EDSON LUIZ DIOGO DE ALMEIDA IRRIGAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS TROPICAIS E SORGO GRANÍFERO NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ - PARANÁ MARINGÁ PARANÁ – BRASIL FEVEREIRO – 2011 EDSON LUIZ DIOGO DE ALMEIDA IRRIGAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS TROPICAIS E SORGO GRANÍFERO NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ - PARANÁ Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Maringá, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre. MARINGÁ PARANÁ – BRASIL FEVEREIRO – 2011 Dados Internacionais de Catalogação-na-Publicação (CIP) A447 Almeida, Edson Luiz Diogo de Irrigação de plantas forrageiras tropicais e sorgo granífero na região do Arenito Caiuá – Paraná / Edson Luiz Diogo de Almeida. -- Maringá, 2011. 65 f. Orientador : Profº Drº Roberto Rezende. Dissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Maringá,Programa de Pós-Graduação em Agronomia, 2011. 1. Irrigação. 2. Produção de forragem. 3. Sorgo granífero. I. Rezende, Roberto, orient. Universidade Estadual de Maringá. Programa de Pós-Graduação em Agronomia. Título. CDD 21. ed. 631.7 EDSON LUIZ DIOGO DE ALMEIDA IRRIGAÇÃO DE PLANTAS FORRAGEIRAS TROPICAIS E SORGO GRANÍFERO NA REGIÃO DO ARENITO CAIUÁ - PARANÁ Dissertação apresentada à Universidade Estadual de Maringá, como parte das exigências do Programa de Pós-graduação em Agronomia, área de concentração em Produção Vegetal, para obtenção do título de Mestre. APROVADA em 11 de fevereiro de 2011. _____________________________ _____________________________ Drª. Simony M. Bernardo Lugão Dr. Paulo S. Lourenço de Freitas ___________________________________ Prof. Dr. Roberto Rezende (Orientador) A Deus por ter me dado tudo; ao meu pai (Palão), Gumercindo Diogo de Almeida (in memoriam), que tão cedo nos privou de sua presença, mas que me ensinou o valor do trabalho e da honestidade; à minha mãe, Antonia Barchesi de Almeida (Baixinha), que me deu a base, a formação e o incentivo de que precisei nas horas mais difíceis; à minha mulher, Elizabeth Fátima Barbosa de Melo Diogo de Almeida (Nega), que me deu rumo e foi companheira durante todo o percurso; ao meu filho, Gabriel Barbosa de Melo Diogo de Almeida (Zé Ruela), que me deu alegria e foi paciente nos meus momentos de ausência para chegar até aqui e a quem eu quero que sirva de exemplo o meu esforço e minha vida; aos meus irmãos Gumercindo (Diogo), Júlio (Daxú) e Olga (Gô), que sempre estiveram junto de mim mesmo estando distantes e proporcionaram condições para que eu estudasse e conseguisse a minha graduação e que juntos formamos a nossa personalidade e o nosso gosto pelo belo e pela arte; a todos que acreditaram em mim, sempre! Dedico ii AGRADECIMENTOS Á Universidade Estadual de Maringá – UEM; ao Instituto Agronômico do Paraná – Iapar; ao Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural – Emater; aos Professores da Pós-graduação da Universidade Estadual de Maringá - UEM (Doutores: Cássio Antonio Tormena, Antonio Carlos Andrade Gonçalves, Paulo Sérgio Lourenço de Freitas, Carlos Alberto Scapim, Roberto Rezende, Kátia Regina F. S. Estrada, Altair Bertonha, Maria Anita Gonçalves da Silva); ao meu orientador Prof. Dr. Roberto Rezende (nobre Mestre), ao qual sou eternamente grato por me proporcionar a oportunidade e me ajudar a realizar um antigo desejo; ao meu Orientador na Emater e amigo, Flávio A. Degasperi da Cunha, que sabe muito bem o que é completar esta tarefa; ao meu Gerente Regional, Romoaldo Carlos Faccin, sem o qual não teria sido possível realizar o meu Mestrado; ao Instituto Tecnológico Simepar, na pessoa da Dra. Ângela Beatriz Costa; aos Pesquisadores, (José J. dos Santos Abrahão, Willian G. do Nascimento, Jadir, Mario Takahashi, Kátia F. Gobbi, Matheus C. B. de Azevedo, Jonez Fidalski, Luciano Grillo Gil, Alessandra M. Detoni e Vanderlei Bett) e a todos os funcionários, na pessoa do Chefe da Estação Experimental do Iapar de Paranavaí - Sr. Alípio Rocha Menezes, pelo apoio e ajuda nas tarefas diárias; aos bolsistas da SETI, que sem eles nada disso seria possível (Arthur Pires Sanches, Cristina Tiemi Kayukawa, Tárcio D. Kamitani Alves, Abel Lopes Costa, Flaviane M. de Medeiros, Davi A. Oliveira Barizão, Thais M. Del Moura Soares, Eric Augusto Esquiçati. Gabriela B. Navarro de Paula e Gisele Cristina dos Santos); à minha amiga e parceira de trabalho, Dra. Simony Marta Bernardo Lugão, que me ajudou e incentivou sempre para a realização deste trabalho; iii aos amigos da Emater, que em muitas oportunidades foram compreensivos quando da minha ausência (Belmiro Ruiz Marques, Joaquim Nereu Girardi, Jorge Ogassawara e Ivete Borges de Souza); aos amigos da Pós-graduação, Marcos Aurélio Teixeira Costa, Jéferson Vieira, Fernando Henrique Souza e Silas Maciel de Oliveira, que me ajudaram nas tarefas de execução, fechamento e análise do experimento; um especial agradecimento ao Jonas Galdino, bolsista da área de Climatologia do Iapar, que nos ajudou e forneceu os dados climáticos durante todo o período do experimento; aos funcionários do PGA, Érica Cristina Takamizawa Sato e Reinaldo Bernardo, pelo apoio durante estes dois anos; à minha paciente Professora de inglês, Roberta Navarro. iv BIOGRAFIA EDSON LUIZ DIOGO DE ALMEIDA, filho de Gumercindo Diogo de Almeida (in memoriam) e Antonia Barchesi de Almeida, nasceu no dia 25 de agosto de 1961, em São Paulo, SP, onde cursou o Ensino Fundamental na Escola Estadual Dom Paulo Rolim Loureiro. Em dezembro de 1989, recebeu o título de Engenheiro Agrônomo, conferido pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), hoje Universidade Federal de Lavras (UFLA). Em agosto de 1994, obteve o título de Especialista em Administração Rural conferido pela Escola Superior de Agricultura de Lavras (Esal), hoje Universidade Federal de Lavras (UFLA). Em junho de 2007, obteve o título de Engenheiro de Segurança do Trabalho conferido pela Universidade Estadual de Maringá (UEM). Em dezembro de 2008, obteve o título de Perito para Comprovação de Perdas para o Seguro Agrícola e Proagro conferido pela Associação Brasileira de Educação Agrícola Superior - Abeas. Em outubro de 1991, ingressou na Empresa Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural onde atua até hoje como Assistente Técnico de Nível Superior, Responsável Regional pelo Projeto Redes de Referência para Agricultura Familiar como Executor de Redes; é Coordenador Regional da Área de Desenvolvimento Integrado (ADI – Leste) e de Crédito Rural. Em fevereiro de 2011, concluiu o Mestrado. v “Nunca se afaste de seus sonhos, pois se eles se forem, você continuará vivendo, mas terá deixado de existir”. Charles Chaplin vi ÍNDICE LISTA DE QUADROS .................................................................................. ix LISTA DE FIGURAS ................................................................................... x LISTA DE TABELAS .................................................................................... xi RESUMO ...................................................................................................... xii ABSTRACT .................................................................................................. xiv 1. INTRODUÇÃO .......................................................................................... 1 2. REVISÃO DE LITERATURA ..................................................................... 3 2.1 Pastagens perenes tropicais .............................................................. 3 2.2 C aracterísticas das principais espécies forrageiras tropicai ............. 4 2.2.1 Brachiaria brizantha cv. Marandu ............................................ 4 2.2.2 Panicum maximum jacq. cv. Mombaça ................................... 4 2.2.3 Cynodon spp. cv. Tifton 85 ...................................................... 5 2.2.4 Pennisetum purpureum cv. Pioneiro ........................................ 5 2.3 Efeito da irrigação na produção e qualidade de gramíneas forrageiras .......................................................................................... 5 2.4 O sorgo granífero ............................................................................... 14 2.5 Efeito da irrigação na produção do sorgo granífero ........................... 16 2.6 Coeficiente de uniformidade da irrigação ........................................... 18 2.7 Coeficiente de cultura ........................................................................ 19 3. MATERIAL E MÉTODOS ......................................................................... 20 3.1 Local do experimento e área experimental ........................................ 20 3.2 O clima ............................................................................................... 22 3.3 O solo ................................................................................................. 23 3.4 Sistema e manejo da irrigação ........................................................... 25 3.5 Experimento com gramíneas forrageiras ........................................... 29 3.5.1 Preparo do solo, semeadura e adubação das gramíneas forrageiras ............................................................................... 3.5.2 Coleta de dados para avaliação da produção e características bromatológicas das forrageiras ....................... vii 29 30 3.5.3 Delineamento experimental .................................................... 31 3.6 Experimento com o sorgo granífero ................................................... 32 3.6.1 Preparo do solo, semeadura e adubação do sorgo granífero .... 32 3.6.2 Coleta de dados para avaliação da produção de grãos, altura de plantas e peso de mil sementes ......................................... 32 3.6.3 Delineamento experimental .................................................... 33 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES .............................................................. 35 4.1 Elementos meteorológicos ................................................................. 35 4.2 Uniformidade de irrigação .................................................................. 36 4.3 Produção e qualidade das forrageiras ............................................... 39 4.3.1 Taxa de acúmulo e massa seca total de forragem .................. 39 4.3.2 Massa seca foliar ..................................................................... 42 4.3.3 Massa seca de colmo .............................................................. 43 4.3.4 Massa seca de material senescente e morto .......................... 45 4.3.5 Teor de proteína bruta na folha (PB) ....................................... 46 4.4 Produção de grãos, peso de mil sementes e altura de plantas de sorgo .................................................................................................. 47 4.4.1 Produção de grãos ................................................................... 47 4.4.2 Peso de mil sementes .............................................................. 51 4.4.3 Altura de plantas ...................................................................... 53 5. CONCLUSÕES ......................................................................................... 55 5.1 Experimento de forrageiras ................................................................ 55 5.2 Experimento de sorgo ........................................................................ 55 REFERÊNCIAS ............................................................................................ 56 APÊNDICE ................................................................................................... 62 viii LISTA DE QUADROS Quadro 1 Médias dos parâmetros climáticos do município de Paranavaí - PR .......................................................................................... 22 Quadro 2 Resultado da análise química e granulométrica do solo .......... 23 Quadro 3 Densidade aparente, macro, micro e porosidade total em duas profundidades .................................................................. 24 Altura média de corte das forrageiras durante o período experimental ............................................................................. 31 Valores médios dos elementos meteorológicos obtidos durante o período experimental ............................................... 35 Valores do CUC e CUD para 14 avaliações realizadas durante o período experimental ............................................... 37 Quadro 4 Quadro 5 Quadro 6 ix LISTA DE FIGURAS Figura 1 Área experimental .................................................................... 20 Figura 2 Croqui da área e distribuição das unidades experimentais ..... 21 Figura 3 Distribuição das cultivares avaliadas no campo experimental ... 21 Figura 4 Sistema de irrigação em funcionamento .................................. 25 Figura 5 Coletores para obtenção das precipitações ............................. 26 Figura 6 Curva de retenção de água no solo da área experimental ...... 27 Figura 7 Valores de pluviosidade, lâminas de irrigação aplicadas e o balanço de água no solo durante o período experimental. Paranavaí - PR ......................................................................... 28 Precipitação pluviométrica média em decêndio de dez anos e do período experimental .......................................................... 29 Panículas da área útil das parcelas de sorgo, ensacadas para proteção contra as aves ........................................................... 33 Figura 10 Valores médios de dez anos e no período experimental da velocidade do vento no local do experimento .......................... 38 Figura 11 Precipitações pluviométricas do período experimental ............ 49 Figura 8 Figura 9 x LISTA DE TABELAS Tabela 1 Tabela 2 Tabela 3 Tabela 4 Tabela 5 Tabela 6 Tabela 7 Tabela 8 Tabela 9 Tabela 10 Taxa de acúmulo de massa seca (kg ha-1dia), de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra 2009-2010 ................... 39 Produção de massa seca de forragem (kg ha-1163 dias) de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra 2009-2010 ...... 41 Produção de massa seca foliar de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra 2009-2010 ................... 42 Produção de massa seca de colmo de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra 2009-2010 ................... 44 Produção de massa seca do material senescente e morto de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra 2009-2010 ... 45 Teor de proteína bruta (PB) na folha de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra 2009-2010 .................. 46 Produção de grãos (kg ha-1) de quatro cultivares de sorgo granífero, com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra de verão 2009-2010 .... 48 Percentagem de plantas apresentando maturação fisiológica aos 90 dias após o plantio ..................................... 50 Peso de mil sementes (g) de quatro cultivares de sorgo granífero, com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra de verão 2009-2010 .... 51 Altura de plantas (cm) de quatro cultivares de sorgo granífero, com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí - PR. Safra de verão 2009-2010 .... 53 xi RESUMO ALMEIDA, Edson Luiz Diogo de, MS, Universidade Estadual de Maringá, fevereiro de 2011. Irrigação de plantas forrageiras tropicais e sorgo granífero na região do Arenito Caiuá – Paraná. Professor Orientador: Dr. Roberto Rezende A região Noroeste do Estado do Paraná se caracteriza por possuir altas temperaturas, chuvas mal distribuídas, solos arenosos, de baixa fertilidade e suscetíveis à erosão. A pecuária é a fonte de renda em um grande número de propriedades, onde a utilização de sistemas irrigados poderia elevar a produtividade e melhorar a renda das famílias. Baseado nesta realidade, este estudo objetivou avaliar o potencial de resposta de quatro forrageiras tropicais (Mombaça, Pioneiro, Marandu e Tifton 85) e quatro variedades de sorgo granífero (MR 43, Buster, Catuy e DKB 599), em sistema de cultivo irrigado e não-irrigado. O estudo foi conduzido na Fazenda Experimental do Iapar, no município de Paranavaí - PR, localizado na região do Arenito Caiuá, com altitude de 480 m, sendo o solo caracterizado como Latossolo Vermelho distrófico textura média, com frações de 89,20% de areia, 1,00% de silte e 9,80% de argila. O experimento foi instalado em delineamento experimental de blocos casualizados em esquema fatorial 2 X 4 (irrigação e cultivar). O manejo da irrigação foi realizado de acordo com o balanço de água no solo definido pela capacidade de campo e ponto de murcha permanente de acordo com a curva característica de retenção de água no solo, utilizando-se um fator de disponibilidade de 0,5 e reposição de água pela irrigação para atingir a umidade na capacidade de campo, em uma profundidade efetiva de raiz de 50 cm. A condução das forrageiras se iniciou no dia 16/11/09, encerrando-se no dia 28/4/10, com período experimental de 163 dias. Foram avaliados: a produção de massa seca por hectare, a taxa de acúmulo, a massa seca de folhas, de colmo, de material senescente e morto e o teor de proteína bruta na folha das forragens. O sorgo foi cultivado durante 102 dias de 10/12/2009 a 22/3/10, e foram avaliadas a produção de grãos por hectare, o peso de mil sementes e a altura de plantas. A irrigação não proporcionou aumento da xii massa seca de forragem, mas aumentou a proteína bruta na folha. As cultivares, Pioneiro, Tifton 85 e Marandu se mostraram mais produtivas. Para as cultivares de sorgo granífero, a irrigação proporcionou aumento na produção da cultivar Buster e a cultivar MR 43 foi mais produtiva que DKB 599 no sistema de produção irrigado e que Buster no não-irrigado. Palavras-chave: irrigação, produção de forragem, sorgo granífero. xiii ABSTRACT ALMEIDA, Edson Luiz Diogo de, MS,. State University of Maringa, February 2011. Tropical forage plants and sorghum irrigation in the Caiua Sandstone region, Brazil. Adviser: Dr. Roberto Rezende The northeastern region of the state of Paraná, Brazil, is known for its high temperatures, badly distributed rains, and arenite soil characterized by low fertility and erosion. Cattle-raising is the most common source of income on farms in which the deployment of irrigation systems may raise productivity and improve families’ income. Current analysis assessed the response potentiality of four tropical forage plants (Moçamba, Pioneiro, Marandu and Tifton 85) and four varieties of grain-bearing sorghum (MR 43, Buster, Catuy and DKB 599) in irrigated and non-irrigated crop systems. Investigation was undertaken on the IAPAR experimental farm in Paranavai PR Brazil, located in the Caiuá sandstone region, altitude 480 meters, with dystrophic red latisol and fractions comprising 89.20% sand, 1% silt and 9.80% clay. The experiment consisted of randomized blocks made up of 2 X 4 factorial design (irrigation and farming). Irrigation management followed water balance in a soil defined by field and permanent wilting point capacity according to characteristic water retention curve. A 0.5 availability factor and water replacement by irrigation was employed so that humidity in field capacity at an effective root depth capacity of 50 cm could be achieved. Experiment in forage plants started on the 16th November 2009 and lasted up to the 28th April 2010, or rather, a 163-day period. Dry mass production per hectare, accumulation rates, dry leaf mass, dry stalk mass, senescent and dead material, and crude protein rates of forage plants were evaluated. Further, sorghum was cultivated for 102 days, from the 10th December 2009 to the 22nd March 2010. Grain production per hectare, onethousand-seed weight and plant height were evaluated. Irrigation did not cause any increase in forage dry mass, although crude protein in leaves increased. Cultivars Pioneiro, Tifton 85 and Marandu were more productive. In the case of grain-bearing sorghum cultivars, irrigation increased the production of the xiv cultivar Buster, whereas cultivars MR 43 and Buster were more productive than DKB 599 respectively in the irrigation and non-irrigation production system. Keywords: irrigation, forage production, sorghum. xv 1. INTRODUÇÃO Atualmente, a água é concebida pelos especialistas como um recurso renovável, porém finito, já que a poluição e o uso dos recursos hídricos têm aumentado tanto, que não permitem a reposição na velocidade necessária ao consumo. Desta forma, a utilização racional da água é um tema importante na busca de melhor qualidade de vida para as populações de todo o mundo. O Estado do Paraná faz parte de uma grande região fronteiriça que é contemplada com enorme aquífero subterrâneo e do qual sua exploração racional pode trazer grandes benefícios às produções das principais atividades agropecuárias, em que o Estado é destaque no cenário nacional. A região Noroeste se caracteriza por possuir altas temperaturas, chuvas mal distribuídas, solos arenosos, de baixa fertilidade e muito susceptíveis à erosão. Por estes aspectos edafoclimáticos, dentre os principais sistemas de produção se destaca a bovinocultura de leite, explorada em um grande número de pequenas propriedades e com baixos índices zootécnicos. A água é um dos principais fatores no desenvolvimento das culturas, e as irregularidades do regime pluviométrico se constituem em restrição ao desenvolvimento agrícola. Assim, a utilização de sistemas de produção irrigados pode contribuir para elevar a produtividade das culturas, reduzindo a dependência de alimentos energéticos, proteicos e volumosos, provenientes de fontes externas às propriedades pecuárias, minimizando o custo de produção e melhorando a viabilidade dos sistemas. Atualmente, a pesquisa e a extensão têm levado aos produtores diversas tecnologias para a melhoria das pastagens, manejo e sanidade dos rebanhos, ferramentas de gestão para a profissionalização destes produtores, de maneira que possam obter melhores resultados na atividade com reflexos positivos na renda das famílias. O fomento por meio de políticas públicas, como Programa de Irrigação Noturna (PIN) do Estado do Paraná, que subsidia o custo da energia, tem aumentado a demanda de sistema de irrigação pelos produtores e as empresas de venda de equipamentos muitas vezes disponibilizam projetos e 1 instalações que em muitos casos não levam em consideração as características do solo, do clima, a eficiência agronômica da planta e a habilidade do produtor em operar estes sistemas. Pesquisas que possam mostrar aos produtores quais materiais se adaptam melhor aos sistemas irrigados, qual o seu potencial produtivo e o melhor manejo para maior eficiência do sistema produtivo se tornam importantes e necessários. Diante do exposto, o objetivo deste trabalho foi avaliar a resposta de quatro espécies forrageiras tropicais e quatro cultivares de sorgo granífero cultivados em solo da região do Arenito Caiuá em sistema de cultivo com e sem irrigação. 2 2. REVISÃO DE LITERATURA 2.1 Pastagens perenes tropicais Segundo Corrêa e Santos (2003), nos países de clima tropical e subtropical, há grande potencial de produção de carne e de leite em pastagens, existindo várias gramíneas forrageiras, tais como as dos gêneros Panicum, Brachiaria, Cynodon e Pennisetum que, se bem manejadas, podem constituir o principal componente da dieta de ruminantes, com função importante na redução do custo de produção na pecuária. Para Ruviaro et al. (2008), o manejo é um dos fatores mais importantes para garantir eficiência das pastagens na alimentação de bovinos e o nível de acerto em sua aplicação é que determina se uma mesma espécie de elevado potencial forrageiro vai produzir maior ou menor volume de massa seca. Segundo Corrêa e Santos (2006), as gramíneas forrageiras tropicais possuem elevado potencial de produção de forragem, e cerca de 80% dessa produção ocorre no período das águas e apenas 20% na seca, apresentando grande estacionalidade de produção. As gramíneas forrageiras tropicais do tipo C4 apresentam taxa fotossintética máxima entre 30 e 35ºC e a temperatura base inferior (temperatura abaixo da qual não há crescimento) variam entre 12 e 17ºC (CORRÊA; SANTOS, 2006). Vilela et al. (2003) relata que a produção intensiva de leite em pasto tem sido a forma mais eficiente para redução dos custos, manutenção da competitividade e sustentabilidade da exploração leiteira. O incremento da produtividade é o grande desafio da pesquisa, que busca incessantemente selecionar espécies forrageiras que, manejadas de forma correta, apresentem potencial para a atividade leiteira. 3 2.2 Características das principais espécies forrageiras tropicais 2.2.1 Brachiaria brizantha cv. Marandu Para Jank et al. (2005), Brachiaria brizantha cv. Marandu é uma das forrageiras mais plantadas no Brasil nos últimos 15 anos, e de maior porte quando comparada às outras braquiária. É uma planta com hábito de crescimento cespitoso, com colmos iniciais prostrados, produzem perfilhos predominantemente eretos, bem como rizomas curtos e curvados, com boa relação folha colmo. Segundo Gomide e Gomide (2007), entre seus atributos positivos estão a resistência à cigarrinha das pastagens, elevada produção de matéria seca e boa cobertura de solo. Para estes autores, seus pontos negativos seriam a baixa adaptação a solos ácidos e de baixa fertilidade e susceptibilidade à cigarrinha da cana-de-açúcar. 2.2.2 Panicum maximum jacq. cv. Mombaça Segundo Jank et al. (2005), a cultivar Mombaça foi lançada pela Embrapa Gado de Corte e pelo Instituto Agronômico do Paraná em 1993. Tem potencial de produção elevado, podendo chegar a 33,0 t de matéria seca foliar ha-1 ano-1, com teor de proteína de 13%. Apresenta porte alto de 1,0 m e folhas com largura de 3 cm. As lâminas foliares possuem poucos pelos curtos na face superior e bainhas glabras, sem serosidade. Os colmos são levemente arroxeados e as espiguetas, glabras e verdes, com poucas manchas roxas. É uma das espécies de plantas forrageiras mais importante para a produção de bovinos nas regiões de clima tropical e subtropical. O uso e o interesse por plantas do gênero Panicum tem crescido nos últimos anos, provavelmente por seu grande potencial de produção de matéria seca por unidade de área, ampla adaptabilidade, boa qualidade de forragem, facilidade de estabelecimento e tolerante à cigarrinha das pastagens (GOMIDE; GOMIDE, 2007). 4 2.2.3 Cynodon spp. cv. Tifton 85 Segundo Jank et al. (2005), a cultivar Tifton 85 tem produção de matéria seca de folhas acima de 20,0 t ha -1 ano-1 de bom valor nutritivo, caracterizado por teores de proteína bruta variando de 11 a 13% e digestibilidade entre 58 e 65%. Para Gomide e Gomide (2007), entre seus atributos positivos estariam o elevado valor nutritivo, alta resposta à adubação, boa tolerância ao frio, e boa resistência ao pastejo, entre seus aspectos negativos estariam a propagação vegetativa, estabelecimento lento, e susceptibilidade à cigarrinha das pastagens. 2.2.4 Pennisetum purpureum cv. Pioneiro Segundo Jank et al. (2005), a produção de matéria seca é de 46,7 t ha-1 ano-1 com teor de proteína de 15%, sendo que seu crescimento rápido e vigoroso resulta em maior cobertura de solo. Esta cultivar foi lançada em 1996 para uso sob pastejo rotativo, pelas suas características de crescimento rápido e expansão lateral das touceiras. Apresenta touceiras de formato aberto, grande número de brotações aéreas e basais, colmos finos e folhas eretas. Segundo Gomide e Gomide (2007), esta cultivar apresenta boa resistência à seca, boa tolerância ao alumínio do solo e como pontos negativos intolerância a temperaturas muito baixas, tem propagação vegetativa, é exigente em fertilidade e susceptível à cigarrinha da pastagem. 2.3 Efeito da irrigação na produção e qualidade de gramíneas forrageiras Segundo Mendonça et al. (2007), as perspectivas mostram que, num horizonte de 20 a 30 anos, não haverá espaço para produção animal extensivo e com baixo uso de tecnologia no Brasil, pois existem alternativas de uso da terra mais viáveis economicamente. Para Mendonça e Rassini (2008), a intensificação do uso das pastagens é o fator mais importante para a viabilidade técnico-econômica da 5 produção de leite, pois a alimentação é o item de maior custo nos sistemas de produção animal. Resultados positivos na atividade leiteira podem ser vistos em Lugão et al. (2008), trabalhando com adubação de pastagens em sistemas intensificados nas pequenas propriedades do Noroeste do Estado do Paraná, em pastagens adubadas com 300 kg N ha-1 ano-1 e manejadas com 95% de interceptação luminosa, Lugão et al. (2008) obtiveram produção de forragem de até 4.200 kg de MS ha-1 por ciclo de pastejo, permitindo taxas de lotação de até 9 UA ha-1 com produções que chegaram a 16.923 litros de leite por ha ano-1 com a utilização suplementar de concentrado. Coser e Martins (2004), em estudo sobre o potencial de produção de forragens irrigadas, citam que no momento há uma crença generalizada no uso de irrigação como valiosa ferramenta de manejo para a produção de forragem, principalmente na época seca do ano, com expressivo aumento do número de produtores interessados nessa técnica. Lembram ainda que em temperaturas baixas, mesmo com o fornecimento de água, a resposta da planta é apenas na elevação da produtividade, sem muita importância sobre a sazonalidade das forrageiras. Ainda segundo estes autores, gramíneas tropicais não-adubadas e irrigadas podem possibilitar a produção de 1.000 a 2.000 kg ha-1 ano-1 de leite; quando adubadas, podem apresentar uma produtividade que varia de 5.000 a 10.000 kg ha-1 ano-1 de leite, no entanto quando adubadas e irrigadas adequadamente possibilitam produções de até 25.000 kg ha-1 ano-1. Para o manejo eficiente no sistema de pastejo com lotação rotacionada e alta relação folha colmo das gramíneas forrageiras tropicais, Silva (2008) recomenda no pré-pastejo a altura de 90, 80, 35 e 25 cm para os capins Mombaça, Pioneiro, Marandu e Tifton 85, respectivamente, e altura de saída dos animais de 40, 40, 15 e 10 cm para os mesmos capins, respectivamente. O mesmo autor recomenda que estas alturas devem ser respeitas para não comprometer a qualidade da forragem, a rebrota e a persistência das plantas forrageiras. Corrêa e Santos (2006) alegam que nas regiões tropicais e subtropicais, o fator temperatura, pluviometria e fotoperíodo são importantes no crescimento das gramíneas, bem como a radiação solar, pois esta constitui a fonte de energia para a conversão em biomassa. Citam ainda que as 6 gramíneas tropicais do tipo C4 apresentam taxa fotossintética máxima entre 30 e 35°C e a temperatura base inferior (temperatura abaixo da qual não há crescimento) de 17,5ºC para o Mombaça, 15,6ºC para o Pioneiro, 15,0ºC para a Marandu e 13,0ºC para a Tifton 85. Observa-se que a Tifton 85 se mostra mais adaptada a cultivos em que as temperaturas mínimas do período seco do ano são mais baixas e consequentemente com maior amplitude de temperatura para produção de matéria seca. Resultados de trabalho realizado na Embrapa Pecuária Sudeste, em São Carlos, SP, na altitude de 836 m e 1256 mm de precipitação no período de janeiro a novembro, avaliando-se o capim-tanzânia adubado e irrigado, sob pastejo com vacas leiteiras, mostram que a irrigação de pastagem não altera a estacionalidade de produção nesta região, porém promove aumento da taxa de acúmulo de forragem na primavera e no outono (CORREA; SANTOS, 2006). Estes autores concluem que efeitos mais acentuados da irrigação são observados a partir de setembro e principalmente de outubro, quando a precipitação não é ainda suficiente, porém, as condições de temperatura e de fotoperíodo já são mais favoráveis. Rassini (2004) relatou que as pastagens irrigadas têm um período de 65 a 70 dias de estacionalidade de produção durante o ano, em que, mesmo satisfazendo as necessidades hídricas das plantas forrageiras, não há produção de matéria seca pelas baixas temperaturas. Em trabalho com seis espécies forrageiras com (reposição da ET0) e sem irrigação com adubação de 40 kg de N por corte, em Latossolo Vermelho-Amarelo de textura média na região de São Carlos – SP. Este autor obteve sete e nove cortes no primeiro e segundo ano de avaliação na área irrigada e quatro e seis cortes no primeiro e segundo ano na área não-irrigada, obtendo média entre cortes de 35 a 40 dias sem considerar os períodos de estacionalidade de produção e produções de matéria seca variando de 16 t ha-1 para o capim coast-cross e 46 t ha-1 para o capim-elefante na área irrigada e 12 t ha-1 e 28 t ha-1 na área não-irrigada, respectivamente. Coser et al. (2004), em trabalho realizado no município de Coronel Pacheco – MG, ao avaliar estratégias de irrigação (50% de água disponível) em capim-elefante na época seca do ano adubados com 300 kg N ha-1, visando reduzir a estacionalidade de produção, encontraram altura de plantas 7 entre 1,6 a 1,80 m e conseguiram antecipar o pastejo com irrigações iniciadas em 15 de junho onde a forrageira atingiu altura de corte 38 dias antes daquela obtida sem irrigação, equivalendo a 24% a mais em produção de MS possibilitando antecipar o seu período de utilização. Segundo Santos et al. (2007), a produção de forragem no período seco representa cerca de 20% do total anual e cita que a amplitude de resposta das gramíneas tropicais à irrigação em condições de decréscimo do fotoperíodo e da temperatura não é bem conhecida. Num estudo que compara à taxa de lotação em capim-tanzânia com reposição da ET0 e adubação nitrogenada de 60 kg N por ciclo de pastejo no período seco e novembro de 2004 no município de São Carlos – SP (precipitação de 1.697 mm ano-1), os autores não encontraram diferença entre o tratamento irrigado e não-irrigado, sendo que a maior vantagem da irrigação ocorreu em janeiro, outubro e dezembro de 2004 e janeiro de 2005, mostrando a influência da temperatura e do fotoperíodo na produção de forragem. Estes autores concluíram que a irrigação prolongou o período de utilização das pastagens em 30 a 60 dias e que o capim-tanzânia pode ser a principal fonte de alimento volumoso para rebanhos leiteiros a partir de setembro e outubro na região de São Carlos – SP. Vitor et al. (2005) avaliaram as respostas do capim-elefante no município de Coronel Pacheco – MG, irrigado com diferentes lâminas de água (0, 18, 45, 77, 100 e 120% da evapotranspiração de referência) e doses de nitrogênio (100, 300, 500 e 700 kg ha-1 ano-1 de nitrogênio) nos períodos secos e chuvosos do ano. Os autores não observaram influência da adubação e das lâminas d’água sobre a altura das plantas durante a época seca do ano que acreditam seja pelos fatores climáticos como temperatura e luminosidade que são desfavoráveis, já no período das águas, a altura de plantas respondeu de forma linear às doses de nitrogênio e de forma quadrática às lâminas de água, ocorrendo aumento da altura do capim-elefante até o tratamento que manteve o solo a 80% da capacidade de campo (77% da evapotranspiração), mostrando que o excesso hídrico é prejudicial ao crescimento da planta. Rodrigues et al. (2005), estudando o teor de proteína bruta (PB) em Cynodon spp. cv. Tifton 85 sob irrigação (0,2, 0,6, e 1,0 da ECA) e adubação nitrogenada (100, 200 e 300 kg ha-1 ano-1), com período fixo de pastejo (28 dias), não encontraram diferença significativa (P>0,05) dos níveis de irrigação 8 no teor de proteína bruta (PB). Neste estudo, os autores concluíram que a irrigação proporcionou elevadas produtividades de matéria seca (MS) e o maior nível de N utilizado (300 kg ha-1 ano-1) determinou crescimento no nível de PB (14,16 a 14,79%) com o aumento da lâmina de irrigação, evidenciando a recomendação de utilização de N com o fornecimento de água. Segundo Rodrigues et al. (2005), a lâmina de irrigação que corresponde a 0,2 ECA (evaporação do tanque classe A) e a dose de 300 kg N ha-1 ano-1 apresentam melhor combinação de irrigação e adubação, considerando a eficiência para a produção de proteína bruta (14,16% de PB) e a possibilidade de economia de água. Aguiar et al. (2004), ao avaliar massa de forragem no pré e no póspastejo, altura do relvado, eficiência de pastejo e capacidade suporte de Brachiaria brizantha cv. Marandu irrigada e manejada intensivamente (ciclo de pastejo de 30 e 45 dias e adubação nitrogenada de 550 e 630 kg ha-1 ano-1) em área comercial de Latossolo Vermelho-Escuro distrófico no município de Selvira – MS (precipitação média de 1.245 mm ano-1), encontraram taxa de lotação de 6,35 UA ha-1 e capacidade suporte de 7,36 UA ha-1, indicando a possibilidade da taxa de lotação ser aumentada em pelo menos 1,0 UA ha-1, sugerindo um aumento na eficiência de pastejo de 59 para 65%. Estes autores encontraram média de forragem no pré-pastejo de 5.833 kg MS ha-1 ano-1 e massa de forragem média de 34.300 kg MS ha-1 ano-1. Teodoro et al. (2002), estudando o efeito de lâminas de irrigação (25, 50, 75, 100 e 125% da ECA) em pastagens adubadas com 40 kg N ha -1 após corte e período de descanso de 36 dias em Uberlândia - MG, encontraram correlação linear entre a produção do capim Panicum maximum cv. Tanzânia e lâmina de água, demonstrando que o principal fator limitante à produtividade é a água para as condições e local do experimento e que a produção da pastagem no período foi superior à média geral anual de pastagens nãoirrigadas (MS = 266,68 + 13,06 %ECA) com coeficiente de correlação R 2 = 0,9467. Já para a porcentagem de proteína bruta, estes autores encontraram valores significativos (P< 0,05) variando de 19,78% para o tratamento de 125% da ECA e 22,28% de PB para 25% da ECA, sugerindo o efeito de diluição da irrigação sobre a porcentagem de PB. 9 Vitor et al. (2009), ao avaliar a produção de matéria seca e valor nutritivo de pastagem de capim-elefante sob irrigação (0, 20, 40, 80, 100, 120% da ET0) e adubação nitrogenada (100, 300, 500 e 700 kg N ha-1) no município de Coronel Pacheco - Minas Gerais, obtiveram produções de 29.049 kg ha-1 de MS durante todo o período experimental sendo que 21.128 kg ha-1 (73%), foram produzidos durante o período chuvoso (1.777 mm de precipitação no período), com aplicação de lâmina de 120% da evapotranspiração. Ainda segundo estes autores, a aplicação de diversas lâminas de água não influenciou (P>0,10) os teores de proteína bruta (PB). Palieraqui et al. (2006), em estudo da influência da irrigação (reposição da ET0 e turno de rega de 7 dias) sobre a disponibilidade, composição química, digestibilidade e consumo dos capins mombaça e napier em solo aluvial de baixada sedimentar com textura argilosa no município de Campos do Goytacazes – RJ (precipitação média anual de 1.020 mm), encontraram maior produção de matéria seca total (MST) e matéria verde seca (MVS) do capimnapier em relação ao capim-mombaça (período fixo de descanso de 32 dias e 400 kg de N ha-1 ano-1), tanto nos tratamentos irrigados como naqueles sem irrigação. Neste estudo, estes autores não encontraram efeito da interação forrageira X nível de irrigação sobre a disponibilidade de MST e MVS e a irrigação aumentou as disponibilidades de matéria seca de folha (MSF), correspondendo a 68,71% (2.389 VS 1.416 kg) e 25,7% (2.067 VS 1.645 kg) nos capins Mombaça e Napier, respectivamente, que não diferiram entre si, porém o capim-mombaça apresentou maior teor de MS (13,18%). Concluíram ainda que a irrigação aumentou a disponibilidade de ambas as forrageiras com maior resposta para o capim-mombaça, principalmente quando relacionada à produção de MS foliar. Palieraqui et al. (2006) encontraram ainda teores semelhantes de PB nos tratamentos com e sem irrigação (12,18 e 12,32%), contrariando relatos de alguns autores de que a irrigação tende a ocasionar diluição do nitrogênio nas forragens, em decorrência da maior produção de MS e ou aceleração da maturidade das plantas cultivadas (ANDRADE et al., 2002; RODRIGUES et al., 2005). Ruviaro et al. (2008), trabalhando com doses de adubação nitrogenada (0, 45, 90 e 135 kg N ha-1 ano-1) na maximização da produção do capim10 elefante irrigado (reposição da ECA) no município de Santiago - RS, obtiveram aumento de 1,5 toneladas para 4,9 toneladas de MS ha-1 em três cortes a cada 30 dias, com maior valor médio de produção de massa seca para a dose de 90 kg ha-1 de nitrogênio. Estes autores encontraram ainda efeito quadrático para a PB nas doses de 0 a 135 kg N ha-1 com a máxima eficiência técnica 11,66% PB para a dose de 91,58 kg N ha-1 e para a fibra em detergente ácido (FDA) efeito linear, e o maior valor 33,33% sem aplicação de nitrogênio demonstrou o efeito da aplicação de nitrogênio em cobertura sobre a melhoria do valor nutritivo da pastagem. Bueno (2006), avaliando potencial produtivo de gramíneas tropicais sob diferentes níveis de adubação nitrogenada (100, 200 e 300 kg N ha-1 ano-1), manejadas com período fixo de descanso de 27 dias, irrigação (lâmina de 20 mm a cada 8 dias) e época do ano em Coronel Pacheco – MG (precipitação anual de 1.500 mm), encontrou respostas das gramíneas ao aumento dos níveis de adubação nitrogenada, não encontrando efeito da irrigação para a época das águas que inclusive foi prejudicial às Brachiaria, mostrando-se sensíveis ao enxarcamento. Alencar (2007), ao estudar a produção de seis gramíneas forrageiras tropicais submetidas a diferentes lâminas de água (0, 18, 45, 77, 100 e 120% da CC) e doses de nitrogênio (300 kg N ha-1 ano-1), no município e Governador Valadares – MG (precipitação anual de 1.000 mm), concluiu que as lâminas médias de irrigação para maximizar a produtividade de matéria seca dos capins Pioneiro, Marandu, Mombaça, Tanzânia, Xaraés e Estrela são de 672, 672, 560, 448, 448, 414 mm ano-1 respectivamente, com pastejo a cada 30 dias. Os capins Marandu e Tanzânia apresentaram maior profundidade efetiva de raiz e os capins Xaraés e Mombaça apresentaram sistema radicular mais superficial, sendo que as maiores produtividades de matéria seca e verde e as maiores alturas de plantas foram obtidas na primavera/verão. Este autor encontrou valores médios de matéria seca de 8.721kg ha-1 para o capim-mombaça, 8.456 kg ha-1 para o capim-tanzânia, 7.484 kg ha-1 para o capim-pioneiro e 6.971 kg ha-1 para o capim-marandu com adubação de 300 kg N ha-1 durante o período de primavera e verão; e 6.476 kg ha-1 , 6.222 kg ha-1, 6.915 kg ha-1 e 6.247 kg ha-1 na estação primavera e verão quando irrigados. Os teores de PB foram de 9,19, 9,54, 12,14 e 9,85% para os mesmos períodos e respectivas gramíneas. 11 Santos et al. (2008), trabalhando com o efeito da irrigação (manutenção da umidade na CC) sobre a produção dos capins Tifton 85, Tanzânia e Marandu, no período de verão (precipitação anual de 867 mm), sem pastejo (período fixo de corte) e adubação nitrogenada de 150 kg ha-1 ano-1 no município de Itapetinga - BA, não encontraram diferença na produção de MS obtendo produções de 16.992 kg MS ha-1, 17.582 kg MS ha-1 e 13.977 kg MS ha-1 para o sistema não-irrigado e 17.958, 17.982 e 16.346 kg MS ha-1 para os capins Tifton 85, Tanzânia e Marandu, respectivamente, para o sistema irrigado. Segundo estes autores a taxa de acúmulo de forragem foi de 124,82, 127,01 e 108,30 kg MS ha-1 dia-1, respectivamente, concluindo que a irrigação suplementar, mesmo sendo utilizada de forma estratégica durante o veranico, não promoveu incremento significativo sobre a produção e qualidade das gramíneas. Segundo estes autores, estudos mais detalhados devem ser feitos, para se verificar a real necessidade de irrigação neste período. Martinez (2010), avaliando sete gramíneas do gênero Cynodon na região dos Campos Gerais da Lapa - PR, com adubação nitrogenada de 150 kg ha-1 ano-1 durante quatro anos e período fixo de corte a cada 28 a 35 dias, encontrou média anual de 13.753 kg ha-1 de matéria seca, 12,75% de PB e 55,18% de NDT para a cultivar Tifton 85. Gargantini (2005), estudando a irrigação (0, 50, 100 e 150 da ET0) e a adubação nitrogenada (0, 25, 50 e 100 kg de N por corte) no município de Iacri – SP (precipitação de 1.729 mm no período experimental) de solo franco arenoso, trabalhando com capim-mombaça (Panicum maximum Jacq.), encontrou resposta positiva da combinação da irrigação suplementar e adubação de N sobre o aumento da produtividade de MS de capim-mombaça e na sazonalidade de produção de forragem no decorrer do ano, mas pelo pouco efeito encontrado da irrigação sobre a qualidade da forragem concluiu que as reposições de água devem ser realizadas com base nas taxas de acúmulo de matéria seca e na produtividade de matéria seca. Muller et al. (2002), avaliando a produtividade de Panicum maximum cv. Mombaça adubado com 30 kg de N ha-1 via água de irrigação (30 mm de lâmina semanalmente) sob pastejo rotacionado no município de São Desidério, BA (precipitação de 910 mm), obtiveram massa de forragem média de 4.958 kg ha-1 por período de descanso de 40 dias durante a primavera (setembro a 12 novembro) superando em 25% aquele obtido durante o período de inverno com período de descanso médio de 88 dias (3.960 kg ha-1) e taxa máxima de acúmulo de 140,90 kg ha-1 dia-1. Ribeiro et al. (2009), trabalhando com a influência da irrigação (0 e 100% da ET0), nas épocas seca e chuvosa, na produção e composição química dos capins Napier e Mombaça em sistema de lotação intermitente e período fixo de descanso em Campos de Goytacazes – RJ, encontraram diferença significativa na matéria seca total para o capim-napier em comparação ao capim-mombaça no sistema irrigado nas duas épocas do ano (seca e chuvosa). Mas em contrapartida, estes autores citam que a irrigação trouxe maior aumento de matéria seca total para o capim-mombaça. Nas duas épocas estudadas tanto no sistema irrigado como não-irrigado, o capim-napier obteve menor porcentagem de folhas e maior altura de planta quando comparado ao capim-mombaça, mas não encontraram diferença significativa para a porcentagem de folha entre os dois sistemas, sendo que a irrigação não influenciou o teor de proteína bruta da forragem. A contribuição de lâminas foliares na forragem tem grande importância, pois está relacionada ao valor nutritivo da forragem, principalmente para animais em pastejo, uma vez que a folha é o componente da pastagem mais selecionado na dieta e que tem alto valor nutritivo, deve receber mais atenção que a produção total de massa seca, pois o consumo e a produção animal, geralmente, não estão correlacionados com o total de forragem e sim com a massa seca foliar, que é selecionada no pastejo (MARASCHIN, 2000). Em estudo das características agronômicas de Tifton-85 e economicidade do sistema de produção de leite com e sem irrigação (0 e 100% da ET0, respectivamente) e adubação nitrogenada (200 kg N ha-1 ano-1) com período fixo de descanso da pastagem (28 dias) no município de Santa Rita MG, Neto et al. (2004) concluem que as reduções de gastos com a suplementação volumosa (R$ 471,90) não foram suficientes para compensar os gastos com a energia da irrigação (R$ 527,00), e com isto a irrigação não se mostrou competitiva. Vários autores, como Ribeiro et al. (2009), Santos et al. (2008), Ruggiero et al. (2006) e Lima (2009), concluem que são necessários outros 13 estudos em outras condições de manejo e clima para se avaliar o comportamento de plantas forrageiras sob irrigação. Aguiar et al. (2004), avaliando massa de forragem, taxa de acúmulo de forragem, e capacidade suporte dos capins Tanzânia, Mombaça e Tifton 85 irrigadas no sistema de malhas em Uberaba – MG, encontraram resultados inconsistentes sugerindo mais estudos, com outras espécies e em outras regiões do país, antes da recomendação generalizada da adoção da tecnologia. 2.4 O sorgo granífero A demanda de grãos no Brasil vem aumentando sistematicamente e parte dessa demanda poderia ser suprida pelo sorgo, se este não fosse cultivado em áreas marginais, sem adoção de tecnologia em ambientes inadequados para a agricultura moderna e, de forma geral, cultivado em sucessão às culturas de verão (COELHO et al., 2002). O sorgo é uma planta C4 de dia curto e com alta taxa fotossintética. A grande maioria dos materiais genéticos de sorgo requer temperaturas superiores a 21°C para um bom crescimento e desenvolvimento e de maneira geral temperaturas superiores a 38°C e inferiores a 16°C limitam o seu desenvolvimento e reduzem a produtividade (LANDAU; SANS, 2008). A planta de sorgo tolera mais o estresse hídrico por déficit ou por excesso do que a maioria dos outros cereais, podendo ser cultivada numa ampla faixa de condições de solo necessitando de 330 kg de água para produzir 1 kg de MS, enquanto o milho necessita de 370 kg de água e o trigo 500 kg de água para produzirem a mesma massa de MS (MAGALHÃES et al., 2008). A planta de sorgo, pelas suas características, tem enorme utilidade nas regiões muito quentes e secas e por isso não se consegue boas produções de grãos e forragem cultivando outras espécies como é o caso do milho (fonte de energia) para alimentação animal que se torna inviável, restando às propriedades leiteiras a aquisição de rações prontas ou a formulação de concentrados com produtos adquiridos nos mercados locais (RIBAS, 2008). 14 Magalhães et al. (2008), em seus experimentos, relatam que para produzir grãos, o sorgo necessita de 25 mm de água após o plantio, cerca de 250 mm durante o crescimento e 25 a 50 mm durante a maturidade. O déficit hídrico durante o estádio EC1 (primeira fase de crescimento da cultura, da germinação à iniciação da panícula), provoca menos danos à planta do que em EC2 (da iniciação da panícula ao florescimento) sendo que no estádio EC2 a escassez de água vai resultar na redução das taxas de crescimento da panícula e das folhas, e no número de sementes por panícula. Estes mesmos autores citam que quando a falta de água acontece no estádio EC3 (da floração à maturação fisiológica), o resultado é a senescência rápida das folhas inferiores e a consequente redução no rendimento de grãos. A insuficiência de água é uma das causas mais comuns de redução de área foliar, e está relacionada com a expansão das células; estas plantas possuem um depósito de substância cerosa na junção da bainha com o limbo, que leva a planta a perder menos água na transpiração, sendo importante para a economia de água, sobretudo em condições de estresse hídrico. Outra característica interessante é observada na epiderme superior da folha, onde há filas de células especializadas que permitem à folha enrolar em condições de estresse hídrico, constituindo-se numa defesa natural da planta (MAGALHÃES et al., 2008). A maturação das sementes de sorgo ocorre do ápice para a base da panícula e a maturação fisiológica das sementes ocorre ao redor de 47 dias após a plena floração, para a porção apical e em torno de 54 dias, para as porções média e basal da panícula. Ainda segundo estes autores, a maior qualidade fisiológica considerando as três porções da panícula ocorre em torno de 54 dias após a plena floração, com umidade em torno de 22% (TILLMAN et al., 1985). Segundo Weismann (2007), dos 30 aos 70 dias de vida da planta de sorgo, ocorre o acúmulo de matéria seca e de nutrientes, entre 30 e 40 dias inicia-se a fase de diferenciação floral, onde a planta deixa de produzir as partes vegetativas (colmo e folhas) e inicia a formação da parte reprodutiva (panícula). Após esse período, inicia-se a fase de emborrachamento, quando há um rápido alongamento do colmo e da panícula, que se completa em torno dos 50 a 55 dias; a panícula emerge, e entre 60 e 70 dias após a emergência 15 da planta dá-se o florescimento sendo esse o período em que toda agressão, aplicação indevida de agroquímicos, ou condições climáticas desfavoráveis como o estresse hídrico, afetarão a produtividade final. Segundo este autor, com aproximadamente 90 dias após a emergência, a planta está fisiologicamente madura e com grãos totalmente formados, no entanto, a umidade dos grãos está em torno de 25 a 40% necessitando de secagem. 2.5 Efeito da irrigação na produção do sorgo granífero Mais recentemente têm sido observados plantios de sorgo sob irrigação suplementar tanto no Nordeste como no Centro-Oeste do país, onde o sorgo é semeado em sucessão às culturas de verão. Segundo Ribas et al. (2008), o sorgo é cultivado principalmente onde a precipitação anual se situa entre 375 e 625 mm ou onde esteja disponível a irrigação suplementar. Viana et al. (1986), em trabalho de sorgo granífero no município de Jaíba – MG, com níveis de adubação (0, 100 e 200 kg ha-1) de adubo formulado 04:30:10 e sulfato de amônio em cobertura (0, 40, 80 kg ha-1) com e sem déficit hídrico, obtiveram produções que variaram de 4.022 kg ha-1 de grãos de sorgo só com 80 kg ha-1 de sulfato de amônio em cobertura e produção máxima de 6.540 kg ha-1, quando o sorgo foi adubado com 200 kg ha-1 de 04:30:16 e cobertura de 40 kg ha-1 de sulfato de amônio sem déficit hídrico. Em estudo de avaliação de cinco cultivares de sorgo granífero (BR 4, Catuy, 741, 822 e um Híbrido Experimental V00069) na safrinha no Sudoeste do Estado de Goiás nos municípios de Montividiu, Rio Verde e Santa Helena de Goiás, com o objetivo de selecionar cultivares de melhor desempenho agronômico sem o uso da irrigação, Silva et al. (2009) obtiveram produtividades que variaram de 582 a 3.245 kg ha-1, peso de mil grãos variando de 14,54 a 20,95 g e altura de plantas com variação de 72 a 114 cm, concluindo que os maiores rendimentos foram constatados no município de Montividiu por apresentar condições de maior precocidade para o florescimento e colheita, sugerindo que a interação genótipo e ambiente é que vai determinar a produtividade da cultura e a seleção correta da cultivar e o sistema de cultivo 16 empregado pode ser o fator de sucesso na exploração, evidenciando a importância da irrigação. Maringuele e Lima e Silva (2002), avaliando rendimento de grãos de oito cultivares de sorgo granífero em Mossoró – RN, encontraram produções médias de 7.960 kg ha-1. Pompeu et al. (2005) avaliaram as características agronômicas de 19 cultivares de sorgo granífero no município de Pentecoste – CE e obtiveram como resultado cultivares mais precoces com floração ao redor de 45 dias e as mais tardias aos 64 dias após plantio, alturas de plantas variando de 1,14 a 2,38 metros e produtividades variando de 1.886 a 5.312 kg ha-1. No ensaio nacional de cultivares de sorgo granífero, o ensaio irrigado no município de Barretos – SP atingiu média de 11.740 kg ha-1 com a cultivar P 8116 e 6.240 kg ha-1 com a cultivar CMS 213, obtendo média de 9.120 kg ha-1 (COELHO et al., 2002). Em estudo do comportamento do sorgo granífero em função de diferentes frações de água disponível no solo (FAD) (0,65, 0,75, 0,85 e 0,95) no município de Santa Maria – RS, Peiter e Carlesso (1996) não encontraram diferenças significativas (P>0,05) para peso de mil sementes obtendo resultados de 28,82, 26,01 e 24,43 g para as frações de 0,95, 0,85 e 0,75 de água disponível no solo, respectivamente. Os autores concluíram ainda que o manejo da irrigação da cultura será realizado com a manutenção da fração de água disponível no solo superior a 0,75 cm na profundidade efetiva do sistema radicular da planta. No Mato Grosso do Sul, o plantio de sorgo granífero na “safrinha” é comum, com cerca de 90 mil hectares e produtividades médias ao redor de 2.600 kg ha-1 e o baixo rendimento se deve ao fato de ser cultivado em condições climáticas desfavoráveis. Weismann (2007) classifica 17 cultivares de sorgo quanto ao seu ciclo e relaciona as cultivares, Buster e Catuy como tendo ciclo superprecoce e a cultivar DKB 599, como precoce. Silva e Lovato (2008), avaliando crescimento e rendimento de sorgo granífero submetidos a 21 tratamentos com nitrogênio no município de Santa Maria - RS, encontraram produções que variaram de 3.402 a 6.596 kg ha-1 e média geral dos tratamentos de 5.190 kg ha-1. 17 Avaliando características agronômicas de sorgo granífero no Estado de Ceará, Pompeu et al. (2005) encontraram produtividade média entre as cultivares de 4.001 kg ha-1 com altura média de plantas de 1,68 cm e início de floração médio entre as cultivares de 55 dias. Lima (2009), ao estudar os efeitos da disponibilidade de água e desenvolvimento de plantas de sorgo e braquiária Marandu consorciadas, encontrou massa seca de grãos que variam de 51 a 2.475 kg ha-1 e peso de mil grãos que variaram de 18,70 a 167,50 g concluindo que a variação no peso de grãos está relacionada à menor produtividade de grãos por panícula, salientando que a restrição hídrica no período de iniciação da panícula ou no florescimento do sorgo, causa redução na produção de grãos, devendo-se evitar o plantio da cultura nas épocas em que estas fases do ciclo fenológico da cultura possam coincidir com períodos de déficit hídrico. 2.6 Coeficiente de uniformidade da irrigação Segundo Bernardo (2006), um bom sistema de irrigação deve aplicar água no solo uniformemente, até determinada profundidade, para proporcionar umidade necessária ao desenvolvimento normal das espécies vegetais. A uniformidade de distribuição de água em uma área entre aspersores é usualmente determinada por um coeficiente de uniformidade e esse coeficiente expressa a variabilidade da lâmina de irrigação (DRUMOND, 2003). Diversos coeficientes são utilizados para expressar esta uniformidade, destacando-se o Coeficiente de Uniformidade de Christiansen (CUC) e o Coeficiente de Uniformidade de Distribuição (CUD). Para estes autores, quanto maior a velocidade do vento e menor o tamanho de gotas, pior será o perfil de distribuição da água em comparação com aquela para condições de vento fraco. Um CUC de 88% significa que 88% da área irrigada estão recebendo a lâmina desejada e que 12% estarão recebendo uma lâmina maior ou menor que a projetada, o que é muito bom para irrigação por aspersão (DRUMOND; FERNANDES, 2001). Já, Alencar et al. (2009) classificam o sistema de irrigação conforme o coeficiente de uniformidade em excelente (CUC de 95 a 100%), bom (CUC de 85 a 95%), razoável (CUC 75 a 85%) e ruim (CUC de 65 a 75%). 18 Merrian e Keller (1978) apud Drumond (2003) recomendam que para cultivos com sistema radicular médio, a exemplo de plantas forrageiras, o coeficiente de uniformidade (CUD) deveria variar entre 70 e 80%, e o coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC) de 80 a 88%. 2.7 Coeficiente de cultura Neto et al. (1996), estudando as necessidades hídricas e a eficiência de uso de água pelo capim-buffel em solo arenoso, encontraram aumento da evapotranspiração da cultura à medida que se proporcionou maior lâmina de água ao solo. Neste estudo, estes autores encontraram um coeficiente de cultura (Kc) médio de 0,62. Estes autores, citando Castro et al. (1976), encontraram um Kc médio de 0,63 para o capim-elefante (Pennisetum purpureum) e um valor médio de evapotranspiração de 4,57 mm dia-1. Xavier et al. (2004), em estudo de manejo da irrigação em pastagem irrigada por pivô central na região de Piracicaba e Pereira Barreto – SP, com o desenvolvimento de modelos para estimar a lâmina necessária para cada parcela de pastejo, encontraram valores distintos de Kc para as duas regiões que foram de 1,52 e 1,54 para fevereiro e 0,42 e 1,30 para agosto, respectivamente. Segundo Bernardo et al. (2006), quando não se conhece o valor de Kc de determinada cultura em uma região, têm sido muito comum para dimensionar o sistema de irrigação, assumir o valor de Kc = 1,0, ou seja, dimensioná-lo, tendo como base a evapotranspiração potencial de referência (ET0). Já, Alencar et al. (2009), baseados em resultados de pesquisa e experiência de campo, recomendam em irrigação de pastagem um Kc prático único constante de valor igual a 0,8 para estádio de pastejo entre ciclo de pastejo, em que tanto a evapotranspiração quanto à transpiração são componentes importantes da ETc. Em estudo sobre o consumo de água e o coeficiente da cultura do sorgo (Kc) na Universidade de Pelotas, Assis e Verona (1991) encontraram uma variação do Kc comparando os métodos de determinação da evapotranspiração máxima da cultura pelos métodos de Penman-Monteith, Tanque Classe A e Método de Radiação, obtendo valores médios de 0,74, 0,76 e 0,68, respectivamente, para o coeficiente de cultura e uma evapotranspiração máxima de 461 mm. 19 3. MATERIAL E MÉTODOS 3.1 Local do experimento e área experimental O experimento foi Instalado na Estação Experimental do Instituto Agronômico do Paraná (Iapar), localizado no município de Paranavaí – PR, região do Arenito Caiuá, Noroeste do Paraná, numa altitude de 480 m, latitude de 23°00’04’’ S e longitude de 42°02’06’’ W. O experimento foi conduzido em uma área de 0,335 ha a qual estava em pousio. As unidades experimentais foram constituídas com parcelas de 4 X 10 m para as forrageiras tropicais e 4 X 5 m para o sorgo granífero, sendo que entre as parcelas foi deixado um espaço de trânsito de 2 m (Figura 1). Figura 1 – Área experimental. O croqui da área experimental e a distribuição das unidades experimentais bem como o posicionamento do sistema de irrigação estão expostos na Figura 2. 20 CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL CROQUI DA ÁREA EXPERIMENTAL Croqui da Área Experimental Parcelas 4 X10 metros Linha Mestre 1/1 1/1 1 4 10 Par Parc celas elas 2 4 1/1 4 2 4 1/1 4 2 4 Linha mestre 44X10m X 10m Asperssor 1 1 Ramais 10 54 m 1 1 10 1 1 120 m 12m 10 1 15 m 42 m 192 m Área não Irrigada Área Irrigada Moto Bomba Figura 2 – Croqui da área e distribuição das unidades experimentais. A distribuição no campo experimental dos materiais avaliados pode ser DEKALB MARANDÚ TIFTON 85 PIONEIRO PIONEIRO DEKALB BUS CATUY MR DEKALB MARANDÚ MR CATUY MOMBAÇA BUS MR TIFTON 85 BUS PIONEIRO MARANDÚ DEKALB BUS MOMBAÇA MARANDÚ TIFTON 85 DEKALB MOMBAÇA DEKALB MARANDÚ PIONEIRO TIFTON 85 BUS MR MARANDÚ PIONEIRO MARANDÚ MOMBAÇA TIFTON 85 PIONEIRO MARANDU MOMBAÇA MR MOMBAÇA MR CATUY CATUY MR PIONEIRO CATUY MOMBAÇA CATUY DEKALB BUS MOMBAÇA BUS MR TIFTON 85 TIFTON 85 CATUY BUS TIFTON 85 DEKALB * PIONEIRO visualizada na Figura 3. CATUY Figura 3 – Distribuição das cultivares avaliadas no campo experimental. 21 3.2 O clima O clima é o Cfa subtropical úmido mesotérmico, segundo a classificação de Köeppen, com verões quentes, baixa frequência de geadas severas e uma tendência de concentração das chuvas no período de verão (CARTAS CLIMÁTICAS DO IAPAR, 2000). Segundo dados fornecidos pelo Simepar (Instituto Tecnológico Simepar), as médias dos parâmetros climáticos para o município de Paranavaí dos últimos dez anos estão apresentadas no Quadro 1. Mês Decêndio Janeiro Fevereiro Março Abril Maio Junho Julho Agosto Setembro Outubro Novembro Dezembro Média 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º Tmax. (°C) 30,95 31,12 30,89 31,41 30,88 31,70 32,23 30,94 30,90 30,59 29,40 29,30 25,48 25,70 24,06 25,83 25,44 24,79 25,65 23,76 24,88 26,37 27,79 28,28 28,68 27,27 28,10 30,06 30,27 30,62 29,90 30,07 31,49 30,66 31,43 31,79 28,85 Tmin. (°C) 21,14 21,18 21,06 20,87 20,54 20,94 21,25 20,68 20,20 20,01 18,48 18,60 15,03 15,23 13,79 15,75 15,10 14,21 15,67 12,90 13,83 15,23 15,59 16,12 16,52 16,59 16,78 18,04 19,39 19,13 18,66 18,62 19,81 20,12 20,47 20,57 18,00 UR (%) 75,72 74,37 76,18 72,73 76,49 72,63 69,54 72,07 69,65 70,44 68,58 68,99 71,05 69,72 72,55 69,90 69,54 70,11 66,88 65,56 62,81 60,57 52,59 54,82 54,51 64,46 62,41 62,47 66,63 65,55 68,87 64,77 63,85 70,09 66,89 69,77 67,60 Chuva (mm) 64,22 58,57 71,83 50,55 76,07 53,63 42,11 48,34 39,51 22,39 33,03 20,19 37,37 43,40 43,15 23,35 24,57 17,71 27,75 21,75 22,25 25,84 10,08 27,29 27,60 44,73 32,82 35,67 37,06 37,53 63,82 47,89 31,51 35,37 32,97 65,13 38,81 Vento -1 (Km h ) 6,65 7,04 7,40 6,72 6,46 6,01 6,46 6,30 6,61 6,20 6,60 6,22 6,20 7,04 7,17 7,04 7,29 6,91 7,49 8,00 8,51 8,05 9,41 8,88 9,09 8,86 9,32 8,52 8,08 8,31 7,83 8,36 7,93 7,50 7,52 7,60 7,49 Quadro 1 – Médias dos parâmetros climáticos do município de Paranavaí em decêndio - dez anos. 22 3.3 O solo O solo da área experimental, segundo Fidalski et al. (2008), se caracteriza como Latossolo Vermelho distrófico textura média, A moderado com relevo suave-ondulado, e diferença de nível de 5 cm m-1, sendo a camada de 0 a 15 cm de profundidade, arenosa, com 89,2% de areia, 1,0% de silte e 9,8% de argila. Para a determinação das características químicas do solo, 20 amostras simples deformadas de solo foram retiradas em duas profundidades 0 a 10 e 10 a 20 cm e das amostras simples foram feitas uma amostras compostas nas duas profundidades e enviadas para análise no laboratório de solos do Iapar de Londrina – PR e suas características químicas estão apresentadas no Quadro 2. Profundiade P C -3 g.dm MO -3 PH Al H + Al Ca Mg K S T -3 V mg.dm 0 a 10 20,20 6,71 10,15 5,10 0,00 2,94 1,16 0,70 0,21 2,06 5,00 41,11 10 a 20 9,00 5,55 8,70 4,95 0,02 2,94 1,09 0,63 0,12 1,84 4,78 38,38 Média 14,60 6,13 9,43 5,03 0,01 Argila 2,94 1,12 0,66 Silte % 1 2 1 1 2 2 2 2 0,16 1,95 4,89 Areia 39,74 Tratamento Área Irrigada Área não irrigada g.dm -3 cm Prof. 0 a 10 10 a 20 20 a 40 Média 0 a 10 10 a 20 20 a 40 Média CaCl2 cmolc.dm de solo 8 8 15 11 10 12 17 13 % 91 90 84 88 88 88 81 85 Quadro 2 – Resultado da análise química e granulométrica do solo. Para determinação das características granulométricas do solo foram retiradas quatro amostras simples deformadas por bloco e por tratamento em três profundidades (0 a 10 cm; 10 a 20 cm e de 20 a 40 cm) para determinação das frações areia, silte e argila do solo e suas médias estão apresentadas no Quadro 2. Para determinação das propriedades físicas do solo como a densidade aparente, porosidade total, macro e microporosidade e elaboração da curva de 23 retenção de umidade, foram coletadas 24 amostras indeformadas para as profundidades de 0 a 15 cm com centro em 7,5 cm, representando a média da profundidade e 30 a 50 cm com centro em 37,5 cm, com uso de anéis volumétricos de 5,0 cm de diâmetro e 5,0 cm de altura e volume total de 100 cm3 que posteriormente foram embrulhados em papel alumínio e levados para o Laboratório de Solos do Iapar, em Ponta Grossa – PR. No laboratório, estas amostras foram protegidas em sua parte inferior por pano tipo filó, seguros com elástico e colocadas para saturação em bandejas plásticas com 2/3 da altura do cilindro cobertas com água por 24h. Após a saturação, estas foram encaminhadas para a mesa de tensão onde foi aplicada uma tensão de -60 cmca até que cessasse a drenagem. A cada tensão aplicada estas foram pesadas para determinação da umidade residual. Com o término da avaliação das tensões para determinação da capacidade de campo (Cc) e do ponto de murcha permanente (PMP), estas amostras foram levadas para estufa de 105 a 110ºC por 48h para determinação da porosidade total, macro e microporosidade e a determinação da densidade do solo (Ds) que estão apresentadas no Quadro 3. Profundidade Densidade (cm) 7,5 37,5 Média (g cm solo) 1,57 1,63 1,60 -3 Micro (%) 15,50 20,30 17,90 Porosidade Macro (%) 17,70 10,70 14,20 Total (%) 33,10 31,00 32,05 Quadro 3 – Densidade aparente, macro, micro e porosidade total em duas profundidades. Para determinação da capacidade de infiltração de água no perfil do solo foram efetuados testes de infiltração e definida a Velocidade de infiltração Básica (VIB) para o solo em estudo, conforme descrito por Montovani et al. (2007). Como média dos testes de infiltração, obteve-se velocidade de infiltração básica (VIB) de 30 mm h-1, segundo dados de Marun (1996) o solo da Fazenda Experimental do Iapar apresenta uma taxa de infiltração próxima de 38 cm h-1 na profundidade de 40 cm quando cultivado sob pastagem. 24 3.4 Sistema e manejo da irrigação O sistema de irrigação utilizado foi o de aspersão fixo, composto de uma linha principal de 75 mm de diâmetro e quatro linhas laterais adjacentes com diâmetro de 50 mm, com cinco aspersores por linha da marca NaanDan modelo 5035, ¾”M e 1”F, tipo rotativos de média pressão com bocais de 3,5 e 2,5 mm, que segundo as especificações do fabricante tem diâmetro molhado de 26 m com vazão variando de 0,73 a 4,6 m 3 h-1, pressão de serviço de 2,5 a 5,0 bar e intensidade de aplicação de 6,9 mm h-1. Os aspersores foram instalados a 1 m da superfície do solo no espaçamento de 12 m entre linhas e entre aspersores na linha de derivação, funcionando simultaneamente com pressão de 2,5 bar restrita por válvulas reguladoras de pressão (Figura 4). Figura 4 – Sistema de irrigação em funcionamento. O sistema motobomba composto de bomba centrífuga de 12,5 CV com eixo horizontal da marca Schneider, modelo MAS – 22 R 1 ¼ 12,5 CV trifásica 60HZ4V, altura em mca mínima de 38 e máxima de 53 e vazão em m 3 h-1 mínima de 18,10 e máxima de 38,50, funcionando a pressões variando de 3 a 3,5 bar. 25 Para a obtenção dos dados necessários aos cálculos dos parâmetros estatísticos que caracterizam a uniformidade de distribuição de água pelo sistema de irrigação, foram medidas as precipitações com o uso de pluviômetros (coletores) dispostos em malhas de 3 x 3 m (Figura 5), nas áreas compreendidas entre os aspersores e determinados os coeficientes de uniformidade de Christiansen (CUC) e o coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) descritos por Bernardo et al. (2006), e os volumes coletados em cada um dos pluviômetros foram determinados ao final de cada avaliação, utilizando-se uma proveta graduada a cada 0,10 milílitros. Figura 5 – Coletores para obtenção das precipitações. Para determinação das perdas por evaporação durante as avaliações foi instalado um coletor fora da área do experimento, idêntico aos instalados entre os aspersores, com volume de água conhecido que ao final de cada avaliação, determinou-se o volume de água contido, obtendo o volume de água evaporada (volume inicial – volume final = volume evaporado) o qual foi adicionado ao volume coletado em cada pluviômetro (coletor) instalado entre os aspersores. As irrigações foram efetuadas segundo o balanço de água no solo baseado nas informações da curva característica de retenção de água no solo 26 (Figura 6), para determinação da capacidade de campo (Cc) e do ponto de murcha permanente (PMP), com irrigação suplementar para reposição da umidade na capacidade de campo, adotando-se um fator de disponibilidade de 0,5 e considerando-se uma profundidade efetiva de raiz de 50 cm. 0,35 0,30 Umidade (cm3 cm-3 ) 0,25 0,045 0,20 (0,321 0,045) [(1 (0,0737 * )1,3997]0, 2195 0,15 0,10 0,05 0,00 0 150 300 450 600 750 900 1050 1200 1350 1500 Tensão ( kPa ) Figura 6 – Curva de retenção de água no solo da área experimental. Para determinação da evapotranspiração da cultura, utilizou-se um Kc médio para forrageiras tropicais de 0,8 conforme sugerido por Alencar et al. (2009) e uma eficiência de irrigação de 80% de acordo com Mantovani et al. (2007). A evapotranspiração de referência (ET0) foi calculada pelo método de Penmam-Monteih, sugerido pela FAO, com dados coletados e fornecidos pelo Simepar a partir de uma estação climatológica existente na Fazenda Experimental do Iapar, distante 50 m do local do experimento. Na Figura 7, encontram-se os valores de precipitação pluviométrica (chuva), evapotranspiração de referência (ET0), lâminas de irrigação aplicadas, conteúdo de água no solo (Umidade atual), capacidade de campo (Cc), umidade de segurança estabelecida para o experimento (θseg) e ponto de murcha permanente (PMP), durante o período experimental. 27 50 mm 40 30 20 10 Chuva Irrigação ET0 Umidade Atual Cc θseg. 17/04/2010 03/04/2010 20/03/2010 06/03/2010 20/02/2010 06/02/2010 23/01/2010 09/01/2010 26/12/2009 12/12/2009 28/11/2009 14/11/2009 0 PMP Figura 7 – Valores de pluviosidade, lâminas de irrigação aplicadas e o balanço de água no solo durante o período experimental. Paranavaí – PR. Na Figura 7, pode-se verificar os altos índices de pluviosidade, ocorridos principalmente durante os três primeiros meses de avaliação (novembro, dezembro e janeiro) em que foram realizadas apenas duas irrigações, ocorrendo logo após a aplicação das lâminas, chuvas de aproximadamente 50 mm. Já nos meses de fevereiro e março, registrou-se ausência de precipitações no início de fevereiro e março (10 e 14 dias, respectivamente). No mês de abril ficou caracterizado um período de veranico mais acentuado, com 22 dias consecutivos sem chuvas. Durante o período experimental, cinco meses, a pesquisa foi realizada sob regime climático caracterizado pelo efeito El Niño, com pluviosidade acima da média e boa distribuição, exceção feita ao mês de abril do período experimental (Figura 8). 28 mm 200.0 180.0 160.0 140.0 120.0 100.0 80.0 60.0 40.0 20.0 0.0 1º 2º Nov. 3º 1º 2º Dez. 3º 1º 2º 3º 1º Jan. Média 10 anos 2º 3º Fev. 1º 2º Mar. 3º 1º 2º 3º Abr. Período Exp. Figura 8 – Precipitação pluviométrica média em decêndio de dez anos e do período experimental. 3.5 Experimento com gramíneas forrageiras 3.51 Preparo do solo, semeadura e adubação das gramíneas forrageiras O solo foi preparado em sistema convencional, com uma aração e duas gradagens de nivelamento. Em 16/01/09, realizou-se a aração da área que serviu para incorporar 750 kg ha-1 de calcário dolomítico e após a aração efetuaram-se duas gradagens de nivelamento em que na primeira gradagem (28/01/09) incorporou-se a dose restante de calcário 750 kg ha-1 de acordo com os resultados da análise química do solo para elevar a 70% a saturação de bases do solo. O solo foi corrigido para elevar o nível de fósforo a 20 ppm (420 kg ha-1 de superfosfato simples) antes da ultima gradagem e a correção de potássio efetuada para elevar os níveis de potássio na proporção de 5% da Capacidade de Troca de Cátions (CTC) com aplicação de 125 kg ha-1 de cloreto de potássio numa profundidade de 20 cm. A adubação nitrogenada de cobertura foi realizada após cada corte, durante o período experimental de novembro a março, com 50 kg N ha-1 (156 kg de nitrato de amônio ha-1) e a adubação potássica de cobertura com 50 kg ha-1 de K2O (83 kg ha-1 de cloreto de potássio), parcelada e aplicada juntamente com a adubação nitrogenada. 29 O plantio e a semeadura das espécies forrageiras tiveram início no dia 27/02/09 e finalizou-se dia 10/3/09. A semeadura das forrageiras capimmombaça e capim-marandu foi realizada no espaçamento de 50 cm entre linhas na profundidade de 3 cm com 2,5 kg de sementes puras viáveis por hectare. O plantio da Tifton 85 foi realizado por mudas, no espaçamento de 50 cm entre linhas e 50 cm entre covas. O capim-pioneiro foi plantado no espaçamento de 60 cm entre linhas com três colmos por metro linear. O período de estabelecimento destas espécies foi de março a novembro de 2009, sendo realizados três cortes das forragens antes do início do período experimental. Após o preparo da área, plantio e implantação das forrageiras foi efetuada a locação do sistema de irrigação com início no dia 09/11/09 e término no dia 13/11/09 e o período experimental teve início em 16/11/09 sendo que no dia 18/12/09 foi efetuada a primeira irrigação e avaliação de verificação dos coeficientes de uniformidade do sistema de irrigação na área irrigada, finalizando a avaliação do experimento em 28/4/2010 (163 dias). 3.5.2 Coleta de dados para avaliação da produção e características bromatológicas das forrageiras Dentro da área útil de cada parcela foi coletada uma amostra de forragem em uma área de 2 m2 para o capim-pioneiro e capim-mombaça que possuem hábito de crescimento cespitoso e em uma área de 1 m2 para as forrageiras Tifton e Marandu, com hábito de crescimento estolonífero e cespitoso, respectivamente. Os cortes das forrageiras foram efetuados quando cada espécie atingiu altura média adequada de manejo (Marandu – 35 a 40 cm; Pioneiro – 80 a 90 cm; Mombaça – 85 a 90 cm; Tifton 85 – 27 a 30 cm), com resíduo de 15, 30, 35 e 10 cm, respectivamente, segundo Silva (2008). As médias de altura das forrageiras obtidas a campo quando do momento de corte durante o período experimental encontram-se no Quadro 4. 30 Forrageira Marandu Pioneiro Mombaça Tifton 85 Tratamento Irrigado 38,85 91,10 83,81 28,66 Tratamento não-Irrigado 35,65 95,30 82,00 26,75 Quadro 4 – Altura média de corte das forrageiras durante o período experimental. Após o corte, as amostras das forrageiras foram pesadas no campo utilizando balança tipo dinamômetro, e desse material foi retirada uma amostra de 500 g para determinação do teor de matéria seca e outra para separação botânica (colmo, folhas e material morto). Posteriormente, essas amostras foram secas em estufa com circulação forçada de ar, a 55ºC, por 72h. A taxa de acúmulo de MS das forragens foi obtida dividindo a massa de forragem pelo intervalo entre cortes (dias). A taxa de acúmulo média do período experimental foi calculada pelo somatório das taxas de acúmulo de cada corte, dividindo-se pelo número de cortes. A produção total do período experimental foi calculada multiplicando a taxa de acúmulo média pelo número de dias do período experimental. A estimativa de massa foliar, massa de colmo e massa de material morto e senescente foram calculadas pelo percentual de cada componente morfológico multiplicado pela massa seca de forragem total. As amostras secas de folhas foram moídas em moinho tipo “Willey” com peneira de 1,0 mm e enviadas para o Laboratório de Análises Bromatológicas do Iapar de Ibiporã - PR, para estimar o teor de proteína bruta. 3.5.3 Delineamento experimental O delineamento experimental utilizado foi o de bloco inteiramente cazualizado em esquema fatorial 4 x 2 (quatro espécies de forrageiras tropicais com e sem irrigação), com quatro repetições. As espécies forrageiras estudadas foram: mombaça - panicum maximum, cv. mombaça, capim-pioneiro - Pennisetum purpureum, cv. Pioneiro, Tifton 85 - Cynodon spp, cv. Tifton 85, Marandu – Brachiaria brizantha, cv. Marandu. 31 Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e para a comparação das médias dos fatores de variação utilizou-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05). As análises foram efetuadas pelo Sistema SISVAR 4.6 de Análise Estatística da Universidade Federal de Lavras (FERREIRA, 2003). 3.6 Experimento com o sorgo granífero 3.6.1 Preparo do solo, semeadura e adubação do sorgo granífero O preparo e a correção do solo para a cultura do sorgo granífero (calagem e fosfatagem) foi a mesma utilizada para as espécies de gramíneas forrageiras. O plantio ocorreu no dia 10 de dezembro de 2009 no espaçamento de 80 cm entre linhas e densidade de 20 sementes por metro linear com posterior desbaste para 12 plantas por metro e população final de 150.000 plantas por hectare. A adubação de plantio foi efetuada em sulco com 40 kg de N, 60 kg de K2O e 70 kg de P2O5 por hectare e cobertura nos estágios vegetativos de quatro e seis folhas, sendo a primeira na quantidade de 80 kg de N e 140 kg de K2O por hectare e a segunda aplicação com 80 kg N ha-1 (EMBRAPA, 2008). 3.6.2 Coleta de dados para avaliação da produção de grãos, altura de plantas e peso de mil sementes As unidades experimentais foram compostas de seis linhas de plantio com 4 m de comprimento e área total de 20 m 2. Para a amostragem do sorgo granífero adotou-se uma parcela útil de três linhas de cultivo com 2 m lineares cada linha perfazendo um total de 6 m lineares por área útil da parcela. As parcelas úteis de sorgo foram ensacadas durante o processo de enchimento dos grãos para evitar o ataque de aves (Figura 9) e a colheita ocorreu em 22 de março de 2010, quando as plantas apresentavam ponto de maturação fisiológica, o que ocorreu aproximadamente aos 110 dias de cultivo. 32 Figura 9 – Panículas da área útil das parcelas de sorgo, ensacadas para proteção contra as aves. As panículas das amostras de sorgo granífero que faziam parte da parcela útil foram cortadas manualmente no campo com auxílio de tesouras e depois de cortadas foram debulhadas manualmente e limpas no setor de prélimpeza do Iapar de Londrina – PR com o auxílio de uma selecionadora de grãos marca Agrofior, modelo SL-1420 e posteriormente pesadas, determinados os seus teores de água com correção e uniformização da umidade de todas as amostras para 13%. Para a determinação do peso de mil sementes (grãos) foram coletadas quatro panículas por parcela e de cada panícula foram retiradas quatro subamostras de grãos no terço médio das panículas que foram debulhadas contado o número de mil grãos, pesados e seu peso corrigido para 13% de umidade. Para a determinação da altura de plantas foram avaliadas dez plantas por parcela útil medindo-se a altura da planta da superfície do solo (colo da planta) à ponta da panícula, realizada no estádio de plena floração das cultivares. 3.6.3 Delineamento experimental O delineamento experimental utilizado foi o de bloco inteiramente cazualizado em esquema fatorial 4 x 2 (quatro cultivares de sorgo granífero 33 com e sem irrigação) com quatro repetições. As cultivares estudadas foram: Dekalb 599, MR 43, Buster e Catuy. Os dados foram submetidos à análise de variância pelo teste F e para a comparação das médias dos fatores de variação utilizou-se o teste de Tukey a 5% de probabilidade (P<0,05). As análises foram efetuadas pelo Sistema SISVAR 4.6 de Análise Estatística da Universidade Federal de Lavras (FERREIRA, 2003). 34 4. RESULTADOS E DISCUSSÕES 4.1 Elementos meteorológicos No Quadro 5 encontran-se os valores mensais dos parâmetros meteorológicos, durante o período experimental obtidos na Estação Climatológica do Iapar de Paranavaí - PR. Mês Novembro Dezembro Janeiro Fevereiro Março Abril Média Decêndio 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º 1º 2º 3º Tmax. (°C) 31,84 32,30 30,85 29,55 30,20 30,35 31,15 28,90 30,13 33,59 29,78 31,51 31,27 32,55 29,49 26,90 30,18 28,25 30,49 Tméd. (°C) 24,14 29,36 25,75 25,29 24,87 27,89 26,14 24,79 27,57 28,45 24,85 26,25 25,40 26,36 27,05 21,86 24,26 23,55 25,77 Tmin. (°C) 22,12 21,71 21,81 20,93 20,59 22,12 22,47 21,49 20,96 23,29 21,29 21,91 19,16 20,75 21,00 17,00 18,81 19,61 20,95 UR (%) 71,33 72,20 81,16 74,22 77,52 84,65 80,42 83,25 79,95 66,10 82,14 73,09 60,85 65,85 82,73 71,31 55,07 80,02 74,55 Chuva (mm) 23,90 61,00 135,80 41,40 132,90 173,90 102,60 122,10 43,50 0,80 155,50 18,00 0,00 17,90 104,00 3,20 0,00 57,50 66,33 Vento (km h-1) 6,50 8,04 7,80 7,86 8,13 4,95 8,30 8,49 6,16 6,91 7,08 7,08 5,96 7,45 5,77 6,10 7,90 6,35 7,05 Quadro 5 – Valores médios dos elementos meteorológicos obtidos durante o período experimental. O período experimental foi caracterizado por apresentar média de temperaturas máximas acima de 30°C, temperaturas mínimas ao redor de 21°C com temperatura média de 25°C. Considerando as exigências de temperatura máximas e mínimas para o bom desenvolvimento das gramíneas tropicais e o sorgo granífero, as temperaturas observadas durante o período experimental não foram limitantes ao bom desenvolvimento e produção das cultivares avaliadas. Exceção deve ser feita ao mês de abril quando a média 35 das mínimas observadas foi de 18,59°C, mas com ocorrência de 14 dias de temperaturas abaixo deste valor, limitantes ao desenvolvimento de forrageiras tropicais, que tem seu melhor desenvolvimento em temperaturas superiores a 17°C, conforme afirmam Corrêa e Santos (2006). O experimento de sorgo granífero não foi influenciado por estas temperaturas, pois já estava colhido neste período. A umidade relativa esteve acima de 70% durante todo o período experimental, pelas constantes precipitações pluviométricas observadas no período, possibilitando bom ambiente para o desenvolvimento das plantas forrageiras e o sorgo granífero. As chuvas estiveram bem acima da média dos últimos dez anos, caracterizando-se por apresentar altos volumes e boa distribuição talvez pela influência do efeito climático El Niño. Já a velocidade média de vento observada durante o período experimental (1,98 m s-1), esteve bem próxima à velocidade crítica de 2,00 m s-1 (7,20 km h-1) recomendada para a boa uniformidade de distribuição de água na área pelo sistema de irrigação, com os meses de novembro (2,06 m s-1) e janeiro (2,09 m s-1), apresentando valores acima dos utilizados por Drumond (2003), quando avaliou o desempenho hidráulico de um sistema de malhas e dois tipos de aspersores na distribuição de esterco líquido de suínos em capimtifton 85. 4.2 Uniformidade de irrigação A uniformidade de distribuição em uma área entre aspersores é normalmente determinada pelos coeficientes de uniformidade CUC e CUD e esses coeficientes expressam a variabilidade da lâmina de irrigação aplicada na superfície do solo, por meio de medidas de dispersão expressas na forma adimensional, pela comparação com o valor médio (BERNARDO et al., 2006). No Quadro 6 estão apresentados os valores de coeficiente de uniformidade de Christiansen (CUC) e coeficiente de uniformidade de distribuição (CUD) das avaliações efetuadas durante o período experimental. 36 Avaliações 1ª 2ª a 3 4ª 5ª a 6 a 7 a 8 a 9 a 10 a 11 a 12 a 13 a 14 Médias CV CUC (%) 91,54 86,22 88,69 87,65 82,88 87,11 87,85 86,18 87,28 75,94 85,40 88,43 91,78 89,18 86,87 4,48% CUD (%) 90,46 82,08 76,76 74,64 65,42 69,96 75,74 69,96 75,74 69,82 65,79 71,37 81,12 78,23 74,79 9,14% Quadro 6 – Valores do CUC e CUD para 14 avaliações realizadas durante o período experimental. Neste experimento, foi possível constatar que o CUC foi sempre maior que o CUD em todas as avaliações efetuadas tendo como valores médios 86,87 e 74,79%, respectivamente. Drumond (2003), avaliando o desempenho hidráulico do sistema de irrigação em malhas com aplicação de água residuária sobre capim-tifton 85, encontrou valores médios de 88,36 e 77,72% para o CUC e o CUD, respectivamente, quando os tratamentos utilizaram somente água, encontrando coeficientes de variação de 1,58% para o CUC e 2,83% para o CUD. Os menores valores de CUC e CUD encontrados neste trabalho podem estar associados às características climáticas das duas regiões, ao sistema de irrigação utilizado e também ao fato de que Drumond (2003) efetuou suas avaliações com coletores postados a uma altura de 65 cm da superfície do solo e, neste trabalho, optou-se por postar os coletores a 30 cm da superfície do solo. Outro aspecto a ser considerado é que as lâminas coletadas podem ter sofrido influência da altura dos materiais avaliados, pois no momento de cada avaliação, as plantas se encontravam em estádios diferentes de desenvolvimento (altura) o que pode ter influenciado na quantidade de lâmina coletada pelos pluviômetros. Segundo Bernardo et al. (2006) e Drumond (2003), a velocidade do vento e sua direção, na maioria das vezes, é a principal responsável pela baixa 37 uniformidade de aplicação dos sistemas de irrigação por aspersão. Podemos notar que os valores dos coeficientes analisados só não foram maiores pelos altos valores na velocidade do vento observados durante o período experimental (Figura 10) e na impossibilidade de só se fazer as irrigações no período noturno quando os valores de velocidade do vento são menores. 9.00 8.50 8.00 7.60 7.50 7.02 7.45 7.00 6.92 6.50 6.78 6.37 6.00 5.50 5.00 Novembro Dezembro Janeiro Vento km/hora10 Fevereiro Março Abril Vento km/horaexp Figura 10 – Valores médios de dez anos e no período experimental da velocidade do vento no local do experimento. Os coeficientes de variação médios obtidos de 4,48% para o CUC e 9,14% para o CUD foram superiores ao que encontrou Drumond (2003) que em seu estudo, avaliando o desempenho hidráulico do sistema de irrigação, considerou para fins de avaliação dos coeficientes de uniformidade, condições ambientais com valores de velocidade do vento menores que 2 m s-1 (7,2 km h-1) e observa-se na Figura 10 que nos meses de novembro (7,45 km h-1) e janeiro (7,60 km h-1) os valores de velocidade do vento ficaram acima de 7,2 km h-1, o que pode ter comprometido a uniformidade do sistema nestes períodos. Quando se observa a linha que caracteriza os dados médios de velocidade do vento de dez anos para a região, verifica-se que nos meses de novembro, dezembro e janeiro, estes valores são maiores que os 7,2 km h-1 utilizados por Drumond (2003), sendo esta uma característica da região onde o estudo foi realizado. 38 Bernardo et al. (2006) classificam o sistema de irrigação como bom quando o CUC se encontra numa faixa de 85 a 95%, e segundo Marrian e Kaller (1978) apud Drumond (2003), cultivos com sistema radicular médio, como é o caso das forrageiras e também do sorgo, o CUD deveria variar entre 70 e 80% e o CUC variando de 80 a 88%, mostrando que o sistema de irrigação implantado atendeu perfeitamente às exigências de irrigação das cultivares avaliadas. 4.3 Produção e qualidade das forrageiras 4.3.1 Taxa de acúmulo e massa seca total de forragem A taxa de acúmulo média durante o período de verão apresentou significância (P<0,05) somente para espécies forrageiras, não apresentando significância (P>0,05) para irrigação e para a interação espécies forrageira versus irrigação. Apesar das irrigações realizadas, estas não proporcionaram incrementos na taxa de acúmulo de MS das forrageiras quando comparado ao tratamento sem irrigação (Tabela 1), isto pela pluviosidade acima da média, com boa distribuição durante os 104 primeiros dias do período experimental. Os períodos sem precipitações no início dos meses de fevereiro e março (10 e 14 dias, respectivamente) não foram suficientes para afetar a taxa de acúmulo das forrageiras durante o período experimental (92,53 e 88,21kg h -1 dia-1 para o tratamento irrigado e não-irrigado, respectivamente). Tabela 1 – Taxa de acúmulo de massa seca (kg ha -1dia), de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra 2009-2010 Taxa de Acúmulo -1 (kg de MS ha dia) Média Irrigado Não-irrigado Pioneiro 97,89 101,83 99,86 A Marandu 100,74 96,08 98,41 A Tifton 85 96,73 99,39 98,06 A Mombaça 74,75 55,56 65,15 B 1 Média 92,53 a 88,21 a 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie Forrageira 39 Em abril ocorreu um período de veranico de maior intensidade (22 dias), apesar da manutenção de umidade no solo em níveis adequados no tratamento irrigado, isso não proporcionou aumento na taxa de acúmulo, provavelmente em virtude de outros fatores ambientais durante este mês, notadamente a temperatura. Segundo Correa e Santos (2006), as gramíneas tropicais do tipo C4 apresentam acúmulo de matéria seca máximo em temperaturas entre 30 e 35ºC. Além disso, o crescimento reduz severamente com temperaturas médias mínimas inferiores a 17,5ºC, associado à baixa intensidade luminosa. Durante o mês de abril, foram constatados 14 dias com temperatura mínima entre 12,3 e 18,7ºC, o que possivelmente limitou a produção das espécies avaliadas. Segundo Xavier et al. (2001), a irrigação suplementar durante os veranicos tem como objetivo estabilizar e intensificar a produção de forragem no período das águas, desde que a temperatura e o fotoperíodo não sejam limitantes. Santos et al. (2008), trabalhando no município de Itapetininga – BA com três espécies de forrageiras com e sem irrigação suplementar durante o período de verão, não obtiveram resposta significativa para a irrigação, espécies e interação irrigação x espécies, encontrando taxa de acúmulo de 119,50 kg ha-1 dia. Rassini (2002), trabalhando com capim-tanzânia na região Sudeste do Brasil, obteve taxa de acúmulo diária de 143 e 98 kg ha-1 dia, para o tratamento irrigado e de sequeiro, respectivamente. Em relação às espécies, observa-se que a taxa de acúmulo de forragem não diferiu entre o Pioneiro, o Marandu e o Tifton 85 com média de 98,40 kg de MS ha-1dia, sendo esta maior que o capim-mombaça (Tabela 1). As menores taxas de acúmulo observadas no capim-mombaça podem estar associadas à população de plantas inicial, que ficou acima da recomendada, pois as touceiras ainda estavam competindo entre elas para formar seu “stand” característico. O número excessivo de plantas é reduzido pelo manejo da pastagem a partir de sua implantação, diminuindo o número de touceiras por metro quadrado, beneficiando as touceiras remanescentes que tendem a estabelecer-se com um menor número de touceiras por área e touceiras de maior tamanho. 40 A produção de massa seca total está apresentada na Tabela 2 e os valores de produção total de forragem seguem o mesmo comportamento da taxa de acúmulo por ser o somatório do produto desta pelo número de dias do período. Tabela 2 – Produção de massa seca de forragem (kg ha -1163 dias) de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra 2009-2010 Produção de Massa Seca Total -1 (kg de MS ha 163 dias) Média Irrigado Não-irrigado Pioneiro 15.956 16.598 16.277 A Marandu 16.421 15.661 16.041 A Tifton 85 15.767 16.201 15.984 A Mombaça 12.184 9.056 10.619 B 1 Média 15.082 a 14.379 a 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie Forrageira A produção total de forragem foi a mesma para o tratamento irrigado quando comparado com o não-irrigado (P>0,05), com produção média de 14.700 kg MS ha-1 para o período experimental de 163 dias. Em relação às espécies forrageiras, os capins Pioneiro, Marandu e Tifton 85 não diferiram entre si, mas diferiram do capim-mombaça, sendo que este produziu menos, com produção 27,76% abaixo da média. Ribeiro et al. (2009), trabalhando com o capim-napier e o capimmombaça no período de verão com ciclo de pastejo de 36 dias, obtiveram resposta significativa quando irrigado comparado com o não-irrigado, com médias de 18.295 e 14.401 kg ha-1 entre os dois sistemas, respectivamente. Estes autores observaram que o capim-napier (17.056 kg ha-1) obteve maior produção de forragem que o capim-mombaça (15.711 kg ha-1). Os resultados encontrados por Ribeiro et al. (2009) são superiores aos encontrados neste trabalho, o que já era esperado, pelo método de manejo adotado, que considerou um ciclo de pastejo fixo de 36 dias, com interceptação luminosa acima de 95%, ocasionando aumento na proporção de colmo e material morto na massa de forragem. Já neste experimento, o manejo adotado 41 foi de 95% de interceptação luminosa, possibilitando máxima produção de folha com um mínimo de colmo e material senescente (DA SILVA; NASCIMENTO, 2006). Dados inferiores aos apresentados aqui foram encontrados por Soares Filho et al. (2002), trabalhando com as cultivares Tifton 85 e Marandu, sem irrigação, durante o período de verão, obtiveram produções 13.350 kg ha -1 para Tifton 85 e 11.400 kg ha-1 para a Marandu. Os resultados encontrados neste trabalho estão de acordo com os obtidos por Aguiar et al. (2002), trabalhando com o capim-mombaça no município de Uberaba - MG, não obtiveram resultados favoráveis às áreas irrigadas no período chuvoso, em decorrência das chuvas abundantes que foram verificadas no período quente do ano. Santos et al. (2008) também não encontraram resposta significativa da irrigação e concluíram que a irrigação suplementar, mesmo sendo utilizada de forma estratégica durante o veranico não promoveu incremento sobre a produção de forragem em condições de cultivo sem pastejo. 4.3.2 Massa seca foliar A produção de massa seca de folhas durante o período experimental apresentou significância para interação espécies forrageiras versus irrigação (P<0,05), espécie forrageira (P<0,05) e sistema de irrigação (P<0,05). Na Tabela 3 estão apresentados os dados médios da produção de massa foliar. Tabela 3 – Produção de massa seca foliar de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra 2009-2010 Massa Seca Foliar -1 (kg ha 163 dias) Média Irrigado Não-irrigado 1 Pioneiro 9.123 C a 9.401 B a 9.262 Marandu 12.070 A a 11.047 A a 11.558 Tifton 85 9.519 B a 9.037 B a 9.278 Mombaça 10.925 AB a 8.111 B b 9.518 Média 10.409 9.399 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie Forrageira 42 Analisando o desdobramento das espécies entre os sistemas de cultivo, observa-se que o capim-mombaça foi o único que obteve resposta a produção de massa seca de folhas no sistema irrigado quando comparado ao sistema não-irrigado, com 25,75% a mais de produção, mostrando-se mais sensível à irrigação. Já o capim-pioneiro, o capim-marandu e o tifton 85 obtiveram a mesma produção entre o tratamento irrigado e não-irrigado. A maior proporção de folhas no capim-mombaça no sistema irrigado pode ser pelo número excessivo de plantas por área, o que leva à maior competição por água, e consequentemente mais influenciada por períodos de déficit hídrico. Ribeiro et al. (2009) e Neto et al. (2004) também encontraram maior produção de folha no capim-mombaça e tifton 85 quando irrigado. Quando se analisa o efeito das espécies forrageiras dentro de cada sistema de cultivo, observa-se que no tratamento irrigado o capim-marandu e o capim-mombaça apresentaram a maior produção de folha, sendo que este último não diferiu do capim-tifiton 85, mas diferiram do capim-pioneiro, que apresentou a menor produção. No tratamento não-irrigado, o capimmarandu apresentou maior produção, diferindo das demais espécies forrageiras. Analisando a massa seca de folha em detrimento da massa seca total produzida pelas forrageiras, nota-se que os resultados obtidos para a percentagem média de folha nos dois tratamentos, 69% para o irrigado e 68% para o não-irrigado, sugere-se acerto no manejo das alturas de corte. 4.3.3 Massa seca de colmo A produção de massa seca de colmo teve efeito significativo apenas para a espécie forrageira (P<0,05), não apresentando efeito significativo (P>0,05) para irrigação e para a interação espécie forrageira versus sistema de irrigação (Tabela 4). 43 Tabela 4 – Produção de massa seca de colmo de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra 2009-2010 Massa Seca de Colmo -1 (kg ha 163 dias) Média Irrigado Não-Irrigado Pioneiro 5.855 5.947 5.901 A Marandu 3.953 3.816 3.885 B Tifton 85 5.454 5.756 5.905 A Mombaça 703 307 505 C 1 Média 3.991 a 3.956 a 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie Forrageira O capim-pioneiro (5.901 kg ha-1 163 dias) e o capim-tifton 85 (5.905 kg ha-1 163 dias) apresentaram as maiores produções de massa seca de colmo, que diferiu do capim-marandu e este diferiu do capim-mombaça, que obteve a menor produção (505 kg ha-1 163 dias). As maiores produções de colmo verificadas nas forrageiras, Pioneiro e Tifton 85 são pelas características morfológicas dessas espécies que têm como tendência desviar nutrientes para o alongamento de colmo, mantendo a produção de folhas estabilizadas após 95% de interceptação luminosa (Tabela 4). Neto et al. (2004) e Marcelino (2003), trabalhando com o capim-tifton 85 com e sem irrigação no período das águas, não encontraram diferença significativa para a produção de colmo em sistema com e sem irrigação. Segundo Ribeiro et al. (2009), a alta produção de colmo obtida numa pastagem sugere que o ciclo de pastejo foi manejado a intervalo maior que o ideal (pasto alto), devendo ser manejado a intervalos menores, ou seja, com menor altura. Da Silva e Nascimento Jr. (2006), pesquisando várias espécies forrageiras, concluíram que plantas forrageiras tropicais iniciam o processo de rebrotação e produção de forragem pelo acúmulo de tecidos provenientes de folhas, e somente quando ocorre restrição de luminosidade (acima de 95% de interceptação luminosa no dossel) ou no início do florescimento, é que as plantas iniciam o alongamento de colmo, responsável pelo sombreamento e pela senescência de folhas basais, resultando numa maior proporção de colmos e material morto na massa de forragem no pré-pastejo. 44 4.3.4 Massa seca de material senescente e morto A produção de massa seca de material senescente e morto teve efeito significativo apenas para a espécie forrageira (P<0,05), não apresentando efeito significativo (P>0,05) para irrigação e para a interação espécie forrageira versus sistema de irrigação (Tabela 5). Tabela 5 – Produção de massa seca do material senescente e morto de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra 2009-2010 Massa Seca de Material Senescente e Morto -1 (kg ha 163 dias) Média Irrigado Não-irrigado Pioneiro 977 1.251 1.113 A Marandu 397 423 410 B Tifton 85 794 1.407 1.100 A Mombaça 557 637 597 B 1 Média 681 a 929 a 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie Forrageira Analisando as médias obtidas pelas forrageiras tropicais (Tabela 5), o capim-pioneiro (1.113 Kg) e tifton 85 (1.100 Kg) foram as forrageiras que apresentaram maior massa seca de material senescente e morto, não diferindo entre si (P>0,05). Já as forrageiras Marandu (410 Kg) e Mombaça (597 Kg) foram as que apresentaram menor produção de massa seca de material senescente e morto sem diferença significativa (P>0,05) entre elas. Ribeiro et al. (2009), em seu estudo da influência da irrigação na época chuvosa sobre a produção do capim-napier e capim-mombaça, não encontraram diferença significativa (P>0,05) na proporção de material senescente e morto entre as duas forrageiras. Para estes autores, o material senescente e morto representa parte da biomassa não-selecionada pelo animal e, quando em altas proporções, pode indicar que o período de descanso deva ser reduzido. Partindo desse pressuposto, é possível fazer a mesma correlação com a altura da pastagem, sugerindo que o corte dos materiais que apresentaram maior massa seca de material morto poderia ter sido cortado com altura menor. 45 4.3.5 Teor de proteína bruta na folha (PB) O teor de proteína bruta (PB) na folha das forrageiras estudadas apresentou efeito significativo para a espécie forrageira (P<0,05) e para irrigação, não havendo diferença significativa (P>0,05) para a interação espécie versus sistema de irrigação (Tabela 6). Tabela 6 – Teor de proteína bruta (PB) na folha de quatro espécies forrageiras com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra 2009-2010 Proteína Bruta (%) Média Irrigado Não-irrigado Pioneiro 14,60 13,87 14,27 B Marandu 12,85 11,87 12,42 C Tifton 85 16,89 16,53 16,71 A Mombaça 11,70 9,94 10,91 D 1 Média 14,27 a 13,60 b 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie Forrageira Analisando os sistemas de cultivo, observa-se que, no sistema irrigado, o teor de proteína bruta da forragem foi maior que no sistema não-irrigado. Isso pode ser pela melhor eficiência de utilização do nitrogênio no sistema irrigado. Ribeiro et al. (2009), trabalhando com o critério de 95% de interceptação luminosa e analisando a PB na folha das forrageiras, obtiveram resultados semelhantes aos obtidos neste trabalho. Vários autores (ANDRADE et al., 2002; TEODORO et al., 2002; RODRIGUES et al., 2005), trabalhando com período fixo de corte e analisando o teor de PB na massa seca de forragem (folha, colmo, material senescente e morto), observaram redução no teor de proteína bruta das forrageiras quando irrigadas, sugerindo efeito de diluição do nitrogênio nas forrageiras pela maior produção de matéria seca com maior produção de colmo e material senescente e morto e também na aceleração da maturidade das plantas proporcionada pela irrigação. 46 Em relação às espécies forrageiras, o maior teor de PB (16,71%) foi observado no capim-tifton 85 que diferiu das demais cultivares, sendo que o capim-mombaça (10,91%) foi o que apresentou o menor teor de proteína. Os maiores teores de PB, obtidos pela cultivar Tifton 85, já eram esperados, pois dados de Jank et al. (2005) e Corrêa e Santos (2003) já mostravam o maior teor de PB deste material quando comparado com outras forrageiras tropicais. O menor teor de PB observado no capim-mombaça foi pela maior população de plantas por metro quadrado, que ocasionou um crescimento mais lento pela competição entre plantas, levando mais tempo para atingir a altura de corte, por isto, seu dossel apresentava proporção de folhas com um estádio mais avançado de maturidade, com menor eficiência fotossintética e menor teor de PB, assim como afirma Sbrissia et al. (2007). Palieraqui et al. (2006), trabalhando com os capins Mombaça e Napier, encontraram valores semelhantes de PB para os tratamentos com e sem irrigação, 12,18 e 12,32%, respectivamente, assim como Rodrigues et al. (2005) que trabalharam com Tifton 85 também não encontraram diferença significativa para proteína bruta com níveis de irrigação, contrariando a afirmação do efeito de diluição do nitrogênio em plantas irrigadas, diferindo também dos valores encontrados neste trabalho, onde o tratamento irrigado produziu maior teor de proteína bruta que o tratamento não-irrigado. 4.4 Produção de grãos, peso de mil sementes e altura de plantas de sorgo 4.4.1 Produção de grãos A análise de variância para a produção de grãos apresentou efeito significativo para as cultivares de sorgo granífero (P<0,05) e para irrigação, não havendo diferença significativa (P>0,05) para a interação cultivares versus sistema de irrigação. O desdobramento da interação entre os fatores foi realizado independentemente do valor do teste F da análise de variância. Os resultados de produção de grãos obtidos pelo teste de comparação de médias entre as cultivares e entre os sistemas de produção, irrigado e nãoirrigado podem ser observados na Tabela 7. 47 Tabela 7 – Produção de grãos (kg ha-1) de quatro cultivares de sorgo granífero, com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra de verão 2009 -2010 -1 Produção de grãos (Kg ha ) Média Irrigado Não-irrigado 1 MR 43 6.560 Aa 5.712 Aa 6.136 Buster 5.648 ABa 3.876 Bb 4.762 DKB 599 4.674 Ba 4.648 ABa 4.661 Catuy 4.989 ABa 4.679 ABa 4.834 Média 5.468 4.729 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie No sistema irrigado, a cultivar MR 43 (6.560 kg ha-1) obteve produtividade semelhante às cultivares Catuy (4.989 kg ha-1) e Buster (5.648 kg ha-1) e produtividade superior à cultivar DKB 599 (4.674 kg ha -1) que não diferiu de Buster e Catuy. Já no sistema não-irrigado, a cultivar MR 43 (5.712 kg ha-1) apresentou produtividade semelhante às cultivares DKB 599 (4.648 kg ha-1) e Catuy (4.679 kg ha-1) e produtividade superior a Buster (3.876 kg ha -1) que não diferiu de DKB 599 e Catuy. Analisando o desdobramento do sistema de produção, observa-se que a cultivar Buster foi a única que se mostrou responsiva a irrigação, tendo em vista que sua produtividade foi menor em relação à cultivar MR 43 no sistema não-irrigado, mas, quando se realizou a irrigação, sua produtividade não diferiu deste material. Pela observação dos dados climáticos do período experimental, verifica-se que estes resultados se devem à ocorrência de períodos críticos de veranico, pois durante todo o período experimental, houve dois períodos sem precipitações (Figura 11), 29/01/10 a 09/02/10 (10 dias) período de pré-floração e floração, dependendo do material, que se situou por volta de 50 a 60 dias do plantio dos materiais e 26/02/10 a 12/3/2010 (14 dias) período que se situou de 77 a 91 dias do plantio, fase em que as plantas se encontravam em enchimento de grãos, considerado crítico para as plantas cultivadas. Por ter coincidido com duas fases críticas para a cultura, os períodos secos ocorridos durante a fase experimental, pode ter influenciado distintamente as cultivares, de acordo com seu estádio de desenvolvimento. 48 60 50 mm 40 30 20 10 10 /1 2/ 20 09 17 /1 2/ 20 09 24 /1 2/ 20 09 31 /1 2/ 20 09 07 /0 1/ 20 10 14 /0 1/ 20 10 21 /0 1/ 20 10 28 /0 1/ 20 10 04 /0 2/ 20 10 11 /0 2/ 20 10 18 /0 2/ 20 10 25 /0 2/ 20 10 04 /0 3/ 20 10 11 /0 3/ 20 10 18 /0 3/ 20 10 0 Figura 11 – Precipitações pluviométricas do período experimental. No estudo de Lima (2009), plantas que sofreram déficit hídrico no início da formação da panícula apresentaram redução na massa seca da panícula, com consequente redução da produtividade, confirmando os resultados obtidos neste trabalho no sistema não-irrigado. O primeiro veranico do período experimental se concentrou em uma fase que as plantas estavam com aproximadamente 50 dias de emergidas e, portanto próximas ou já em início de floração, fase em que segundo Weismann (2007), é o período em que toda agressão como o estresse hídrico afetará a emergência da panícula e comprometerá a produtividade final. Coelho et al. (2008), trabalhando com acúmulo de biomassa em plantas de sorgo submetidas à deficiência hídrica na Universidade Federal Rural de Ciências Agrárias da Amazônia em Belém – PA, relatam que a suspensão hídrica por 15 dias foi suficiente para diminuir a massa seca de panícula de plantas de sorgo, confirmando o que foi discutido anteriormente. O levantamento efetuado em 17/3/10 para verificação do estádio de maturação fisiológica das cultivares mostrou uma tendência de maior precocidade das cultivares Buster, DKB 599 e Catuy (Tabela 8), e a cultivar MR 43 como sendo a mais tardia entre os materiais, sugerindo que esta cultivar não foi tão afetada por estes períodos secos, mostrando a tendência de ser mais adaptada às condições de clima e solo característicos da região do Arenito Caiuá. 49 Tabela 8 – Percentagem de plantas apresentando maturação fisiológica aos 90 dias após o plantio Cultivares MR 43 DKB 599 Catuy Buster Média Percentagem de plantas com maturação aos 90 dias após plantio Irrigado Não-irrigado 20,0 45,0 52,5 62,5 60,0 67,5 85,0 82,5 54,4 a 64,4 a Média 32,5 B 57,5 AB 63,7 AB 83,7 A A cultivar Buster foi a única que apresentou resposta significativa na produção quando irrigada entre os materiais avaliados. No sistema de cultivo irrigado, sua produção não diferiu dos materiais com maiores produções, enquanto na ocorrência de déficit hídrico teve sua produção comprometida, apresentando a menor média entre as cultivares (3.876 kg ha-1). Pela observação da Tabela 8 é possível detectar uma tendência de maior precocidade deste material, o que pode ter afetado a sua produtividade no sistema não-irrigado pela ausência de precipitações no pleno estádio de floração e enchimento de grãos quando comparada às outras cultivares. Estes resultados diferem dos obtidos por Mariguele e Silva (2002) que trabalhando com oito cultivares de sorgo (AG 200SE, XPM 5287, DK 865, DK 860, Saára, Ambar, AG 1018 e DK 57) no município de Mossoró - RN não encontraram diferença significativa (P>0,05) entre as cultivares sob sistema de irrigação por aspersão. Porém, estes autores encontraram média de rendimento de grãos de 7.960 kg ha-1 bem acima das encontradas neste trabalho que foi de 5.468 kg ha-1 para o tratamento irrigado e estas diferenças provavelmente estão associadas ao tipo de solo utilizado, ao período de cultivo e às características climáticas da região em que o estudo de Mariguele e Silva foi realizado. A produtividade média obtida neste trabalho para o tratamento irrigado (5.468 kg ha-1) onde se trabalhou com uma fração de água disponível de 0,5, está muito próxima às encontradas por Peiter e Carlesso (1996), trabalhando com lisímetros em Podzólico Vermelho-Amarelo no município de Santa Maria RS com frações de água disponíveis no solo (FAD), encontraram média de produtividade de 4.138 kg ha-1 para 0,65, 5.141 kg ha-1 para 0,75, 5.380 kg ha-1 50 para 0,85 e 5.829 kg ha-1 para 0,95 de FAD, sugerindo que não se trabalhe com uma FDA menor que 0,75. Estes resultados evidenciam que é possível trabalhar com uma menor fração de água disponível obtendo-se boas produtividades com a cultura do sorgo na região do Arenito. Como as médias apresentadas pelas cultivares nos dois tratamentos não diferiram entre si para MR 43, DKB 599 e Catuy, e a cultivar Buster apresentou maior produção no tratamento irrigado, pode-se concluir que nenhuma cultivar foi prejudicada por excesso de água no solo. 4.4.2 Peso de mil sementes Para o peso de mil sementes, a análise de variância apresentou efeito significativo para a irrigação (P<0,05), para as cultivares de sorgo e para a interação cultivar versus sistema de irrigação (Tabela 9). Tabela 9 – Peso de mil sementes (g) de quatro cultivares de sorgo granífero, com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra de verão 2009-2010 Peso de mil sementes (g) Média Irrigado Não-irrigado 1 Buster 33,94 Aa 34,66 Aa 34,30 DKB 599 22,60 Cb 28,37 Ca 25,48 Catuy 32,44 Aa 33,51 ABa 32,97 MR 43 28,20 Ba 30,03 BCa 29,11 Média 29,29 31,64 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie Quando comparado o peso de mil sementes obtido pelas cultivares no tratamento irrigado, observa-se que as cultivares Buster e Catuy foram as que apresentaram maior peso de mil sementes (33,94 e 32,44 g, respectivamente) não diferindo entre si (P>0,05), diferindo das cultivares MR 43 e DKB 599 (P<0,05), com a cultivar MR 43 apresentando peso de mil sementes de 28,20 g, diferindo significativamente da cultivar DKB 599 que apresentou menor peso de mil sementes (22,60 g). 51 No tratamento não-irrigado, verifica-se que em relação ao peso de mil sementes o resultado se repetiu, e as cultivares Buster e Catuy apresentaram os maiores pesos de mil sementes (34,66 e 33,51 g, respectivamente), sendo que a cultivar Catuy não diferiu (P<0,05) da cultivar MR 43 (30,03g). A cultivar DKB 599 foi a única que apresentou diferença significativa (P<0,05) entre os tratamentos, irrigado (22,60g) e não-irrigado (28,37g). Lima (2009), trabalhando com disponibilidade de água e desenvolvimento em plantas de sorgo e Brachiária consorciadas no município de Piracicaba - SP, encontrou diferenças significativas no peso de mil grãos quando irrigou a cultura durante todo o ciclo (18,7 g) do que quando as plantas foram submetidas ao déficit hídrico nos estágios de germinação, iniciação da panícula e no início de florescimento das plantas de sorgo (26,4, 30,8 e 167,5 g, respectivamente) e concluiu que os tratamentos que obtiveram menor produtividade foram os que apresentaram maior peso de mil sementes. Essa tendência não foi observada neste experimento. A cultivar DKB 599 foi a única que apresentou diferença significativa (P<0,05) entre o tratamento irrigado (22,60 g) e o não-irrigado (28,37 g), apresentando menor peso de mil sementes no tratamento irrigado e não diferiu da cultivar MR 43 no tratamento não-irrigado, que apesar de ter apresentado a maior produção de grãos entre as cultivares (6.136 kg ha -1) não foi a que apresentou menor peso de mil sementes. Alfredo et al. (1996), avaliando características agronômicas de 15 cultivares de sorgo em duas épocas de colheita em Latossolo Vermelho-escuro em Sete Lagoas – MG, com semeadura em dezembro, encontraram médias de peso de mil grãos de 22,76 e 21,58 g na maturação fisiológica das plantas e 23 dias após, respectivamente. Estes valores estão bem próximos aos obtidos pela cultivar DKB 599 que apresentou o menor peso de grãos no tratamento irrigado (22,60 g). Considerando as médias das cultivares no tratamento irrigado (29,29 g) e não-irrigado (31,64 g), estes resultados estão acima dos encontrados por Peiter e Carlesso (1996) que obtiveram médias variando de 22,66 a 28,82 g para o peso de mil sementes, trabalhando com frações de água disponíveis no solo (FDA). 52 As cultivares Buster e Catuy foram as que apresentaram maiores pesos de mil sementes entre os dois tratamentos, e pelo que foi discutido anteriormente, o peso de mil sementes parece estar ligado às características das cultivares estudadas. 4.4.3 Altura de plantas Para a altura de plantas, a análise de variância não apresentou efeito significativo para as cultivares de sorgo granífero (P<0,05), para irrigação e para a interação cultivar versus sistema de irrigação. Na Tabela 10 estão apresentadas as médias das alturas de plantas obtidas entre as cultivares avaliadas nos tratamentos irrigado e não-irrigado. Observa-se que não houve diferença significativa (P>0,05) para altura de plantas entre os tratamentos irrigado (123,46 cm) e não-irrigado (118,78 cm) e entre cultivares. Lima (2009) também não encontrou diferença significativa (P>0,05) nos tratamentos com irrigação durante todo o ciclo da cultura e com déficit hídrico na iniciação da panícula do sorgo, mas houve diferença (P<0,05) para altura de plantas quando o déficit hídrico ocorreu no início do florescimento. Tabela 10 – Altura de plantas (cm) de quatro cultivares de sorgo granífero, com e sem irrigação, durante o período experimental. Paranavaí – PR. Safra de verão 2009-2010 Altura de planta (cm) Média Irrigado Não-irrigado Buster 121,92 117,25 119,58 A DKB 599 126,92 121,22 124,07 A Catuy 121,45 121,67 121,56 A MR 43 123,55 114,97 119,26 A 1 Média 123,46a 118,78a 1 Letras diferentes maiúsculas na coluna e minúsculas na linha diferem estatisticamente em nível de 5% (P=0,05) pelo teste de Tukey. Espécie Os resultados obtidos neste trabalho diferem dos obtidos por Mariguele e Silva (2002), trabalhando com oito cultivares de sorgo granífero em Mossoró 53 – RN, encontraram diferença significativa entre as cultivares avaliadas quando submetidas à irrigação por aspersão. Silva et al. (2009), avaliando cultivares de sorgo na safrinha no Sudoeste de São Paulo, encontraram diferença estatística (P<0,05) para as cultivares avaliadas nos três municípios de estudo com médias variando de 91 a 110 cm sendo que a maior altura de plantas foi observada no município de Montividiu, onde observaram maior disponibilidade de chuvas no período de cultivo. Segundo Weismann (2007), após os 40 dias a planta deixa de produzir as partes vegetativas e inicia-se a fase de emborrachamento onde há rápido alongamento do colmo e da panícula que se completa aos 50 a 55 dias e neste período de cultivo, não se observou déficits hídricos significativos que comprometessem o desenvolvimento normal das plantas na fase vegetativa. A média geral das cultivares estudadas (121,12 cm) foi superior às médias encontradas por Alfredo et al. (1996) que avaliaram características agronômicas de 15 cultivares de sorgo em Sete Lagoas – MG e obtiveram média de 96,70 cm de altura de plantas. Já Pompeu et al. (2005), avaliando características agronômicas de sorgo granífero no Estado do Ceará, encontraram altura média de plantas de 168 cm, bem acima das encontradas neste trabalho. Mas quando foram observadas as médias encontradas por Silva et al. (2009) no município de Montividiu – SP (110 cm), estas estão bem próximas às encontradas aqui. A não-existência de diferença entre alturas de plantas pode estar associada aos genes existentes nas plantas híbridas, e as características inseridas nestas cultivares pelos cruzamentos e seus genes paternos de origem, onde se procura uniformizar a altura das plantas para diminuir problemas com tombamento e facilitar a colheita mecânica. 54 5. CONCLUSÕES Nas condições as quais foram conduzidas o presente trabalho, principalmente referindo-se a ocorrência de precipitações, permite-se concluir: 5.1 Experimento de forrageiras - Para esse período experimental, a irrigação suplementar não contribuiu para aumentar a produção de massa seca e taxa de acúmulo de forragem dos capins Pioneiro, Marandu, Tifiton 85 e Mombaça, por ter se caracterizado com pluviosidade acima da média e com boa distribuição. - Entre os materiais avaliados, Pioneiro, Marandu e Tifton 85 se mostraram mais produtivos nos dois sistemas estudados. - A irrigação proporcionou aumento no teor de proteína bruta nas folhas das forragens avaliadas. 5.2 Experimento de sorgo - A cultivar MR 43 apresentou maior produtividade que a cultivar DKB 599 no sistema de cultivo irrigado e maior produtividade que Buster no sistema não-irrigado. - A cultivar Buster foi a única que apresentou incremento na produtividade quando irrigada, apresentando um ganho de produção de 1.772 kg ha-1. 55 REFERÊNCIAS AGUIAR, A. 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Irriga Bloco Esp*Irriga Erro Total CV (%) Média geral G.L. 3 1 3 3 21 31 7.64 9904.2500000 S.Q. 29523249.500000 8164840.500000 584111.250000 10375893.000000 12013953.750000 60662048.000000 Q.M. 9841083.166667 8164840.500000 194703.750000 3458631.000000 572093.035714 Fc 17.202 14.272 0.340 6.046 Número de observações Pr>Fc 0.0000 0.0011 0.7964 0.0039 32 Tabela 3A – Resumo da análise de variância da massa seca de colmo F.V. Esp. Irriga Bloco Esp*Irriga Erro Total CV (%) Média geral G.L. 3 1 3 3 21 31 15.20 3974.1562500 S.Q. 147336438.593750 9695.281250 756095.343750 541580.093750 7658052.906250 156301862.218750 Q.M. 49112146.197917 9695.281250 252031.781250 180526.697917 364669.186012 Fc 134.676 0.027 0.691 0.495 Número de observações 63 Pr>Fc 0.0000 0.8720 0.5676 0.6896 32 Tabela 4A – Resumo da análise de variância da massa seca de material morto e senescente F.V. Esp. Irriga Bloco Esp*Irriga Erro Total CV (%) Média geral G.L. 3 1 3 3 21 31 42.50 805.4375000 S.Q. 3055483.375000 494018.000000 359072.625000 422322.500000 2461275.375000 6792171.875000 Q.M. 1018494.458333 494018.000000 119690.875000 140774.166667 117203.589286 Fc 8.690 4.215 1.021 1.201 Número de observações Pr>Fc 0.0006 0.0527 0.4032 0.3337 32 Tabela 5A – Resumo da análise de variância do teor de proteína bruta F.V. Esp. Irriga Bloco Esp*Irriga Erro Total CV (%) Média geral G.L. 3 1 3 3 153 163 14.88 13.9634146 S.Q. 847.629694 18.168048 8.902439 24.352389 660.727918 1559.780488 Q.M. 282.543231 18.168048 2.967480 8.117463 4.318483 Fc 65.426 4.207 0.687 1.880 Pr>Fc 0.0000 0.0420 0.5611 0.1353 Número de observações 164 Sorgo Granífero Tabela 6A – Resumo da análise de variância da produção de grãos F.V. Bloco Cultivar Irriga Cultivar*Irriga Erro Total CV (%) Média geral G.L. 3 3 1 3 21 31 16.11 5098.7065625 S.Q. 2297948.846334 11606094.594984 4368990.170028 3539739.874284 14177064.776091 35989838.261722 Q.M. 765982.948778 3868698.198328 4368990.170028 1179913.291428 675098.322671 Fc 1.135 5.731 6.472 1.748 Número de observações 64 Pr>Fc 0.3579 0.0050 0.0189 0.1880 32 Tabela 7A – Resumo da análise de variância de plantas com maturação fisiológica F.V. Bloco Cultivar Irriga Cultivar*Irriga Erro Total CV (%) Média geral G.L. 3 3 1 3 21 31 47.69 5.9375000 S.Q. 28.625000 107.125000 8.000000 7.750000 168.375000 319.875000 Q.M. 9.541667 35.708333 8.000000 2.583333 8.017857 Fc 1.190 4.454 0.998 0.322 Número de observações Pr>Fc 0.3376 0.0143 0.3292 0.8092 32 Tabela 8A – Resumo da análise de variância do peso de mil sementes F.V. Bloco Cultivar Irriga Cultivar*Irriga Erro Total CV (%) Média geral G.L. 3 3 1 3 21 31 6.03 30.4712500 S.Q. 13.651175 381.270825 44.086050 32.552525 70.992775 542.553350 Q.M. 4.550392 127.090275 44.086050 10.850842 3.380608 Fc 1.346 37.594 13.041 3.210 Número de observações Pr>Fc 0.2864 0.0000 0.0016 0.0439 32 Tabela 9A – Resumo da análise de variância da altura de plantas F.V. Bloco Cultivar Irriga Cultivar*Irriga Erro Total CV (%) Média geral G.L. 3 3 1 3 21 31 6.97 121.1218750 S.Q. 163.678438 117.813437 175.312813 80.540938 1498.229062 2035.574687 Q.M. 54.559479 39.271146 175.312813 26.846979 71.344241 Fc 0.765 0.550 2.457 0.376 Número de observações 65 Pr>Fc 0.5265 0.6534 0.1319 0.7710 32