UNISALESIANO CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICO SALESIANO AUXILIUM CURSO DE ENFERMAGEM ROZILENE EVERTON SANTANA PEREIRA CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA ÀS NOVAS TECNOLOGIAS PARA TRATAMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO NA REGIÃO SACRA LINS – SP 2014 ROZILENE EVERTON SANTANA PEREIRA CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA ÀS NOVAS TECNOLOGIAS PARA TRATAMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO NA REGIÃO SACRA Trabalho de conclusão de curso apresentado a Banca Examinadora do Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. Curso de enfermagem sob a orientação da Prof.ª. Fabiana Aparecida Monção Fidelis e orientação técnica da Profª Ma Jovira Maria Sarraceni. LINS – SP 2014 Pereira, Rozilene Everton Santana P465c Conhecimento dos enfermeiros da atenção primária as novas tecnologias para tratamento de úlcera por pressão na região sacra./ Rozilene Everton Santana Pereira. – – Lins, 2014. 56p. il. 31cm. Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium – UNISALESIANO, Lins-SP, para graduação em Enfermagem, 2014. Orientadora: Fabiana Aparecida Monção Fidelis 1. Úlcera por pressão na região sacra. 2. Atenção primária. 3. Novas tecnologias. CDU 616-083 ROZILENE EVERTON SANTANA PEREIRA CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA ÀS NOVAS TECNOLOGIAS PARA TRATAMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO NA REGIÃO SACRA Monografia apresentada ao Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium para obtenção do título de Graduação em Enfermagem. Aprovada em: ____/____/____ Banca Examinadora: Prof.ª. Orientadora: Fabiana Aparecida Monção Fidelis Titulação: Especialista em Administração dos Serviços de Saúde e Saúde Mental Assinatura: ________________________________ 1ª Prof.ª: ________________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ Assinatura: ________________________________ 2ª Prof.ª: ________________________________________________________ Titulação: _______________________________________________________ Assinatura: ________________________________ Posso ter defeitos, viver ansioso e ficar irritado algumas vezes, mas não esqueço de que minha vida é a maior empresa do mundo. E que posso evitar que ela vá à falência. Ser feliz é reconhecer que vale a pena viver, apesar de todos os desafios, incompreensões e períodos de crise. Ser feliz é deixar de ser vítima dos problemas e se tornar autor da própria história. É atravessar desertos fora de si, mas ser capaz de encontrar um oásis no recôndito da sua alma. É agradecer a Deus a cada manhã pelo milagre da vida. Ser feliz é não ter medo dos próprios sentimentos. É saber falar de si mesmo. É ter coragem para ouvir um “não”. É ter segurança para receber uma crítica, mesmo que injusta. Augusto Cury À Deus Dedico este trabalho que me deu o dom da vida, por guiar meus passos, que me deu força e sabedoria nos momentos mais difíceis que encontrei durante essa fase da minha vida. À minha mãe Que mesmo de longe me deu força me compreendeu e me incentivou em todos os momentos não deixando que eu desistisse nos momentos difíceis da minha vida. Obrigada por tudo, te amo. Aos meus irmãos Por estarem sempre me incentivando e me apoiando nessa minha caminhada, obrigada a todos. Aos meus queridos filhos Obrigada por existir, se não fosse vocês não teria força para alcançar meu objetivo, obrigado por me aguentar distante durante toda a faculdade, por deixar passar alguns momentos importantes, desculpe por tudo, amo vocês. Ao meu esposo Que sempre me apoiou e me incentivou na realização deste trabalho. Que me compreendeu e aguentou-me em todas as inquietações, angustias, ajudando na realização desta conquista, pois seria impossível avançar se eu não contasse com todo seu amor e seu carinho. Você é muito importante para mim! Amo você À minha amiga Hellen Por me impedir de desistir diante das dificuldades e angústias. Por me acompanhar de perto na realização desta conquista. E por ser minha amiga, obrigada. AGRADECIMENTO À Deus Que suas bênçãos caiam sobre mim me iluminando cada dia mais. À minha sogra e sogro Por me aguentar por tanto tempo em sua casa, por ajudar a cuidar dos meus filhos na minha ausência, por me apoiar nos momentos difíceis da minha vida. À minha orientadora Fabiana Com seu conhecimento, me guiou da melhor forma, teve paciência quando aparecia em sua sala nos momentos mais corridos e mesmo assim esteve disposta a me acolher, foi professora e amiga que tive a sorte de encontrar. Só tenha a agradecer e dizer que foi muito importante para a conclusão deste trabalho. À Jovira Que esteve comigo nos momentos tão difíceis corrigindo, foi professora, amiga. Brigava pelas orientações, conversas, mas tudo para o meu crescimento. Jovira muito obrigada, ficará a saudade de suas orientações. Aos professores e mestres Que marcaram minha vida e tanto me ensinaram, obrigada por tudo. À todos os amigos de faculdade Que compartilharam de tantas emoções nestes cinco anos, que farão parte de nossa história e em especial a Hellen, Keila, Poliana, Jéssica, Joice, Michelly e Elâine. Aos colegas, gerente e supervisor de trabalho Que sempre me ajudaram e me manteve no emprego, mesmo ausente em um período de trabalho. Muito obrigada. RESUMO A úlcera por pressão na região sacra, fruto do presente estudo, é uma lesão que compromete a integridade da pele e vem sendo um grande desafio para a enfermagem resultando em dor, deformidade e tratamento prolongado, sendo que uma assistência individualizada pode ajudar na recuperação, contribuindo para o bem estar do paciente. A úlcera por pressão na região sacra é considerada como uma área de morte tissular a qual tende a se desenvolver quando o tecido mole é comprimido entre uma proeminência óssea e uma superfície externa por um longo período de tempo. O enfermeiro é responsável por implementar ações assistenciais no tratamento da ulcera por pressão, deve estar sempre buscando informações para conhecer as necessidades do paciente, realizando assim anamnese a fim de levantar dados das condições de saúde do paciente, história familiar, social, hábitos de vida. O presente estudo tem como objetivo analisar o conhecimento dos profissionais de enfermagem às novas tecnologias usadas no tratamento de úlcera por pressão na região sacra. Trata-se de uma pesquisa exploratória, descritiva e de caráter quantitativa, na qual os sujeitos pesquisados foram os enfermeiros gerentes e assistenciais da atenção primária de saúde através de questionários de múltipla escolha com o objetivo de avaliar o conhecimento dos enfermeiros as novas tecnologias usadas no tratamento de ulcera por pressão na região sacra. Os resultados obtidos demonstram que os enfermeiros possuem um conhecimento que não está totalmente de acordo com a teoria cientifica, para o tratamento das ulceras por pressão. Portanto conclui-se que os enfermeiros (as) tanto gerenciais quanto assistências têm papel importante nas ações de medida de prevenção e tratamento das ulceras por pressão na região sacra, sendo que as novas tecnologias ainda encontram em fase de conhecimento dos enfermeiros (as) das unidades primaria de saúde, mas este tema não se esgota por aqui são necessários mais estudos direcionados as novas tecnologias usadas ao tratamento das ulceras por pressão na regia sacra. Palavras-chave: Úlcera por pressão na região sacra. Atenção primária. Novas tecnologias. ABSTRACT Pressure ulcers in the sacral region the result of this study is an injury that compromises the integrity of the skin and has been a great challenge for nursing resulting in pain, deformity and prolonged treatment, and individualized assistance can aid recovery, contributing to the welfare of the patient. Pressure ulcers in the sacral region is considered as an area of tissue death which tends to develop when soft tissue is compressed between a bony prominence and an outer surface for an extended period of time. The nurse is responsible for implementing assistance actions in the treatment of pressure ulcers should always be seeking information to meet the needs of the patient, thus making history in order to collect data of the health conditions of the patient, family history, social, lifestyle habits. This study aims to analyze the knowledge of nursing staff to new technologies used in the treatment of pressure ulcers in the sacral region. This is an exploratory, descriptive and quantitative character, in which subjects were surveyed managers and clinical nurses in primary health care through multiple choice questionnaires aiming to assess the knowledge of nurses new technologies used in treatment of pressure ulcers in the sacral region. The results show that nurses have knowledge that is not fully in accordance with the scientific theory for the treatment of pressure ulcers. Therefore it is concluded that nurses (as) much as assists management play an important role in the actions of measure for prevention and treatment of pressure ulcers in the sacral region, and that new technologies are still in the discovery phase of nurses (as) of primary health units, but this topic is not exhausted here more studies are needed targeted new technologies used for the treatment of pressure ulcers in the sacral regia. Keywords: Pressure ulcer in the sacral region; Primary care; New technologies. LISTA DE FIGURAS Figura 1: Camadas da pele ....................................................................................... 20 Figura 2: Úlceras de pressão: quatro estágios .......................................................... 26 Figura 3: Cicatrização de feridas ............................................................................... 34 Figura 4: Fases da reação inflamatória ..................................................................... 36 Figura 5: Proliferação: epitelização e fibroplasia ....................................................... 36 Figura 6: Fase de maturação ou remodelação .......................................................... 37 Figura 7: Ácidos graxos essenciais (AGE) ................................................................ 41 Figura 8: Curativo de carvão ativado com prata ........................................................ 42 Figura 9: Membrana de celulose porosa ................................................................... 45 Figura 10: Hidrofibra.................................................................................................. 47 Figura 11: Visão da lacuna entre teoria e prática no sistema de informação em enfermagem - Fenômeno 1 ....................................................................................... 49 Figura 12: Visão da lacuna entre teoria e prática no sistema de informação em enfermagem – Fenômeno 2 ...................................................................................... 50 LISTA DE GRÁFICOS Gráfico1: Processo de cicatrização ........................................................................... 33 LISTA DE QUADROS Quadro 1: Avaliação do grau de risco de desenvolvimento de úlcera por pressão ... 57 LISTA DE TABELAS Tabela1: Classificação da UPP referente aos estágios ............................................. 62 Tabela 2: Estudo de caso, em que o cliente apresenta úlcera por pressão na região sacra, que a lesão encontra-se superficial com perda parcial da espessura dérmica predominância de tecido de granulação e a ausência de esfacelo diante do exposto, qual estágio da ulcera ............................................................................................... 62 Tabela 3: Limpeza das ulceras por pressão em relação à escolha em que os entrevistados trabalham ............................................................................................ 63 Tabela 4: Técnica de higiene utilizada para realizar o curativo da ulcera por pressão ..................................................................................................................... 63 Tabela 5: Utilização do filme transparente em qual estágio da úlcera por pressão... 64 Tabela 6: Considerações fundamentais para a escolha do tratamento tópico .......... 64 Tabela 7: Vantagens do hidrocoloide para o tratamento das úlceras por pressão na região sacra............................................................................................................... 65 Tabela 8: Orientação do horário de mudança de decúbito que consiste na assistência de enfermagem....................................................................................... 65 Tabela 9: Ordem cronológica da cicatrização da ulcera por pressão no estágio IV conforme o sistema (NPUAP) ................................................................................... 66 Tabela 10: Assistência dos enfermeiros a clientes com úlcera por pressão ............. 66 Tabela 11: Produto utilizado na limpeza de tecido necrótico .................................... 67 Tabela 12: Verdadeiro ou falso sobre o conhecimento dos enfermeiros quanto às vantagens dos curativos ............................................................................................ 67 ABREVIATURAS E SIGLAS Agência Nacional de Saúde Suplementar - ANS Comitê de Ética e Pesquisa – CEP Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica – DPOC European Pressure Ulcer Advisory Panel – EPUAP Evolução de Enfermagem - EE Implementação de Enfermagem - IE Planejamento de Enfermagem - PE Processo de Enfermagem - PE Sistematização da Assistência de Enfermagem - SAE Úlcera por Pressão – UP Unidades Básicas de Saúde - UBS Unidades de Atenção Primaria à Saúde – UAPS SUMÁRIO INTRODUÇÃO .......................................................................................................... 16 CAPÍTULO I – ÚLCERA POR PRESSÃO ................................................................ 19 1 ANATOMIA DA PELE .................................................................................... 19 1.1 Ulcera por pressão na região sacra ................................................................ 22 1.1.1 Conceito.......................................................................................................... 22 1.1.2 Componentes da região sacral ....................................................................... 22 1.2 Ulcera por pressão ......................................................................................... 22 1.3 Definição ......................................................................................................... 23 1.4 Fisiopatologia.................................................................................................. 23 1.5 Desenvolvimento ............................................................................................ 24 1.6 Fatores de risco .............................................................................................. 24 1.7 Estágios da úlcera por pressão ...................................................................... 25 1.7.1 Prevenção....................................................................................................... 26 CAPÍTULO II- AVALIAÇÃO DAS ÚLCERAS E TECNOLOGIAS EM CURATIVOS 28 2 AVALIAÇÃO DAS ÚLCERAS POR PRESSÃO ............................................ 28 2.1 História clínica ................................................................................................ 28 2.2 Avaliação e tratamento nutricional .................................................................. 29 2.3 Avaliação e tratamento da dor ........................................................................ 30 2.4 Avaliação e tratamento psicossocial ............................................................... 30 2.5 Classificação das feridas ................................................................................ 31 2.6 Conceito de cicatrização ................................................................................. 32 2.7 Fisiologia da cicatrização ................................................................................ 34 2.8 Fases da cicatrização ..................................................................................... 35 2.9 Formas de cicatrização ................................................................................... 37 2.10 Fatores que interferem na cicatrização ........................................................... 38 2.11 Fatores que influenciam na cicatrização ......................................................... 38 2.12 Novas tecnologias usadas em curativos de ulceras por pressão ................... 40 2.12.1 Ácidos graxos essenciais (AGE) ..................................................................... 40 2.12.2 Carvão ativado e prata.................................................................................... 42 2.12.3 Enzimas proteolíticas (papaína) ..................................................................... 43 2.12.4 Hidrocelular .................................................................................................... 43 2.12.5 Hidrocoloide ................................................................................................... 44 2.12.6 Membrana de celulose porosa ....................................................................... 44 2.12.7 Sulfadiazina de prata ...................................................................................... 45 2.12.8 Alginato de cálcio e sódio ............................................................................... 46 2.12.9 Hidrofibra ........................................................................................................ 46 2.12.10 Hidrogel ........................................................................................................ 47 2.12.11 Hidropolímero ............................................................................................... 48 CAPÍTULO III – ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DAS ULCERAS POR PRESSÃO NA REGIÃO SACRA ................................................... 49 3 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM ....................... 49 3.1 Fases da sistematização do processo de enfermagem .................................. 51 3.1.1 Investigação.................................................................................................... 51 3.1.2 Diagnóstico de Enfermagem (SE) .................................................................. 53 3.1.3 Planejamento de Enfermagem (PE) ............................................................... 54 3.1.4 Implementação de Enfermagem (IE) .............................................................. 54 3.1.5 Avaliação: Evolução de Enfermagem (EE) ..................................................... 54 3.2 Prognóstico de Enfermagem .......................................................................... 54 3.3 Anotações de Enfermagem ............................................................................ 55 3.4 Os enfermeiros (as) e seu papel na escolha do curativo ................................ 55 3.5 Escala de Braden ........................................................................................... 56 CAPÍTULO IV – A PESQUISA.................................................................................. 59 4 INTRODUÇÃO ............................................................................................... 59 4.1 Métodos .......................................................................................................... 59 4.2 Técnicas ......................................................................................................... 60 4.2.1 Aprovação do Comitê de Ética ....................................................................... 60 4.2.2 Autorização ..................................................................................................... 60 4.2.3 Roteiro de estudo de caso .............................................................................. 60 4.3 Caracterização da Instituição e do Local de Pesquisa ................................... 60 4.4 Apresentação dos dados ................................................................................ 61 4.5 Discussão ....................................................................................................... 69 4.5 Conclusão da pesquisa................................................................................... 71 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO ............................................................................. 72 CONCLUSÃO ........................................................................................................... 73 REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 74 APÊNDICES ............................................................................................................. 80 ANEXOS ................................................................................................................... 86 16 INTRODUÇÃO Sabe-se que a pele é o maior órgão do corpo humano e funciona como uma capa que protege os órgãos internos, é uma barreira de proteção contra o meio ambiente, quando lesada esta barreira fica susceptível a infecções e as variáveis do processo de cicatrização como extensão da lesão, idade e estado nutricional. A Úlcera por Pressão (UP) na região sacra fruto do presente estudo, é uma das lesões que podem ocorrer na pele e este ainda é um desafio para a enfermagem uma vez que implicam na avaliação da qualidade da assistência ao cliente. Segundo Sanvitto et al. (2006) a UP na região sacra pode ser definida como uma lesão de pele causada pela interrupção sanguínea em uma determinada área. Esta ferida se localiza normalmente sobre as proeminências ósseas e são classificadas segundo o grau de danos observados nos tecidos. Para Cunha (2006) a qualidade no tratamento da ferida é eficaz com educação e orientação do paciente junto com medicamentos e técnicas adequadas para que se possam adquirir melhores resultados nas unidades de atenção primaria à saúde O melhor tratamento para as úlceras por pressão ou escaras é a sua prevenção com a devida mudança de decúbito e higiene regular, avaliação precisa do risco de cada cliente em função de seu quadro clínico e doenças associadas à diabetes, obesidade, doenças circulatórias, falta de sensibilidade oriunda de problemas neurológicos. A manifestação das úlceras por pressão ou escaras pode ocorrer antes de 24 horas caso o paciente acamado fique sem assistência. De acordo com Costa e Costa (2007) a prevenção é sem dúvida o tópico mais importante no que se refere aos cuidados a serem dispensados aos pacientes com risco de úlceras por pressão. A maioria das úlceras por pressão são preveníveis quando cuidados adequados são adotados, além da orientação e educação do paciente e da disponibilidade de recursos. 17 Segundo Firmino (2005) realizar a técnica do curativo no tratamento de feridas de maneira efetiva, confortável ao cliente e esteticamente aceitável, torna-se um desafio para a equipe de enfermagem. Com metodologia baseada em um estudo de caso e observação sistemática, sendo esta pesquisa exploratória, descritiva e de caráter quantitativa. Realizado questionário de múltiplas escolhas com 13 enfermeiros de atenção primaria de saúde com objetivo de avaliar os tipos de tecnologias utilizadas em cada unidade de saúde e qual o conhecimento do enfermeiro sobre estes tipos de tratamento. Os dados foram analisados de forma estatística. O objetivo do estudo é analisar quais os produtos utilizados em cada unidade de saúde, avaliar quais as tecnologias existentes no mercado e se os enfermeiros têm conhecimento prévio sobre esses curativos. O tratamento da ferida na região sacra é complexo e dinâmico, exigindo, assim, grande complexidade técnica e conhecimento específico. As novas tecnologias em tratamento de úlcera por pressão melhoram a qualidade de vida do paciente, uma vez que encurtam o tempo de tratamento, além de aperfeiçoar os investimentos em saúde. Por isso, faz-se necessário investigar acerca do conhecimento dos enfermeiros para a aplicabilidade das novas tecnologias e novos conhecimentos na área. Este estudo quer responder a seguinte questão: os enfermeiros têm conhecimento das novas tecnologias utilizadas em tratamento de úlcera por pressão? Assim, o presente estudo levanta a hipótese se os enfermeiros possuem conhecimento amplo das novas tecnologias para tratamento de ulceras por pressão na região sacra, avaliando os conhecimentos dos enfermeiros da atenção primária em relação às novas tecnologias para tratamento de ulcera por pressão na região sacra; além disso, ele pretende avaliar se os enfermeiros dispõem de um conhecimento específico em tratamento de ulceras por pressão e verificar o tipo de tecnologia utilizada no tratamento das ulceras na região sacra. Para demonstrar na prática a veracidade da hipótese, após aprovação do Projeto pelo Comitê de Ética e Pesquisa (CEP) do Unisalesiano, foi realizada pesquisa, nas unidades de atenção primaria de Lins – SP durante período de outubro 2014. O presente estudo está subdividido em quatro capítulos. 18 O capítulo I mostrou os conceitos e considerações sobre a pele e a região sacra. O capítulo II tratou da avaliação das ulceras e tecnologias em curativos. O capítulo III abordou a assistência de enfermagem ao cliente com úlcera por pressão. O capitulo IV descreve e analisa a pesquisa. Finalizando vem à proposta de intervenção e a conclusão. 19 CAPÍTULO I ÚLCERA POR PRESSÃO 1 ANATOMIA DA PELE Conforme Morais (2008) a pele é o maior órgão do corpo e como qualquer outro órgão, está sujeito a sofrer agressões como, por exemplo, as feridas cutâneas, podendo levar à sua incapacidade funcional. Para Souza (2012) a pele é o órgão que envolve o corpo definindo seu limite com o meio externo. Representa 16% do peso corporal e desempenha diversas funções, como: regulação térmica, defesa orgânica, controle do fluxo sanguíneo, proteção contra diversos agentes do meio ambiente e funções sensoriais (calor, frio, pressão, dor e tato). A pele é um órgão essencial e, sem ela, a sobrevivência seria impraticável. A pele é um órgão complexo composto por diversos tecidos, tipos celulares e estruturas especializadas. Constitui a interface do corpo humano com o meio externo, exercendo funções cruciais para a vida, como termo regulação, vigilância imunológica, sensibilidade e proteção do indivíduo contra agressões exógenas, de natureza química, física ou biológica, e contra a perda de água e de proteínas para o exterior. (CÂMARA, 2009, p. 325-26) Ainda segundo Câmara (2009) a pele é como envelope, pois envolve o nosso corpo, é a primeira barreira de proteção das estruturas corporais internas e protege contra as modificações ambientais. No entanto, a pele é um órgão que participa das atividades biológicas e bioquímicas. É o maior órgão do corpo humano e representa 15% do peso corpóreo, com variações estruturais ao longo de sua extensão. É composta por três camadas interdependentes: a epiderme, mais externa; a derme, intermediária; e a hipoderme ou panículo adiposo, sobre a qual repousam as camadas já citadas, permitindo que a pele se movimente livremente sobre as estruturas mais profundas do corpo. (CAMARA, 2009, p. 325-26) 20 Para Câmara (2009) a pele é composta por três camadas: a epiderme, derme e hipoderme. Figura 1: Camadas da pele Fonte: Souza, 2012 a) Epiderme: para Carville (1995) a epiderme é a camada que estabelece limites corporais externos, é a camada mais fina, sendo (cerca de 0,04 mm) composto por epitélio queratinizado escamoso, não é vascularizado, em seus diferentes estágios de amadurecimento, se regenera em torno de quatro a seis semanas. Conforme Souza (2012) estas células são produzidas na camada mais inferior da epiderme, conhecida como camada basal ou germinativa e em sua evolução em direção à superfície sofre processo de queratinização ou corneificação, que dá origem à camada córnea, composta basicamente de queratina, uma proteína responsável pela impermeabilização da pele. Segundo Junqueira e Carneiro (2004) na camada epidérmica incluem as células de Langerhans, que são distribuídas em toda epiderme entre os queratinócitos. Essas células originam de células percussoras da medula óssea, que é transportada pelo sangue. As células de Langerhans são 21 capazes de captar os antígenos, processá-los e apresentar aos linfócitos T, ou seja, tem o papel importante nas reações imunitárias cutâneas. b) Derme: para Duarte e Diogo (2002) existe a zona da membrana basal denominada de junção derme epidérmica. A junção dessas camadas intermediária entre a derme e a epiderme, nela contém glicoproteínas que são importantes como a fibronectina; além do colágeno tipo IV e um tipo de glicosaminoglicana que atuara provavelmente como substância de matriz. A derme é mais grossa do que a epiderme (0.5m), porém possui menor número e maior dispersão de células. Conforme Duarte; Diego (2002) existe duas paredes que são mal delimitadas: Papilar: une-se a epiderme, é nela que estão os capilares que nutrem a camada externa da pele, inclui-se ainda fibras e colágenos; Reticular: é conectada a hipoderme, contém colágeno, além de um complexo de vasos sanguíneos. Para Souza (2012) é a camada que está localizada entre a epiderme e a hipoderme, sendo responsável pela resistência e elasticidade da pele. É na derme que estão o colágeno e a elastina, proteínas essenciais na estrutura tissular, formadas a partir dos fibroblastos que são existentes nesta camada, que é responsável pela fora tênsil e o reconhecimento elástico da pele, incluindo também folículos pelosos, vasos linfáticos, glândulas sebáceas, sudoríparas e terminações nervosas, dentre as células que se destacam e as células de Merkel que podem atuar como receptores, estas estão dispersas entre as células do extrato basal. (GARTNER; HIATT, 2003) c) Hipoderme: segundo Souza (2012) é também chamada de tecido celular subcutâneo, é a porção mais profunda da pele. É formada por feixes de tecido conjuntivo que abrange células gordurosas (adipócitos) e formam lobos de gordura. Sua estrutura provê proteção contra traumas físicos, 22 além de ser um depósito de calorias. Para Duarte e Diogo (2012) embora seja a camada mais espessa dentre as camadas da pele; sua espessura depende da localização corporal, idade e sexo, o próprio Indivíduo e o suporte e ligação da pele e a estrutura mais profunda. Como os ossos, os músculos e outros órgãos, são constituídos por tecido adiposo e conectivo, além disso, tem a função de armazenar energia, além dos vasos sanguíneos que se juntam com o complexo cutâneo da derme. 1.1 Ulcera por pressão na região sacra 1.1.1 Conceito Segundo Sobotta (2000) a região sacral composta pelo sacro está no final da coluna e encontra-se entre o quinto segmento lombar (L5) e o cóccix (último osso). O sacro é um osso de forma triangular e consiste de cinco segmentos (S1-S5) que são ligados entre si. 1.1.2 Componentes da região sacral As primeiras três vertebras na região sacral têm processos transversos os quais, juntos, formam largas asas laterais. Estas asas se articulam com as lâminas da pelve, o ílio; o sacro forma as costas da pelve é parte da cintura pélvica e forma também articulações com o osso do quadril chamadas articulações sacro ilíacas. (SOBOTTA; 2000) “O sacro contém uma série de quatro aberturas de cada lado através das quais passam os nervos sacrais e vasos sanguíneos.” (SOBOTTA, 2000). 1.2 Úlcera por pressão 23 Corresponde a uma área de morte tecidual, partes moles, que ocorre quando este tecido é comprimido por um determinado período de tempo entre uma proeminência óssea e uma superfície rígida (ROCHA; MIRANDA; ANDRADE,2006). Em geral esse tipo de ferida se forma sobre uma saliência óssea, das pessoas acamadas, onde a pele fica pressionada por uma cama, por uma cadeira de rodas, por uma tala ou por outro objeto rígido durante um período prolongado. Os indivíduos que não podem se mover apresentam um risco maior de apresentar úlceras por pressão. 1.3 Definição A úlcera de pressão pode ser definida como uma lesão de pele causada pela interrupção sanguínea em uma determinada área, que se desenvolve devido a uma pressão aumentada por um período prolongado. É definida como qualquer lesão causada por uma pressão não aliviada, cisalhamento ou fricção que podem resultar em morte tecidual, sendo frequentemente localizada na região das proeminências ósseas. (CARDOSO; CALIRI; HASS, 2004, p.316-20) Também é conhecida como úlcera de decúbito, escara ou escara de decúbito. O termo escara deve ser utilizado quando se tem uma parte necrótica na lesão. 1.4 Fisiopatologia Para Rocha, Miranda e Andrade (2006) as úlceras por pressão são causadas por fatores intrínsecos e extrínsecos ao paciente. Existem quatro fatores extrínsecos que podem levar ao aparecimento destas lesões: pressão; fricção, cisalhamento e umidade. A pressão é considerada o principal fator, o tecido mole é comprimido entre uma saliência óssea e uma superfície dura, sendo que o efeito patológico no tecido pode ser atribuído à intensidade, à duração da pressão e tolerância tecidual. Quando ela excede a pressão arterial capilar, começam a ocorrer alterações teciduais que vão desde eritema e edema, isquemia e necrose. 24 As forças de fricção, principalmente de transferências mal executadas que é quanto duas superfícies são esfregadas uma contra outra ou quanto o paciente é arrastado e não elevado na tentativa de reposiciona-lo no leito. O cisalhamento é quando o paciente desliza na cama, o corpo se movimenta, mas a pele permanece imóvel e apoiar as costas na cabeceira da cama causando dobras na pele. Já a umidade, também é um fator muito importante, pois leva à alteração mecânica e química, com aumento elevado à lesão provocada pelos outros fatores. Esta tem como principais causas a incontinência urinária e fecal, sudorese, secreções respiratórias, vômito e exsudação da úlcera. Dentre os fatores intrínsecos, as principais são: mobilidade; alterações da sensibilidade; alterações do estado de consciência e estado nutricional. Ainda segundo Rocha, Miranda e Andrade (2006) a mobilidade que são as lesões medulares, encefálicas, e pós-operatório principalmente de cirurgia ortopédica e cardiotorácica. As alterações da sensibilidade que são as lesões neurológicas, como polineuropatias e lesões medulares. Nas alterações do nível de consciência como a idade (65 anos) e o sexo masculino, a má perfusão e oxigenação tecidual como doença vascular, anemia, Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), fármacos vasopressores, tabagismo, diabetes mellitus, nefropatia, septicemia; estado nutricional que é a desnutrição. 1.5 Desenvolvimento De acordo com Matos et al. (2010) a úlcera por pressão se desenvolve quando se tem um aumento da compressão do tecido mole entre uma proeminência óssea e uma superfície dura por um período prolongado. O local mais frequente para o seu desenvolvimento é na região sacra, calcâneo, trocânteres, cotovelos, glúteo e tronco. 1.6 Fatores de risco 25 Conforme Rogenski e Santos (2005), qualquer pessoa que permanece na mesma posição durante muito tempo corre o risco de desenvolver uma úlcera por pressão. Geralmente pessoas idosas têm a pele mais fina e mais frágil e, portanto, estão sob risco de desenvolver úlceras por pressão. Certas doenças, tais como anemia, câncer, diabetes e doenças cardíacas, vasculares e renais também estão associadas às úlceras por pressão. Além desses fatores, outros mais comuns como: idade avançada, temperatura corporal elevada, incontinência urinária ou fecal, hipotensão, procedimentos cirúrgicos de longa duração, doenças vasculares, imobilidade por longos períodos, desidratação, diabetes, obesidade, anasarca, infecções, gangrena, picada de aranha, queimaduras. Outros problemas imediatos e fáceis de serem resolvidos também podem contribuir como; falta de higiene, aumento da pressão do corpo sobre o leito, contenção no leito e aplicação incorreta de gesso. 1.7 Estágios da úlcera por pressão As úlceras de pressão apresentam diferentes etapas de desenvolvimento que são conhecidas como estágios. A seguir a figura abaixo nos mostra esses quatros processos da doença. Figura 2: Úlceras de pressão: quatro estágios 26 Fonte: Carvalho, 2011 Para Carvalho (2011) as úlceras por pressão possuem as seguintes classificações demonstradas na figura abaixo, que verificam o comprometimento tecidual: a) Estágio I: Presença de eritema cutâneo que não desaparece ao fim de 15 minutos de alívio da pressão. Apesar da integridade cutânea, já não está presente resposta capilar. b) Estágio II: A derme, epiderme ou ambas estão destruídas. Podem observar-se flictenas e escoriações. c) Estágio III: Ausência da pele, com lesão ou necrose do tecido subcutâneo, sem atingir a fáscia muscular. d) Estágio IV: Ausência total da pele com necrose do tecido subcutâneo ou lesão do músculo, osso ou estruturas de suporte (tendão, cápsula articular, etc.). 1.7.1 Prevenção Segundo Moraes; Barros (2003) certas medidas podem ser usadas para diminuir o problema como destaca-se abaixo: 27 a) A pele deverá ser limpa no momento que se sujar. Evite água quente e use um sabão suave para não causar irritação ou ressecamento da pele. A pele seca deve ser tratada com cremes hidratantes de uso comum. b) Evite massagens nas regiões de proeminências ósseas se observar avermelhamento, manchas roxas ou bolhas pois isto indica o início da escara e a massagem vai causar mais danos. c) Se a pessoa não tem controle da urina use fraldas descartáveis ou absorventes e troque a roupa assim que possível. d) Posicionamento adequado e uso de técnicas corretas para transferência da cama para cadeira e mudança de decúbito podem diminuir as feridas causadas por fricção. e) Quando o paciente não se alimenta corretamente precisam receber uma complementação alimentar para que não fique com deficiências que podem levar a pele a ficar mais frágil. f) A mudança de posição ou decúbito deve ser feita pelo menos a cada duas horas se não houver contraindicações relacionadas às condições gerais do paciente. g) Travesseiros ou almofadas de espuma devem ser usados para manter as proeminências ósseas longe de contato direto um com o outro. Os calcanhares devem ser mantidos levantados da cama usando um travesseiro debaixo da panturrilha. h) Quando a pessoa ficar na posição lateral deve-se evitar a posição diretamente sobre o trocanter do fêmur. i) A cabeceira da cama não deve ficar muito tempo na posição elevada para não aumentar a pressão nas nádegas, o que leva ao desenvolvimento da úlcera por pressão. j) Se o paciente ficar muito tempo sentado na cadeira de rodas ou poltrona use uma almofada de ar, água ou gel. k) Use o forro da cama para movimentar ao invés de puxar ou arrastar a pessoa que não consegue ajudar durante a transferência ou nas mudanças de posição. l) O colchão caixa de ovo aumenta o conforto, mas não reduz a pressão. Para a pessoa que já tem a úlcera o adequado é o colchão de ar ou água. 28 m) Diariamente deve-se examinar a pele do paciente predisposto a úlceras para observação. Se apresentar início de problema não deixar o paciente sentar ou deitar encima da região afetada e procurar descobrir a causa do problema para que não agrave. Para Moraes; Barros (2003) as úlceras por pressão podem ocorrer em qualquer parte do corpo onde tenha proeminência óssea, mas é mais comum nas nádegas, região sacra, calcanhares e nas regiões laterais da coxa. CAPÍTULO II AVALIAÇÃO DAS ÚLCERAS E TECNOLOGIAS EM CURATIVOS 2 AVALIAÇÃO DAS ÚLCERAS POR PRESSÃO Segundo o European Pressure Ulcer Advisory Panel (EPUAP) ou Painel Consultivo Europeu para a Úlcera de Pressão (2009) inicialmente as úlceras por pressão devem ser avaliadas em termos de localização, grau, tamanho, leito da ferida, exsudado, dores e estado da pele circundante. Ter os devidos cuidados para identificar deslocação de planos de tecidos e formação de fístulas. Apesar dos avanços nos cuidados da saúde, as úlceras de pressão continuam sendo uma importante causa de morbidade e mortalidade, com impacto na qualidade de vida do paciente e 29 de seus familiares, gerando um problema social e econômico. (LUZ, 2009, p. 2) É importante a reavaliação das úlceras por pressão se possível diariamente, ou, pelo menos semanalmente. Se as condições do doente ou da ferida se deteriorar, reavaliar o plano de tratamento assim que se observarem os sinais de deterioração. Conforme Carvalho (2011) as localizações mais frequentes das ulcera de pressão: isquiática (16%), sacrococcígea (49%), trocantérica (11%), e calcânea (36%). Outras localizações incluem maléolos laterais (8%), cotovelos (9%), região occipital (1%), e região escapular (3%). Ao redor de 60% das úlceras de pressão se desenvolvem na área pélvica ou abaixo. 2.1 História clínica A histórica clínica também é conhecida como anamnese (do grego anamnesis que significa recordação). Ela é individual e intransferível e pode ser classificada como ativa, passiva e mista; levando a hipótese diagnóstica em cerca de 70-80% das vezes e consiste na “história clínica do paciente, ou seja, é o conjunto de informações obtidas pelo médico por meio de entrevista previamente esquematizada”. (NACIF, 2014, p. 1) Anamnese (do grego ana, trazer de novo e mnesis, memória) é uma entrevista realizada pelo profissional de saúde ao seu paciente, que tem a intenção de ser um ponto inicial no diagnóstico de uma doença ou patologia. Em outras palavras, é uma entrevista que busca relembrar todos os fatos que se relacionam com a doença e à pessoa doente. A anamnese é também referenciada como Anamnese Corporal, Ficha de Anamnese ou Anamnese Corporal Completa. (NACIF, 2014, p. 2) Segundo Rabelo e Aliti (2010) a história clínica é a primeira etapa do exame clinico, a entrevista tem por finalidade resgatar os dados da história clínica, estabelecer o vínculo necessário com o paciente e subsidiar as informações que serão registradas no prontuário, a partir da história relatada. 30 Para Rabelo e Aliti (2010) a história clínica envolve uma série de perguntas, que inicia pela; a) Identificação do paciente: idade, sexo, cor, profissão, estado civil, escolaridade; b) Queixa principal; c) História do problema atual; d) Antecedentes pessoais e familiares; e) Tempo da ferida; f) Alergia a medicamento; g) Produtos utilizados na ferida, e se é recidiva, presença de comorbidades (doenças pré-existentes), 2.2 Avaliação e tratamento nutricional De acordo com Costeira (2014) atualmente, existem muitas causas que estão na origem das úlceras de pressão. Existe um grupo das tidas como de origem externas onde se destacam: a pressão, a torção, o deslizamento, a fricção e a umidade. Dentro das causas tidas como internas se destaca: a idade, a desidratação, a imobilidade, a diminuição da perfusão tecidual, a desnutrição, a incontinência urinária e/ou fecal, a percepção sensorial e o peso corporal. De acordo com o EPUAP (2009) assegurar um regime alimentar adequado para prevenir a desnutrição na medida em que for compatível com a vontade ou condições do indivíduo. Para o portador de úlcera de pressão as suas necessidades calórico-proteicas aumentam consideravelmente porque na cicatrização das feridas estão envolvidas determinadas interações físico-químicas muito complexas e que, por sua vez, exigem a presença de muitos nutrientes para a reparação da integridade celular. (COSTEIRA, 2014, p. 1) Para Costeira (2014) também se verificam perdas elevadas de proteínas e albumina por meio da exsudação. Portanto os doentes com feridas deverão fazer uma ingestão reforçada de hidratos de carbono, de proteínas, de lipídeos, de vitaminas, de sais minerais e de água, repondo as deficiências existentes. 31 “Pacientes com úlceras de pressão se encontram em estado catabólico, motivo pelo qual a avaliação e a melhoria do estado nutricional são fundamentais tanto no tratamento como na prevenção das lesões”. (LUZ, 2009, p. 4) 2.3 Avaliação e tratamento da dor Conforme o EPUAP (2009) avaliar todos os doentes no que se refere à dor relacionada com a úlcera por pressão ou o seu tratamento e efetuar o respectivo registro. Tratar a dor eliminando ou controlando a sua origem, utilizar fármacos ou outros métodos de alívio da dor conforme necessário e adequado e quando necessário recorrer a um especialista. 2.4 Avaliação e tratamento psicossocial Segundo o EPUAP (2009) a disponibilidade e capacidade dos prestadores de cuidados, situação domiciliária, equipamento, preferências individuais é um dos exemplos para a avaliação dos doentes com úlceras por pressão tratadas no domicílio. O objetivo da avaliação psicossocial é colher as informações necessárias para formar um plano de cuidado que seja consistente com as preferências, metas e capacidades do indivíduo e da família. A meta do tratamento psicossocial é criar um ambiente que conduza a adesão do paciente ao plano de tratamento para a Úlcera de Pressão. (CALIRI, 2014, p. 1) Deve incluir além da avaliação psicossocial e de seu tratamento, a avaliação da saúde física, suas complicações, uma avaliação nutricional, avaliação da dor e seu tratamento. 2.5 Classificação das feridas Segundo Potter e Perry (2004) a ulcera por pressão é uma ruptura da função normal e da estrutura anatômica que resulta de processo patológicos que se inicia interno ou externamente ao órgão envolvido. 32 Quanto ao diagnóstico etiológico: Define a origem da doença que propiciou o aparecimento da lesão cutânea. Quanto à causa: Define o mecanismo de ação, por exemplo: traumáticas, cirúrgicas, patológicas etc. Quanto à morfologia: Descreve a localização, número, dimensão e profundidade. Quanto ao grau de contaminação: limpa, contaminada ou infectada. Quanto à fase cicatricial: Define as três etapas: inflamatória, proliferativa e maturação. Quanto à característica do exsudato: Descreve a sua presença ou ausência, aspecto, coloração e odor. Quanto à característica do leito da ferida: Necrótico, fibrinoso, necróticofibrinoso, granulação e epitelização. Quanto à cultura da secreção: Define o agente etiológico e a antibioticoterapia específica. Quanto à evolução da ferida: Aguda ou crônica. Quanto ao tipo de cicatrização: Primária, secundária ou primária tardia. Segundo a Cor: Vermelha: indica tecido de granulação saudável e limpo. Quando uma ferida começa a cicatrizar, cobre seu leito uma camada de tecido de granulação róseo-pálido, que posteriormente torna-se vermelho-vivo. Segundo a Cor: Amarelo: indica a presença de exsudato ou secreção e a necessidade de limpeza da ferida. O exsudato pode ser amareloclaro, amarelo-cremoso, amarelo-esverdeado ou bege. Segundo a Cor: Preta: indica a presença de necrose. O tecido necrótico torna mais lenta a cicatrização e proporciona um local para proliferação de microrganismos. (DECLAIR, 1994 p. 4-6). Segundo Potter e Perry (2004) a etiologia da ulcera por pressão é importante ser compreendida, pois o tratamento varia conforme o processo patogênico subjacente podendo ser alguns tratamentos lesivos para determinar as úlceras, de modo que os profissionais de enfermagem sempre devem saber a história completa da doença. 2.6 Conceito de cicatrização Segundo Cunha (2006) após ocorrer à lesão em um tecido, logo se iniciam o processo de cicatrização, que é uma sequência de respostas dos mais variados tipos de células chamadas de epiteliais, inflamatórias, plaquetas e fibroblastos, que interagem para o restabelecimento da integridade dos tecidos. Para Mandelbaum, Di Santis e Mandelbaum (2003) a cicatrização de feridas consiste em uma perfeita e coordenada cascata de eventos celulares e moleculares que interagem para que ocorra a repavimentação e a reconstituição do tecido. 33 A cicatrização depende de vários fatores, locais e gerais, como: localização anatômica, tipo da pele, raça, técnica cirúrgica utilizada, em uma mesma espécie varia se a ferida ocorre no feto, no recém-nascido ou no indivíduo adulto. Ainda segundo os autores acima citados se consideram três estágios no processo de cicatrização: primeiramente um estágio inflamatório, seguido por um de proliferação e terminando com o reparo em um estágio de remodelação. Conforme Mandelbaum, Di Santis e Mandelbaum (2003) os estágios podem ser classificados de forma mais completa dividindo o processo em cinco fases principais: a) Coagulação: o início é imediato, logo depois do surgimento da ferida. O surgimento do coágulo serve para coaptar as bordas das feridas e cruzar células. b) Inflamação: é ligada a anterior e depende de mediadores químicos, células e linfócitos. c) Proliferação: é responsável pelo fechamento da lesão propriamente dita. d) Contração da ferida: é o movimento das bordas das feridas que podem ser parcial e total. e) Remodelação: ocorre no colágeno e na matriz, tem a duração de meses de acordo com a cicatrização da ferida. Para cada tipo de tecido possui um tipo de reparação; assim, quando ocorre uma grande queimadura o organismo libera todos os recursos orgânicos para a cicatrização e defesa contra as infecções e enquanto uma ferida cirúrgica limpa a quantidade de tecido novo e mínimo. Gráfico 1: Processo de cicatrização 34 Fonte: Maia, 2014 Em um determinado período de tempo, como mostra o gráfico 1, as fases coincidem e acontecem simultaneamente, permitindo assim o sucesso da cicatrização. A grande complicação das feridas é a sua infecção, sendo que os fatores predisponentes podem ser locais ou gerais. Os locais são: contaminação, presença de corpo estranho, técnica de sutura inadequada, tecido desvitalizado, hematoma e espaço morto. São fatores gerais que contribuem para aumentar este tipo de complicação: debilidade, idade avançada, obesidade, anemia, choque, grande período de internação hospitalar, tempo cirúrgico elevado e doenças associadas, principalmente a diabetes e doenças imunodepressoras. Outras complicações são a hemorragia e a destruição tecidual. (CUNHA, 2006, p.15). Para o autor acima, na cicatrização normal existem alguns fatores que interferem, como: idade, nutrição, estado imunológico, oxigenação local, uso de determinadas drogas, quimioterapia, irradiação, tabagismo, hemorragia, tensão na ferida dentre outros. Figura 3: Cicatrização de feridas 35 Fonte: Grací, 2012 Quando ocorre a cicatrização de uma ferida fechada apresenta se quatro fases distintas: inflamatória, epitelização, celular e fase de fibroplasia. Conforme Cunha (2006) a cicatrização de feridas consiste em uma coordena e perfeita cascata de eventos celulares e moleculares que interagem para que ocorra a pavimentação e a reconstituição do tecido. 2.7 Fisiologia da cicatrização Segundo Pereira (2009) o processo de cicatrização ocorre igualmente para todas as feridas, com variação decorrente da localização, extensão da lesão e gravidade. Os tecidos e as células têm a capacidade de se regenerarem ou retornarem a estrutura normal que afetam a cicatrização pelo crescimento celular. Sendo assim existem feridas com perda de tecidos e as que não perdem tecidos. 36 Ferida cirúrgica é cicatrizada por primeira intenção, pois as bordas da ferida se aproximam e o risco de contaminação é pequeno, ocorre de forma rápida. Este tipo de cicatrização envolve três fases: a inflamatória, que será uma reação do corpo à ferida e ocorre dentro de minutos após ocorrer à lesão, o processo controla o sangramento, envia sangue e células para a área lesada e forma células epiteliais no local lesado; a proliferativa, que será o aparecimento de novos vasos sanguíneos como um processo de reconstrução, começa estendendo-se por 3 a 24 dias, nesta fase há o preenchimento das feridas e fechamento das partes de cima da ferida pela epitelização; e por fim a maturação ou remodelagem, que é o último estágio da cicatrização e pode demorar mais de um ano, dependendo da profundidade e extensão da ferida, então um tecido lesado não tem a mesma força de um tecido anterior. Já a que envolve perda de tecido, como na queimadura, cicatriza por segunda intenção, pois as bordas das feridas não se aproximam, geralmente é deixada aberta até que se preencha o tecido de cicatrização, com maior risco de contaminação e geralmente é demorada. A inflamação é geralmente crônica, e os defeitos do tecido são preenchidos com tecido de granulação frágil em vez de colágeno. A contração da ferida começa por volta do quinto dia e ocorre simultaneamente com a epitelização, está contração é o envolvimento da derme e da epiderme em cada lado da ferida. (CUNHA, 2006, p. 15-16) Conforme Cunha (2006) a fisiologia da cicatrização é um processo biológico que visa à reparação tecidual, desencadeada pelo organismo, após a ocorrência de qualquer tipo de trauma. 2.8 Fases da cicatrização Segundo Candido (2001) a reparação tecidual ocorre em três fases distintas, complexas, dinâmicas e sobrepostas. A liberação de mediadores ocorre em cascata, atraindo estruturas à periferia da região traumatizada. O conhecimento das fases evolutivas do processo fisiológico cicatricial é fundamental para o tratamento adequado da ferida. a) Fase Inflamatória ou Exsudativa: sua duração é de aproximadamente 48 a 72 horas. Caracteriza-se pelo aparecimento dos sinais prodrômicos da inflamação: dor, calor, rubor e edema. Mediadores químicos provocam vasodilatação, aumentam a permeabilidade dos vasos e favorecem a quimiotaxia dos leucócitos - neutrófilos combatem os agentes invasores e macrófagos realizam a fagocitose. Figura 4: Fases da reação inflamatória 37 Fonte: Berbel, 2014 b) Fase Proliferativa: tem a duração de 12 a 14 dias. Ocorrem neoangiogênese, produção de colágenos jovens pelos fibroblastos e intensa migração celular, principalmente queratinócitos, promovendo a epitelização. A cicatriz possui aspecto avermelhado. Caracteriza-se por três eventos: síntese do colágeno (fibroplasia), granulação (angiogênese) e epitelização. Figura 5: Proliferação: epitelização e fibroplasia Fonte: Correia, 2014 38 c) Fase de Maturação ou Remodelação: A terceira etapa pode durar de meses a anos. Ocorre reorganização do colágeno, que adquire maior força tênsil e empalidece. A cicatriz assume a coloração semelhante à pele adjacente. Figura 6: Fase de maturação ou remodelação Fonte: Lopes, 1999 2.9 Formas de cicatrização Segundo Candido (2001) o mecanismo de cicatrização fisiologicamente é o mesmo, variando na duração do processo e nos resultados estético-funcional, que são melhores na cicatrização primária. a) Cicatrização Primária: advém da sutura por planos anatômicos. Na cicatrização primária não há perda tecidual, podendo ocorrer complicações como isquemia peri-sutura em decorrência de técnica inadequada, presença de corpo estranho, coleção de líquidos, hematomas e infecção superficial. Esses fatores poderão evoluir à deiscência de sutura cirúrgica. 39 b) Cicatrização Secundária: Quando a evolução cicatricial da ferida é espontânea chama-se secundária. c) Cicatrização Primária Tardia: às vezes, para acelerar o processo de cicatrização secundária pode-se realizar aproximação das bordas da ferida com pontos de sutura simples. Tal procedimento é denominado cicatrização primária tardia. 2.10 Fatores que interferem na cicatrização Fatores Locais: Para Wysocki, Bryant (2000) são fatores ligados à ferida, que podem interferir no processo cicatricial, tais como; dimensão e profundidade da lesão, grau de contaminação, presença de secreções, hematoma e corpo estranho, necrose tecidual, infecção local, doenças crônicas, faixa ataria e nutricional. Fatores Sistêmicos: Segundo Wysocki, Bryant (2000) são fatores relacionados ao paciente, como, por exemplo: faixa etária visto a idade avançada diminui a resposta inflamatória; o estado nutricional que interfere em todas as fases da cicatrização; a hipoproteinemia que diminui a resposta imunológica, síntese de colágeno e função fagocítica; as doenças crônicas onde as enfermidades metabólicas sistêmicas podem interferir no processo cicatricial; terapia medicamentosa associada que pode interferir no processo cicatricial, como, por exemplo: os antiinflamatórios, os antibióticos, os esteroides e os agentes quimioterápicos. 2.11 Fatores que influenciam na cicatrização Segundo Azevedo et al. (2014) existem vários fatores que influenciam diretamente na cicatrização das úlceras tais como: a) Perfusão de Tecidos e Oxigenação Doenças que alteram o fluxo sanguíneo normalmente podem afetar a distribuição dos nutrientes das células, também os componentes do sistema imune do corpo. Essas condições prejudicam a capacidade do 40 organismo em transportar células de defesa e antibióticos administrados, o que dificulta o processo de cicatrização. O fumo reduz a hemoglobina funcional e leva à disfunção pulmonar o que reduz o aporte de oxigênio para as células e dificulta a cura da ferida. b) Localização da Ferida Feridas em áreas mais vascularizadas e em áreas de menor mobilidade e tensão cicatrizam mais rapidamente das aquelas em áreas menos irrigadas ou áreas de tensão ou mobilidade (como cotovelos, nádegas, joelhos). c) Corpo Estranho na Ferida Implantes de silicone, válvulas cardíacas artificiais, material de curativo ou qualquer outro corpo estranho pode retardar o processo de cicatrização, por serem inertes. d) Medicamentos Os corticosteroides, os quimioterápicos e os radioterápicos podem reduzir a cicatrização de feridas, pois diminuem a resposta imune normal à lesão. Eles podem interferir na síntese protéica ou divisão celular, agindo, diretamente na produção de colágeno. Além disso, podem tornar a cicatriz mais frágil, aumentando a atividade da colagenase. e) Nutrição Uma deficiência nutricional pode dificultar a cicatrização, pois deprime o sistema imune e diminui a qualidade e a síntese de tecido de reparação. As carências de proteína e de vitamina C são as mais importantes pois afetam diretamente a síntese do colágeno. f) Hemorragia O acúmulo de sangue propicia o acúmulo de células mortas que precisam ser removidas, bem como o surgimento de hematomas e isquemia. Isso provoca dor e letifica o processo de cicatrização. g) Edema e Obstrução Linfática 41 Dificultam a cicatrização, pois diminuem o fluxo sanguíneo e o metabolismo do tecido, facilitando o acúmulo de catabólitos e produzindo inflamação. h) Infecção A infecção é definida como uma concentração bacteriana, a colonização da ferida não deve ser confundida com infecção. A colonização ocorre quando a ferida é mantida livre de tecido necrótico e material estranho e é controlada pela ação de neutrófilos e macrófagos. Já a infecção ocorre quando há uma alta concentração bacteriana, tecido local comprometido (escara, necrose ou corpo estranho) é comprometimento generalizado do paciente. i) Idade do Paciente O envelhecimento torna os tecidos menos elásticos e menos resistentes o que dificulta a cura de uma ferida. j) Hiperatividade do Paciente A hiperatividade dificulta a aproximação das bordas da ferida. O repouso favorece a cicatrização. 2.12 Novas tecnologias usadas em curativos de ulceras por pressão Segundo Dealey (2009) as qualidades de um produto eficaz para o tratamento de feridas devem conter: Conforto, facilidade de remoção, boa relação custo/ benefício, não exigências de trocas frequentes, manter o leito da ferida com umidade ideal e as áreas periféricas secas e protegidas, facilidade de aplicação e adaptabilidade (conformação as diversas partes do corpo) Está enumerada alguma das principais categorias disponíveis no Brasil, com suas indicações de utilização e limitações, citando em cada uma delas os nomes comerciais dos produtos hoje à disposição. 2.12.1 Ácidos graxos essenciais (AGE) 42 Segundo Bajay et al. (2003) o AGE corresponde a uma classe de óleo vegetal formado por ácido linoléico, ácido caprílico, ácido cáprico, vitamina A, E lecitina de soja. O ácido linoléico é importante para a manutenção da integridade das membranas das células, enquanto a lecitina possui ação hidratante e auxilia a restauração da pele. A vitamina E é antioxidante, protegendo a membrana celular contra radicais livres, e a vitamina A participa como importante cofator na cicatrização. Figura 7: Ácidos graxos essenciais (AGE) Fonte: Farmácia do Leme, 2014 Segundo o site da Farmácia do Leme (2014) os AGEs desempenham um importante papel na promoção dessas respostas, pois: a) Contribuem para a angiogênese (formação de novos vasos sanguíneos); b) Aceleram o processo de granulação tecidual; c) Facilitam a entrada de fatores de crescimento; d) Promovem quimiotaxia (atração de leucócitos), mitose e proliferação celular. Os AGEs também são componentes importantes da membrana celular e, dessa forma, contribuem para a manutenção da integridade da pele. Indicações: Usados em úlceras por pressão, isquêmica e diabética, deiscências cirúrgicas, lesões com presença de granulação, lesões de pele com ou sem infecções, com desbridamento prévio, 43 prevenção de ulcera por pressão. Ação: Promove quimiotaxia e angiogenese, mantem o meio úmido e acelera granulação. (BAJAY et al., 2003, p.79) O mesmo autor acima citado relata que os AGE, atuam sobre a membrana celular, aumentando sua permeabilidade; facilitam a entrada de fatores de crescimento; promovem mitose e proliferação celular; estimulam a neoangiogênese; quimiotáxicos para leucócitos. Benefícios: podem ser usados em qualquer fase da cicatrização, auxiliam desbridamento autolítico; pode-se fazer o desbridamento prévio para agilizar o processo de cicatrização; aplicação diária. Limitações: podem provocar hipersensibilidade e requer troca diária, aplicação de cobertura secundária de no máximo 24 horas. 2.12.2 Carvão ativado e prata Conforme Bajay et al. (2003) é formado por envelopes de um não tecido poroso contendo carvão ativado e prata. Possui grande capacidade de absorção de exsudato e odores, sendo indicado para lesões fétidas. Dever ser trocado a cada 48 horas, e quando existe uma grande quantidade de exsudato deve ser trocado com uma maior frequência. Composição: carvão ativado impregnado com prata (0,15%) e envolto em tecido de náilon poroso selado nas quatros bordas. Ação: tem capacidade de absorver o exsudato da ferida e reter microrganismo em suas fibras (adsorção). A prata confere poder bactericida ao curativo. (BAJAY et al., 2003, p.80-81) Figura 8: Curativo de carvão ativado com prata 44 Fonte: Farmácia do Leme, 2014 Conforme Bajay et al (2003) é indicado para feridas infectadas ou com grande de exsudato e feridas fétidas, sendo não indicado para feridas com exposição ósseas e tendinosas, necrose de coagulação, feridas limpas. Segundo o site da Farmácia do Leme (2014) a camada de carvão ativado contida neste curativo consegue adsorver as moléculas de mau odor e os microrganismos da lesão, enquanto a prata, por meio de sua atividade bactericida, mata os microrganismos, resultando em um efetivo controle da infecção e do odor em feridas infectadas. Além disso, a camada de não tecido do sachet proporciona proteção mecânica e respirabilidade à ferida, não lesiona os tecidos recém-formados durante as trocas de curativos e absorve o exsudato de feridas de baixa a média exsudação. 2.12.3 Enzimas proteolíticas (papaína) Conforme Bajay et al. (2003) é extraído do látex do mamoeiro, e consiste em um complexo enzimático que possui ação proteolítica, agindo como desbridamento químico. Além disso, possui atividade bactericida e anti-inflamatória. Composição: enzimas proteolíticas e peroxidases, papaína, quimiopapaína A e B e papaya peptidase em forma de gel 10%. 45 Ação: Atua como desbridante químico, provocando proteólise. Tem ação bacteriostática, bactericida e anti-inflamatória; aumenta a força tênsil da cicatriz e diminui a formação de queloides; efetua desbridamento seletivo. Indicado em feridas com tecido necrótico ou infecção que necessitam de desbridamento. Em tecido necrótico, utilizar em concentração a 10%, e, em necrose, de coagulação devese efetuar primeiramente escarotomia e, em seguida, a aplicação do produto. (BAJAY et al, 2003, p. 81-82) Segundo Bajay et al. (2003) as principais indicações está relacionado à utilização como desbridante químico e facilitador do processo cicatricial e como coadjuvante da antibioticoterapia sistêmica de feridas infectadas. 2.12.4 Hidrocelular De acordo com Bajay et al. (2003): Composição: Camada de contato com a ferida não aderente, camada central hidrocelular, macia e altamente absorvente, e a camada de filme externa, que é à prova d’agua e de bactérias. Ação: Não aderente à ferida, altamente absorvente, acelera a cicatrização pela manutenção do meio úmido e é à prova d’agua e de bactérias. Indicado na prevenção e tratamento de feridas abertas não infectadas. 2.12.5 Hidrocoloide De acordo com Bajay et al. (2003): Composição: Composto de gelatina, pectina e carboximetilcelulose sódica, na camada interna, e de espuma de poliuretano ou filme transparente, na camada externa. Ação: Estimula a angiogênese e autólise e acelera o processo de granulação tecidual, indicada na prevenção e tratamento de feridas abertas não infectadas. “É importante salientar que, com a absorção do exsudato, o gel formado na camada interna do curativo assume “aspecto purulento” e com odor desagradável. O cliente deverá ser informado dessa eventualidade”. (BALAN, 2006, p.83). 2.12.6 Membrana de celulose porosa 46 Segundo Bajay et al. (2003) a membrana porosa possibilita a passagem espontânea ou estimulada do exsudato para fora da ferida e simultânea captura por produto absorvente colocado em contato com o seu lado externo. Composição: Membranas constituídas de microfibrilas de celulose cristalina, sintetizadas em condições especiais via fermentação bacteriana e processadas para obtê-las como material desidratado, esterilizado em óxido de etileno e com porosidade criada artificialmente, para permitir a remoção espontânea ou estimulada da secreção de lesões que exsudam. Ação: Mantém contato direto com a lesão, ocorrendo drenagem do exsudato através dos poros ou ordenha. Mantém o meio úmido. Alivia a dor, orienta a epitelização quando a lesão se torna rasa, acelerando o processo de cicatrização. (BAJAY et al., 2003, p.86). Indicado no tratamento de lesões que ocorreu a perda do epitélio, principalmente as com grande potencial de infecção, que sejam caracterizadas como ferimento superficial ou profundo da pele, com exsudação abundante ou escassa. Figura 9: Membrana de celulose porosa Fonte: Membracel, 2014 47 Conforme Membracel (2014) a membrana de celulose porosa pode ser usada em lesões e feridas de pele, como queimaduras, escoriações, úlceras de pressão ou escaras, úlceras arteriais e venosas, feridas do pé diabético, feridas cirúrgicas, lesões causadas pela epidermólise bolhosa, lesões pós cauterização ou laser ou em qualquer outra situação onde ocorra a falta da epiderme ou da derme. 2.12.7 Sulfadiazina de prata Conforme Bajay et al. (2003) o mecanismo de ação do íon prata causa a precipitação de proteínas e age diretamente na membrana citoplasmática. Composição: Sulfadiazina de prata 1%. Ação: Possui características bactericidas imediatas e bacteriostáticas residuais, pois provoca precipitação proteica e age diretamente na membrana citoplasmática bacteriana. Indicada no tratamento de queimaduras. (BAJAY et al., 2003, p.87) 2.12.8 Alginato de cálcio e sódio Conforme Bajay et al. (2003) as vantagens do alginato de cálcio e sódio é eficiente quanto ao estimulo da granulação na ferida e o elevado poder de absorção de exsudato. Composição: Derivado de algas marinhas marrons, composto pelos ácidos gulurômico e manurômico, ânions de cálcio e sódio incorporado em suas fibras. Ação: Os íons de sódio e de cálcio presentes no sangue e no exsudato interagem com os mesmos íons encontrados nos curativos, produzindo um gel que induz à hemostasia em 3 a 5 minutos. Auxilia no desbridamento autolítico, promove grande absorção do exsudado e mantém o meio úmido. (BAJAY et al., 2003, p. 80) Indicado no tratamento de feridas com ou sem infecção, planas ou cavitárias, feridas com exsudação de moderada quantidade, ferida com esfacelo e feridas sangram-te. Não indicada em feridas com pouca exsudação, queimaduras ou feridas secas. 2.12.9 Hidrofibra 48 Segundo Bajay et al. (2003) a hidrofibra é um curativo de fácil manipulação e absorvente que forma um gel macio que interage com o exsudato da ferida, mantendo o meio úmido ideal para a cicatrização da ferida e desbridamento autolítico com fácil remoção, causando pouco ou nenhum dano ao novo tecido formado. Composição: carboximetilcelulose sódica, hidrofibra e prata iônica. Ação: a interação exsudato-curativo produz um gel que mantém o meio úmido. A hidrofibra controla o exsudato da ferida, reduz a sensação de dor e elimina microrganismos retidos no produto (BAJAY et al., 2003, p. 84) . Indicado em feridas infectadas com avaliação rigorosa, em queimaduras, áreas doadoras de enxerto. Não indicada em feridas secas ou hipersensibilidades aos componentes do produto. Figura 10: Hidrofibra Fonte: Vida e saúde, 2014 Para Vida e saúde (2014) a medida que o exsudato é absorvido para o interior do curativo, os ions de prata são liberados e inativam as bactérias. Manter o ambiente úmido e o controle de bactérias contribui com o processo de cicatrização do organismo e auxilia na redução do risco de infecção da ferida. 49 2.12.10Hidrogel Segundo Bajay et al. (2003) o modo de usar é simples realizando a limpeza da ferida com soro fisiológico; secar suavemente a pele ao redor da ferida; aplicar uma fina camada de hidrogel; cobrir com alguma cobertura secundária como; gazes, hidrocoloides e filme transparente. Composição: gel amorfo composto por carboximetilcelulose (CMC), propilenoglicol e água. Ação: promove meio úmido e autólise. Preserva o tecido de granulação. Indicado na remoção de crostas e tecidos desvitalizados em feridas abertas, feridas limpas com granulação, planas ou cavitárias. (BAJAY et al., 2003, p. 84-85) Conforme Bajay et al. (2003) o hidrogel deve ser preenchido totalmente na cavidade das feridas com perda parcial e total de tecido, sendo contra indicado em feridas com grande volume de exsudato. 2.12.11Hidropolímero Conforme Bajay et al. (2003) deve ser realizada a troca do curativo toda vez que houver presença de exsudato nas bordas do curativo ou no mínimo em sete dias. Composição: hidropolimero de alta densidade, revestido externamente por espuma de poliuretano. Ação: mantém a umidade, absorvendo e retendo o excesso de exsudato através de sua estrutura porosa, que se expande aderindo ao leito da ferida e evitando maceração. (BAJAY et al., 2003, p. 85) Indicado em feridas com pequena e média quantidade de exsudato, em fase de granulação e feridas limpas. Contraindicado em feridas com necrose e grande quantidade de exsudato, queimaduras de segundo e terceiro graus, em feridas tunelizadas e em caso de hipersensibilidade e feridas infectadas. 50 CAPÍTULO III ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM NO TRATAMENTO DAS ULCERAS POR PRESSÃO NA REGIÃO SACRA 3 SISTEMATIZAÇÃO DA ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM. Segundo Murta (2007) a Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é uma questão importante para os profissionais de saúde, possibilitando assim a identificação de possíveis caminhos para o alcance dos objetivos propostos e uma melhor aplicação dos conhecimentos técnicos para as tomada de decisões e registro adequado de assistência prestada. Figura 11: Visão da lacuna entre teoria e prática no sistema de informação em enfermagem - Fenômeno 1 51 Fonte: Santos e Nóbrega, 2004 Conforme Santos e Nóbrega, (2004), a figura acima mostra a situação da prática do enfermeiro assistencial na tentativa de desenvolver cuidados de enfermagem com respaldo em uma base teórico-científica, demonstrada por meio dos modelos formais denominados sistematização da assistência de enfermagem. Os enfermeiros precisam de um vocabulário padronizado, uma taxonomia e um sistema de classificação que sirva de referência, ampliando a prática e desenvolvendo sistemas de informação que representem os elementos da sua prática em todas as suas diferentes situações vivenciadas. Figura 12: Visão da lacuna entre teoria e prática no sistema de informação em enfermagem – Fenômeno 2 52 Fonte: Santos e Nóbrega, 2004 Conforme Santos e Nóbrega, (2004), a figura acima tenta explicar as influências que a lacuna existente entre a teoria e a prática de enfermagem provoca no desenvolvimento de sistemas de informação, assim como no preparo dos enfermeiros. Isto afeta o desempenho da prática de enfermagem, que requer uma conexão integral entre a teoria e a prática, como medidas inseparáveis. A relação teoria-prática pode ser fortalecida pelo uso de uma abordagem interpretativa e de uma visão onde a realidade é sociável. Segundo Murta (2007) a sistematização da assistência de enfermagem é uma atividade privativa do enfermeiro que norteia as atividades de toda a equipe de Enfermagem, já que técnicos e auxiliares desempenham suas funções a partir da prescrição do enfermeiro e conforme a Lei do Exercício Profissional nº 7.498, de 25/06/86, a SAE é a organização e execução do processo de enfermagem, com visão holística e é composto por etapas inter-relacionadas. A SAE foi desenvolvida como método específico para aplicação da abordagem cientifica ou da solução de problemas na prática e para a sua aplicação enfermeiras e enfermeiros precisam entender e aplicar conceitos e teorias apropriados das ciências da Saúde, incluídas aí a 53 própria Enfermagem, as ciências físicas, biológicas, comportamentais e humanas, além de desenvolver uma visão holística do ser humano. Esse conjunto de conhecimentos proporciona justificativas para tomadas de decisão, julgamentos, relacionamentos interpessoais e ações. (MURTA, 2007, p. 253) Conforme Blaques (2014) sistematização é a essência da prática da enfermagem, metodologia da profissão, instrumento, ajudando o enfermeiro a prever, avaliar consequência e tomar decisões. Para a aplicação do Processo de Enfermagem (PE), as enfermeiras e enfermeiros precisam entender e aplicar conceitos e teorias apropriadas das ciências de saúde, incluídas aí a própria enfermagem, as ciências físicas, biológicas, comportamentais e humanas, além de desenvolver uma visão holística de ser humano. Esse conjunto de conhecimentos proporciona justificativas para tomadas de decisão, julgamentos, relacionamentos interpessoais e ações. Conforme o autor acima citado o PE é sistematizado e abrange cinco fases, a investigação, o diagnóstico, o planejamento, a implementação e avaliação. 3.1 Fases da sistematização do processo de enfermagem 3.1.1 Investigação De acordo com Murta (2007) nesta fase ocorre a entrevista e exame físico; na entrevista investiga se a situação de saúde do cliente ou comunidade, identificando os problemas e necessidades possíveis de serem abordados nas intervenções de Enfermagem. O exame físico consiste em quatros métodos propedêuticos: inspeção, palpação, percussão e ausculta, a chave para a realização de um exame físico eficiente é um sólido conhecimento teórico e habilidades. Começou em 1965 no Programa de fundamentos de Enfermagem da escola de Enfermagem da USP, com o título de ANAMNESE de Enfermagem, pois havia o problema com a anamnese médica. Em 1967 em reunião do corpo docente da cadeira de Fundamentos da Enfermagem, como, o que era feito, era a história da enfermagem do paciente, surgiu o nome “Histórico de Enfermagem” (MURTA, 2007, p. 255). A inspeção é um procedimento propedêutico, primeiro do exame físico, baseado no sentido da visão para examinar ou inspecionar o aspecto, a cor, a 54 forma, o tamanho e o movimento das diversas partes do corpo. Que Identifica condições clinica visível a olho nu, como lesões cutâneas, cateteres e sondas. O mesmo autor acima citado relata que a palpação é baseada no tato e na pressão, especificamente, no toque sobre as superfícies dos segmentos corporais para detectar modificações da textura, volume, forma, espessura, consistência, flutuações, frêmitos, sensibilidade tátil e dolorosa, elasticidade, temperatura, localização dos órgãos, presença de edemas, massas. A percussão baseia se na utilização do tato e da audição, para provocar e ouvir os sons de golpes leves, planejados, articulados e direcionados para delimitar órgãos, detectar coleção de líquido ou ar e perceber formações fibrosas teciduais. Esses golpes dão origem a vibrações sonoras que têm características próprias quanto à intensidade, timbre e tonalidade, dependendo da estrutura anatômica percutida, e permitem também obter impressão sobre a resistência que a região golpeada oferece, quando mais densa a área percutida maior será o som. Segundo Murta (2007) a ausculta é a última parte dos métodos propedêuticos. Este procedimento consiste na utilização do sentido da audição para ouvir sons ou ruídos produzidos pelos órgãos, que são consequentes da vibração das suas estruturas na superfície corporal, como na avaliação dos ruídos respiratórios, cardíacos, circulatórios e intestinais, sendo dois tipos de ausculta direta e indireta. A direta é executada por aplicação direta da orelha ao corpo. A Ausculta Indireta é a que utiliza o estetoscópio. Para a realização de um exame físico eficiente é um sólido conhecimento teórico e habilidades técnicas apropriadas. 3.1.2 Diagnóstico de Enfermagem (DE) Para Murta (2007) é nessa fase que o enfermeiro (a) analisa os dados coletados e avalia o estado de saúde do cliente através da identificação e avaliação de problemas de saúde reais ou potenciais que são passíveis da resolução por meio das atividades de Enfermagem. Conceito: é a identificação das necessidades básicas do ser humano que precisa de atendimento e a determinação pelo enfermeiro do 55 grau de dependência deste atendimento em natureza e extensão. (MURTA, 2007, p. 256) A autora conclui que é no atendimento global, que a paciente precisa da assistência durante o diagnóstico de enfermagem estabelecido, examinando as alterações, necessidades afetadas e o grau de dependência de cada cliente avaliado. 3.1.3 Planejamento de Enfermagem (PE) Para Gama (2010) o PE identifica o domínio e os objetivos da enfermagem fixando metas para cada intervenção, é a determinação global da assistência de Enfermagem que o cliente deve receber diante do diagnóstico de enfermagem estabelecido, é o resultado da análise do diagnóstico, examinando as alterações, necessidades afetadas e o grau de dependência. O planejamento envolve, então, raciocínio, reflexão e análise sobre a maneira de realizar determinadas atividades e ações, bem com sua abrangência. O planejamento é baseado em planos, que são esquemas que estabelecem antecipadamente aquilo que deve ser feito, buscando as melhores estratégias de ação para o alcance do proposto. (GAMA, 2010, p. 4) É no plano de cuidados que cada enfermeiro deve planejar as ações de intervenções, momentos de colocar em práticas todos os conhecimentos práticos científicos e experiências. 3.1.4 Implementação de Enfermagem (IE) Para Blaques (2014) é a concretização do plano de atendimento ou assistencial pelo roteiro que coordena a ação da equipe de enfermagem na execução dos cuidados adequados ao atendimento das necessidades básicas específicas do ser humano. O momento da realização pode ser: admissional, complementar diária e da alta. Seu efeito pode ser de conduta ou de ação. A conduta modifica o estado do cliente como o repouso, curativo, orientação, termo terapia, higiene. A ação para 56 avaliar o cliente como os sinais vitais, administração de medicamentos, diurese e sintomas. Quanto à autonomia, pode ser independente, quando a decisão é o enfermeiro dependente, quando é vinculada a decisão de outros profissionais (medicamentos, exames, cirurgia). 3.1.5 Avaliação: Evolução de Enfermagem (EE) De acordo com Blaques (2014) é o relato das mudanças sucessivas que ocorrem com o cliente enquanto está sob a assistência profissional. Anotar inicialmente a avaliação global do plano de cuidado. Determinar se os resultados foram atingidos, se as intervenções foram efetivas e se são necessárias modificações. Pode ser conceituada ainda como a análise das respostas do cliente frente aos cuidados de enfermagem prescritos em função dos resultados obtidos no prazo determinado. 3.2 Prognóstico de Enfermagem “O prognóstico indicará as condições que o cliente atingiu na alta médica. Ele chegou a total independência ou está dependente”. (BLAQUES, 2014, p. 03) 3.3 Anotações de Enfermagem “É o registro das respostas do cliente frente aos padrões mínimos de enfermagem e aos cuidados individualizados logo após sua execução e registro das intercorrências”. (BLAQUES, 2014, p. 03) 3.4 Os enfermeiros (as) e seu papel na escolha do curativo Para a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) de 2009 o acompanhamento do cliente por um profissional competente, engajado e comprometido com a assistência integral é uma das tarefas mais importantes na assistência de enfermagem aos clientes com ulceras. Em qualquer nível de atenção, sendo tanto na promoção, proteção, recuperação e reabilitação da saúde, é 57 fundamental a avaliação criteriosa supondo, os princípios do processo saúde, doença e cuidado, o que contribui para o melhor prognostico da cicatrização e melhora na qualidade de vida de seus portadores. A ANS (2009) afirma que o cuidado da ferida depende das condições do paciente se emergencial ou estável dependendo do tamanho do local e do tipo de ferida. Como prioridade o Enfermeiro o deverá coletar dados para o histórico da ferida do paciente, realizando uma inspeção minuciosa, avaliando a superfície, a temperatura do paciente, presença de sinais de cicatrização, analisando as características definidoras como: bordas, odor, vermelhidão, presença de secreção, podendo assim ter um diagnóstico melhor da ferida. A cicatrização é um processo fisiológico cujo objetivo é reparar os tecidos agredidos. Por ser um processo complexo, exige do profissional de saúde conhecimentos básicos sobre fisiologia da pele, fatores que interferem na cicatrização e avaliação sistematizadas, com prescrições distintas de frequências e tipo de curativo necessário para reconstituição do tecido. (TIMBY, 2007, p. 496) Conforme Cunha (2006), o tratamento de feridas evolui com medicamentos e técnicas adequados para que se possam adquirir melhores resultados nas Unidades de Atenção Primaria à Saúde (UAPS). A qualidade no tratamento das feridas depende também da educação e orientação do paciente, fazendo com que ele se torne um participante ativo no processo de cicatrização, é importante sua atuação diretamente no tratamento e prevenção de feridas. Na abordagem do cliente portador de feridas são necessários que o profissional de enfermagem avalie as condições da lesão para a reconstituição da lesão na escolha correta do material a ser utilizado. Diante desse fato é importante realizar a avaliação. O objetivo da avaliação é apresentar informações sobre o estágio da ferida e consequentemente o acompanhamento da mesma embasada na cicatrização e também confirmação do uso adequado do medicamento durante o seu tratamento. (DEALEY, 2001, p. 496) Segundo Franco e Gonçalves (2008), os profissionais de enfermagem devem conhecer o paciente como um todo, seus aspectos psicológicos, a condição sócio econômica, familiar e cultural e as possíveis patologias do paciente para que possa tomar decisões cabíveis para otimizar a recuperação do cliente. 58 Sendo assim, a participação do profissional de enfermagem é fundamental na busca de novas maneiras de cuidar, fundamentada no processo de construção da realidade individual e subjetiva de cada cliente portador de ferida, visando a melhoria da qualidade da assistência (PEREIRA, BACHION, 2005, p. 4). Segundo Borges (2008), os profissionais que acompanham os clientes portadores de feridas devem atentar para o aparecimento de complicações de infecção, por isso deve se utilizar de técnicas assépticas para realização do tratamento, dessa maneira ocorrera a redução da infecção e o período de cicatrização. As feridas podem ser crônicas com longa duração e frequentes recidivas, com a úlcera por pressão, e as agudas que corresponde rapidamente à cicatrização sem complicações, como as traumáticas e cortes. A avaliação da ferida deve ser periódica, e é de fundamental importância acompanhar a evolução do processo cicatricial e a cobertura utilizada. (CARNEIRO et al., 2010, p. 495) 3.5 Escala de Braden Para Bergastrom et al. (1992) apud Almeida (2014) as alterações da integridade da pele que comumente resultam em lesões denominadas UP, escaras ou úlceras de decúbito, tem sido relatadas como sendo objeto de preocupação da enfermagem desde o seu início com Florence Nightingale, porém o problema continua sendo bastante comum em pacientes cuidados nos hospitais e domicílios. Os pacientes críticos reúnem todas as condições para desenvolver úlcera por pressão, pois muitas vezes ficam acamados, imobilizados e com má perfusão tecidual. O enfermeiro tem papel essencial em identificar o grau de risco do paciente em desenvolver úlcera por pressão visando medidas profiláticas. Segundo a colaboração das enfermeiras Alves, Zerza (2009) do Hospital e Maternidade São Luiz de São Paulo, foi elaborada um quadro com o grau de risco de desenvolvimento de úlcera por pressão que segue abaixo: Quadro 1: Avaliação do grau de risco de desenvolvimento de úlcera por pressão 59 PERCEPÇÃO SENSORIAL 1. TOTALMENTE LIMITADO 2. MUITO LIMITADO 3. LEVEMENTE LIMITADO UMIDADE 1. COMPLETAMEN TE MOLHADA 2. MUITO MOLHADA 3. OCASIONALMEN TE MOLHADA ATIVIDADE 1. ACAMADO 2. CONFINADO À CADEIRA 3. ANDA OCASIONALMEN TE MOBILIDADE 1. TOTALMENTE IMÓVEL 2. BASTANTE LIMITADO 3. LEVEMENTE LIMITADO NUTRIÇÃO 1. MUITO POBRE 2. PROVAVELMEN TE INADEQUADO 3. ADEQUADO FRICÇÃO E CISALHAMEN TO 1. PROBLEMA 2. PROBLEMA EM POTENCIAL 3. NENHUM PROBLEMA 4. NENHUMA LIMITAÇÃO 4. RARAMENTE MOLHADA 4. ANDA FREQUENTEMEN TE 4. NÃO APRESENTA LIMITAÇÕES 4. EXCELENTE Fonte: Alves e Zerza, 2009 Segundo Alves, Zerza (2009) a escala de Braden é composta de seis subclasses que refletem o grau de percepção sensorial, umidade, atividade física, nutrição, mobilidade, fricção e cisalhamento. Todas as subclasses são graduadas de um a quatro, exceto fricção e cisalhamento, cuja variação é de um a três. O grau de risco varia de 6 a 23, e pacientes adultos hospitalizados com escores de 16 ou abaixo são considerados de risco para a aquisição de úlcera por pressão. Em população mais velha, os graus 17 ou 18 já podem ser considerados críticos. Utilizaremos o escore ≤16 como crítico para desenvolvimento de úlceras por pressão. 60 CAPÍTULO IV A PESQUISA 4 INTRODUÇÃO Considerando a importância de um tratamento adequado para os pacientes portadores de UPP na região sacra, na pesquisa cientifica intitulada. “Conhecimento dos enfermeiros da atenção primaria em novas tecnologias para tratamento de ulcera por pressão em região sacra”, após aprovação do projeto pelo CEP do 61 UNISALESIANO, protocolo 786.966/14 em 29/09/2014 para atingir os objetivos desse estudo foi realizada uma pesquisa de campo na atenção básica do município de Lins-SP, no mês de outubro de 2014. A escolha pelo local da pesquisa foi devido ao local dispor de profissionais e materiais para o tratamento da UPP na região sacra, tornando-se fundamental para o desenvolvimento da pratica com qualidade. 4.1 Métodos A pesquisa foi realizada no cumprimento da Resolução 196/96 versão 2012 do Ministério da Saúde (BRASIL, 2012) que regulamenta os estudos com envolvimento de seres humanos. Trata-se de uma pesquisa exploratória descritiva e de caráter quantitativa descrevendo a UPP e suas novas tecnologias em tratamento na região sacra comparando teoria e prática de acordo com os dados obtidos através de questionário estruturado de múltipla escolha. A pesquisa exploratória: “usada quando não se conhece muito sobre o assunto. Tem como características principais a flexibilidade, a criatividade e a informalidade”. (GUILHOTO, 2012, p. 149) Para Guilhoto (2012) pesquisa descritiva é usada quando já se tem algum conhecimento do assunto e se quer descrever um fenômeno. Procurando confirmar ou negar os dados coletados. Caráter quantitativo: “o pesquisador define claramente as suas hipóteses e variáveis, usando-as, essencialmente, para obter uma medição precisa dos resultados quantificáveis obtidos”. (GUILHOTO, 2012, p. 149) Estudo de Caso: foi realizada uma pesquisa nas Unidades Básicas de Saúde (UBS) de Lins- SP com enfermeiros gerenciais e assistenciais com o intuito de analisar os conhecimentos dos enfermeiros, quanto às novas tecnologias usadas no tratamento de úlceras por pressão na região sacra. (APÊNDICE A). O presente estudo contou com a participação de 13 profissionais de enfermagem das unidades de saúde, sendo cinco enfermeiros assistenciais e oito enfermeiros gerenciais. Quanto ao sexo foram entrevistados 11 mulheres e dois 62 homens com idade entre 25 a 55 anos e todos os envolvidos se dispuseram a participar da pesquisa. 4.2 Técnicas 4.2.1 Aprovação do Comitê de Ética. (ANEXO A). 4.2.2 Autorização (ANEXO B) 4.2.3 Roteiro de estudo de caso Roteiro com questões de múltipla escolha para todos os enfermeiros envolvidos na pesquisa (APÊNDICE B). Outros registros: serão utilizados materiais ilustrativos como a tabela. 4.3 Caracterização da Instituição e do Local de Pesquisa As instituições de pesquisa são unidades de atenção primaria localizadas nos bairros do município de Lins-SP. A UBS Dr. Mohanna Adas está localizada na Rua Terceiro Sargento Laudelino Nogueira nº 60 centro, na cidade de Lins-SP. A UBS do CAIC está localizada na Rua José Nunes da Silva nº255 - Jardim Santa Maria, na cidade Lins-SP. A USF Pasetto Dr. Thiers Garcez Aguiar está localizada na Rua Antônio Eufrázio de Toledo nº 20 Pasetto, na cidade de Lins-SP. A UBS Dr. Nilton Nicolau Naufal está localizada na Rua Rosa Maria Angélica nº 55 bairro do Rebouças, na cidade de Lins-SP. A UBS do Ribeiro Rua Dr. João José Garcez Novaes nº 217 bairro do Ribeiro, na cidade de Lins- SP. A UBS Dr. Adalberto Ariano Crespo está localizada na Rua Voluntário João Batista Arruda nº 650 bairro do Junqueira na cidade de Lins- SP. A USF Tangara Pastor Agenor Miranda de Campos está localizada na Rua Pedro Augusto Ariano nº220 Jardim Tangara na cidade de Lins – SP. 63 A USF Dr. Douglas Souza Carvalho está localizada na Rua São Joaquim nº128 bairro Santa Terezinha na cidade de Lins-SP. 4.4 Apresentação dos dados A coleta de dados ocorreu nas próprias instituições, durante o plantão dos profissionais envolvidos. Foi entregue os questionários e preenchidos pelos mesmos, após assinarem o termo de consentimento livre esclarecido. (ANEXO C). Ao entregar o questionário para ser preenchido, se percebeu alívio ao saberem que não haveria identificação. Embora tenham demonstrado interesse em participar no decorrer da pesquisa foram observados que os enfermeiros (as) demonstraram impaciência em responder as perguntas, enfatizando que as questões eram muito grandes e por estarem no horário de serviço, não poderiam responder imediatamente, demonstrando à preocupação em responder corretamente. Durante a coleta de dados, a grande maioria dos profissionais entregou o questionário no prazo estabelecido, bem como os termos de consentimento. Em uma das unidades, um profissional negou-se a responder sem ver o pré-projeto e a autorização do secretário municipal de saúde. Após a entrega destes documentos aceitou participar da pesquisa sem mais nenhum questionamento relevante. Os dados obtidos podem ser visualizados na tabela a seguir. Abaixo legenda das tabelas 1, 2 e 5. Grau I – Inflamação da pele Grau II - A pele está perdendo sua espessura Grau III – Ferida de espessura completa Grau IV – Destruição ou necrose para os músculos, ossos e estrutura de suporte. Tabela 1: Classificação da UPP referente aos estágios. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL I e II grau 02 15,38% I, II, e III grau 00 0,00% I, II, III e IV grau 11 84,62% 64 I, II, III, IV e V grau 00 0,00% Total 13 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demonstra que a maior parte dos profissionais enfermeiros, no total de 11 com percentual de 84,62% tem conhecimento da classificação das feridas. Este parâmetro mostra que existe um conhecimento maior a respeito da classificação das úlceras por pressão. Segundo Potter e Perry (2014) a etiologia da úlcera por pressão é importante ser compreendida, pois, o tratamento varia conforme o processo patogênico subjacente podendo ser alguns tratamento lesivo, por isso os profissionais de enfermagem sempre devem saber a história da doença. Tabela 2:Estudo de caso: Estágio da ulcera. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Suspeita de lesão tissular (tecido) 00 0,00% Estagio I 04 30,77% Estagio II 08 61,54% Estagio III 01 7,69% Total 13 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que parte dos enfermeiros conhece o estágio da ulcera por pressão em que se encontra o cliente. O estudo nos mostra que os enfermeiros conhecem mais detalhadamente o estágio II que os pacientes se encontram com um porcentual de 61,54%. Este conhecimento vai declinando para o estágio I com 30,77% e finaliza com o estágio III com 7,69%. Tabela 3: Limpeza das ulceras por pressão em relação à escolha em que os entrevistados trabalham. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Prescrição médica 00 0,00% Prescrição do enfermeiro 06 46,15% 65 Protocolo 07 Padronização 00 53,85% 0,00% Total 13 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que os enfermeiros divergiram quase na mesma proporção na resposta da escolha da utilização do tratamento tópico através de prescrição do enfermeiro e protocolo da unidade. O correto no caso do protocolo com 53,85% teve uma margem muito pequena de diferença da prescrição do enfermeiro que ficou com 46,15%. Tabela 4: Técnica de higiene utilizada para realizar o curativo da ulcera por pressão. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Técnica asséptica 01 7,69% Técnica limpa 09 69,23% Técnica séptica 02 15,38% Sem técnica 00 7,69% Não responderão 01 5% Total 13 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que parte dos profissionais utilizou técnica limpa para a higienização para realizar o curativo das ulceras por pressão. Esta resposta também não foi satisfatória visto a técnica limpa ter apenas nove enfermeiros acertados, perfazendo um total de 69,23%. Tabela 5: Utilização do filme transparente em qual estágio da úlcera por pressão. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Estágio I e II 08 61,54% Estagio II e III 02 15,38% Estagio III e IV 00 0,00% 66 Em todos os estágios 02 15,38% Não responderam 01 7,69 % Total 13 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que os enfermeiros têm conhecimento na utilização do filme transparente nos estágios da úlcera por pressão. Entretanto ainda é uma porcentagem pequena com apenas 61,54%. Tabela 6: Considerações fundamentais para a escolha do tratamento tópico. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Localização, causa da lesão 01 7,69% Coloração da lesão 00 0,00% Tempo de evolução, odor 00 0,00% Tamanho localização e tipo de 11 84,62% Não responderam 01 7,69 % Total 13 100% exsudato Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que os enfermeiros em sua maioria um melhor conhecimentos quanto à escolha do tópico conforme o estado que se encontra a úlcera por pressão. O tamanho, localização e tipo de exsudato obteve afirmação de 11 enfermeiros, perfazendo 84,62% do total de pesquisados. Tabela 7: Vantagens do hidrocoloide para o tratamento das úlceras por pressão na região sacra. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Usado para grandes feridas. 01 7,69% São impermeáveis a agua e bactérias; mantem um 02 15,38% ambiente úmido para a ferida; permite visualização; protege e mantem a ferida aquecida. 67 Absorvem uma grande quantidade de exsudato, não 03 23,08% 07 53,85% 13 100% aderem ao leito da ferida; mantem o meio úmido que favorece a cicatrização. Previnem a contaminação; protegem o tecido novo que é frágil; mantem a umidade dos tecidos; podem reduzir a dor da ferida; não requerem curativo secundário Total Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que apenas metade dos enfermeiros tem conhecimento das vantagens do hidrocoloide. Dos pesquisados 53,85% acertaram a questão. Os demais com uma partes de 23,08%; uma de 7, 69% e uma parte com 15,38% erraram. Este fato demonstra que a maioria dos enfermeiros não tem um conhecimento razoável com relação as vantagens do hidrocoloide no tratamento das ulceras por pressão. Tabela 8: Orientação do horário de mudança de decúbito que consiste na assistência de enfermagem. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Mudança de decúbito de 2/2 horas 11 84,62% Mudança de decúbito de 3/3 horas 02 15,38% Mudança de decúbito de 6/6 horas 00 0,00% Mudança de decúbito de 1/1 horas 00 0,00% Total 13 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que quase a totalidade dos enfermeiros tem conhecimento sobre a importância do horário da mudança de decúbito para a prevenção das ulceras por pressão, com 84,62% de acertos. Tabela 9: Ordem cronológica da cicatrização da ulcera por pressão no estágio IV conforme o sistema (NPUAP). ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Granulação, epitelização, necrose e 01 7,69% inflamação 68 Inflamação, epitelização, granulação e 01 7,69% 10 76,92% 01 7,69% 13 100% necrose Necrose, inflamação, granulação e epitelização Epitelização, inflamação, granulação e necrose Total Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que parte dos enfermeiros tem conhecimento de qual a ordem cronológica da cicatrização da ulcera por pressão, com 76,92% de acertos. As três demais partes têm respectivamente 7,69% cada qual. Tabela 10: Assistência dos enfermeiros a clientes com úlcera por pressão. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Programa de educação Continuada 00 0,00% Cursos de aperfeiçoamento 02 15,38% Orientações com outros enfermeiros 02 15,38% Buscam de literatura atualizada 05 38,46% Não responderam 04 30,77% Total 13 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que os enfermeiros estão bem indefinidos em relação à base na assistência de enfermagem, sendo que. 38,46% buscam uma literatura atualizada, no entanto 30,77% não responderam à questão, as demais duas partes responderam que buscam orientação com outros enfermeiros e curso de aperfeiçoamento respectivamente cada qual por 15,38% do percentual. Tabela 11: Produto utilizado na limpeza de tecido necrótico. ITEM Nº RESPOSTA PERCENTUAL Clorexedina degermante 00 0,00% PVPI 02 15,38% 69 SF 0,9% 00 0,00% SF 0,9% morno 11 84,62% Total 13 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que parte enfermeiros utiliza SF 0,9% morno, num total de 84,62%. Os demais 15,38% erraram a questão. Tabela 12: Verdadeiro ou falso sobre o conhecimento dos enfermeiros quanto às vantagens dos curativos. ITEM VERDADEIRO FALSO PERCENTUAL Carvão ativado de prata 09 04 100% Intervalo da troca do 07 06 100% Alginatos 03 10 100% Espuma de poliuretano 11 02 100% curativo oclusivo Total 100% Fonte: Elaborado pela autora, 2014 A tabela demostra que os enfermeiros não têm conhecimento correto sobre as vantagens dos curativos oclusivos. Quanto ao carvão ativado apenas nove acertaram a questão. Quanto ao intervalo da troca do curativo oclusivo sete erraram visto a questão ser falsa. Quanto aos alginatos 10 acertaram. E quanto à espuma de poliuretano dos 13 pesquisados 11 acertaram a questão. Essa sequência de fatos alerta para uma nova visão sobre a realidade em que vive tanto o enfermeiro como os pacientes. 70 4.5 Discussão Ao analisar os dados obtidos constatou-se que a maioria dos enfermeiros tem conhecimento sobre os estágios classificadoras das UP. Segundo Luz et al. (2009) o sistema National Pressure Ulcer Advisory Panel (NPUAP) de 2007 foi criado para classificar as ulceras por pressão conforme o grau 71 de comprometimento tecidual, que são divididos em quatro estágios conforme já citado neste trabalho no capítulo I. No estudo de caso proposto alguns dos profissionais pesquisados desconhecem o processo correto de estágios de classificação da úlcera por pressão, demonstrando que é preciso investir em educação continuada para uma melhor assistência ao paciente. Tanto a questão referente à limpeza das ulceras por pressão em relação à escolha em que os entrevistados trabalham como a técnica de higiene utilizada para realizar o curativo da ulcera por pressão, merecem uma atenção especial por parte dos profissionais por serem técnicas cotidianas, devendo essas terem uma porcentagem maior de acertos por parte dos pesquisados. Segundo Potter e Perry (2004), a classificação das feridas possibilita que o enfermeiro compreenda os riscos associados a uma ferida e implicações para seu cuidado. Em relação às vantagens do hidrocoloide para o tratamento das úlceras por pressão na região sacra os pesquisados ainda não tem um conhecimento aprofundado com relação às novas tecnologias disponíveis no mercado para o tratamento adequado à úlcera por pressão na região sacra. A questão da colocação de verdadeiro ou falso sobre o conhecimento dos enfermeiros quanto às vantagens da troca dos curativos oclusivos demonstra que é preciso investir em um melhor desempenho por parte dos enfermeiros. Este estudo demonstra, portanto que a educação continuada é de fato necessária e muito importante para o desenvolvimento profissional do enfermeiro, porque amplia sua visão para um atendimento holístico e dá margem para se adquirir o conhecimento das novas tecnologias que o mercado apresenta. Com relação ao uso do filme transparente no tratamento de úlcera por pressão, observa-se que os enfermeiros tem um conhecimento não satisfatório, sendo que somente 08 profissionais acertaram a questão com 61,54% e 05 erraram com 38,45%, sendo que o filme transparente é de grande importância no tratamento das úlceras por pressão. 72 Segundo Bajay et al (2003), O filme transparente é um produto que estimula a angiogênese e autólise e acelera o processo de granulação tecidual, sendo indicada na prevenção e tratamento de feridas abertas não infectadas Tanto a questão referente ao horário de mudanças de decúbito, quanto a ordem cronológica da cicatrização da úlcera por pressão no estágio IV, os enfermeiros tiveram um acerto maior, sendo de grande relevância para o tratamento da úlcera por pressão Segundo Cunha (2006), o tratamento de feridas evolui com medicamentos e técnicas adequadas para que se possam adquirir melhores resultados nas unidades primária à saúde (UAPS) Na questão em que os profissionais se baseiam para realizar o tratamento tópico em úlcera por pressão, observa-se que os enfermeiros estão bem indefinido quanto ao tratamento tendo um acerto de 07 com 53,85% usam o protocolo para realização do tratamento e 06 com 46,15% usam prescrição do enfermeiro, não estando errado, pois, o enfermeiro conforme o código de ética dos profissionais, podem prescrever e orientar curativo desde que tenham um protocolo com os devidos procedimentos Para Potter e Perry (2004), a etiologia da úlcera por pressão é importante ser compreendida, pois, o tratamento varia conforme o processo patogênico subjacente podendo ser algum tratamento lesivo para determinar as úlceras, de modo que os profissionais de enfermagem sempre devem conhecer a história completa da doença 73 4.6 Conclusão da pesquisa De acordo com os resultados obtidos na pesquisa pode ser observado que os enfermeiros (as) têm um conhecimento teórico cientifico razoável acerca das novas tecnologias de tratamento para úlceras por pressão na região sacra sendo que no município as unidades primárias de saúde não possuem um padrão a ser seguido, tendo a ausência de um cuidado sistematizado. 74 PROPOSTA DE INTERVENÇÃO Mediante os resultados obtidos na pesquisa verificou-se a importância dos enfermeiros ter seus conhecimentos pautados na teoria cientifica. Os enfermeiros (as) gerenciais tem o papel de disponibilizar os produtos utilizados nos curativos nas unidades primaria de saúde, para dar a continuação adequada no tratamento de cada cliente. Os enfermeiros (as) assistenciais tem a importância de verificar qual o melhor produto a ser utilizados na realização dos curativos, avaliando cada cliente e suas condições gerais de uma forma sistêmica e humanizada, buscando sempre o melhor para cada cliente. É possível explorar as potencialidades de todos os enfermeiros colaborando para o processo de cicatrização das ulceras por pressão na região sacra utilizando as novas tecnologias em curativo. O tema proposto despertou nos enfermeiros um grande interesse em aprimorar o conhecimento teórico especifico, sendo que poucos enfermeiros (as) tem um conhecimento razoável na pratica dos curativos. Assim, sugere-se o uso adequado do manual atualizado com as novas tecnologias existente no mercado e que os mesmo sejam disponibilizados para as unidades primárias de saúde do município de Lins - SP, para sistematizar a assistência de enfermagem no tratamento das úlceras por pressão na região sacra, investir em educação permanente, para que a formação contínua do profissional seja uma realidade, respondendo às necessidades que está população precisa. Com a grande aceitação devido às necessidades dos enfermeiros (as) em obter mais conhecimento acerca das novas tecnologias no tratamento de úlceras por pressão, sugere-se a continuidade deste tema, e a busca de novas propostas, pois as pesquisa na área da saúde sempre estão avançando e lançando tecnologia no mercado para melhor atender os clientes com úlceras por pressão, promovendo assim inovações e novas perspectivas para tratamento a paciente com úlcera por pressão na região sacra. 75 CONCLUSÃO Conclui-se que os objetivos do trabalho foram atingidos, ou seja, foi possível verificar o conhecimento dos enfermeiros das unidades primaria de saúde acerca das novas tecnologias no tratamento das ulceras por pressão na região sacra. De acordo com os resultados obtidos por meio do presente estudo pode ser observado que os enfermeiros das unidades primárias de saúde possuem um conhecimento que não está totalmente de acordo com a teoria cientifica, para o tratamento das ulceras por pressão. Diante de uma úlcera por pressão e em seguida a sua avaliação, os enfermeiros(as) deve ser criteriosos na análise dos tipos de curativos disponíveis que seja adequado para o tratamento, o perfil do cliente e suas condições deve ser elemento principal e fundamental na escolha da tecnologia adequada para cada cliente conforme sua necessidade e sua continuidade do tratamento. Os artigos utilizados abordaram temas como custo-benefício do tratamento, tipos de tecnologias mais recente em tratamento das ulceras por pressão na região sacra, escala de risco de Braden, acompanhamento dos clientes na prevenção e tratamento que demonstram a preocupação dos enfermeiros (as) em adquirir novos conhecimentos e aderir às tecnologias atuais, melhorando sua capacidade de decisão e acompanhamento dos clientes em risco de desenvolver as úlceras por pressão na região sacra. Portanto conclui-se que os enfermeiros (as) tanto gerenciais quanto assistências têm papel importante nas ações de medida de prevenção e tratamento das ulceras por pressão na região sacra, sendo que as novas tecnologias ainda encontram em fase de conhecimento dos enfermeiros (as) das unidades primárias de saúde. 76 REFERÊNCIAS AGÊNCIA NACIONAL DE SAÚDE SUPLEMENTAR (ANS). Manual técnico de promoção da saúde e prevenção de riscos e doenças na saúde suplementar. 2009. Disponível em:< http://www.ans.gov.br/portal/upload/biblioteca/Manual_Promoprev.pdf>. Acesso em: 16 Set. 2014. ALMEIDA, R. Úlcera de pressão: prevenção. 2014. Disponível em:< http://www.ebah.com.br/content/ABAAAAmOcAC/ulcera-pressao>. Acesso em: 16 Set. 2014. ALVES, E.; ZERZA, M. Escala de Braden. 2009. Disponível em:< http://www.portaldaenfermagem.com.br/parametros_read.asp?id=12>. Acesso em: 17 Set. 2014. AZEVEDO, A. et al. Normas para realização de curativos. 2014. 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Ateneu, 2000. 82 APÊNDICES 83 APÊNDICE A – LISTA DE UNIDADES BÁSICAS As instituições de pesquisa são unidades de atenção primaria localizadas nos bairros do município de Lins-SP. A UBS Dr. Mohanna Adas está localizada na Rua Terceiro Sargento Laudelino Nogueira nº 60 centro, na cidade de Lins-SP. A UBS do CAIC está localizada na Rua José Nunes da Silva nº255 - Jardim Santa Maria, na cidade Lins- SP. A USF Pasetto Dr. Thiers Garcez Aguiar está localizada na Rua Antônio Eufrázio de Toledo nº 20 Pasetto, na cidade de Lins-SP. A UBS Dr. Nilton Nicolau Naufal está localizada na Rua Rosa Maria Angélica nº 55 bairro do Rebouças, na cidade de Lins-SP. A UBS do Ribeiro Rua Dr. João José Garcez Novaes nº 217 bairro do Ribeiro, na cidade de Lins- SP. A UBS Dr. Adalberto Ariano Crespo está localizada na Rua Voluntário João Batista Arruda nº 650 bairro do Junqueira na cidade de Lins- SP. A USF Tangara Pastor Agenor Miranda de Campos está localizada na Rua Pedro Augusto Ariano nº220 Jardim Tangara na cidade de Lins – SP. A USF Dr. Douglas Souza Carvalho está localizada na Rua São Joaquim nº128 bairro Santa Terezinha na cidade de Lins-SP. 84 APÊNDICE B – QUESTÕES DE MÚLTIPLA ESCOLHA 1. As úlceras de pressão estão classificadas em? (a) I e II grau; (b) I e II e III grau; (c) I, II, III, IV grau; (d) I, II, III, IV, V; 2. O paciente A.C.M., 70 anos, recebeu alta hospitalar após estava internado para tratamento clínico de Acidente Vascular Encefálico, apresenta hemiplegia a direita e após uma semana de internação, apresentou úlcera por pressão na região sacral. Tal lesão encontra-se superficial, com perda parcial da espessura dérmica, predominância de tecido de granulação e ausência de esfacelo. Diante do exposto, qual é o estágio desta úlcera? (a) Suspeita de lesão tissular profunda (b) Estágio I (c) Estágio II (d) Estágio III 3. A utilização do tratamento tópico na sua unidade de trabalho se dá através de? (a) Prescrição médica; (b) Prescrição do enfermeiro; (c) Protocolo; (d) Padronização; 4- Qual a técnica de higiene 1que você utiliza para realizar o curativo de úlcera por pressão? (a) Técnica asséptica; (b) Técnica limpa; (c) Técnica séptica; (d) Sem técnica; 85 5. Filme Transparente - Consiste em uma membrana de poliuretano com uma camada adesiva que é permeável ao vapor. Pode ser utilizado em qual estagio das úlceras por pressão. (a) Nos estágios ll e lll (b) Nos estágios I e II (c) Nos estágios lV e lll (d) Em todos os estágios 6. Quais as considerações fundamentais para a escolha do tratamento tópico? (a) Localização, causa da lesão; (b) Coloração da lesão; (c) Tempo de evolução, odor; (d) Tamanho localização e tipo de exsudato; 7. Quais as vantagens do hidrocolóide para tratamento das úlceras por pressão na região sacra. (a) Usado para grandes feridas com grande volume de exsudato para absorção, baixo custo. (b) São impermeáveis a água e bactérias fornecendo assim uma barreira mecânica; mantém um ambiente úmido para a ferida; permite a sua visualização; protege e mantém a ferida aquecida; não exige um curativo secundário; a troca deve ser feita entre 3 a 5 dias. (c) Absorvem uma grande quantidade de exsudato, não aderem ao leito da ferida; alguns têm uma ação especial para diminuir o odor; protegem a ferida isolando-a e acolchoando-a; mantém o meio úmido que favorece a cicatrização; alguns são fáceis de aplicar. (d) Previnem a contaminação secundária da ferida; protegem o desenvolvimento do tecido novo que é frágil; permitem o desbridamento autolítico; aumentam a taxa de angiogênese; fibrinólise e epitelização; mantém a umidade dos tecidos; são trocados geralmente entre 3 a 5 dias; podem reduzir a dor da ferida; não requerem o curativo secundário. 86 8. Consiste na assistência de enfermagem em pacientes com Úlcera por Pressão orientar sobre o horário de mudança de decúbito? (a) Mudanças de decúbito de 2/2 horas; (b) Mudanças de decúbito de 3/3 horas; (c) Mudanças de decúbito de 6/6horas; (d) Mudanças de decúbito de 1/1 hora; 9. Qual a ordem cronológica de cicatrização de uma úlcera de pressão em estágio IV seguindo o sistema (NPUAP) de estagiamento? (a) Granulação, epitelização, necrose e inflamação; (b) Inflamação, epitelização, granulação e necrose; (c) Necrose, inflamação, granulação e epitelização; (d) Epitelização, inflamação, granulação e necrose; 10. Em que você baseia sua assistência a pacientes com úlcera de pressão? (a) Programa de Ed. Continuada; (b) Cursos de aperfeiçoamento (c) Orientações com outros Enfermeiro; (d) Busca de literatura atualizada; 11. No leito da úlcera por pressão com tecido necrótico para limpeza, o que você utiliza? (a) Clorexedina degermante; (b) PVPI; (c) SF0, 9%; (d) SF0, 9% morno; 12 . Verdadeiro ou falso (a) Curativo de Carvão Ativado com Prata é um curativo primário, que não pode ser cortado, pois as partículas de carvão ativado podem entrar na ferida e provocar descoloração. (b) Fazer a oclusão com uma cobertura absorvente om intervalos de Troca de no mínimo a cada 7 dias 87 (c) Curativos de Alginatos - produzido a partir de colágeno de bovinos ou aves, é uma proteína insolúvel encontrada na pele, ossos, cartilagens e ligamentos. Promovem a deposição e organização das novas fibras de colágeno e tecido de granulação. (d) Vantagens do Curativo de Espumas de Poliuretano: absorvem uma grande quantidade de exsudato, não aderem ao leito da ferida; alguns têm uma ação especial para diminuir o odor; protegem a ferida isolando-a e acolchoando-a; mantém o meio úmido que favorece a cicatrização; alguns são fáceis de aplicar. 88 ANEXOS 89 ANEXO A – APROVAÇÃO DO COMITE DE ÉTICA PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP DADOS DO PROJETO DE PESQUISA Título da Pesquisa: Conhecimento dos enfermeiros da atenção primária em novas tecnologias para tratamento de úlcera por pressão em região sacra. Pesquisador: FABIANA APARECIDA MONÇÃO FIDELIS Área Temática: Versão: 2 CAAE: 35158714.9.0000.5379 Instituição Proponente: MISSÃO SALESIANA DE MATO GROSSO Patrocinador Principal: Financiamento Próprio DADOS DO PARECER Número do Parecer: 786.966 Data da Relatoria: 29/09/2014 Apresentação do Projeto: O projeto é um estudo de relevância científica que poderá fornecer informações importantes sobre o conhecimento dos enfermeiros da atenção primária em novas tecnologias para tratamento de úlcera por pressão em região sacra. O projeto de pesquisa se trata de um trabalho de Conclusão de curso de graduação em Enfermagem do Centro Católico Unisalesiano Auxilium de Lins - Unisalesiano, sob a orientação de Docente. Objetivo da Pesquisa: Objetivo geral e específicos muito claros e coerentes ao tema da pesquisa. Avaliação dos Riscos e Benefícios: Após correção e adequação ficou esclarecido, mediante análise, que a pesquisa existe risco mínimo de um possível constrangimento ao participante na aplicação do questionário e que o mesmo será informado via TCLE. Riscos e benefícios da pesquisa muito claros. Comentários e Considerações sobre a Pesquisa: Pesquisa relatada claramente, com tema satisfatório, justificativa, objetivos, hipótese, metodologia, riscos e benefícios com critérios claros de inclusão e exclusão. Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória: Todos os termos de apresentação solicitados e obrigatórios foram apresentados e preenchidos 90 Endereço: Rodovia Teotônio Vilela 3821 Bairro: Alvorada CEP: 16.016-500 UF: SP Município: ARACATUBA Telefone: (18)3636-5252 Fax: (18)3636-5252 E-mail: [email protected] Página 01 de 02 Adequadamente. Recomendações: Projeto de Pesquisa com dados pertinentes, com redação adequada da metodologia proposta, dos critérios de inclusão e exclusão, dos riscos e benefícios, dos objetivos e hipóteses a serem testados, da metodologia da análise de dados, desfecho primário da pesquisa, tamanho da amostra (n), cronograma de execução. Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações: Projeto adequado Situação do Parecer: Aprovado Necessita Apreciação da CONEP: Não Considerações Finais a critério do CEP: ARACATUBA, 11 de Setembro de 2014 Assinado por: CLAUDIA LOPES FERREIRA (Coordenador) 91 ANEXOS B – AUTORIZAÇÃO 92 ANEXOS C – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO Prezado (a) participante: Sou estudante do curso de graduação no Centro Universitário Católico Salesiano Auxilium. Estou realizando uma pesquisa com o tema: “CONHECIMENTO DOS ENFERMEIROS DA ATENÇÃO PRIMÁRIA EM NOVAS TECNOLOGIAS PARA TRATAMENTO DE ÚLCERA POR PRESSÃO EM REGIÃO SACRA”. Sua participação envolve um questionário de múltiplas escolhas, relacionado às novas tecnologias para tratamento de úlcera por pressão. A participação nesse estudo é voluntária, e se você decidir não participar ou quiser desistir de continuar em qualquer momento, tem absoluta liberdade de fazê-lo. Na publicação dos resultados desta pesquisa, sua identidade será mantida no mais rigoroso sigilo. Serão omitidas todas as informações que permitam identificá-lo (a). Mesmo não tendo benefícios diretos em participar, indiretamente você estará contribuindo para a compreensão do fenômeno estudado e para a produção de conhecimento científico. Quaisquer dúvidas relativas à pesquisa poderão ser esclarecidas pela pesquisadora. Telefone para contato: (14) 98818-5895 ou pela entidade responsável – Comitê de Ética em Pesquisa do Unisalesiano, pelo fone (14) 3533-6200. Atenciosamente _______________________________________________________________ Nome da aluna: CPF:___________________ _______________________________________________________________ Nome e assinatura da professora supervisora/orientadora CPF:_____________________ Consinto em participar deste estudo e declaro ter recebido uma cópia deste termo de consentimento. __________________________________________________________________ Nome do participante e assinatura Data e local: ____________________________________________________