DEFINIÇÃO E CRITÉRIOS DE AVALIAçÃo DE ATIVO 147 <llor de custo de entrada) da mera correção dos valores originais dos ativos .;::m algum tipo de índice geral de preços que mensure, da forma mais ampla :;::ossível,isto é, com uma cesta bem diversificada de bens e serviços, as varia:5es do poder aquisitivo médio geral da moeda do País. Esta forma de valor de entrada, conquanto do ponto de vista puramente sêrencial, interno à empresa, não seja a ideal, é a que melhor consegue, princi_almente para finalidades de informação a usuários externos, atentar, ao mesa tempo, para as seguintes condições, mormente em países com altas taxas ..:illacionárias: objetividade (pois trata-se de uma mera correção dos valores :Jriginais), relevância da informação (embora não a máxima para usuários :::lternos principalmente), custo relativamente baixo do processo de correção, ~vorecendo a comparabilidade de: a) balanços da mesma empresa em exercícios diferentes; b) balanços de empresas diversas no mesmo exercício; c) balanços de empresas diversas em diferentes exercícios. Assim, por estas vantagens, é a forma geral preferida de avaliação de ativos nos países com altas taxas inflacionárias e onde (pelo próprio fato de -er alta a taxa) existe uma tendência de os preços individuais de cada ativo :J.ãose afastarem muito (suas variações) da variação média da perda de poder aquisitivo da moeda. E o uso desse indexador médio é o reconhecido e indicado pelo IASC e pela ONU. Pausa e Reflexão o Custo Histórico Corrigido contraria o Princípio do Custo Histórico ou Custo Original? CUSTO DE REPOSIÇÃO Custo de Reposição pode ter várias conceituações, dependendo da data na qual pensamos em fazer a reposição de um ativo por outro em estado de novo. Alguns autores utilizam esse termo como sinônimo de custo corrente, mas, na verdade, existem diferenças. Se um veículo BETA 1986 tiver sido adquirido novo, "O" km, por $ 340.000,00 (com as correções monetárias pela inflação para 1999) e se for possível produzir esse mesmo modelo, em 1999, exatamente igual ao 1986, esse valor ($ 340.000,00) é: um custo corrente? 148 PATRlMÔNIO E RESULTADO um custo original corrigido do bem no estado em que se encontra, ou um custo de reposição? ou nenhuma das alternativas? A rigor, nenhuma das alternativas. Não é um custo corrente (nem mesmo de reprodução ou reconstrução), pois não foram calculados os custos correntes de se fabricar um BETAigual ao modelo 1986 em 1999. Não é a segunda alternativa pois não foi considerada uma provisão para depreciação e obsolescência que considerasse o valor residual do veículo. Certamente não é um custo de reposição, pois o que reporia o automóvel anterior seria um BETA 1999, com várias mudanças tecnológicas e, provavelmente, a um preço de mercado diferente do custo histórico corrigido. O cálculo que foi feito é apenas o valor, em termos de poder aquisitivo da moeda de hoje, do sacrifício de caixa realizado na data da compra, para adquirir um BETA1986. Custo corrente: seria, a rigor, o valor corrente dos insumos contidos num carro de características iguais, em estado de novo ou usado. Custo original corrigido no estado em que se encontra: seria o valor residual do veículo (valor histórico menos depreciação acumulada corrigido pela inflação). Custo de reposição: em estado de novo, é o preço de mercado de um modelo 1999 - pode ser um carro de características técnicas bastante diferenciadas, embora prestando serviços equivalentes. Custo de reposição no estado em que se encontra: seria quanto se teria que pagar, no mercado de segunda mão, para adquirir um BETA1986, aproximadamente no estado em que se encontra o que estamos avaliando. Usualmente, quando se refere à utilização do custo de reposição de ativos usados, para finalidades de balanço, deve-se utilizar o último conceito, por meio de uma pesquisa no mercado. Pelas considerações vistas, verifica-se como é complexa a adoção, para efeito de usos externos, de avaliação de ativos a custos correntes ou de reposição. Apresenta, porém, desde que o Contador defina bem que tipo de variante está adotando e que sejam os valores os menos subjetivos possíveis, uma série de vantagens do ponto de vista informativo sobre todas as formas de valores de entrada (menos a próxima a ser vista), tais como: leva em conta a flutuação específica dos preços dos bens dos ativos que a empresa possui e movimenta; DEFINIÇÃO E CRITÉRIOS 149 DE AVALIAÇÃO DE ATIVO dá uma idéia aproximada ao eventual investidor ou futuro concorrente de quanto precisaria investir para montar uma empresa "fisicamente" equivalente à avaliada; na demonstração de resultados, esta variante de valor de entrada permite separar, no lucro bruto, a parcela que é devida a fatores puramente de variação do preço específico do ativo enquanto ficou, a mercadoria, estocada, da parcela puramente operacional. Por exemplo, suponha-se uma empresa que tenha adquirido, em TO uma mercadoria por $ 25; em TI, vende esta mercadoria por $ 40. Se fosse repor toda a mercadoria em TI precisaria de $ 30. A Contabilidade Tradicional apuraria: Vendas (-) Custo das Vendas Lucro Bruto . . . 40 . 40 . 30 . . 05 25 15 A Contabilidade a Custos de Reposição apuraria: Vendas (-) Custo de Reposição das Vendas + Lucro em vendas ganho pelo fato de o estoque ter variado de preço de 25 para 30 (denomina-se Economia de CustoRealizada) Lucro Realizado 15 Verifica-se uma maior riqueza informativa da demonstração a custos de reposição, embora o resultado final seja o mesmo. A variante de reposição não mistura componentes puramente operacionais com ganhos derivantes pelo fato de a parcela do estoque que foi vendido ter variado de preço específico durante o tempo em que ficou estocada. Note que ambos os conceitos poderiam ser enriquecidos aplicando-se a variação do poder aquisitivo da moeda. O que foi apresentado foram os modelos a custos históricos e custos de reposição. Existem o custo histórico corrigido e o custo de reposição corrigido. Esse último modelo será visto a seguir. 150 PATRlMÔNIO E RESULTADO Uma desvantagem do modelo a custo de reposição é que ele, conceitualmente, só tem validade se, de fato, for repor aquele ativo sendo avaliado. Outra desvantagem é que o modelo se apresenta como altamente gerencial no momento em que é feita a avaliação. Mas não tem muito sentido avaliar e comparar dois balanços, um a preços de reposição de TO e outro a preços de reposição de TI, se tiver havido inflação no período e se esse fato não tiver sido levado em conta. Outra desvantagem é a dificuldade de se encontrarem, para certos ativos, os mercados que podem indicar o preço de reposição. Aí recorre-se a índices específicos, obviamente perdendo-se rigor. Enfim,há diferença entre Custo Corrente e Custo de Reposição?Explique. CUSTO DE REPOSIÇÃO CORRIGIDO Trata-se do mesmo modelo conceitual do item anterior, porém homogeneizando-se as demonstrações contábeis derivantes em termos de poder aquisitivo de uma mesma data. Exemplificando apenas com um ativo, suponha-se que o valor de reposição desse ativo em TO é $ 100 e em TI é $ 150 mas, no período, tenha havido uma taxa de inflação de 40%. Para se comparar efetivamente TO com TI, devem-se corrigir os $ 100 por $ 1,40. Assim, a comparação é entre: Valor de reposição em TI Valor de reposição em TO corrigido Valorização real . $ 150 . $140 . $ 10 As vantagens e desvantagens do modelo podem ser aferidas da combine.ção de vantagens e desvantagens dos demais, dos quais deriva. É claro que, C= um ponto de vista de desenvolvimento e de relevância informativa, se trata c_ modelo mais avançado a valores de entrada, mas devem ser levados em con sempre: a objetividade dos procedimentos, a comparabilidade entre empreSE:: e o custo-benefício da informação. Pausa e Reflexão As empresas podem, conforme o art. 8Q da Leidas S.A.,fazer a Reavaliação no Ativo (NovaAvaliação).Podemosdizer que este método é o Custo de Reposição Corrigido? '