), Hamill e Knutzen
(1999) e Kisner e Colby (1998) concordam que o vigor máximo de um músculo ou grupo
muscular é denominado de força.
Enoka (2000), acredita que força é como um agente apto a produzir a mudança de
estado do repouso ou de movimentação de um objeto. Com o objetivo prático, o termo
força é definido como a capacidade de exercer tensão contra uma resistência, existindo
fatores que a influenciam como: os mecânicos, fisiológicos e psicológicos. (RAMOS,
2000).
Wilmore e Costill (2001), relatam que a resistência muscular aumenta com o
ganho da força muscular e também com as alterações ocorridas nas funções metabólicas e
circulatórias locais decorrentes do treinamento. O mesmo autor acrescenta que a resistência
muscular é a aptidão dos músculos desenvolverem e sustentarem ações musculares
repetidas, como é notado, por exemplo, nas flexões abdominais.
Em treinamentos aeróbicos, existe o condicionamento da musculatur a respiratória,
principalmente do diafragma, dos intercostais e dos abdominais, ocasionado alterações ao
nível de força e resistência dos mesmos. Estas modificações são responsáveis por favorecer
a biomecânica respiratória, e conseqüentemente a respiração.
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É fato notório que os músculos respiratórios se adaptam ao treinamento aeróbio.
Quando estes músculos são submetidos a este treinamento, eles trabalham através do
metabolismo aeróbico para satisfazerem suas necessidades do oxigênio. Portanto, quando o
músculo é treinado, a ventilação é favorecida, tanto em momentos mais calmos, quanto em
exercícios mais extenuantes (AMONETTE e DUPLER, 2002).
2.10 Avaliação de Força dos Músculos Respiratórios
A avaliação da força muscular dos músculos respiratórios é importante para que
seja conhecido e quantificado seu trabalho muscular. Seguindo a base da fisiologia da
respiração, considera-se que a força gerada pelos músculos respiratórios é mensurada pela
pressão gerada pelos mesmos, e que o estiramento do músculo é avaliado pela alteração de
volume criada, e a velocidade da contração é observada pela quantidade de fluxo originado
(AZEREDO, 2000).
A mensuração da força dos músculos da respiração tem grande aplicação, pois
permite o diagnóstico de insuficiência respiratória por falência da musculatura e auxilia o
estabelecimento de protocolos de fortalecimentos da musculatura respiratória (AZEREDO,
2002).
Um dos métodos mais simples existente para tal avaliação foi proposto em 1871
por Leo Black e Robert Hyatt, quando utilizaram um manômetro com escalas em fase
negativa e positiva para mensurar as pressões respiratórias máximas. Este instrumento é
denominado de manovacuômetro, um aparelho de baixo custo composto por um tubo rígido
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e cilíndrico, com a extremidade distal parcialmente ocluída, pois apresenta um orifício com
1 a 2 mm de diâmetro. A extremidade proximal é aberta e encaixada a uma peça bucal, que
será acoplada a boca do indivíduo. Uma saída lateral e uma tubulação de plástico rígido
unem o tubo ao manômetro aneróide apto a medir as pressões negativas e positivas
(AZEREDO, 2000).
A peça bucal pode estar ausente, assim, a extremidade assume o papel da peça.
Geralmente ela pode ser de material semi-rígido ou rígido, como a borracha, o plástico e
papelão. Usualmente, ela é feita de borracha semi-rígida e com abas que se acoplam nos
sulcos lábios-gengivais, prevenindo vazamentos (SOUZA, 2002).
O orifício é necessário durante os esforços inspiratórios máximos, pois os
músculos da boca e da orofaringe podem originar uma pressão negativa que ilude o valor
da pressão produzida pelos músculos inspiratórios da caixa torácica, com a glote aberta ou
fechada. O pequeno orifício é utilizado para dispersar as pressões criadas pela musculatura
do rosto e da orofaringe, sem alterar a pressão produzida pelos músculos da caixa torácica
com a glote aberta (SOUZA, 2002).
A medida da força deve ser realizada com a via área ocluída e com o máximo
esforço voluntário do indivíduo (AZEREDO, 2000). Souza (2002), defende que para a
realização deste teste, o indivíduo deve adotar a posição sentada e o tronco deve assumir
uma angulação de 90º com as coxas.
Para Souza (2002), a pressão inspiratória máxima (Pimáx) pode ser medida a
partir de uma expiração máxima, quando os pulmões assumem o volume residual.
Entretanto, esta pode ser medida também a partir de uma expiração calma, quando os
pulmões assumem a capacidade residual funcional. Em indivíduos normais, a Pimáx tem
como valor médio 115cmH 2 O. (AZEREDO, 2000).
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A pressão expiratória máxima (Pemáx) é mensurada a partir de uma inspiração
máxima, quando os pulmões estão com a capacidade pulmonar total, ou a partir de uma
expiração calma. (SOUZA, 2002). A Pemáx tem como valor médio de um adulto jovem
entre 100 a 150mmH 2 O. (AZEREDO, 2000).
2.10.1 Cirtometria dinâmica
Uma das maneiras para a mensuração da mobilidade toracoabdominal é a
toracometria ou cirtometria dinâmica, que significa a medida do perímetro torácico durante
os movimentos respiratórios (CARVALHO, 2001; COSTA, 1999).
A técnica consiste em medir as circunferências torácicas durante as fases
expiratória e inspiratória máximas. A diferença entre as duas medidas oferece informações
sobre a expansibilidade e retração dos movimentos tóraco-abdominais (COSTA, 1999;
CIPRIANO, 1999).
Essas medidas são feitas com fita métrica e devem ser realizadas, no mínimo, em
dois pontos diferentes: região axilar e região xifoidiana, para o tórax, e região umbilical,
para o abdome (COSTA, 1999).
Normalmente a expansibilidade de uma mulher jovem tem valor aproximado de
2,5 centímetros, e para os homens o valor é de 5 centímetros. Valores que difiram dos
valores anteriores, para mais ou menos são graduados como expansibilidade aumentada ou
diminuída, respectivamente (CIPRIANO, 1999).
A mobilidade toracoabdominal depende da anatomia das costelas, sendo as
superiores menos oblíquas que as inferiores. O efeito dos movimentos costais depende
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desta disposição, quanto mais oblíquas, maior seu movimento. Portanto, a expansão da
caixa torácica é proporcional à amplitude de elevação das costelas (TRIBASTONE, 2001).
A expansão da caixa torácica também ocorre em função do comprimento das
cartilagens costais. As costelas articulam-se com o esterno mediante cartilagens cujo
comprimento vai aumentando da 1ª à 10ª costela. Assim, a parte inferior do tórax é mais
móvel que a superior (TRIBASTONE, 2001).
2.10.2 Avaliação de força dos músculos abdominais superiores e inferiores
O músculo reto abdominal é longo e plano formado por duas faixas musculares
que se estendem por todo comprimento da face ventral do abdome, separados pela linha
Alba. É responsável pela flexão de tronco, permite que a região anterior da parede
abdominal encontre-se em tensão, e colabora com a compressão do conteúdo abdominal
(KAPANDJI, 2000).
Observando a ação do reto abdominal nota-se que, ao fixar a pelve é permitido o
movimento do tórax no sentido da pelve, e quando a fixação ocorrer no tórax, a pelve se
move no sentido do tórax. A comparação entre esses movimentos demonstra que o reto
abdominal pode ser divido em dois: parte superior e inferior (KAPANDJI, 2000).
O abdominal inferior tem como habilidade manter a retificação da coluna lombar
contra um aumento gradativo da resistência oferecida pelo movimento de abaixamento dos
membros inferiores (MMII) (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995).
O abdominal inferior pode ser testado com o indivíduo em supino, posicionado
primeiramente com a flexão de quadril, e a extensão de membros inferiores, após é
solicitado a extensão dos MMII. Kendall, Mccreary & Provance em (1995), relataram que a
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resistência do teste oferecida pelos flexores de quadril durante o movimento de abaixar os
MMII, tende a inclinar a pelve anteriormente, agindo de maneira contrária aos abdominais
que tentam manter a pelve com inclinação posterior. À medida que o ângulo formado entre
a superfície e os MMII, vai diminuindo, há o aumento de resistência aos abdominais devido
à contração excêntrica dos flexores de quadril.
A graduação de força da porção inferior do reto abdominal é feita conforme a
habilidade de manter a coluna lombar retificada no apoio, durante o movimento de
abaixamento das pernas. Durante este movimento, deve-se perceber a formação da lordose
lombar, neste momento anota-se o ângulo formado entre os MMII e a superfície. Se o
indivíduo for apto para manter a coluna lombar retificada, enquanto o ângulo entre os
MMII e o apoio assumirem valores entre 90º a 60º, o indivíduo é classificado como tendo
força regular. Se os valores estiverem entre 59º a 30º o grau de força é considerado bom, e
quando o ângulo for 29º ou menor, o abdominal é considerado como tendo força normal
(KENDALL, MCREARY e PROVANCE, 1995).
A região superior do músculo reto abdominal é responsável pela flexão anterior
do tronco. Para que sua força seja graduada, o indivíduo deve ser posicionado em decúbito
dorsal, e realizar a flexão da coluna no sentido da pelve. A resistência do teste é
proporcionada pelo peso da cabeça, tronco superior e braços, que podem ser colocados em
diferentes posicionamentos (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995).
Para a graduação de força desta porção do reto abdominal, o indivíduo é
posicionado em decúbito dorsal, com a extensão de membros inferiores. O indivíduo inicia
o enrolamento de tronco lentamente e a resistência do teste é oferecida pelo posicionamento
dos membros superiores (MMSS) (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995).
Primeiramente, os MMSS são estendidos à frente e o indivíduo deve manter a flexão da
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coluna vertebral, entretanto, se a flexão não fosse mantida, a força é classificada como grau
regular (5). Contudo se houver aptidão para manter a flexão da coluna, a força é graduada
como regular (6+) (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995).
Pessoas com grau de força bom (8), possuem a habilidade de realizar o exercício
com os MMSS cruzados sobre o tórax, além de manter a flexão da coluna (KENDALL,
MCCREARY e PROVANCE, 1995). Indivíduos com grau de força normal realizam o
exercício com os membros superiores colocados atrás da cabeça, e mantêm a flexão da
coluna vertebral (KENDALL, MCCREARY e PROVANCE, 1995).
2.10.3 Avaliação de força do músculo diafragma
Este teste não é objetivo, pois é realizado de maneira indireta e manual, entretanto
é um teste prático por não ser invasivo (COSTA, 1999). A avaliação é realizada com o
indivíduo em supino, e a região hipotênar das mãos do examinador entra em contato com o
rebordo costal, e é solicitada a inspiração (COSTA, 1999).
A força pode ser graduada segundo Costa (1999): em ruim, regular e bom.
Quando o examinador não consegue sentir a pressão nos dedos durante a inspiração, a força
é classificada como ruim. O indivíduo que consegue realizar a contração do músculo,
porém não expulsa a mão do examinador, obtém grau de força regular. O diafragma
graduado como bom tem habilidade de expulsar a mão do examinador, expandindo o
abdômen sem a contração abdominal.
3 METODOLOGIA
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3.1 Tipo de Estudo
Este trabalho consiste em um ensaio clínico randomizado.
3.2 Amostra
O presente estudo foi realizado na Clínica de Fisioterapia da Universidade do Oeste
do Paraná, na cidade de Cascavel – PR, no período compreendido entre março e setembro
no ano de 2004. A amostra foi composta de 16 estudantes universitários do curso de
Fisioterapia da UNIOESTE, com idade entre 20 a 27 anos de ambos os sexos, escolhidos
aleatoriamente. Como critério de inclusão deveriam apresentar fraqueza da musculatura
inspiratória e abdominal, além da disponibilidade e tempo para receber a abordagem
proposta na pesquisa. Os indivíduos iniciaram o estudo após assinarem o termo de
consentimento livre e esclarecido (Apêndice 01).
Foram excluídos do estudo os praticantes de exercícios físicos envolvendo
exercícios relacionados à musculatura abdominal, ou que realizaram algum tipo de
reeducação respiratória durante o período da pesquisa. Também foram excluídos os
indivíduos que apresentavam patologias respiratórias, os tabagistas e as gestantes e aqueles
que apresentaram três faltas consecutivas ou mais do que três faltas intercaladas durante a
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execução do protocolo proposto.
Na tabela 1 serão demonstrados as idades e o sexo de cada participante do estudo.
Tabela 1: Apresentação das Características da Amostra
G1
G2
PARTICIPANTES
1
2
3
4
5
6
7
8
IDADES
20
20
27
22
21
22
23
23
SEXO
F
F
F
F
F
F
F
F
1
2
3
4
5
6
7
22
21
20
20
23
23
22
M
M
F
F
F
F
F
8
21
F
Fonte: dados da autora (2004).
A amostra foi dividida aleatoriamente em dois grupos de oito pessoas. O primeiro
foi denominado de grupo controle (G1) e o segundo de grupo tratamento (G2). O grupo
controle (G1) participou das avaliações iniciais e finais. O grupo tratamento (G2) foi
submetido ao protocolo de condicionamento abdominal e participou das avaliações.
O protocolo cinesioterapêutico (apêndice 2) para fortalecimento foi aplicado duas
vezes por semana, totalizando 20 sessões de 30 minutos cada distribuídos em 12 semanas .
O programa de fortalecimento constituiu-se por duas séries de exercícios abdominais com
graus de dificuldade diferentes. Os exercícios foram agrupados desta forma para serem
aplicados de acordo com o grau de força apresentado pelos participantes.
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Os indivíduos iniciaram o tratamento com a série I do protocolo, e a partir do
momento que houve a diminuição da dificuldade na realização dos exercícios da série,
(evidenciada pela autora do estudo e relatada pelo indivíduo participante) esta era alterada.
3.3 Avaliações
Foram avaliadas as Pressões Inspiratórias Máxima, Expiratória Máxima, a
expansibilidade tóraco-pulmonar através da Cirtometria Dinâmica e a Força Diafragmática
através do Teste Manual de Força do Diafragma, antes e após da aplicação do protocolo
cinesioterapêutico, que ocorreu durante o período de vinte e seis de junho a dezessete de
setembro do ano de dois mil e quatro.
A força da musculatura inspiratória foi analisada através do manovacuômetro da
marca Gerar. Na avaliação da Pimáx o indivíduo expirou até alcançar seu volume residual,
e logo após acoplou-se à peça bucal realizando um esforço inspiratório máximo. Para
facilitar esta mensuração, o indivíduo foi treinado através dos seguintes comandos verbais;
“Ponha o ar para fora, ponha o ar para dentro, PONHA TODO O AR PARA FORA,
ENCHA O PEITO DE AR”. O número de manobras realizáveis foi limitado em cinco.
Destas, três deveriam ser aceitáveis, ou seja, não era permitido vazamentos e a duração do
esforço realizado deveria ser mantida por pelo menos 2 segundos. A pressão mais elevada
gerada em qualquer momento de cada manobra foi visualizada no manômetro e anotada. A
avaliação foi realizada conforme o Consenso de Pneumologia de 2002.
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Figura 6: Manuovacuometria
Fonte: a autora (2004)
Para
a
avaliação
da
Pemáx,
foram
utilizados
praticamente
os
mesmos
procedimentos descritos anteriormente. Divergindo nos comandos verbais, os indivíduos
avaliados eram solicitados a inspirar até alcançar a capacidade pulmonar total, e logo após,
realizaram um esforço expiratório máximo. Nesta mensuração, também foram empregados
os comandos verbais: “Ponha o ar para dentro, ponha o ar para fora, ENCHA O PEITO DE
AR, SOPRE COM TODA FORÇA”.
A avaliação da expansibilidade foi realizada através da Cirtometria Dinâmica,
mensurada com uma fita métrica de largura 1 cm, graduada de 0,5 em 0,5 cm, nos níveis
axilar, mamilar e xifoídeo. O teste foi realizado da seguinte maneira, o indivíduo foi
posicionado em pé, e em torno de seu tórax desnudo foi colocado uma fita métrica no nível
axilar, mamilar (a fita passa anteriormente ao mamilo dos homens e logo acima das
mulheres), xifoídeo (anteriormente ao ângulo de Charpy). O paciente foi instruído a realizar
expirações e inspirações máximas. Observou-se a diferença entre os dois valores e o
resultado foi anotado.
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Figura 7: Teste do Abdominal Superior
Fonte: a autora (2004)
Para a mensuração de força dos abdominais superiores, o indivíduo foi
posicionado em decúbito dorsal, sobre uma superfície firme, e era solicitado o enrolamento
de tronco com a extensão dos MMSS a frente, sendo que os MMII deveriam permanecer
em extensão. O posicionamento do braço foi alterado para dificultar a realização do
exercício, com fins de classificação do grau de força destes músculos.
Para a mensuração da força muscular dos abdominais inferiores, o indivíduo foi
posicionado em decúbito dorsal sobre uma superfície firme, os antebraços cruzados a frente
do tórax impossibilitando que o cotovelo fosse utilizado como suporte. O examinador
auxiliou na elevação dos membros inferiores (MMII) para posição vertical, mantendo os
joelhos em extensão, solicitando logo após que o indivíduo mantivesse a retificação da
coluna, durante a solicitação do abaixamento dos MMII (KENDALL, MCCREARY e
PROVANCE, 1995).
Para a avaliação manual da força do diafragma o indivíduo foi posicionado em
supino, com os braços ao longo do corpo. A região hipotenar das mãos do examinador era
posicionada no rebordo costal das últimas costelas, sendo solicitado ao indivíduo a
inspiração direcionando o ar para o abdômen (respiração diafragmática), na tentativa de
expulsar a mão do examinador.
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56
Figura 8: Teste Manual da Força Diafragmática
Fonte: a autora (2004)
3.4 Análise dos Dados
Para a análise dos dados foram utilizados os programas Minitab for Windows e
Microsoft Excel, os dados foram submetidos ao test t de Student. Nas avaliações da força
diafragmática e da força do abdominal, os dados foram convertidos em números, para a
realização da análise estatística e colocação dos dados em gráficos.
Para a mensuração da força do diafragma os resultados foram convertidos da
seguinte forma:
•
Quando a força diafragmática era graduada como ruim atribuiu-se o valor 1;
•
se a mesma recebe a graduação regular, o valor seria convertido para 2;
•
se a mensuração da força obtivesse grau bom, o valor atribuído era de 4.
Na avaliação da força do abdominal inferior, os valores foram convertidos em:
•
Grau de força equivalente a regular, seria convertido para 1;
•
grau de força bom, converteria-se para 3;
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57
•
grau de força normal,seria convertido para 4.
3.5 Materiais
Os materiais utilizados no estudo foram: fita métrica da largura 1 cm;
manovacuômetro da marca Gerar; bastões de PVC para realização dos movimentos dos
membros superiores; colchonetes (2m de comprimento, 1m de largura, 6cm de espessura).
4 ANÁLISE DOS RESULTADOS
Na tabela 2, são demonstrados os valores obtidos de Pimáx, antes e após a
aplicação do protocolo, para os dois grupos estudados. Na avaliação inicial o G1 teve como
média dos resultados da Pimáx e desvio padrão, respectivamente de 40 ± 11,95 cm H2 O. Na
mesma avaliação o G2 apresentou como média dos resultados e desvio padrão: 61,25 ±
13,56 cm H2 O. Na avaliação final as médias e os desvios dos resultados da Pimáx do G1
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alteraram para 41,25 ± 11,25 cm H2 O. Após a aplicação do protocolo, os dados do G2
variaram para 78,75 ± 13,56 cm H2O.
Tabela 2: Apresentação Dos Dados Da Pimáx Do Grupo G1 E G2.
Controle
Média
DP
Inicial
30
50
30
50
60
30
40
30
40,0
± 11,95
Final
30
50
40
60
50
30
40
30
41,25
± 11,25
Tratamento
Inicial
Final
70
90
70
80
50
90
60
70
80
90
40
50
50
80
70
80
61,25
78,75
± 13,56
± 13,56
DP-Desvio padrão
Fonte: a autora (2004)
O gráfico 1 apresenta a comparação da média dos resultados e os desvios padrões
da Pimáx antes e após o protocolo de condicionamento abdominal para G1 e o G2.
Analisando os dados iniciais e finais, observou-se que G1 não obteve um aumento
significativo do parâmetro avaliado, permanecendo a média dos resultados iguais. G2, após
a aplicação do protocolo, obteve o aumento de 28,57%, com p= 0,003 demonstrando que
houve significância estatística dos dados, podendo-se comprovar que o protocolo é eficaz
para alteração da força dos músculos inspiratórios.
Gráfico 1: Comparação da Pimáx entre G1 e G2
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59
130
120
*
110
PIMÁX
100
90
80
70
60
50
40
30
CONTROLE
TRATAMENTO
INICIAL
FINAL
* p<0,01.
Fonte: a autora (2004)
Na tabela 3 são visualizados os dados correspondentes a Pemáx. Antes da
aplicação do protocolo as médias e os desvios para G1 foi de 55 ± 16,3 cm H2O e para G2
77,5 ± 12,81 cm H2 O. Após as avaliações finais a média dos dados colhidos para G1 foi de
58,75 ± 15,52 cm H2 O e para G2 101,25 ± 19,59 cm H2 O.
Tabela 3: Apresentação Dos Valores Da Pemáx Do G1 E G2.
Controle
Média
DP
Fonte: a autora (2004)
Inicial
Final
40
40
50
80
70
40
70
50
55,0
± 16,30
40
50
50
80
80
50
70
50
58,75
± 15,52
Tratamento
Inicial
Final
100
80
60
70
70
80
70
90
77,50
± 12,81
140
120
90
100
90
100
80
90
101,25
± 19,59
O gráfico 2 mostra a média dos dados obtidos antes e após a aplicação do
protocolo em ambos grupos. Demonstrando um aumento da Pemáx nos dois grupos
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estudados, entretanto, o aumento que ocorreu no G1 não foi significativo, divergindo do G2
que apresentou significância estatística com p= 0,002, e aumento de 30,64%.
Gráfico 2: Comparação da Pemáx entre G1 e G2
*
140
Pemáx
120
100
80
60
40
CONTROLE
TRATAMENTO
INICIAL
*p <0,01
Fonte: dados da autora (2004)
FINAL
A tabela 4 apresenta os resultados da avaliação manual da força diafragmática nos
dois grupos avaliados. Na primeira avaliação observaram-se as seguintes médias dos
resultados: para G1 de 3,25 ± 1,03 cm H2 O e para G2 de 1,5 ± 0,53 cm H2 O. Na avaliação
final os dados alteraram-se para G1 de 3 ± 1,41 cm H2 O e G2 de 3 ±1,06 cm H2 O.
Tabela 4: Apresentação da Força do Diafragma do G1 e G2.
Controle
Média
DP
Tratamento
Inicial
Final
Inicial
Final
2
4
4
2
4
4
4
2
1
4
4
2
4
4
4
1
2
1
1
1
2
2
1
2
4
2
2
2
4
4
2
4
3,25
±1,03
3
±1,41
1,5
±0,53
3
±1,06
Fonte: a autora (2004)
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No gráfico 3 observa-se o aumento significante da força diafragmática do G2. O
decréscimo ocorrido no G1 não foi significativo estatisticamente, revelando que este grupo
não teve perda de força.
Gráfico 3: Comparação da Força do Diafragma entre G1 e G2
F diafrag
*
5,0
4,5
4,0
3,5
3,0
2,5
2,0
1,5
1,0
0,5
CONTROLE
TRATAMENTO
INICIAL
FINAL
*p<0,05
Fonte: dados da autora (2004)
A tabela 5 apresenta os dados da avaliação da força do músculo abdominal
superior. Na avaliação inicial as médias dos dados para G1 foi de 6 ± 0,92 cm H2O e para
G2 de 5,37 ± 0,51 cm H2 O. Na avaliação final, as médias dos resultados do G1 foi de 5,87 ±
0,99 cm H2 O e para G2 de 6,25 ± 1,16 cm H2 O.
Tabela 5: Apresentação da Força do Abdominal Superior do G1 e G2
Controle
Inicial
Final
5
6
8
6
6
5
6
6
5
5
8
5
6
6
6
6
Tratamento
Inicial
Final
5
6
6
5
5
5
5
6
6
6
8
8
5
6
5
6
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Média
DP
6
±0,92
5,87
0,99±
5,37
±0,51
6,25
±1,16
Fonte: a autora (2004)
No gráfico 4 também foram realizadas as comparações entre os valores médios da
força do abdominal superior, entre os dois grupos estudados. Observou-se um aumento de
16,38% para o grupo tratado. Todavia, este aumento não apresentou diferença estatística
(p= 0,06) entre os resultados iniciais e finais.
Gráfico 4: Comparação da Força do Abdominal Superior entre G1 e G2
8,5
*
8,0
ABD Sup
7,5
7,0
6,5
6,0
5,5
5,0
CONTROLE
*p >0,05
Fonte: dados da autora (2004)
TRATAMENTO
INICIAL
FINAL
Na tabela 6 são apresentados os dados da força dos músculos abdominais
inferiores obtidos durante as avaliações iniciais e finais para os dois grupos do estudo. A
média dos valores apresentados na avaliação inicial para G1 e G2 foi de 1 cm H2 O. Após
aplicação do protocolo as médias alteraram-se para 1,25 ± 0,7 cm H2 O para G1 e 2,25 ±
1,03 cm H2 O para G2.
Tabela 6: Apresentação da Força do Abdominal Inferior no G1 e G2
Controle
Inicial
1
1
Final
1
1
Tratamento
Inicial
Final
1
3
1
3
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Média
DP
Fonte: a autora (2004)
1
1
1
1
1
1
1
±0
1
1
1
1
1
3
1,25
±0,7
1
1
1
1
1
1
1
±0
1
3
1
3
3
1
2,25
1,03
De acordo com o gráfico 5, o grupo tratamento obteve um aumento de 25%, com
estatística significante (p= 0,01), indicando que o protocolo foi eficaz para o aumento da
força do abdominal inferior.
ABD INF
Gráfico 5: Comparação da Força do Abdominal Inferior entre G1 e G2
4,9
4,4
3,9
3,4
2,9
2,4
1,9
1,4
0,9
0,4
*
CONTROLE
TRATADO
INICIAL
FINAL
p <0,05
Fonte: dados da autora (2004)
A tabela 7 apresenta os dados avaliados de expansibilidade torácica dos participantes
do grupo controle e do tratamento.
Para o perímetro axilar, antes da aplicação dos exercícios, a média dos dados para
G1 foi de 2,78 ± 0,85 cm H2 O e para G2, 2,25 ± 0.6 cm H2 O. Após a aplicação dos
exercícios os dados variaram para 2,56 ± 0,72 cm H2 O no G1 e 3,2 ± 1,30 cm H2O em G2.
Para o nível mamilar a média dos dados dos participantes antes da aplicação do
protocolo foi 3,18 ± 0,79 cm H2 O no G1, e 3,31 ± 0,65 cm H2 O para G2. Após o trabalho de
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condicionamento abdominal a média dos dados foi de 3 ± 0,65 cm H2 O para G1 e 3,92 ±
1,56 cm H2 O para G2.
No perímetro xifoídeo a média dos dados iniciais foram 3,5 ± 0,59 cm H2 O para
G1 e 3,56 ± 0,97 cm H2 O para G2. Após o período destinado à aplicação do protocolo, as
médias dos dados variaram para 3 ± 0,92 cm H2 O em G1 e 4,37 ± 1,32 cm H2 O em G2.
Os valores médios das expansibilidades foram colocados em gráficos para a
melhor visualização dos resultados e também da evolução do grupo tratamento.
Comparando-se a expansibilidade nos níveis testados, percebe-se seu aumento nos
indivíduos submetidos ao protocolo. A expansibilidade do nível axilar sofreu um aumento
de 42,22% em seu valor inicial, o nível mamilar de 18,42% e o nível xifoídeo de 22,75%.
Nota-se ainda que aexpansibilidade do nível axilar foi a que sofreu o acréscimo mais
significante se comparada com os outros níveis, entretanto, nenhum dos perímetros
avaliados mostrou significância estatística.
Tabela 7: Apresentação Da Expansibilidade Torácica Do G1 E G2
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G1
AXILAR
MAMILAR
XIFOÍDEA
MÉDIAS
DP
G2
INICIAL
FINAL
INICIAL
FINAL
2
2,5
3,5
5
3,5
3,5
2
4
2
1,5
2
2
4
3
2
2
2,5
2,5
3,5
3,5
2,5
2
2
3,5
4
2,5
2
3
2,5
2
3,5
3,5
2
2
4,5
6.5
4
3,5
2,5
5.5
3,5
2,5
3,5
3,5
2
3
2,5
3
3,5
3,5
3,5
2
3
2,5
2
4,5
4
4
3,5
3
3,5
3
3,5
4
2,5
3
4,5
6,5
4
3,5
3,5
6
4
1
2
4
3
3
2,5
3
4
4
4
5
3,5
2,5
3
4
3
3,5
4,5
3,5
4
3,5
4,5
3
A: 2,78
A: 2,56
A: 2,25
A: 3,2
M: 3,18
M: 3
M: 3,31
M: 3,92
X: 3,5
X: 3
X: 3,56
X: 4,37
A: 0,85
A: 0,72
A: 0.6
A: 1,30
M: 0,79
M: 0,65
M: 0,65
M: 1,56
X: 0,59
X: 0,92
X: 0,97
X: 1,32
Fonte: a autora (2004)
Gráfico 6: Comparação da Expansibilidade Axilar entre G1 e G2
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4,5
EXPB AXILAR
4
3,5
3
2,5
2
1,5
1
CONTROLE
TRATAMENTO
INICIAL
FINAL
Fonte: dados da autora (2004)
Gráfico 7: Comparação da Expansibilidade Mamilar entre G1 e G2
5,5
EXPB MAMILAR
5
4,5
4
3,5
3
2,5
2
1,5
CONTROLE
TRATAMENTO
INICIAL
FINAL
Fonte: dados da autora (2004)
Gráfico 8: Comparação da Expansibilidade Xifoídea entre G1 e G2
EXPB XIFOIDEA
6,5
5,5
4,5
3,5
2,5
1,5
CONTROLE
TRATAMENTO
INICIAL FINAL
Fonte: dados da autora (2004)
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5 DISCUSSÃO
Perante aos resultados apresentados em nosso estudo, pode-se observar a melhora
da Pimáx, Pemáx, força dos abdominais e diafragma.
A Pimáx, principal parâmetro avaliado neste estudo, teve aumento significante,
condizendo com alguns autores, que divergem da idéia dos músculos abdominais serem
apenas atuantes na expiração forçada. A Pimáx refere-se à força do conjunto dos músculos
inspiratórios, e Costa (2003) relata que se o diafragma é o principal músculo da respiração,
quaisquer alterações da Pimáx reflete mudanças na força deste músculo. Ainda assim, para
comprovar o aumento da força do diafragma, neste estudo foi realizado o teste de
mensuração de força diafragmática manual. Este parâmetro também obteve aumento
quando comparado ao grupo inicial, comprovando que houve o aumento de sua força.
Ainda na década de 80, alguns autores relatam a importância do abdominal na
fixação do centro tendíneo, entretanto, não era referido se os abdominais conseguiam
interferir na dinâmica inspiratória. Martin e De Troyer em 1982, defendem que os músculos
abdominais além de alterar a configuração do tórax auxiliam na fixação centro tendíneo, e
proporcionam melhores vantagens mecânicas para efetuar a inspiração. De acordo com
Paula (1984), esta fixação ocorre no momento em que o abdominal promove o suporte da
massa visceral, impedindo que ocorra a atitude anti-inspiratória.
Hodges e Gandevia (2000), Iscoe (1998) e Azeredo (2002), concordam que os
músculos abdominais participam da coordenação postural e também das funções
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respiratórias. Isto é visto quando a contração dos abdominais proporciona o aumento
contínuo da pressão intra-abdominal, enquanto a circunferência do abdômen apresenta-se
reduzida. Esta alteração da circunferência do abdômen promove o alongamento do
diafragma, uma vez que seu apoio encontra-se reforçado, assim suas relações comprimentotensão tornam-se favoráveis, aumentando a contribuição passiva para a pressão
transdiafragmática (Pdi). Com base na fisiologia e biomecânica respiratória, pode-se
comprovar que o treinamento abdominal influenciou na dinâmica inspiratória.
O aumento da Pimáx e da força diafragmática avaliada manualmente provavelmente
ocorreu pela contribuição dos músculos expiratórios para a respiração, que também podem
atuar durante a inspiração como músculos adicionais. Resultados semelhantes foram
demonstrados em estudos realizados por Suzuki e colaboradores em 1999.
Era esperado o aumento da força do músculo abdominal, superior e inferior,
decorrente do seu treinamento específico. E antes mesmo da avaliação final, os
participantes declaravam que os exercícios eram extremamente cansativos no início do
protocolo, e se tornavam mais fáceis de executar durante o decorrer do estudo. Esta
avaliação subjetiva da força dos abdominais indica o possível aumento de força desta
musculatura.
Durante o desenvolver desta pesquisa, os indivíduos que estavam sendo submetidos
ao protocolo, relataram a redução da falta de ar durante a execução de atividades de vida
diária, que exigiam maior esforço, como, por exemplo, subir escadas. Depalo e seus
colaboradores em 2003, explicaram que um dos fatores que explicam a redução da falta de
ar é o recrutamento dos músculos abdominais durante manobras extenuantes de tronco, que
colaboram com o aumento da pressão abdominal. Quando esta é elevada, o diafragma
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encontra-se com maior suporte, minimizando a transmissão de pressão intra-abdominal
para o tórax, e proporcionando a diferença da Pdi.
Hodges et al (2000); Suzuki et al (1999) e Gorini et al (1997), acrescentam que os
músculos abdominais são recrutados durante exercícios leves e sua a contribuição aumenta
progressivamente com a ascensão da dificuldade do exercício. Quando a ventilação
aumenta voluntariamente, ocorre a contração dos abdominais, produzindo a expiração e
conseqüentemente aumentando o volume inspiratório, minimizando as possíveis alterações
comprimento-tensão favoráveis, aumentando a contribuição passiva para a pressão
transdiafragmática (Pdi).
Uma vez aumentada a força dos abdominais, conseqüentemente aumenta-se a
Pemáx, pois este teste mensura a força dos músculos expiratórios. Este aumento foi
comprovado estatisticamente quando comparado à avaliação inicial do grupo tratamento.
Entretanto, o grupo controle também obteve um aumento, porém não significativo.
Além das alterações na mecânica respiratória, esperavam-se alterações da
expansibilidade tóraco-abdominal. Quando se altera a dinâmica inspiratória prevê-se que
exista uma alteração do volume pulmonar, modificando a ventilação e conseqüentemente a
expansibilidade torácica. Costa (2003), descreve que estas alterações ocorrem pela
adaptação do organismo ao novo padrão de movimento respiratório. Esta alteração poderia
ser justificada também por um aumento no volume inspirado, uma vez que os músculos
inspiratórios
ficaram
mais
fortes,
confirmando
o
acréscimo
da
expansibilidade
toracopulmonar e a melhora da mecânica diafragmática. Contudo, não foi realizado o
estudo de volumes e capacidades pulmonares para comprovar se houve o aumento do
volume inspiratório.
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Os dados obtidos da expansibilidade torácica não foram estatisticamente
significantes quando comparados com o grupo controle e com a avaliação inicial.
Provavelmente, porque não foi executada a mensuração da amplitude de movimento da
caixa torácica, para verificar se existiam restrições prévias, impedindo o aumento da
expansibilidade. Ainda não estava presente no protocolo exercícios que visassem o
aumento da mobilidade torácica (PAULIN, BRUNETTO e CARVALHO 2003).
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6 CONCLUSÃO
Pode-se concluir com este estudo que os músculos abdominais
dos indivíduos submetidos ao protocolo proposto, obtiveram
aumento de força e proporcionaram alterações dos parâmetros
avaliados, entretanto, alguns deles não obtiveram aumentos
estatisticamente significantes. A força dos músculos abdominais
principalmente os inferiores, que já era esperada, aumentou devido à
intervenção específica. O objetivo deste estudo foi alcançado,
demonstrado através da melhora da força diafragmática e da Pimáx,
que apresentaram aumentos de 100% e 28, 57%, respectivamente.
Todavia, o aumento da expansibilidade não mostrou significância
estatística, demonstrando que o protocolo não influenciou este
parâmetro.
Com os dados obtidos, pode-se dizer que os músculos abdominais influenciam na
dinâmica inspiratória; mesmo assim, novos estudos devem ser realizados com o intuito de
comprovação destes resultados. Talvez, um estudo com amostra maior, e protocolo de
maior duração, sejam necessários para se obter melhores resultados. Contudo, se uma das
metas for o aumento da expansibilidade torácica, recomenda-se adicionar ao protocolo
alguns exercícios que visem a mobilidade da caixa torácica, além de avaliar a amplitude de
movimento desta estrutura antes e após a aplicação do mesmo.
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72
7 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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ANEXO 01 – APROVAÇÃO DA PROPOSTA DA PESQUISA
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APÊNDICE 1- FICHA DE AVALIAÇÃO
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Ficha de Avaliação
Nome:
_____________________________________________________________________
Data de Nascimento ____/_____/____
Sexo: M ( ) F ( )
Endereço:
__________________________________________________________________
Telefone ______________
Hábitos
de
____________________________________________________________
Prática de Esportes:
Sim (
Qual___________________________________
)
Não
Vida:
(
)
Realiza Reeducação Respiratória: Sim ( ) Não ( )
TESTES ESPECIAIS
FM Abdominais
Avaliação Inicial
Avaliação Final
Músculos Abdominais
Superiores
Músculos Abdominais
Inferiores
Força
Diafragmática:________________________________________________
Muscular
Cirtometria
Nível Axilar
Nível Mamilar
Nível Xifoídeo
Avaliação Inicial
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Avaliação Final
Data de mudança pra série II:
Data de mudança pra série III:
Obs:_____________________________________________________________________
_________________________________________________________________________
____
Data da avaliação ___/___/___
APÊNDICE 2 – PROGRAMA DE CONDICIONAMENTO ABDOMINAL
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PROGRAMA DE CONDICIONAMENTO ABDOMINAL
O programa de condicionamento abdominal, com graus diferentes, foi baseado em
autores como Morris (1998) e Brunetto (1997). Cada série foi composta por quatro
exercícios, onde foram preconizados: um exercício para a musculatura abdominal superior,
um para o abdominal inferior, um para os oblíquos e um último recrutando os abdominais
de maneira generalizada.
Série I
•
1º exercício: O indivíduo foi posicionado em decúbito dorsal, com flexão de quadril
e de joelho, os pés estavam apoiados e juntos. O indivíduo deixava as pernas caírem
para o lado (direito e esquerdo) lentamente enquanto expirava. A série era realizada
três vezes com 15 repetições para cada lado.
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Figura 9: Exercício 1 da Série I
Fonte: a autora (2004)
•
2º exercício: O indivíduo foi posicionado em decúbito dorsal, com joelhos
estendido. Com os braços ao longo do corpo, era iniciada a flexão da coluna
torácica, retirando apenas as escápulas do apoio. Este exercício foi realizado com
duas séries de 10 repetições, nas quais a contração isométrica dos abdominais era
mantida por 10 segundos.
Figura 10: Exercício 2 da Serie 1
Fonte: a autora (2004)
•
3º exercício: O exercício iniciava com o posicionamento do indivíduo em decúbito
dorsal, e com a extensão de quadril e joelhos, seguido pela flexão alternada de
quadril com o membro inferior em extensão de joelho. A série de exercícios foi feita
três vezes com 15 repetições.
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Figura 11: Exercício 3 da Série 1
Fonte: a autora (2004)
•
4º exercício: O indivíduo era posicionado em gato, e realizava a contração
abdominal durante as expirações, sem realizar movimentos com o quadril. Eram
realizadas três séries com 15 repetições.
Figura 12: Exercício 4 da Serie 1
Fonte: a autora (2004)
Série II
•
1º exercício: O indivíduo permanecia na posição sentada, com os pés afastados e
apoiados. Um bastão era posicionado ao nível das vértebras cervicais baixas, atrás
da cabeça, sendo que o indivíduo deveria segurar o bastão pelas extremidades e
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depois executar a rotação do tronco durante as expirações. Foram realizadas duas
séries de exercícios com 15 repetições.
Figura 13: exercício 1 da Série 2
Fonte: a autora (2004)
•
2º exercício: O indivíduo foi posicionado em decúbito dorsal, com joelhos
flexionados e pés apoiados e afastados 10 cm. Com os braços permanecendo
cruzados sobre a caixa torácica, era iniciada a flexão de tronco, retirando apenas as
escápulas do colchonete. Após a retirada das escápulas do apoio era mantida a
contração isométrica por 10 segundos, e repetida duas séries de 10 repetições.
Figura 14: Exercício 2 da Série 2
Fonte: a autora (2004)
•
3º exercício: Paciente em supino, joelhos flexionados e pés apoiados, mão colocada
atrás da cabeça. Inicia-se o exercício retirando apenas uma escápula do chão,
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realizando a rotação da coluna torácica, o braço atrás da cabeça vai ao encontro da
perna contralateral. Este exercício é conhecido por agir principalmente nos
músculos abdominais oblíquos.
Figura 15: Exercício 3 da Série 2
Fonte: a autora (2004).
• 4º exercício: O indivíduo era posicionado em gato. Durante a inspiração o
paciente realizava a elevação de um dos membros superiores e a contração
abdominal, e logo após a expiração sem esforço. Repetidas 2 séries de 10
repetições para cada membro.
Figura 16: Exercício 4 da Série 2
Fonte: a autora (2004)
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